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sábado, 30 de setembro de 2017

A nova carta de Palocci

Trata-se de um dos mais contundentes documentos políticos de nossa história recente

Ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil dos governos Lula da Silva e Dilma Rousseff, respectivamente, Antonio Palocci não é um delator qualquer. Muito mais do que um mero observador privilegiado dos 13 anos de lulopetismo, o ex-prefeito de Ribeirão Preto é nada menos do que um de seus mais engenhosos artífices.  Seria um arriscado exercício de imaginação afirmar que sem Antonio Palocci o Partido dos Trabalhadores (PT) não teria chegado ao poder em 2002, quando Lula da Silva assumiu a Presidência da República após três derrotas eleitorais consecutivas. Entretanto, sua liderança na coordenação do programa de governo petista muito contribuiu para dar confiança e previsibilidade a uma candidatura tida como aventureira e inconsequente antes de suas intervenções.

Por meio da famosa Carta ao Povo Brasileiro, concebida por Antonio Palocci, Lula da Silva assumiu o compromisso de, uma vez na Presidência da República, respeitar os pilares macroeconômicos erguidos a duras penas durante os mandatos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Lula da Silva, enfim, foi eleito e Antonio Palocci assumiu o Ministério da Fazenda, passando a ser a figura central na interlocução entre o governo e o chamado setor produtivo. Sob a gestão de Palocci, a economia do País navegou em mares tranquilos.

Na posição de ministro da Fazenda, Palocci viu aumentar significativamente o seu poder e influência em outras áreas do governo, caminhando naturalmente para ser o candidato à sucessão de Lula da Silva não fosse uma carreira criminosa que logo seria descortinada diante dos olhos da Nação.  Se com a notória Carta ao Povo Brasileiro Palocci ajudou a fundar a era lulopetista, em sua mais recente missiva o ex-ministro afunda de vez a propalada mística política de Lula da Silva, além de expor as vísceras do partido do qual é um dos fundadores e que, agora, se resume a uma mera rede de vassalagem ao suserano de São Bernardo.

No documento de pouco mais de três páginas, escrito na cadeia e dirigido à presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o ex-todo-poderoso petista dá detalhes de sua participação nos governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff e expõe, de forma clara e articulada, os subterrâneos das negociatas que deram origem a um verdadeiro plano para tomada do Estado brasileiro para fins pessoais e partidários.  Profundo conhecedor do ethos petista, Palocci, com a autoridade que poucos na legenda têm, questiona se o PT é “um partido político sob a liderança de pessoas de carne e osso ou somos uma seita guiada por uma pretensa divindade?”. Bem, a julgar pela reação da destinatária da carta, um partido político o PT não é mais.

Em entrevista publicada no jornal Valor na quinta-feira passada, a presidente do PT deixa claro que o bom destino do País é o que menos importa para seu partido hoje. 
Por meio de uma narrativa que muito se aproxima do fanatismo religioso, Gleisi Hoffmann deixa claro que para o partido que preside nada mais importa do que a defesa inarredável da inocência de Lula da Silva, não obstante a condenação já sofrida pelo ex-presidente na Justiça, a primeira em sete processos a que responde.

Quando não se ocupa de defender a candidatura de Lula na eleição de 2018, Gleisi Hoffmann presta-se a tentar desqualificar, pateticamente, as alegações de Antonio Palocci, como se proviessem de algum estranho, e não de uma figura central do partido, alguém que teria sido ungido por Lula para sua sucessão não fossem os “ilícitos” do ex-ministro, como ele chama seu passeio pelo Código Penal.  Para terem valor jurídico, é evidente que as alegações de Antonio Palocci contidas em sua carta de desfiliação do PT – uma extensão do depoimento espontâneo que o ex-ministro prestou ao juiz Sérgio Moro – deverão vir acompanhadas por provas do que lá vai escrito. Entretanto, trata-se, desde já, de um dos mais contundentes documentos políticos de nossa história recente.

Fonte: Editorial - O Estado de S. Paulo


sábado, 15 de abril de 2017

Lula, você é a TRAIÇÃO - Lula desde os anos 70 já traía os trabalhadores

Emílio Odebrecht conta como Lula já defendia interesses da empreiteira desde os anos 70

Delator diz que empresa contribuiu para todas as campanhas do petista

Próximo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva há mais de trinta anos, o empresário Emílio Odebrecht relatou, em seu depoimento de delação premiada, como o ex-sindicalista que se tornou presidente da República ajudou, durante décadas, a empreiteira que leva seu sobrenome. 
Emílio conheceu Lula no fim da década de 1970, apresentado por Mário Covas, já falecido. Na época, o empresário enfrentava uma greve geral no Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, e precisava de ajuda para aplacar os ânimos de seus funcionários. “Ele (Lula) criou as condições para que eu pudesse ter uma relação diferenciada com os sindicatos”, relata Emílio. [Lula era, foi e sempre será, um traidor nato. além das traições que fazia aos 'companheiros' filiados a sindicatos - durante a assembleia agitava para os operários optarem pela greve e após ia beber whisky com os patrões e combinar formas de neutralizar o movimento grevista.
Lula também foi informante do delegado Romeu Tuma, chefe do DOPS durante o Governo Militar.
Lula é o Silvério dos Reis dos tempos modernos. 
Seu codinome quando informante do DOPS era 'boi'] 

Rapidamente, a relação entre os dois se fortaleceu. Emílio diz que ficou impressionado com o petista: “Ele pega as coisas rápido. Ele percebe aquilo que tem a ver com intuição pura. É um animal político, um animal intuitivo”, diz o empresário.

E conta que sempre “apoiou Lula”, com conselhos e financeiramente. Um dos pontos em que o empreiteiro teria ajudado a orientar a visão de mundo do petista foi na confecção da famosa “Carta ao Povo Brasileiro”, o documento divulgado durante a campanha de 2002 por Lula para serenar os ânimos do mercado financeiro em relação a sua possível eleição.

Emílio diz que a Odebrecht contribuiu para todas as campanhas de Lula, mas que o petista nunca tratou de valores. Por outro lado, quando Lula finalmente virou presidente, qualquer que fosse o problema enfrentado pela empresa, Emílio ia até o Palácio do Planalto pedir a intervenção do chefe da República. E era quase sempre atendido.

Em alguns casos, Emílio precisou transpor obstáculos colocados pela ex-presidente Dilma Rousseff, quando ministra de Minas e Energia e depois da Casa Civil, e Lula deliberou pelo menos em uma ocasião em prol do amigo. Emílio só chamava Lula de “chefe”, mas parece se gabar de, apesar da proximidade, nunca ter tido relação íntima, ou ter frequentado a casa do petista: “Só estive uma vez no apartamento de Lula quando era sindicalista. E foi a melhor coisa que eu fiz. Pra ele e pra mim. A nossa relação, eu sou muito transparente. Eu gosto do Lula, confio nele, valorizo ele”, conta.

“BON VIVANT"
Uma preocupação grande de Emílio era quanto à possibilidade de “reestatização” da Petrobras. Um dia, quando já era real a chance de Lula se eleger, o empreiteiro procurou o petista e ele garantiu que não estatizaria o setor petroquímico. O empresário relembra uma conversa com o general Golbery Couto e Silva sobre Lula para dar sua visão sobre o ex-presidente:

“‘Emílio, Lula não tem nada de esquerda. Ele é um ‘bon vivant(teria dito o general). E é verdade. Ele gosta da vida boa, gosta de uma cachacinha, gosta de fazer as coisas e gosta de ver os outros, efetivamente, a coisa que ele mais quer é ver a população carente sem prejuízo, essa que é a versão mais correta, sem prejuízo de quem tem. Não é aquele negócio de tirar de um pra dar pro outro. Essa é a minha visão, por isso teve um alinhamento muito grande”.

Com Lula instalado no Planalto, Emílio tinha a liberdade de ir até o presidente e reivindicar que negócios feitos pela Petrobras em prejuízo da Braskem (braço da Odebrecht) fossem desfeitos, o que acabou acontecendo. Em outro momento, foi a Lula impedir que a Petrobras comprasse os ativos da Petroquímica Ipiranga, o que detonaria os planos da subsidiária da Odebrecht de espraiar seus mercados. “Como negócio, seria um desastre”, resume Emílio aos procuradores. Dois anos depois de conseguir impedir o negócio, a própria Braskem comprou a Petroquímica Ipiranga.

Mais adiante, já no segundo mandato de Lula, em 2007, Emílio precisou dele devido a um problema na hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, obra tocada pela Odebrecth.  Uma das licenças ambientais que deveriam ser dadas ao empreendimento pelo Ibama estava travada por conta da reprodução dos bagres, que ocorria justamente no local previsto para a barragem. “Eu disse: ‘O país precisa de energia e vai ser paralisado por causa do bagre? O senhor precisa tomar uma decisão’. Ele perguntou se eu já tinha falado com a ministra Dilma eu disse que sim, mas que era inócuo. ‘O senhor já deve ter percebido que eu não tenho simpatia por ela, que é muito dona da verdade. É uma pessimista em tudo’”, relatou Emílio ao procurador, revelando que não estendeu a relação que mantinha com Lula à sua sucessora.

Lula encampou a tese da empreiteira e transformou o episódio do bagre em uma referência frequente em seus discursos sobre como havia demora excessiva na concessão de licenças ambientais. O caso marcou o enfraquecimento da então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que acabou deixando o governo. As ajudas de Lula a Emílio foram recompensadas não apenas com as doações, que Emílio garantiu que ocorreram por meio de caixa um e caixa dois: “Fique certo: Lula não conversava comigo sobre isso, sobre os valores. Mas quero deixar uma coisa muito clara. Eu quando falava com (Pedro) Novis (presidente da Odebrecht antes de Marcelo Odebrecht assumir) e com Marcelo eu não dava a opção de dar ou não dar. Eu dizia: negociem, mas é para dar”.

SÍTIO DE ATIBAIA
Já no fim de 2010, quando Lula estava se despedindo da Presidência, Emílio relatou que o executivo da Odebrecht Alexandrino Alencar, que o ajudava a fazer a interface com Lula, contou que a ex-primeira-dama Marisa Letícia pediu um favor: que o empreiteiro ajudasse a concluir as obras do sítio de Atibaia para fazer uma surpresa ao presidente assim que seu período no comando do governo terminasse.

O empreiteiro explicou aos procuradores a sofisticada logística montada para executar a missão, tirando gente de várias obras da Odebrecht, mas sem que a empresa parecesse envolvida institucionalmente na empreitada. Ao todo, disse, a reforma custou mais de R$ 700 mil. Mas nem Lula nem Dona Marisa procuraram saber esse valor. “Ele (Alexandrino) me falou isso em outubro e se eu não me engano no penúltimo dia do ano, dia 30, eu estive com ele (Lula) no Palácio do Planalto e eu disse: ‘olha, chefe, o senhor vai ter uma surpresa e nós vamos garantir o cumprimento do prazo naquele programa do sítio’. Ele não fez nenhum comentário, mas também não botou nenhuma surpresa, coisa que eu entendi não ser mais surpresa. Quando foi que ele soube eu não sei. Por quem que ele soube, não sei. Por mim não foi”, explicou.

Emílio Odebrecht também disse que a empresa dele financiava palestras do ex-presidente Lula em países africanos para que a imagem da Odebrecht ficasse atrelada ao carisma do petista, como forma de impulsionar os negócios. Segundo Emílio, a empreiteira custeava o transporte, em aviões fretados, hospedagem e demais gastos do ex-presidente durante esses eventos. 

Os honorários era o próprio presidente quem definia: variavam entre US$ 150 mil e US$ 200 mil por palestra. Em troca, a empreiteira pegava carona na imagem de Lula e estampava seu logotipo nos eventos dos quais ele participava. O empreiteiro contou que apresentou Lula à elite e às autoridades africanas — e, a partir disso, passou a financiar as palestras que o petista fazia. “Quem introduziu o Lula fomos nós, em todos os países (da África) que nós levamos ele.”

INSTITUTO LULA
Emílio também disse que comprou um terreno em São Paulo, por meio de uma empresa de um laranja, para Lula instalar uma nova sede de seu instituto. No fim, o petista quis manter a sede onde ela já estava instalada, e o dono da Odebrecht vendeu o terreno.  Emílio Odebrecht também disse que Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho de Lula, recebeu “cerca de US$ 200 mil” da empreiteira em Angola sem ter prestado nenhum serviço em troca. Segundo o delator, a empresa de Taiguara foi contratada a pedido de Lula para prestar serviço para a Odebrecht no país africano.


Depois de uns meses de trabalho, com a crise do petróleo em Angola, as oportunidades diminuíram para Taiguara e ele escreveu uma carta ao ex-presidente para reclamar da situação. Emílio soube da carta e logo providenciou um adiantamento para o sobrinho, por “serviços futuros”. Ainda segundo o delator, a contratação da empresa de Taiguara foi um pedido expresso de Lula a Alexandrino – que, por sua vez, pediu autorização ao dono da empresa para fazer o contrato e recebeu o aval dele. Emílio não soube dizer quanto o sobrinho do ex-presidente faturou durante o tempo que prestou serviço efetivamente.

“Numa viagem dessa para o exterior, Lula falou com o Alexandrino: ‘olha, eu tenho um sobrinho, que tem uma sociedade em Portugal, com um sócio português, e, se vocês puderem dar uma oportunidade de trabalho...’”, relatou Emílio Odebrecht.

Fonte: O Globo


terça-feira, 27 de setembro de 2016

Prisão de Palocci coloca Lava-Jato cada vez mais perto de Lula e este mais próximo da cadeia

Prisão de Palocci coloca Lava-Jato cada vez mais perto de Lula

A narrativa construída pelos procuradores da Lava-Jato e pelo juiz Sérgio Moro, na opinião unânime dos petistas, leva direto ao ex-presidente 

A prisão de Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda e ex-chefe da Casa Civil, representa mais uma baixa na longa lista de petistas que chegaram ao poder com Luiz Inácio Lula da Silva em 2003 e que caíram por acusações de corrupção no mensalão, na Lava-Jato ou em ambos. Palocci é o 12º nome dessa lista, que inclui outros três ex-ministros como José Dirceu —, um ex-presidente da Câmara, um ex-líder do governo no Senado, um ex-presidente e um ex-vice do PT, três ex-tesoureiros da legenda e um ex-secretário-geral do partido.

A narrativa construída pelos procuradores da Lava-Jato e pelo juiz Sérgio Moro, na opinião unânime dos petistas, leva direto ao ex-presidente Lula, que passa a ser o principal alvo a ser buscado, embora não se saiba em quanto tempo essa situação vá ocorrer. A 35ª fase da Lava-Jato levou para a prisão temporária em Curitiba o homem que, ao lado de Dirceu, permitiu que o ex-torneiro mecânico chegasse ao Planalto.

Dirceu foi o responsável por abrir a cabeça do partido para compor alianças menos ortodoxas e aceitar, por exemplo, um empresário (José Alencar) como vice de Lula em 2002. E foi Palocci quem idealizou a Carta ao Povo Brasileiro, que amansou o PIB e provou que o PT, caso chegasse ao poder, não descumpriria contratos ou promoveria o calote na dívida externa.

Curiosamente, Palocci, ex-prefeito de Ribeirão Preto, até então, sequer fazia parte da cúpula petista. Herdou a vaga de coordenador do programa de governo após o assassinato do então prefeito de Santo André, Celso Daniel, em janeiro de 2002. [não pode ser olvidado que há fortes suspeitas, que logo produzirão denúncias,  do envolvimento do Lula, Gilberto Carvalho e do próprio Palocci no assassinato do ex-prefeito Celso Daniel.] Foi o responsável por conduzir o ajuste fiscal do primeiro mandato, ao lado do então presidente do Banco Central, Henrique Meirelles — hoje ministro da Fazenda do governo de Michel Temer.
Fonte: Correio Braziliense
 

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

PT exige que Dilma reescreva a ‘carta ao povo brasileiro’ – aquela que elegeu o estrupício do Lula; só que agora ao contrário – anulando os compromisso da anterior



PT agora quer de Dilma 'Carta ao Povo Brasileiro' às avessas
Partido quer que presidente use US$ 130 bilhões de reservas internacionais para combater a crise com um vigoroso pacote de infraestrutura e investimentos; Fazenda é contra

A cúpula do PT quer que a presidente Dilma Rousseff faça uma espécie de "Carta ao Povo Brasileiro" às avessas, desta vez não mais para atrair o mercado financeiro, como na campanha de Lula, em 2002, mas para indicar um novo rumo neste ano de eleições municipais. Até ministros do PT avaliam que o governo precisa de outra mensagem, que transmita esperança e estimule o setor produtivo. Não está fácil, porém, encontrar o melhor tom.

Com ou sem acordo, os petistas prometem redobrar a pressão pela queda dos juros. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, virou o novo alvo de críticas do PT. O partido prega, ainda, o uso de parte das reservas internacionais, hoje em US$ 370 bilhões, para reaquecer a economia. Pelos cálculos internos, se Dilma recorresse a US$ 130 bilhões de reservas, poderia combater a crise com um vigoroso pacote de infraestrutura e investimentos.

O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, é contrário à ideia, que, segundo dirigentes do PT, tem o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele é um dos maiores defensores de uma agenda "de impacto" para diminuir as incertezas na política e na economia. É aí que entraria o documento estabelecendo as prioridades de Dilma.

Na campanha de 2002, Lula lançou, em junho, a Carta ao Povo Brasileiro, feita sob medida para acalmar o mercado. Depois, no segundo mandato, quando a crise econômica mundial já mostrava suas garras, anunciou o Programa de Aceleração do Crescimento (PACo).

As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

O silêncio de Dilma




Melancólico final de ano vivido pelo Brasil! Somos objeto de escárnio e do descrédito internacional.
Vamos enfrentar as dificuldades de 2016 com as instituições engasgadas, sob o comando de quem produziu o caos.

Já fizemos desastrosas experiências com líderes carismáticos. Fomos do empresário bem acabado e milionário Collor ao operário mal acabado e pobretão Lula. Hoje não se sabe qual o mais abastado. Exceto pelos dois beneficiários, foi tudo em vão porque líderes carismáticos são causa de instabilidade e insegurança política. Embora tantos preguem diferente, a política pode passar muito bem sem pessoas assim. Ela precisa é de líderes capazes de conduzir competentemente o barco nacional. Nós temos Dilma Rousseff.

Entre honrosas exceções, a maioria dos políticos brasileiros cuidam do próprio barquinho. Essa condução, quando envolve interesse nacional, decide seu rumo sentindo para onde aponta o vento da opinião pública. Não são líderes, mas seres erráticos liderados por orientações mutáveis como as brisas, os ventos e os redemoinhos. Observem o PMDB e depois me digam se estou errado. Quantos deputados têm tutano para subir à tribuna e enfrentar a ira das galerias? Agora, a presidente Dilma. O governo petista, desde 2003, deu continuidade àquilo que o PT sempre foi - uma escola da mentira. Mentiam sobre si mesmos, sobre a História, sobre os outros destruindo injustamente muitas reputações, mentiam sobre suas reais intenções, sobre a conduta de suas referências internacionais.

Mentiram tanto que convenceram a maioria da sociedade que as demagógicas bandeiras e propostas com que atacavam todos os governos ao longo de seu caminho, trariam a prosperidade e a paz social. No entanto, às vésperas da eleição de 2002, rasgaram toda a parolagem num picador de papel e redigiram a famosa "Carta ao povo brasileiro". Nela, desmentiram-se publicamente. Quatro anos mais tarde passaram a desmentir a própria carta e, gradualmente, foram quebrando o país. Para esconder a quebradeira mentiram como nunca em 2014.

Melancólico final de ano vivido pelo Brasil! Somos objeto de escárnio e do descrédito internacional. Somos vistos como um país onde governantes roubam e deixam roubar. Ou você já viu algum alto dirigente do partido, ou gestor no governo, tomar a iniciativa de denunciar  pixulecos e falcatruas ocorridos sob seus olhos? Nosso governo enfrenta indizível rejeição popular e não renuncia. Apenas silencia.

O silêncio de Dilma no Natal, por exemplo, deve ter sido muito apreciado por sua fiel devota, a CNBB.  Sobre a reunião e confraternização das famílias e o espírito natalino, nenhuma palavra sequer da pessoa que deveria liderar o país. Nem mesmo genéricos votos de uma Noite Feliz. De Jesus, nem se fale. Agora, ao encerrar-se 2015, a presidente limitará sua fala à Nação, assim foi dito, a um artigo na Folha de São Paulo. Todo esse silêncio resulta de simples adição, cujas parcelas são: falta do que dizer, sentimento de rejeição, orgulho ferido, incompetência para o desempenho de suas funções. Se falar antes dos foguetes, leva panelaço. Se falar durante os foguetes, ninguém a ouvirá. Então, total silêncio desde o topo do poste.

Vamos enfrentar as dificuldades de 2016 com as instituições engasgadas, sob o comando de quem produziu o caos, tendo na presidência uma pessoa que confunde grosseria com autoridade, mau humor com seriedade, impeachment com golpe, mentira com verdade e verdade com mentira. É a receita certa para o fracasso.

Por tudo isso, o silêncio de Dilma é muito preferível à sua fala. Sua ausência desejada e sua presença incômoda.

Fonte: Percival Puggina - http://puggina.org/