Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador açúcar. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador açúcar. Mostrar todas as postagens

sábado, 29 de junho de 2019

Bolsonaro fecha acordo que retira o Mercosul do isolacionismo

 Vencer o velho isolamento

Acordo com a União Europeia tira o Mercosul do isolacionismo e significa a vitória da ala pragmática do atual governo
 
É uma grande vitória o acordo comercial União Europeia e Mercosul. Ainda é rascunho, os detalhes são pouco conhecidos, mas a dimensão política de um aprofundamento das relações com a Europa é forte. Vai demorar ainda uns dois anos, segundo fontes do próprio governo, para virar realidade. Há o processo de fechamento dos textos, traduções em todas as línguas e aprovação pelos parlamentos. Mas o efeito na expectativa acontece já e vários fatores ajudaram a levar a esse momento, que é histórico.

Os analistas de fora do governo explicam que as negociações foram retomadas durante o governo Temer, nas gestões de José Serra e Aloysio Nunes no Itamaraty, depois de uma longa hibernação nas administrações Lula e Dilma. Negociadores do atual governo, com quem eu falei, defendem que o desfecho só foi possível agora porque houve um alinhamento entre a política econômica e a política comercial, quando as duas áreas passaram a fazer parte do mesmo ministério.

Um acordo dessa complexidade não se faz em apenas seis meses, evidentemente. Mas o que se diz no governo é que as concessões em áreas como propriedade intelectual, regra de origem e navegação de cabotagem permitiram o salto que levou ao acordo. E que isso só foi possível porque na Argentina o governo é de Mauricio Macri, e porque aqui venceu a ala mais pragmática da atual administração. — Não é só um acordo de livre comercio, é um acordo de associação econômica. Então ele tem aspectos de investimentos, de serviços financeiros, de padrões ambientais. É uma grande vitória de uma vertente mais pragmática sobre a área mais protecionista, mais isolacionista, que não quer se vincular a regras internacionais. E foi uma loucura o trabalho técnico. Estamos falando de 92%, 93% de toda a economia do Mercosul e da União Europeia. São dezenas de milhares de produtos e serviços e para cada um deles é uma regra diferente — me disse um dos negociadores brasileiros.

Em linhas gerais, haverá dois tempos de redução de tarifas. Um mais rápido para eles, um mais demorado para nós. Há produtos em que a tarifa irá a zero em três anos nas exportações nossas para eles. Mas nas importações o prazo será de dez a doze anos. Portanto, é uma abertura com gradualismo. Nas commodities agrícolas nós teremos que aceitar as cotas, mas dentro delas a tarifa será zero. Ou seja, até um certo volume de vendas, não se pagará tarifa. Já é assim em alguns produtos, como carne bovina e frango, mas essa limitação quantitativa será muito alargada. Houve avanços em vários produtos como açúcar, etanol e suco de laranja.

O embaixador Rubens Barbosa lembra que as primeiras conversas começaram em 1995, mas ao longo do tempo, principalmente nos governos do PT, o assunto ficou em banho-maria. As conversas foram retomadas há três anos e tiveram um salto agora, o que ele comemora. — Termina um período de isolamento do Brasil e do Mercosul que durou 20 anos. Só fizemos acordos com Israel, Egito e Autoridade Palestina. Agora estamos fechando um acordo com o segundo maior parceiro comercial, um bloco de 27 países. Isso é muito relevante. O Brasil precisa acelerar as reformas que nos tornem mais competitivos. O mercado está lá, mas o Brasil precisa ter produto e também tem que ter preço — diz ele.

Na CNI a reação foi positiva, ainda que até recentemente a indústria tenha mostrado preocupação em relação à entrada de produtos remanufaturados.
— Essa é uma indústria deles que está com um volume muito grande. Nós não queríamos que entrassem remanufaturados que não atendessem às nossas especificações técnicas. Esse produto é, por exemplo, um motor que dura dez anos anos, estraga, devolve-se para a fábrica e ela reaproveita as partes que estejam boas e refaz um produto com um tempo menor de vida. Pedimos para isso não entrar. E fomos ouvidos. A redução das tarifas dos produtos industriais será devagar e isso vai nos dar mais acesso a tecnologias — diz Carlos Abijaodi, diretor de desenvolvimento industrial da CNI.

Muitos eventos ajudaram a esse desfecho. Um deles, o fato de que houve eleições recentes na Europa e muitos comissários estão terminando seus mandatos. Era a chance de deixar uma marca. E esse acordo para eles é o segundo mais importante depois do que foi fechado com o Japão. Assim, a Europa também responde à política comercial protecionista e de conflito do governo Trump.
 
 
 
 
 

segunda-feira, 8 de abril de 2019

As dúvidas do BC sobre a recuperação da atividade

Estímulo monetário se transmite à economia da forma esperada

O Banco Central investiga as causas do baixo crescimento da economia. O diagnóstico final não é para agora - dependerá do exame de dados que serão divulgados ao longo do tempo. Quando ficar pronto, terá um peso importante na definição da direção da taxa básica de juros, hoje fixada em 6,5% ao ano. Para fins de entendimento, é útil dividir os estudos do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC em dois grupos. Um deles procura verificar se os choques que atingiram a economia no ano passado levaram a uma desaceleração temporária da atividade. O outro tema é observar se os estímulos monetários injetados pelo BC entre 2016 e 2018 estão se transmitindo à economia pelos canais esperados.

A expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018, de 1,1%, ficou abaixo do 1,3% previsto pelo Banco Central. A autoridade monetária rebaixou a sua projeção de expansão do PIB para 2019, de 2,4% para 2%. Além disso, reconheceu em documentos oficiais que "indicadores recentes de atividade econômica apontam ritmo aquém do esperado". A avaliação do BC, porém, é que, apesar de tudo, a economia segue se recuperando num ritmo gradual. As projeções do BC e dos analistas econômicos do mercado para a expansão do PIB de 2019 foram reduzidas basicamente para se adequar ao fato de que, no ano de 2018, a economia terminou em um nível mais baixo - o que se chama tecnicamente de efeito carregamento. O Banco Central e o mercado, segundo essa linha de raciocínio, teriam mantido suas previsões para a expansão da economia trimestre a trimestre. Um dado ilustrativo é que, ao mesmo tempo em que reduziu de 2,5% para 2% as projeções de crescimento para 2019, o mercado financeiro elevou de 2,5% para 2,75% a projeção de expansão para 2020.

Apesar de ter ratificado que a economia segue se expandindo num ritmo gradual, o Copom indicou que está aberto a mudar de opinião. Por isso vai se dedicar, durante um período que extrapola o curto prazo, a fazer estudos e observar as novas informações. Uma tese do BC que deverá ser testada é se, de fato, o crescimento abaixo do esperado em fins de 2018 e começo de 2019 é reflexo de choques e incertezas que atingiram a economia brasileira no ano passado. A lista de fatores é imensa: o estresse no mercado provocado pela processo de alta de juros nos Estados Unidos; a greve dos caminhoneiros; a crise que afetou a Argentina; as incertezas das eleições presidenciais; e a desaceleração da economia mundial.

Ao longo do tempo, o BC tem se empenhado em estimar, quantitativamente, os efeitos de alguns desses eventos na economia. Há um ano, o Copom divulgou um estudo no seu Relatório de Inflação tentando destrinchar como episódios de incerteza econômica afetam a inflação. O modelo econômico apresentado explora dois canais: a alta do dólar leva a uma pressão inflacionária quase imediata; mas num prazo mais longo ocorre um pequeno efeito desinflacionário, refletindo os impactos das incertezas sobre a atividade.

Gráficos apresentados nesse estudo mostram uma relação inversa entre dois indicadores, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) e o Indicador de Incerteza Econômica (IIE-Br). A relação é a esperada e um tanto óbvia - a incerteza leva a maior capacidade ociosa -, mas o estudo ainda assim é relevante para explorar a intensidade e as defasagens com que esses fenômenos ocorrem, dois aspectos importantes para cálculos sobre como a política monetária deve reagir. A indústria foi, do lado da oferta, uma das maiores frustrações no desempenho da economia em 2018. O ano começou bem, com um crescimento de 4,5% no primeiro trimestre, mas o quadro mudou em meados do ano. Um evento importante foi a greve dos caminhoneiros, que levou a uma forte queda na produção em maio, seguida de uma alta em junho. Mas, a partir daí, o desempenho foi frustrante, chegando no ultimo trimestre com uma expansão de 1,8%.

Outro estudo, publicado na edição do Relatório de Inflação divulgado há duas semanas, tenta entender como dois fatores em especial prejudicaram o desempenho da indústria em 2018 - a crise na Argentina e a decisão dos produtores de destinar a cana-de-açúcar à produção de etanol em vez da de açúcar. O BC estima que a queda das exportações para a Argentina teve um impacto de 0,38 ponto percentual sobre a indústria; a destinação da cana para o etanol em vez de açúcar teve um impacto de 0,58 ponto. O BC diz que esse eventos não explicam toda a frustração da indústria, mas têm um peso relevante.

Ao mesmo tempo em que junta indícios de que o baixo crescimento recente pode estar influenciado por choques e incertezas, que tendem a afetar a economia de forma temporária, o Banco Central tem colhido sinais convincentes de que o estímulo monetário tem se transmitido. No Relatório de Inflação, o BC informa que aumentou a sua projeção para a expansão do estoque de crédito em 2019, de 6% para 7,2%. A alta será particularmente mais acentuada no segmento de crédito livre, com um avanço de 12,5%, ante 10,5% estimados em dezembro. Essa é a parte do mercado mais sensível aos estímulos monetários. As famílias passaram por um processo de desalavancagem e suas dívidas são historicamente baixas.

O BC não divulga projeções sobre o crescimento das concessões de crédito, cuja velocidade de crescimento tem oscilado mês a mês. Mas, na apresentação do Relatório de Inflação, o diretor de política econômica do BC, Carlos Viana de Carvalho, destacou a tendência de aumento das concessões dessazonalizadas desde o começo de 2017. Outro fator de sustentação do PIB que tem sido citado pelo Banco Central é o aumento da massa salarial real. Embora o crescimento do nível de emprego tenha sido mais baixo, houve uma contribuição importante dos baixos níveis de inflação.

O BC, porém, pode estar enganado no seu diagnóstico sobre a atividade. Nessa hipótese, os sinais são de que cortará mais os juros, se os demais condicionantes da política monetária permitirem: expectativas de inflação, balanço de riscos (incluindo a reforma da Previdência e o ambiente externo) e projeções de inflação.
 
Alex Ribeiro - Valor Econômico
 

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Superávit de US$ 28,5 mi com palestinos e déficit de US$ 1,16 bi com Israel



É evidente que as relações comerciais do Brasil com os palestinos são irrisórias, quase inexistentes. No ano passado, o país exportou para os palestinos apenas US$ 28,93 milhões. E importou US$ 390 mil. Tivemos um superávit de US$ 28,54 milhões.  

Com Israel, as relações são mais intensas, mas nada espetacular. E aí o déficit é nosso. O Brasil exportou para os israelenses, em 2018, US$ 321,02 milhões e importou US$ 1,168 bilhão. O saldo foi negativo para o nosso país em US$ 847,84 milhões. Nos dois primeiros meses deste ano, o vermelho da conta já está em US$ 127,22 milhões.

A caminho de Jerusalém, boi, frango, açúcar e muitos bilhões de dólares

E por que não se deu o que esperavam setores mais radicais do bolsonarismo, em especial correntes evangélicas, que queriam que Jair Bolsonaro anunciasse a transferência da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém? 

Porque o "viés ideológico" do presidente e sua tropa ainda não se descolou totalmente da realidade. Alguns dados: em 2017, o Brasil vendeu US$ 13,590 bilhões para os árabes. O superávit na balança comercial nessa relação foi de US$ 6,234 bilhões, o que corresponde a mais de 10% do US$ 62 bilhões daquele ano

Eles compram 40% da produção brasileira de frango e 35% da de carne bovina. No grupo "Alimentos", as vendas brasileiras somaram US$ 9,9 bilhões, com destaque  para o açúcar (US$ 4,6 bilhões) e carnes (US$ 3,6 bilhões).

 

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Decisão de Moro parece açúcar, mas é pimenta



Em despacho divulgado nesta quarta-feira, Sergio Moro anotou que “não são materialmente falsos” os recibos apresentados pela defesa de Lula para atestar o suposto pagamento dos alugueis do apartamento contíguo à sua cobertura, em São Bernardo.
À primeira vista, parece que o juiz da Lava Jato serviu açúcar para o réu. Engano. No mesmo despacho, Moro avisou que decidirá sobre a “falsidade ideológica” do papelório na hora de redigir a sentença do processo. Ou seja: vem aí a pimenta.

Ocupado por Lula desde 2011, o apartamento vizinho à cobertura foi presenteado pela Odebrecht, acusa a força-tarefa da Lava Jato. O amigo José Carlos Bumlai arranjou um laranja, Glauco Costamarques, para encenar o papel de proprietário. E a ex-primeira dama Marisa Letícia entrou em cena como hipotética locatária do imóvel.

Costamarques, o proprietário cenográfico, disse em depoimento que, por cinco anos, não recebeu um níquel de aluguel. A Lava Jato atestou que, de fato, não há vestígio dos pagamentos. A defesa de Lula alegou que, entre 2011 e 2015, Marisa, que já está morta, pagou o aluguel em dinheiro vivo. Hummm…  Nessa versão, em plena era das transações bancárias eletrônicas, madame teria movimentado R$ 189 mil em grana viva. Ninguém esclarece como madame fazia o dinheiro chegar às mãos de Costa Marques, que morava em Mato Grosso.

Só no final de 2015, com a Lava Jato na jugular de Lula, o aluguel começou a ser pago, contou Costamarques a Sergio Moro. No leito hospitalar, o ''laranja'' assinou os recibos de um ano num dia. Assim, não há mesmo nenhuma dúvida quando à existência material dos papeis. O problema é outro.  Se tudo o que está na cara não for mais uma conspiração da lei das probabilidades contra a “alma mais honesta desse país”, os recibos apresentados pela defesa foram preparados com o objetivo de simular a comprovação de pagamentos que jamais foram feitos.

[os recibos apresentados por Lula não provam pagamentos, mas, demonstram de forma inequívoca que foram confeccionados por alguém possuidor de extrema burrice, excesso de falta de inteligência. 
Tem recibo que faz referência a 31 de junho de 2014 e 31 de novembro de 2015 - datas que não existem; 
alguns recibos contém o mesmo erro de digitação - apesar de se referirem a datas diferentes quem os datilografou escreve São Bernardo como fosse São Bernamrdo.
Confira tudo, clicando aqui. 
A explicação para os dias extras nos meses de junho e novembro é que os dias daqueles meses foram contados nos nós dos dedos e possuindo Lula apenas nove dedos, deu erro.]

A questão é que eles contam uma história que faria mais nexo se fosse contada por Alice no país dos espelhos. , Moro não abordou se os documentos foram confeccionados para forjar comprovação de pagamentos que não foram feitos. ''Julgo improcedente o incidente de falsidade, uma vez que os recibos de aluguel não são materialmente falsos”, escreveu Moro, antes de emendar: . “Quanto à afirmada falsidade ideológica, a questão será resolvida na sentença da ação penal.''
 
Escaldados, Lula e o PT evitaram soltar fogos. Vivem a neurose do que está por vir.