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terça-feira, 16 de março de 2021

Alemanha, Itália e França suspendem o uso da vacina da AstraZeneca

Pausa nas aplicações está ligada a relatos de aparecimento de coágulos no sangue de pessoas que receberam o imunizante

Alemanha, Itália e  França passaram a integrar a lista de países que anunciaram pausas na aplicação da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca. Na semana passada, Noruega, Dinamarca e Islândia também fixaram restrições temporárias em relação ao mesmo imunizante. As decisões estão baseadas em medidas de “precaução” após relatos de aparecimento de coágulos sanguíneos em pessoas que receberam doses do imunizante.

A decisão, porém, está em desacordo com o que diz a rigorosa agência da saúde da União Europeia, a EMA. Em comunicado recente, a entidade afirmou que os benefícios da vacina seguem superiores aos seus riscos. Além disso, esclareceu que não há indícios claros que a vacinação tenha causado essas condições de saúde, que não estão originalmente listados como efeitos adversos da vacina. Em nota, a EMA afirmou que “o número de eventos tromboembólicos em pessoas vacinadas não é maior do que o número observado na população em geral. Em 10 de março de 2021, 30 casos  de eventos tromboembólicos foram relatados entre cerca de 5 milhões de pessoas vacinadas com o imunizante”.

A AstraZeneca também esclareceu, tão logo ocorreram as primeiras restrições, que “a segurança da vacina foi amplamente estudada em ensaios clínicos de Fase I, II e III, e os dados revisados por consultores externos confirmam que a vacina foi geralmente bem tolerada”. Mais um posicionamento da agência é esperado para a terça-feira 16, quando a França decidirá se mantém a suspensão.

Clique aqui, ou aqui para saber mais 

Saúde - Mariana Rosário - VEJA


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

A política que mata - Fernando Gabeira

In Blog

Há muito tempo que gostaria de escrever sobre outra coisa: a dimensão do realismo fantástico num país em que o presidente acha que vacina nos transforma em jacaré, oferece hidroxicloroquina para a ema do palácio e manda os jornalistas enfiarem uma lata de leite condensado no rabo. Mas a urgência do drama proíbe digressão. Não absorvemos bem o que aconteceu em Manaus. Não quero dizer apenas que era necessário avaliar os estoques de oxigênio, planejar, em termos estratégicos, a produção e o consumo desse elemento vital.

Pazuello foi a Manaus defender a cloroquina e não percebeu a gravidade da falta de oxigênio. Quando percebeu a gravidade da falta de oxigênio, tarde demais, não percebeu outro fato decisivo: a presença de uma nova variante do coronavírus. Desde quando os japoneses sequenciaram o mapa dessa variante em turistas que chegaram da Amazônia, era preciso acionar o alarme. A variante brasileira tem características, ao que parece, semelhantes às mutações encontradas na Inglaterra e na África do Sul.

Todos se adaptaram de tal forma que podem se propagar com mais facilidade. Boris Johnson imediatamente decretou um lockdown para conter a nova onda que estava a caminho. No Brasil, confirmada a existência da variante, não houve um debate nacional sobre o que fazer diante desse novo perigo. [debate nacional? com ou sem distanciamento social? jetom para os especialistas em nada? virtual ou presencial?o know-how dos contadores de cadáveres seria considerado?] Na verdade, a variante brasileira é mais destacada nos jornais estrangeiros do que nos nossos.

Parece que, no Brasil de Bolsonaro, adotamos aquele velho lema: desgraça pouca é bobagem. Pazuello decidiu transferir os doentes de Manaus sem cuidados especiais de segurança. O aeroporto de Manaus durante algum tempo foi muito usado pelas UTIs aéreas que saíam do estado com os doentes mais ricos. Somente Roraima e Pará, dois estados limítrofes, tentaram erguer uma tímida barreira sanitária. A variante já apareceu em São Paulo e no Rio Grande do Sul, sem contar seus voos mais longos: Estados Unidos e Alemanha.

Os voos do Brasil para Portugal foram suspensos. Biden manteve as restrições à entrada de brasileiros. Muitos já notaram que Pazuello errou ao receitar hidroxicloroquina. Está sendo questionado por isso. Errou ao ignorar o avanço da crise de oxigênio, algo que não acontece de um momento para outro. Mas não estamos cobrando do governo um projeto para conter a variante amazônica no norte do país. Na verdade, nem se toca no assunto, como se o vírus mutante fosse brasileiro e já tivesse o direito de circular livremente pelo nosso território.

Muito menos nos espantamos com o fato de os japoneses terem sequenciado e anunciado a variante. Na Fundação Oswaldo Cruz em Manaus, já era conhecida. Mas a verdade é que rastreamos pouco, sequenciamos pouco, por falta de recursos. O negacionismo da política de Bolsonaro não se limita a tiradas verbais. Ele tem uma tosca base teórica. Prefere gastar com remédios a gastar com vacina e não se preocupa com testes. Milhares deles foram abandonados num galpão de São Paulo. O que adianta conhecer e monitorar? O que adianta sequenciar mutações de vírus?

Pelo que li, o governo já sabe que uma nova onda virá, dobrando o número de mortos. Diz que vai correr atrás da vacina. Para milhares de vidas, será tarde demais. Quando Bolsonaro pagará por isso? Quem quiser pesquisar desde o início as frases, decisões, atitudes, omissões vai recolher um acervo, mais amplo ainda do que o enviado ao Tribunal Internacional.[demorou, mas estão começando = tentativas dos inimigos do Brasil de responsabilizar o presidente Bolsonaro pela entrada do vírus chinês no Brasil;  de algum tempo questionamos quando o governo Bolsonaro, mais especificamente o presidente Bolsonaro seria responsabilizado pelo coronavirus e todos os seus malefícios. Começam a - o cidadão, a pessoa física, que foi escolhida para presidir o Brasil - cogitar de acusá-lo. Faz tempo que versões de fatos são levemente adaptadas abrindo espaço para tentar responsabilizar o presidente Bolsonaro. Semana passada, um artigo buscou insinuar que o presidente Bolsonaro em viagem que realizou a Miami, ao voltar para o Brasil, trouxe o vírus; já  um grupo de procuradores aposentados, na busca de passar o tempo que lhes sobra, situação proporcionada pelo ócio que custeamos com nababescas aposentadorias, apresentaram uma acusação contra o presidente da República. Algo até cômico,  desrespeitoso mesmo, por apresentar apenas versões adaptadas de fatos e suposições.O currículo de alguns dos inativos indica bem o destino da acusação.

Tem cão danado que acusou Bolsonaro de crime ambiental, quando bateu com uma caixa vazia de cloroquina em uma ema do Palácio da Alvorada.]

Quando vejo Pazuello respondendo ao TCU pela compra da cloroquina, à PF pela omissão em Manaus, a sensação que tenho é de que tudo é um único e indivisivel processo: a história da negação e as mortes que ela produz diariamente no Brasil. E ele é apenas o homem que obedece.

Blog do Gabeira - Fernando Gabeira, jornalista 

Artigo publicado no jornal O Globo em 01/02/2021


domingo, 9 de agosto de 2020

Tocar a vida? - Vera Magalhães

O Estado de S.Paulo


Única forma de seguir o conselho de Bolsonaro é punir responsáveis por nossa tragédia

Tá chegando em 100 mil (talvez hoje). Mas vamos tocar a vida e buscar uma maneira de se safar disso daí.” A frase, já inscrita na Enciclopédia Geral da Infâmia que Jair Bolsonaro resolveu compor durante a pandemia do novo coronavírus, foi dita por um presidente serelepe ao lado de um ministro interino da Saúde bonachão na última quinta-feira, numa das lives que ele insiste em impingir a um País traumatizado. O número que ele previu como quem joga no bicho, depois de com a mesma sem-cerimônia dizer, lá no início da pandemia, que os mortos não chegariam a 800, não chegou naquele dia, mas o vaticínio nefasto se cumpriu neste fim de semana. 

A única maneira aceitável de “tocar a vida” para que o Brasil não saia dessa tragédia ainda mais dilacerado em todas as suas dimensões é apontar as omissões, as ações criminosas, os ardis políticos e autoritários e o cinismo que nos jogaram nesse buraco, e apontar e punir em todos os fóruns cabíveis os responsáveis por ela. A começar por esse presidente que insiste em cuspir na cara daqueles que deveria governar perdigotos de imbecilidade com relação a uma situação que não faz a menor ideia de como ao menos tentar mitigar. Ele olha para a cara de uma Nação em que mais de 3 milhões foram oficialmente infectados e 100 mil perderam a vida e dá de ombros, como se esses números num intervalo de menos de seis meses fossem toleráveis.
[atualizando: 
o número de 100 mil, oficialmente, mortos pela covid-19, foi alcançado ontem e lembrado das mais variadas formas - houve até memória antecipada: o número foi alcançado no final da tarde de sábado, 8, e na praia de Copacabana houve 'lembrança' pela manhã.
Foi decretado luto oficial nos Poderes Legislativo e Judiciário, ex-ministro aproveitou a ocasião, buscando ser lembrado na tentativa inútil de adiar seu ocaso político. (o que conseguiu foi fornecer à SECOM-PR um 'gancho' para informar o muito que o Poder Executivo da União obteve de êxitos no combate à pandemia.
Esqueceram o Alcolumbre, que também lembrou do infausto acontecimento, fingindo esquecer que quando um juiz autorizou que os recursos dos inúteis Fundos Eleitoral e Partidário fossem utilizados no combate ao coronavírus, foi ele que na condição de presidente do Senado recorreu a instância superior e conseguiu a revogação da autorização.
Quanto ao presidente Bolsonaro só resta aconselhar para que os responsáveis pela tragédia sejam punidos - ele é chefe apenas do Poder Executivo e os culpados estão nos dois outros Poderes (que são, ou deveriam ser, harmônicos e independentes entre si), nos municípios e nos estados.] 

Nenhum governante do Brasil, dos mais nocivos que já passaram por aquela cadeira eleitos ou usurpando-a, teve em relação aos problemas que enfrentou ou provocou a desídia de Bolsonaro. Ele nem sequer finge que está tomando qualquer providência. Jair Messias Bolsonaro mente diariamente ao dizer que o Supremo Tribunal Federal impede o governo federal de coordenar a resposta à pandemia. Deveria ser advertido ou punido pelo próprio STF por isso, pois esta não foi a decisão da Corte. Em um País sério um presidente jamais repetiria essa empulhação sem que fosse admoestado, sequer.

Jair Messias Bolsonaro mente diariamente ao dizer que cloroquina e hidroxicloroquina têm efeito para tratar covid-19. Ele atenta contra a saúde pública ao impor ao Ministério da Saúde acéfalo um protocolo sem nenhum amparo científico indicando esses remédios para casos leves e moderados. Ninguém responsabiliza o presidente e o ministro, o Conselho Federal de Medicina não vai à Justiça, e o tal protocolo anticientífico está em vigor há mais de 3 meses. O STF, o Ministério Público e o Congresso apenas assistem. [se o presidente Bolsonaro dá um espirro mais forte e seus inimigos vêem possibilidade de acusá-lo, a acusação ocorre imediatamente; 
o silêncio dos órgãos citados pode ter como causa que o protocolo não é criminoso;
Crime ocorrerá, quando uma vacina, comprovadamente, eficaz  for fabricada e alguma autoridade - incluindo o presidente da República - proibir o seu uso, compelindo ao uso de outro produto.
Até o presente momento o tratamento da covid-19 tem sido feito via adaptação de várias drogas medicamentosas.]
Jair Messias Bolsonaro promoveu aglomerações, cumprimentou pessoas depois de tossir e assoar o nariz com a mão, anunciou que estava coronado diante de repórteres e câmeras e tirou a máscara para isso, cumprimentou garis sem máscara já doente. Ele comete essas nojeiras diante de um País enlutado, traumatizado, desamparado. É aplaudido por um grupo de celerados e não é impedido por algum dos muitos encarregados pela Constituição de contê-lo e lembrá-lo de que ele tem de governar, e não mostrar cloroquina para a ema.

Jair Messias Bolsonaro não decretou luto oficial quando os mortos foram mil, cinco mil, dez mil, vinte mil, cinquenta mil, cem mil. Ele assiste a esse número de vítimas, pessoas que tinham vidas, sonhos, famílias e planos como quem acompanha entediado uma partida de futebol comezinha com uma daquelas camisas de time falsificadas que adora envergar.

Jair Messias Bolsonaro condena o Brasil a ser um dos piores países do mundo na chaga da covid-19 e se fia na conta cínica de que os pobres coitados socorridos com auxílio emergencial vão lhe reeleger em 2022, sua única preocupação genuína. E quem deveria responsabilizá-lo assiste a todas essas atrocidades com cara de paisagem.
[uma vida importa, isto não se discute. 
Só que decretar luto oficial, fazer pronunciamento, emitir nota oficial em nada vai alterar a tragédia. 
Sem ser motivo de regozijo, mas, em prol da notícia, apresentamos alguns dados sobre número de mortos:
"A taxa de óbitos no país (48 por 100 mil) é, no momento, menor que as registradas na Bélgica (86), Reino Unido (70), Peru (64), Espanha (61), Itália (58) ou Suécia (57). 
Na faixa brasileira estão o Chile (53), os EUA (49) e o México (40). 
Por razões aleatórias, algumas áreas de elevada urbanização, na Espanha, na Itália, na França, na Bélgica, na Suécia e nos EUA, sofreram extensivos contágios na etapa oculta da pandemia. No Brasil, isso parece ter ocorrido com São Paulo, Rio, Fortaleza, Recife e Manaus. Depois desse impacto, com lockdown (Itália, Espanha, França) ou sem ele (Suécia)o gráfico de óbitos já estava traçado, ao menos em linhas gerais." (CONFIRA, CLICANDO AQUI)
ou
Fonte: Demétrio Magnolli - Folha de S.Paulo.]

Vera Magalhães, colunista - O Estado de S. Paulo