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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Mercado de trabalho: melhor agora e ainda mais no futuro - VEJA - Blog do Mailson



Por Maílson da Nóbrega

Desempregados chegam a 11,6 milhões, muito menos do que no desastroso período recessivo. Mudanças estruturais trarão resultados melhores nos próximos anos

Houve acréscimo de 1,8 milhão de pessoas empregadas, das quais 720 mil no setor privado com carteira assinada e mais 800 mil por conta própria 
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) divulgada há pouco pelo IBGE indicou que a taxa de desemprego (ou de desocupação) ficou em 11% em 2019. Apesar de elevado, o dado permite leitura otimista, seja em comparação com resultados recentes, seja em relação às expectativas. Assim, é possível esperar melhora nesse campo nos próximos anos, a menos que haja uma surpresa desfavorável nos mercados interno e internacional (por exemplo, os efeitos do Coronavírus na economia chinesa e na atividade econômica mundial).

Em dezembro, a população desempregada atingiu 11,6 milhões de pessoas, nível cada vez mais distante dos quase 13 milhões do auge da recessão provocada pelos equívocos de política econômica do governo Dilma. A massa salarial cresceu 2,5% acima da inflação em 2019, consequência da combinação de ganhos de salários reais (0,4%) e da elevação do número de pessoas ocupadas. De acordo com a Pnad, houve acréscimo de 1,8 milhão de pessoas empregadas, das quais 720 mil no setor privado com carteira assinada e mais 800 mil por conta própria. Isso evidencia que os resultados do Caged métrica que deriva de informações passadas pelas empresas se assemelha aos da Pnad, que é realizada nos domicílios e que não tem preocupação com a formalização. Neste momento, as duas pesquisas se tornam mais comparáveis, ao contrário do que se pensava até agora.

O aumento do emprego tem duas explicações. A primeira delas advém da recuperação cíclica da economia, aquela que resulta da ocupação da capacidade ociosa, aumentando a demanda por trabalhadores. A segunda vem de uma mudança estrutural que se observa no mercado de trabalho, provocada pela reforma trabalhista.
De fato, é crescente o número de contratos de trabalho temporário, o que tem levado donas de casa e outros que têm disponibilidade de tempo a aceitar ofertas de emprego dessa natureza. Nesse sentido, é muito provável que tal mudança contribua para acelerar a taxa de ocupação nos próximos anos, à medida que amadurecem os efeitos da reforma.

Dois lados da pesquisa merecem registro. Primeiro, um dado preocupante: a taxa de desocupação da força de trabalho alcançou 24%. Essa massa é constituída das pessoas que não encontram emprego e das que trabalham menos do que gostariam. Segundo, a taxa de desemprego, a qual teria sido menor não fosse o aumento da população economicamente ativa, o que normal em processos de recuperação da atividade econômica. Isso resulta da percepção de melhora do mercado de trabalho, o que anima as pessoas a procurar emprego e, assim, a aumentar o contingente dos que querem trabalhar. No balanço de todos esses números, o resultado da Pnad é muito positivo nas condições atuais da economia brasileira.


Blog do Mailson - Maílson da Nóbrega, economista - VEJA


segunda-feira, 8 de abril de 2019

As dúvidas do BC sobre a recuperação da atividade

Estímulo monetário se transmite à economia da forma esperada

O Banco Central investiga as causas do baixo crescimento da economia. O diagnóstico final não é para agora - dependerá do exame de dados que serão divulgados ao longo do tempo. Quando ficar pronto, terá um peso importante na definição da direção da taxa básica de juros, hoje fixada em 6,5% ao ano. Para fins de entendimento, é útil dividir os estudos do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC em dois grupos. Um deles procura verificar se os choques que atingiram a economia no ano passado levaram a uma desaceleração temporária da atividade. O outro tema é observar se os estímulos monetários injetados pelo BC entre 2016 e 2018 estão se transmitindo à economia pelos canais esperados.

A expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018, de 1,1%, ficou abaixo do 1,3% previsto pelo Banco Central. A autoridade monetária rebaixou a sua projeção de expansão do PIB para 2019, de 2,4% para 2%. Além disso, reconheceu em documentos oficiais que "indicadores recentes de atividade econômica apontam ritmo aquém do esperado". A avaliação do BC, porém, é que, apesar de tudo, a economia segue se recuperando num ritmo gradual. As projeções do BC e dos analistas econômicos do mercado para a expansão do PIB de 2019 foram reduzidas basicamente para se adequar ao fato de que, no ano de 2018, a economia terminou em um nível mais baixo - o que se chama tecnicamente de efeito carregamento. O Banco Central e o mercado, segundo essa linha de raciocínio, teriam mantido suas previsões para a expansão da economia trimestre a trimestre. Um dado ilustrativo é que, ao mesmo tempo em que reduziu de 2,5% para 2% as projeções de crescimento para 2019, o mercado financeiro elevou de 2,5% para 2,75% a projeção de expansão para 2020.

Apesar de ter ratificado que a economia segue se expandindo num ritmo gradual, o Copom indicou que está aberto a mudar de opinião. Por isso vai se dedicar, durante um período que extrapola o curto prazo, a fazer estudos e observar as novas informações. Uma tese do BC que deverá ser testada é se, de fato, o crescimento abaixo do esperado em fins de 2018 e começo de 2019 é reflexo de choques e incertezas que atingiram a economia brasileira no ano passado. A lista de fatores é imensa: o estresse no mercado provocado pela processo de alta de juros nos Estados Unidos; a greve dos caminhoneiros; a crise que afetou a Argentina; as incertezas das eleições presidenciais; e a desaceleração da economia mundial.

Ao longo do tempo, o BC tem se empenhado em estimar, quantitativamente, os efeitos de alguns desses eventos na economia. Há um ano, o Copom divulgou um estudo no seu Relatório de Inflação tentando destrinchar como episódios de incerteza econômica afetam a inflação. O modelo econômico apresentado explora dois canais: a alta do dólar leva a uma pressão inflacionária quase imediata; mas num prazo mais longo ocorre um pequeno efeito desinflacionário, refletindo os impactos das incertezas sobre a atividade.

Gráficos apresentados nesse estudo mostram uma relação inversa entre dois indicadores, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) e o Indicador de Incerteza Econômica (IIE-Br). A relação é a esperada e um tanto óbvia - a incerteza leva a maior capacidade ociosa -, mas o estudo ainda assim é relevante para explorar a intensidade e as defasagens com que esses fenômenos ocorrem, dois aspectos importantes para cálculos sobre como a política monetária deve reagir. A indústria foi, do lado da oferta, uma das maiores frustrações no desempenho da economia em 2018. O ano começou bem, com um crescimento de 4,5% no primeiro trimestre, mas o quadro mudou em meados do ano. Um evento importante foi a greve dos caminhoneiros, que levou a uma forte queda na produção em maio, seguida de uma alta em junho. Mas, a partir daí, o desempenho foi frustrante, chegando no ultimo trimestre com uma expansão de 1,8%.

Outro estudo, publicado na edição do Relatório de Inflação divulgado há duas semanas, tenta entender como dois fatores em especial prejudicaram o desempenho da indústria em 2018 - a crise na Argentina e a decisão dos produtores de destinar a cana-de-açúcar à produção de etanol em vez da de açúcar. O BC estima que a queda das exportações para a Argentina teve um impacto de 0,38 ponto percentual sobre a indústria; a destinação da cana para o etanol em vez de açúcar teve um impacto de 0,58 ponto. O BC diz que esse eventos não explicam toda a frustração da indústria, mas têm um peso relevante.

Ao mesmo tempo em que junta indícios de que o baixo crescimento recente pode estar influenciado por choques e incertezas, que tendem a afetar a economia de forma temporária, o Banco Central tem colhido sinais convincentes de que o estímulo monetário tem se transmitido. No Relatório de Inflação, o BC informa que aumentou a sua projeção para a expansão do estoque de crédito em 2019, de 6% para 7,2%. A alta será particularmente mais acentuada no segmento de crédito livre, com um avanço de 12,5%, ante 10,5% estimados em dezembro. Essa é a parte do mercado mais sensível aos estímulos monetários. As famílias passaram por um processo de desalavancagem e suas dívidas são historicamente baixas.

O BC não divulga projeções sobre o crescimento das concessões de crédito, cuja velocidade de crescimento tem oscilado mês a mês. Mas, na apresentação do Relatório de Inflação, o diretor de política econômica do BC, Carlos Viana de Carvalho, destacou a tendência de aumento das concessões dessazonalizadas desde o começo de 2017. Outro fator de sustentação do PIB que tem sido citado pelo Banco Central é o aumento da massa salarial real. Embora o crescimento do nível de emprego tenha sido mais baixo, houve uma contribuição importante dos baixos níveis de inflação.

O BC, porém, pode estar enganado no seu diagnóstico sobre a atividade. Nessa hipótese, os sinais são de que cortará mais os juros, se os demais condicionantes da política monetária permitirem: expectativas de inflação, balanço de riscos (incluindo a reforma da Previdência e o ambiente externo) e projeções de inflação.
 
Alex Ribeiro - Valor Econômico
 

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Donos do Brasil

Quais são as corporações do funcionalismo que mantêm privilégios, recebem salários superiores aos do setor privado e escapam do alvo dos presidenciáveis


Os auditores fiscais da Receita Federal acabam de encerrar uma greve que se arrastava desde novembro do ano passado, com curtos períodos de interrupção. Em vez da paralisação, adotaram o sistema chamado de “meta zero” e “operação padrão”, o que significa trabalhar em ritmo mais lento do que o habitual. Eles reivindicam a regulamentação de um bônus variável por eficiência no cumprimento de metas. Ou seja: querem ser premiados pela função para a qual já são remunerados com um polpudo salário, cujo valor inicial é de 19 200 reais, sem contar um bônus mensal fixo de 3 000 reais. 

Apesar da paralisação, não perderam o emprego e receberam em dia até que uma decisão do STF autorizasse o desconto em folha dos grevistas.

O episódio ilustra de maneira exemplar o abismo do Brasil um abismo entre a esmagadora maioria da população, sujeita ao risco de desemprego e a salários mais baixos, e a minoria que desfruta a estabilidade e os privilégios do setor público. 

Dentro desse país de minoria, existe um grupo mais abastado: é o Brasil das grandes corporações do funcionalismo, cujos salários e benefícios estão muito acima da média dos recebidos pela população e que possuem voz destacada para fazer valer seus interesses, manter regalias e interditar o debate sempre que questionados.

Juízes, procuradores, deputados, senadores e auditores fiscais, entre outros, fazem parte dessa elite dentro do Estado. São os donos do poder público, num país em que a desigualdade é crescente e no qual o Estado enfrenta grave crise fiscal e está perdendo sua capacidade de cumprir suas atribuições mais primordiais, como garantir saúde, educação e segurança. O reajuste de 16,38% concedido pelos ministros do Supremo Tribunal Federal aos próprios salários, que vai elevar o teto de rendimentos do funcionalismo, é outro exemplo recente desse Brasil desconectado da realidade.

Confortável - Auditores, em greve desde novembro para que tenham direito a bônus: os pagamentos continuam em dia (Sindifisco/Divulgação)

A defesa que juízes e procuradores fazem do direito ao auxílio-moradia, mesmo quando possuem imóvel na cidade onde trabalham, também é um símbolo de privilégio. A legalidade e a moralidade do benefício são questionadas num momento em que o Estado brasileiro está quebrado. A Associação dos Juízes Federais do Brasil divulgou nota em que relaciona a tentativa de acabar com o benefício a uma suposta “perseguição de poderosos” por causa da Lava-Jato. O benefício foi estendido a todos os juízes do país em decisão liminar — e, portanto, unilateral — do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, em 2014. [cuja filha, desembargadora Mariana Fux, recebe o benefício, mesmo exercendo  suas funções no TJ-RJ  e possui dois apartamentos no Leblon.]

O Congresso brasileiro também integra o grupo de privilegiados: cada deputado dispõe de 107 000 reais mensais em verba de gabinete para montar uma equipe de até 25 assessores com salário que chega a 15 000 reais. A soma do salário e das verbas é equivalente a 68 vezes o PIB per capita brasileiro; nos Estados Unidos, um deputado tem a seu dispor um dinheiro que representa 32 vezes o PIB per capita.

Conta pesada - O ministro Fux, do STF, estendeu o auxílio-moradia a todos os juízes (Tony Oliveira/Trilux/Estadão Conteúdo)

A questão é que no Brasil, em média, os salários dos servidores públicos são muito mais altos do que os praticados no mercado. O campeão da remuneração é o Poder Judiciário, que paga em média 236 000 reais por ano a seus funcionários (cerca de 19 700 reais mensais). Em seguida, estão os vencimentos de quem trabalha no Legislativo e no Ministério Público, de 216 000 reais ao ano (18 000 reais mensais) e de 205 000 reais (17 100 reais), respectivamente.

No setor privado, a média é de 26 000 reais anuais, ou pouco menos de 2 200 reais por mês. Essa discrepância salarial coloca o funcionário público na elite brasileira: em cada 100 servidores federais, 94 se enquadram na faixa da população dos 40% mais ricos do país. Isso significa que a política de remuneração do Estado transfere renda para a parcela mais rica da população, o que aprofunda a desigualdade. Os dados constam de um estudo do Banco Mundial que faz uma análise detalhada das carreiras no setor público.

O governo brasileiro costuma oferecer o dobro do valor dos salários do setor privado a trabalhadores com o mesmo nível de experiência, enquanto essa diferença fica em 30% na média internacional. Há fundamento para o fato de o serviço público pagar salários maiores, uma vez que precisa atrair profissionais mais bem qualificados. É uma lógica que se aplica às empresas privadas. Mas, além dos salários mais elevados, a esfera pública federal oferece benefícios significativos, como a estabilidade e um regime generoso de previdência. [pela enésima vez, este Blog se propõe a demonstrar, comprovando, as razões das diferenças salariais e previdenciárias (que muitos chamam de privilégios) entre servidores públicos e trabalhadores em empresas privadas  - é só clicar. Também se desejarem, escrevam questionando e responderemos com prazer e precisão.] Um economista recém-formado, por exemplo, tem um salário médio de 7 000 reais por mês no mercado financeiro, enquanto um analista do Banco Central pode receber inicialmente uma renda mensal de 16 000 reais. [importante lembrar: nada impede que o economista recém formado preste concurso para o serviço público - incluindo o Banco Central - o que atrapalha é que poucos passam.]  O salário de um advogado com experiência média (oito anos) costuma ser 7 000 reais por mês num escritório de advocacia. A Procuradoria do Ministério da Fazenda paga salário de 16 000 reais. Essa diferença é chamada de prêmio salarial. O Brasil paga o maior prêmio entre os 53 países analisados pelo Banco Mundial.

“O alarmante no Brasil não é a quantidade de cargos no setor público, mas a remuneração dos servidores”, afirma o economista-chefe do banco para o Brasil, o italiano Antonio Nucifora. De fato, na contramão do que prega o senso comum, o número de servidores públicos no Brasil é baixo se confrontado com a média dos 37 países integrantes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em 2015, o equivalente a 5,6% da população brasileira estava empregado no serviço público em todo o país, enquanto a média entre os membros da OCDE é de 10%. Mas, de forma injustificada, a conta é pesada demais para o Brasil: os gastos com o pagamento de funcionários totalizaram 284 bilhões de reais no ano passado, uma fatia que representou pouco mais de 20% de todas as despesas do governo federal.

Segundo o Banco Mundial, a massa salarial dos servidores públicos brasileiros gira em torno de 13% do PIB, quase o dobro do porcentual despendido por outros países de renda média. A origem da distorção é a Constituição de 1988, que concedeu ao Judiciário e ao Ministério Público autonomia para propor ao Congresso o próprio orçamento. Outro efeito negativo da Carta foi a indexação de salários de magistrados aos dos ministros do STF e do Superior Tribunal de Justiça.

O ano eleitoral deveria servir como rara oportunidade para o debate sobre o papel e o tamanho do Estado e o combate a privilégios. A situação fiscal também deveria estar em discussão: desde 2014, a União encerra o ano com gastos acima das receitas. Com o teto para os gastos, a margem de manobra para o governo será cada vez menor e obrigará a novos cortes nos investimentos e em áreas fundamentais. Mas o tema tem recebido tratamento genérico nos discursos e nos planos dos candidatos à Presidência. Pior para os brasileiros que não fazem parte da elite do funcionalismo.

Publicado em VEJA de 5 de setembro de 2018, edição nº 2598


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Queda na renda piora a perspectiva para a economia e desemprego é o problema mais grave da economia em 2016



É a pior notícia da economia. O contingente de pessoas que procuram uma ocupação e não encontram cresceu 42,7% em um ano até janeiro, nas seis maiores regiões metropolitanas do país. A taxa de desemprego medida pela Pesquisa Mensal de Emprego foi a 7,6%. E os dados sobre a renda deixam a perspectiva para a economia ainda mais negativa.

O rendimento médio real caiu 1,3% no mês, para R$ 2.242, recuo de 7,4% no ano. O bolso do trabalhador vai esvaziando e esfria mais a atividade econômica. Uma recuperação do consumo se distancia. Em janeiro, a massa de rendimentos recuou 2,5% contra dezembro e teve queda real de 10,4% frente a 2015.

Restrita, a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) vai ser encerrada em março, com a divulgação dos dados de fevereiro. O mercado de trabalho será pesquisado apenas pela Pnad Contínua, levantamento feito em cerca de 3.500 municípios do Brasil. Por essa pesquisa, a taxa de desemprego estava em 9% no trimestre terminado em novembro. 
O mercado de trabalho está mais hostil. Na economia, essa é a pior notícia a ser dada

Há muito drama por trás dela. Famílias se desorganizam. Até quem não é atingido diretamente fica com medo ao ver amigos, colegas e conhecidos perdendo o emprego. Os indicadores vão apresentando piora. Especialistas estão dizendo que este ano será de aumento do desemprego. É o problema mais agudo da economia neste ano. Na pesquisa divulgada hoje, a PME, a taxa subiu para 7,6% nas seis maiores regiões metropolitanas em janeiro. A massa salarial caiu 10,4% em um ano. 

Esse levantamento, mais restrito, será encerrado em fevereiro. O IBGE vai continuar a divulgar a Pnad Contínua, realizada em mais de 3.500 municípios, que registra 9% de desemprego no trimestre encerrado em novembro. Os números são diferentes, mas as tendências são as mesmas. O número de desempregados tem crescimento anual acima de 40% nas duas pesquisas.

A expectativa, infelizmente, é de piora. É uma dinâmica conhecida. O empresário mantém os empregados até quando é possível, acreditando que a turbulência será breve. Quando a crise dá sinais de que vai durar mais tempo, as demissões aceleram. É o que está acontecendo em 2016. 

Fonte: Coluna Miriam Leitão