Sabem
aquele clichê: “Seria cômico se não fosse trágico”?
Pois é… Sempre que a
gente é obrigado a atualizar um clichê, é sinal de que as coisas vão de
“mau a pior” (outro!) e que “corações e mentes” (meu Deus!) estão
contaminados. E será tanto pior se aquilo que vemos for só “a ponta do
iceberg” (diabos! Algo me tomou). Preciso, “a todo vapor” (argh) — não
seria “a toque de caixa” — sair desta. O mundo dos clichês é um “poço
sem fundo” se você prefere “a zona de conforto”…
[com certeza cumprirá, já que o deputado JAIR MESSIAS BOLSONARO é um homem acusado a cumprir as leis, mesmo quando não lhe pareçam certas.
Obviamente, que sendo a CF do Brasil uma Constituição 'cidadã', a 'constituição dos direitos' merece reparos e Bolsonaro cuidará para que sejam feitos dentro dos principios da legalidade.
Por óbvio uma Constituição que só em um dos seus artigos estabelece quase CEM direitos sem nenhum dever, tem que ser corrigida. Absurdo maior: os geniais constituintes de 88 (entre eles estava Lula, que com a esperteza das serpentes se recusou a assinar, hoje a CF é um dos poucos absurdos existentes no Brasil que Lula não contou com o apoio do Lula) acharam que o artigo 5º era tão absurdo que criaram o dispositivo CLÁUSULA PÉTREA, que impede que absurdos tipo o artigo citado possam ser modificados.
Mesmo sendo uma Constituição inviável é DEVER de todos os brasileiros cumprirem fielmente suas disposições, sendo reprovável que uma associação de juízes, a ANAMATRA, recomende a seus associados desobedecê-la.]
Jair
Bolsonaro, candidato sabe-se lá de qual partido, à Presidência da
República, divulgou a sua “Carta aos Brasileiros”… O que ela traz de
relevante? Nada. Lá está o nome de um economista, Adolfo Sachsida, que o
estaria orientando. Evidenciando que ele já seduz a economia, o texto
informa a existência de “um time de acadêmicos e profissionais que estão
integrando o nosso [deles] time. Os nomes, por ora, permanecem
secretos. Melhor assim.
Para
quem sabe ler, trata-se de um texto espantoso. Até quando tenta ser
bilu-teteia, Bolsonaro veicula truculências, embora o casca-grossa
machão, militar disciplinado e disciplinador e durão implacável seja
personagem criada para seduzir distraídos, não é? [o Brasil precisa de homens com capacidade de liderança, o que inclui, sem que implique em exclusividade, pulso firme e até um pouco de truculência faz bem.] Até agora, quem mais
ganhou com a militância de Bolsonaro foi a família Bolsonaro… Não
contei, mas acho que já há 7.753 bolsonarinhos eleitos…
O trecho mais sedutor da carta é este:
“Evidentemente que nenhum dos membros de nossa equipe defende ideias heterodoxas ou apreço por regimes totalitários.
Sabemos que estamos lidando com a vida e o futuro de centenas de milhões
de pessoas. Assim, afirmamos que, absolutamente, todas as propostas
serão pautadas pelo respeito aos contratos, respeito às leis e pelo
TOTAL respeito à Constituição Brasileira.”
De
saída, não sei o que faz lá aquele “evidentemente”. Sim, claro!, em
matéria de prática totalitária, Bolsonaro é só um bufão de segunda
categoria. Mas isso não significa que não possa ser porta-voz de teses
totalitárias. E ele é.
Será
que devemos ser gratos a Bolsonaro porque ele promete que, se eleito,
terá “TOTAL respeito à Constituição Brasileira”? E que se note: não é um
respeito qualquer. É tudo em maiúsculas, em caixa alta! [cabe o destaque dado na nota ao fiel cumprimento da Constituição;
afinal, vivemos em um País em que o Supremo ignora dispositivo constitucional e retroage leis que aplicam punições, portanto, penas;
associação de juízes recomenda a seus associados não cumprir uma lei regularmente processada no Congresso Nacional, sancionada pelo presidente da República, em plena vigência e não contestada no STF;
Temos vários outros exemplos. Com rol tão extenso de descumprimento as leis, inclusive ao Texto Constitucional, é mais que conveniente que qualquer candidato assuma logo no inicio da campanha o compromisso que cumprirá as leis, especialmente a Constituição.]
Então podemos ficar tranquilos: se eleito, ele não vai dar golpe de Estado.
A
carta revela aquilo que pretende esconder. Quem caiu vítima da teia do
“bolsonarismo” nas redes sociais sabe do que são capazes seus
militantes, com o auxílio de perfis robôs. Quem vê a sua produção no
Youtube constata que não se pode questionar Bolsonaro sem que se produza
em resposta um vídeo em que o “mito” — tenha paciência!!! — acaba com o
adversário. Os verbos escolhidos sempre sugerem a eliminação do
oponente.
Essa
conversa mole não tem a menor importância. O bolsonarismo, como
pensamento ou tendência, não existe. O que se tem de presente e real é a
gritaria das redes, com aqueles seres inteligentes a pregar que se
enforque o último comunista com a tripa do último gay. Sempre deixando
claro que eles decidem quem é “comunista” e quem é “gay”.
E
tudo isso, claro, de arma na mão porque, afinal, o desarmamento da
população não passa de uma tramoia do comunismo internacional…
A propósito: Sachsida já ensinou a Bolsonaro o que é o “tripé macroeconômico”?
Segue a carta:
“Comunicado aos cidadãos do Brasil:
Nos
últimos dias o Dr. Adolfo Sachsida foi apresentado pela imprensa como o
‘conselheiro’ do deputado Jair Bolsonaro. Conforme nota já divulgada,
houve sim conversas com o talentoso economista.
Também entendemos o interesse da sociedade pela equipe de acadêmicos e profissionais que estão integrando nosso time.
Nesse
sentido, podemos antecipar que já contamos com um sólido grupo,
composto por professores de algumas das melhores universidades do Brasil
e da Europa. Indivíduos que são referência na academia, com vários
papers publicados em revistas ranqueadas, com larga experiência
profissional e sem máculas em seus respectivos históricos.
Evidentemente que nenhum dos membros de nossa equipe defende ideias heterodoxas ou apreço por regimes totalitários.
Sabemos
que estamos lidando com a vida e o futuro de centenas de milhões de
pessoas. Assim, afirmamos que, absolutamente, todas as propostas serão
pautadas pelo respeito aos contratos, respeito às leis e pelo TOTAL
respeito à Constituição Brasileira.
Um
amplo trabalho vem sendo desenvolvido há alguns meses e já existiram
dezenas de reuniões. Não se tratando de algo rápido ou superficial.
Sabemos
do momento dramático pelo qual o Brasil atravessa e estamos cientes que
o nome de Jair Bolsonaro representa esperança de dias melhores para
mais de duzentos milhões de brasileiros. Todavia, pedimos um pouco mais
de paciência a todos, para que tudo seja feito de forma profissional,
séria e ética. Como sempre será feito!
Brasil acima de todos e Deus acima de tudo.”