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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Gilmar Mendes: ‘Lavajatismo invadiu a Receita’




Em meio a uma queda de braço com o Fisco, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal declarou ao blog: "A Receita Federal montou um aparato composto de pessoas que vestiram roupa de Polícia Federal e de Ministério Público." Nas palavras de Gilmar, "o grupo realiza investigações policialescas, que nada têm a ver com a Receita". Numa alusão à Operação Lava Jato, o ministro afirmou: "O lavajatismo invadiu a Receita Federal. Criaram uma força-tarefa branca".

Funciona na Receita, desde maio de 2018, um grupo estruturado com o propósito de investigar agentes públicos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Ainda sob Michel Temer, quando o chefe da Receita era Jorge Rachid, foram à alça de mira dos auditores um lote de congressistas, autoridades governamentais, magistrados, procuradores e até servidores do próprio Fisco. O grupo especial de fiscalização foi herdado pelo governo de Jair Bolsonaro. Jorge Rachid foi substituído no comando da Receita por Marcos Cintra. É contra esse pano de fundo marcado pela transição de um governo para o outro que Gilmar bombardeia a atuação do que chama de "força tarefa branca" da Receita.

Gilmar atribui a membros desse grupo especial a produção do documento que associou seu nome e o de sua mulher, a advogada Guiomar Mendes, a um contexto de "possíveis fraudes de corrupção, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio ou tráfico de influência". O documento ganhou as manchetes há dez dias. Anota que "serão analisados o contribuinte Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, a mulher dele, a advogada Guiomar Feitosa Mendes, e seus relacionados (conexões com empresas, sócios, familiares)".

Na conversa com o blog, Gilmar afirmou que os autores do dossiê consideram-se "cães farejadores" do Fisco. Mas não passam de "gatos sem o mínimo preparo." Na definição do magistrado, "é gente que fala de lavagem de dinheiro sem saber do que se trata". Em ofício datado de 17 de fevereiro, Gilmar pediu providências ao colega Dias Toffoli, presidente do Supremo, contra o que tachou de "abuso de poder". Queixou-se do vazamento e dos pendores criminais exibidos pelos auditores:

"…Para além da divulgação indevida desse documento a terceiros que não integram os quadros da Secretaria da Receita Federal, o que justifica cuidadosa apuração administrativa e criminal, fica claro que o objetivo da Análise de Interesse Fiscal possui nítido viés de investigação criminal e aparentemente transborda o rol de atribuições dos servidores inominados". Acionado por Toffoli, o Ministério da Economia, de cujo organograma pende a Receita, decidiu apurar se houve ato ilícito dos auditores que apontaram a suposta fraude de Gilmar e Guiomar. Numa primeira nota oficial sobre o caso, a Receita torceu o braço dos algozes do supremo investigado: "A Receita Federal tem como valor fundamental a proteção intransigente dos dados dos contribuintes e não pactua com o vazamento de informações ou com ilações de prática de crimes sem provas." Na sequência, a nota do Fisco revelou-se dúbia. Sustentou uma coisa e o seu contrário. Numa frase, informou que "não há procedimento de fiscalização em desfavor dos contribuintes" Gilmar e Guiomar. Noutra, admitiu que a auditoria fiscal pode passar a existir, pois os achados preliminares "podem ou não resultar, de forma motivada, em abertura de procedimento de fiscalização."

Num trecho, a nota explicou que cabe aos seus auditores "combater fraudes fiscais", não "possíveis fraudes de corrupção, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio ou tráfico de influência". Noutro ponto, acrescentou que, "havendo indícios", os auditores devem, sim, elaborar "a competente representação para fins penais." Ficou entendido que a Corregedoria da Receita providenciaria "a identificação" dos responsáveis pelo vazamento e consequente "responsabilização." Mas não ficou claro qual será o destino da investigação", disse Gilmar. Conforme já foi comentado aqui, em contendas como essa que opõe um ministro do Supremo a auditores da Receita não há melhor remédio do que a luz do Sol. Gilmar disse concordar com o repórter. "Também sou adepto da luz do Sol. Mas é preciso jogar limpo. Sei como funciona esse jogo. Sou treinado. O que está por trás é o uso da Receita como polícia, para constranger pessoas. Assim começam as milícias". "Nós fomos intimados a prestar informações sobre questões fiscais em novembro do ano passado", contou Gilmar. "Recebemos a intimação e entregamos todos os documentos no prazo determinado. Na época, chamou-nos a atenção que, nesta primeira intimação, eles faziam referência a um processo do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). Diziam que as coisas estavam relacionadas." Gilmar prosseguiu: "Nós fomos olhar o processo no Carf. Dizia respeito a uma borracharia do Acre. Nada tinha a ver com o IDP (Instituto de Direito Público, do qual o ministro é sócio). Avisei ao Jorge Rachid. Ele me disse que iriam providenciar uma nova intimação. Achei que era um mero erro. Vejo agora, com a divulgação desse documento, que estavam atrás de corrupção, ocultação de patrimônio, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. Não acharam nada. Nem acharão. Não existe."

No documento que levou Gilmar Mendes a rodar a toga, os auditores do grupo especial da Receita escreveram que "o tráfico de influência normalmente se dá pelo julgamento de ações advocatícias de escritórios ligados ao contribuinte ou seus parentes, onde o próprio magistrado ou um de seus pares facilita o julgamento". Mais: "O escritório ou empresa ligada ao contribuinte também poderá estar sendo utilizada com o intuito de lavagem de dinheiro".  Noutro trecho, o documento realça que Guiomar, a mulher de Gilmar, "possui indícios de lavagem de dinheiro, tendo recebido valores de distribuição de lucros/dividendos em sua declaração de Imposto de Renda sem a devida correspondência na ECF, uma declaração de informações contábeis e fiscais do escritório de advocacia". 

 "Verificou-se ainda", acrescentaram os auditores, "distribuição de lucros/dividendos nos anos de 2014 e 2015, os quais deverão ser verificados se houve a efetiva prestação de serviços pela contribuinte em análise", no caso a advogada Guiomar Mendes. Daí a proposta de abertura de uma fiscalização. Gilmar disse ter manuseado o papelório da Receita. Verificou que os autores "não exibem as mínimas condições para saber como funciona um dos maiores escritórios de advocacia do país". Referia-se à banca de Sérgio Bermudes, onde atua Guiomar Mendes.

"Eles fizeram uma pesquisa num site chamado Escavador e afirmam que a Guiomar atuou em 15 processos", afirmou o ministro, antes de indagar: "Por que não requisitaram ao escritório os dados oficiais? Conferiram a energúmenos uma missão de investigar situações policialescas, não informações de cunho fiscal." Língua em riste, Gilmar bateu: "Os sujeitos não sabem nem mesmo como funciona um escritório de advocacia. Eles não têm noção dos detalhes: se o advogado leva a causa, tem um percentual; se ele participa da causa, o percentual é outro. E nada disso tem a ver com a participação societária, que é outra coisa. O espantoso é que estamos falando da elite da Receita. Se esse é o grupo de elite, fico imaginando como será a classe de baixo." Na semana passada, Marcos Cintra, o novo mandachuva da Receita, declarou que os auditores fiscais precisam se ater às questões tributárias. Referindo-se ao caso de Gilmar Mendes, disse que "não compete à Receita Federal fazer a investigação que foi feita". Por quê? "O juízo de valor de um auditor deve se cingir a questões de interesse tributário e econômico. Se ele passa para uma outra área criminal não é competência dele".

Marcos Cintra se absteve de informar o essencial: 
 afora a identificação dos vazadores, o que será feito do dossiê sobre Gilmar e Guiomar? 
A coisa será arquivada ou investigada? 
E quanto ao grupo especial criado no governo de Temer para varejar contribuintes ilustres dos três poderes, será lacrado ou prestigiado? 
[tudo bem; Gilmar Mendes enquadrou a receita, mas ele ou o Cintra devem ainda dois enquadramentos:
- o que fundamenta que os 'supremos' funcionários da receita possam continuar circulando em áreas restritas dos aeroportos? 
a Receita Federal é um órgão que goza de elevado conceito - incluindo, sem limitar, competência e honestidade -  situação que não pode ser utilizada para justificar privilégios que podem servir a eventuais desonestos para fins criminosos.
O certo seria os funcionários da receita, ainda que acima de qualquer suspeita, serem tratados da forma padrão.

- outro detalhe - esta é com o Moro: quando o vazamento de informações do Coaf comprometendo Queiroz será investigado e seus autores punidos?]

Essas interrogações são de grande pertinência. A essa altura, o envio do caso de Gilmar para o gavetão nacional dos assuntos pendentes não faria bem nem mesmo ao ministro. A eventual extinção do grupo especial que alvejou Gilmar seria uma emenda capaz de piorar o soneto, pois seguiriam para o mesmo gavetão os mais de 100 procedimentos abertos no Fisco contra contribuintes graúdos. O "lavajatismo" de que fala Gilmar Mendes não precisa ser visto como algo necessariamente nefasto. Seria um desperdício se o Fisco não usasse em seu proveito a experiência que adquiriu atuando como força auxiliar nas operações anticorrupção. Somente em três dessas operações Lava Jato, Ararath e Zelotes, a Receita abriu 3.416 procedimentos fiscais. Juntos, resultaram em autuações que somam R$ 14,7 bilhões.





 

 

domingo, 25 de março de 2018

Todos por um



Se fim da prisão após segunda instância vale para um, valerá para mil?


 A garantia de liberdade para o ex-presidente Lula foi adiada por mais treze dias, porque os ministros do Supremo tinham pressa para pegar o avião, mas é só uma questão de tempo. Resultado do plenário não se arrisca de véspera, mas tudo indica que o habeas corpus será concedido em 4 de abril, livrando Lula da cadeia e abrindo a avenida que leva ao fim da prisão em segunda instância e a uma encruzilhada para a Lava Jato.
Em vez de esperar a boa notícia sentado, de camarote, Lula aproveita para fazer o que mais gosta: campanha eleitoral. Em Brasília, ministros do Supremo se estapeavam por causa do HC de Lula. No Sul, ele seguia em caravana e, apesar de alguns percalços e vaias, fingia que não era com ele. Provavelmente já sabendo que, fizesse sol ou chuva, a conclusão do julgamento no TRF-4, amanhã, não o levaria para cadeia.

A história, porém, não acaba aí. Toda essa tempestade sobre o STF é por causa de uma só condenação de Lula, mas o triplex do Guarujá é apenas a primeira ação contra o ex-presidente, que responde ainda pelo sítio de Atibaia (aquele que tem a cozinha igualzinha à do triplex), o Instituto Lula, a Zelotes e… o que mais? São tantas que a gente nem consegue lembrar. E tem mais: o front penal é um, o eleitoral é outro e Lula passa a ser tecnicamente ficha suja a partir de amanhã, confirmando que a sua candidatura à Presidência é pouco mais de uma ficção e que estará pronta para ser impugnada assim que registrada.
Dado o salvo conduto para Lula e os ministros atravessarem a Páscoa em paz e confirmada daqui a pouco a vitória dele no julgamento do mérito do HC, estarão dadas as condições para a votação, mais cedo ou mais tarde, de uma Ação Direta de Constitucionalidade (ADC) que confirme a liberdade de Lula e a amplie para os demais condenados em segunda instância.  Vem aí uma enxurrada de HCs, mas o Supremo terá tempo para eles, já que o ato seguinte desse script será o fim do foro privilegiado no dia 26. A partir daí haverá uma movimentação frenética: no Supremo, os HCs salvadores, não da Pátria, mas de quem foi condenado por espoliá-la; nos Estados, deputados, senadores e ministros avaliando seus juízes. Eles são ou não da turma do Moro, do Bretas e do Vallisney?

Quem for do Paraná, do Rio e do DF reza pela manutenção do foro privilegiado. E quem não é? Deve ter muito político acendendo velas pelo contrário, para sair do Supremo e cair no seu habitat natural, onde ele costuma nadar bem mais à vontade. Vai virar uma loteria. Cada juiz uma sentença. Isso, porém, não é o fim, é só o começo. Vem a primeira instância, vem a segunda, fase crucial, a das provas. E aí? Aí, depende. Se mantido o atual entendimento do Supremo, o sujeito e a sujeita, se condenados, já poderão ser presos. Se esse entendimento mudar, como preveem o mundo político e o jurídico, não acontece nada. O (a) condenado (a) esperneia, culpa a imprensa, xinga a justiça, diz que é golpe e vai curtir a vida, livre, leve e solto (a), enquanto seus advogados vão em frente, por anos e anos, de recurso em recurso, até que o processo dê a volta ao mundo e acabe de volta ao lugar de partida, o Supremo. Só que… vinte anos depois.

Resumo da ópera: como já dito aqui, neste mesmo espaço, a combinação de fim da prisão em segunda instância e fim do foro privilegiado é explosiva. Até porque deverá haver uma explosão de fogos e de champanhe para os réus da Lava Jato. Uma festa, o melhor dos mundos. Por falar nisso, o fim do mundo será quando Collor virar candidato à Presidência e quando o ex-senador Luís Estevão entrar com um HC exigindo equiparação com o caso Lula. São casos diferentes, mas se o STF é camarada com um, por que não seria com os outros?

Eliane Cantanhêde 

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Delatores da Lava-Jato admitem pagamento de R$ 300 mil a filho de Lula

Depoimentos serão encaminhados à Zelotes, que investiga parente de ex-presidente

Os delatores da Lava-Jato Roberto Trombeta e Rodrigo Morales admitiram o pagamento de R$ 300 mil para a Gamecorp, empresa do filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fábio Luíz Lula da Silva, o Lulinha. Os repasses foram feitos a pedido do Grupo Caoa, que é investigado nas operações Zelotes e Acrônico por compra de portarias e medidas provisórias durante o governo Lula. Os dois delatores confirmaram ainda um repasse de R$ 3 milhões ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, do PT. O caso envolvendo Lulinha é investigado pela Operação Zelotes. Pimentel é alvo de investigação em outra operação, a Acrônimo. O conteúdo dos depoimentos será compartilhado com as respectivas operações. A Caoa não apareceu na Lava-Jato.


Fábio Luis Lula da Silva, filho do presidente Lula: investigado na Zelotes (30-12-2010) - Greg Salibian / Folhapress/ Agência O Globo
Por ser o primogênito da 'famiglia' da Silva Lula determinou que ele seria o primeiro a ser beneficiado pela corrupção - investimento 'misterioso e generoso' da OI, ex-TELEMAR, em uma empresa de fundo de quintal do 'fenomenal' filho de Lula. A TELEMAR foi autora da primeira corrupção conhecida da 'famiglia' da Silva

Os pagamentos à empresa de Lulinha foram feitos em 2012 e registrados através de notas fiscais encaminhadas pelos delatores ao departamento financeiro da empresa. Segundo Trombeta e Morales, não há comprovação de que o filho do ex-presidente Lula prestou realmente serviços à Caoa. No depoimento feito no dia 29 de abril, Trombeta afirma que não havia “comprovantes de execução de serviços, contratos e/ou relatórios que acompanhassem tais pagamentos”.

No período dos repasses a Lulinha, Trombeta e Morales eram os contadores de todas as empresas do grupo Caoa, aonde atuaram por mais de 20 anos exercendo a atividade de consultoria tributária e contabilidade no Brasil e no Exterior. No depoimento, os delatores afirmaram ainda que, após saírem do comando da contabilidade do grupo, em 2013, atuaram em holdings ligadas à empresa. Em julho 2014, disseram, foram chamados para uma reunião com o presidente do grupo Caoa, Antonio Maciel Neto. No encontro, Neto teria apresentado a Benedito Rodrigues de Oliveira, o Bené, e informado que teriam que fazer repasses a ele.

Em agosto, em novo encontro, na casa de Carlos Alberto de Oliveira Andrade, controlador do Grupo Caoa, Trombeta disse que foi informado que a Caoa iria pagar R$ 3 milhões a Bené. E que ele deveria indicar alguém para pegar os recursos na empresa e entregar a Bené. O delator afirmou a Lava-Jato que “estranhou” ter visto naquele d ia na casa Pimentel, então candidato ao governo de Minas Gerais. 

Os delatores afirmaram que fizeram três repasses de R$ 500 mil a Bené, apontado pela Polícia Federal como operador ligado ao governador mineiro. de acordo com ele, os outros repasses não foram feitos porque Bené foi preso em 7 de outubro daquele ano. 

ENCONTRO DE TRÊS OPERAÇÕES
As novas confissões de Roberto Trombeta e Rodrigo Morales vieram à tona após a Força-Tarefa da Lava-Jato pedir a anulação dos acordos de colaboração. Em fevereiro, os investigadores instauraram um procedimento para cancelar as tratativas. A Lava-Jato já tinha indícios de que a atuação da dupla não estava restrita a empreiteiras investigadas na Lava-Jato, onde eles admitiram ter atuado em favor da OAS e da UTC. Os investigadores afirmaram na época que eles descumpriram compromissos como a apresentação de documentos e o pagamento de multa, além de omitir informações relevantes sobre a participação deles em empresas offshores

Com a possibilidade de verem seus acordos cancelados, os dois confessaram a participação no pagamento de vantagens indevidas ligadas ao grupo Caoa. Com a confissão, Trombeta e Morales passam a ser o mais novo elo entre as três principais investigações conduzidas pela Polícia Federal hoje no Brasil: Lava-Jato, Zelotes e Acrônimo. Na Lava-Jato, os dois atuaram como operadores das construtoras OAS e UTC fazendo pagamentos a agentes públicos. Além deles, a Lava-Jato já sabe que a empresa Mossack Fonseca atuou na formação de offshores de empresas investigadas nas três operações.

OUTROS LADOS
A defesa de Fábio Luís negou ter havido pagamento de propina pelo grupo Caoa em favor da Gamecorp. Os advogados dizem que os valores recebidos da Caoa referem-se à veiculação de publicidade em espaço da Gamecorp em 2012 e foram todos contabilizados e tiveram seus impostos recolhidos. "Somente o ambiente de perseguição ao ex-presidente Lula e seus familiares, por parte de algumas autoridades, poderia explicar a sua referência nessa delação premiada", informou o escritório dos advogados Cristiano Zanin e Roberto Teixeira. 

Por meio de nota, a Caoa informou que "desconhece a existência de eventual conteúdo das delações premiadas de Roberto Trombeta e seu sócio Rodrigo Morales que lhe faça qualquer menção, sendo curioso que tal suposta informação, coberta por sigilo legal, venha parcialmente ao conhecimento público, sem possibilidade prévia da empresa saber e contrapor os seus termos". A empresa reafirma que "jamais contratou ou pagou, no Brasil ou no exterior, qualquer pessoa ou empresa para angariar vantagens junto a qualquer agente ou órgão público.”


O advogado de Pimentel, Eugênio Pacelli, questionou a credibilidade dos delatores e disse que a delação poderá ser anulada. “É fundamental registrar, antes de qualquer observação, que o referido Sr. Roberto Trombeta é acusado pelo Ministério Público Federal de mentir e ocultar documentos prometidos por ele na negociação do acordo de delação premiada no âmbito da assim chamada Operação Lava-Jato”, diz a nota da defesa".

Pacelli destacou que Pimentel não é investigado pela Lava-Jato e que desconhece a delação dos operadores. "Nada do que foi relatado liga Pimentel a essas supostas tratativas", alegou o advogado.

Fonte: O Globo - Colaborou Silvia Amorim


sexta-feira, 29 de abril de 2016

Gran finale

Virtualmente perdida a guerra do impeachment, Dilma Rousseff, Lula e o PT lutam com unhas e dentes para vencer a batalha pela narrativa política e para “infernizar” de véspera o virtual governo Michel Temer. Contam para isso com a mídia internacional, tanto quanto dependem de CUT, MST, UNE e MTST para agitar ruas e estradas.

Há um temor, na oposição, de que Dilma articule um “gran finale” para o processo de impeachment e para seus anos de governo. Algo como se acorrentar à mesa presidencial e forçar uma retirada à força do palácio. Algo teatral e dramático para ilustrar sua indignação, gerar imagens fortes e corroborar a narrativa do “golpe”. [um 'gran finale' excelente para o Brasil e que propiciaria a Dilma ser lembrada por alguns dias, seria ela privilegiar aos milhões de desempregados com seu suicídio.

Certamente os que foram iludidos por ela e por Lula estariam vingados, já que nada impede que Lula siga o exemplo de sua criatura.]


São três os pontos centrais a serem martelados dia e noite, dentro e fora do País: o impeachment é um “golpe” dado “pela direita”, “pelos corruptos”, “pela mídia golpista”, tudo isso personificado no deputado Eduardo Cunha; com Temer e o PMDB, será o fim dos programas sociais, a começar do Bolsa Família; o novo governo vai intervir na Polícia Federal e enterrar a Lava Jato.

A narrativa é a mesma, mas por motivações diferentes. Dilma esperneia e se submete a terríveis constrangimentos – como as fotos reveladoras da “miss Bumbum” no Ministério do Turismo – tentando desesperadamente sair do governo e entrar para a história como “vítima da direita corrupta”, não como a presidente despreparada que, além das “pedaladas fiscais”, destruiu a economia, manchou a imagem do Brasil no exterior, conviveu com o esfarelamento da Petrobrás e explodiu a “maior base aliada do planeta”.[clique aqui e leia post sobre EX-MISS BUMBUM com fotos do valioso 'patrimônio' e link para filme pornô estrelado pela esposa do ministro:


Luta política, sim. Disputar a narrativa história, sim. Mas irresponsabilidade com a Nação, não. Enxovalhar a imagem do Brasil no exterior, incendiar pneus, fechar estradas e detonar de vez as contas públicas não vai melhorar a narrativa de ninguém. Ao contrário, só piora tudo para todo mundo, inclusive Dilma, Lula e PT.

Lula, porque foi o presidente mais popular da história e, mal passados cinco anos, anda às voltas com Lava Jato, Zelotes, empreiteiras e filhos que, como a Coluna do Estadão publicou, saem por aí comprando cadeiras de R$ 15 mil. Não pega nada bem para quem mobiliza milhões de incautos com o discurso da defesa dos “pobres” e de uma “esquerda” que se limita hoje a uma expressão ao vento, um pretexto para defender o indefensável.

O PT, porque o partido é muito maior do que Dilma Rousseff aliás, nem queria a candidatura dela e precisa garantir a sua sobrevivência para além de Lula e Dilma ou, ao menos, a sobrevivência política de muitos petistas que não macularam suas biografias nem encheram as burras com mensalões, petrolões e relações perigosas com empresas sujas. Eles precisam de uma narrativa que vitimize Dilma e carimbe os líderes do impeachment como “golpistas”.

A estratégia tem legitimidade, mas Dilma, Lula, PT e movimentos não lucram nada, mas pioram ainda mais a imensa crise brasileira se decidem incendiar o País. Vetar a transição para o novo governo é o de menos, até porque os ministros de Dilma estão aos montes pró-impeachment, mas, ao tramar um aumento populista do salário mínimo no próximo domingo, ao programar uma atualização irreal da tabela do Imposto de Renda, eles não estão “infernizando” apenas a vida de Temer, mas a dos brasileiros, sobretudo dos que já estão no inferno do desemprego.

Ontem mesmo, mais uma leva de péssimas notícias: déficit fiscal de R$ 18 bilhões, o maior em 19 anos, e juros de 300% ao ano no cartão de crédito, um recorde mundial. Dilma, Lula e o PT querem aprofundar esse desastre para tentar colar os seus próprios cacos? Não parece justo.


Fonte: O Estadão - Eliane Cantanhêde