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quinta-feira, 25 de maio de 2023

Lula aprova o arcabouço fiscal, mas recebe advertência do Congresso - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia

Vejam só, foi preso um major da Polícia Militar que estava de serviço, no dia 8 de janeiro. Foi preso pela Polícia Federal a mando da Justiça Civil, sob a acusação de que ele teria facilitado o acesso aos prédios do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo.

Não foi prisão em flagrante, porque isso aconteceu em 8 de janeiro. Não sei se há provas, mas ele não está condenado, mas foi preso, portanto, prisão preventiva. 
A prisão preventiva é para aqueles que podem acabar com provas ou vão pressionar testemunha, ou ainda quando há o risco de cometerem o mesmo crime. 
De tudo isso eu pergunto o seguinte: não tem mais justiça militar, não? Cadê o Superior Tribunal Militar? Eu não sei, parece que tem lá um presidente que está cego, surdo e mudo.[e que possui extrema boa vontade com o ex-presidiário que preside o Brasil; deve estar confundindo que em seu atual cargo deve agir da mesma forma que agia quando era piloto do apedeuta presidente.]  Muito estranho.
 
MPs do Lula na berlinda
Outra coisa, houve uma reunião antes da aprovação do arcabouço, entre os presidentes da Câmara, do Senado e o ministro da Fazenda
E o ministro da Fazenda ouviu uma advertência para o governo. 
Lira e Pacheco disseram para ele que o governo não deve continuar a tentar de derrubar coisas que já foram aprovadas pelo Congresso Nacional como a autonomia do Banco Central, a privatização da Eletrobras e o marco de saneamento.  
Ou seja, não mexam nisso, porque afinal, não disseram, mas está muito claro, tem aí um monte de medida provisória do presidente Lula - nove - que se chegar até 1º de junho e a gente não fizer nada com elas, elas caducam, perdem o valor, inclusive essa em que criou 37 ministérios, e já estão mudando as medidas provisórias.
 
Por exemplo, o Coaf, aquele controle de movimentação financeira, volta para o Banco Central, que o presidente Lula tirou e botou no Ministério da Fazenda para ficar com a mão política em cima. 
O BC é autônomo em relação ao governo. 
Conab, que é a força do Ministério da Agricultura, que faz o levantamento de safra, comercialização, tudo isso, estava nas mãos do ministro do Desenvolvimento Agrário, que é o ministro do MST, e volta para o Ministério da Agricultura
Demarcação de terras indígenas estava nas mãos de Sônia Guajajara, que é ministra dos Povos Indígenas. [agora está no Ministério da Justiça, que, apesar do atual ministro, é o adequado para cuidar do assunto.]
 
Sai de lá. O cadastro ambiental agrário, estava nas mãos de Marina Silva - que chamou o agro ontem de ogro - vai sair também. 
E mais, pode ser aberta uma porteira pra passar um boi e depois passar boiada. Pode ser derrubado um decreto do presidente, na Câmara, por um decreto legislativo, que é a dispensa de visto para turistas canadenses, japoneses, australianos e americanos. 
Eu vejo aqui em Lisboa, a cidade está cheia de americanos, cheia de dólares, e aqui não tem Foz do Iguaçu, não tem Pantanal, enfim, o Congresso, como disse Lira, é conservador. 
O governo se diz progressista. Então abre o olho.

Petrobrás fora do mundo
Por fim, queria lembrar vocês, está tudo muito bem, novos preços da Petrobras, sem a paridade internacional. De imediato a alegria, só que a longo prazo, o perigo é o seguinte
Nós não temos capacidade de refino, de tudo que consumimos aqui. 
Então a gente importa, só que quem importa, importa o preço internacional. 
Foi isso que Pedro Parente, quando presidia a Petrobras no governo Temer, percebeu. 
Por isso, saneou a Petrobras, fazendo a paridade com o preço internacional. 
Não sendo feito isso, ninguém mais vai importar para perder, porque vai importar a cinco, e ter que vender a quatro, porque a Petrobras vende a quatro. 
Aí, a consequência da não importação do combustível para o nosso consumo é o desabastecimento. Esse é o risco a longo prazo.

Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

A política que mata - Fernando Gabeira

In Blog

Há muito tempo que gostaria de escrever sobre outra coisa: a dimensão do realismo fantástico num país em que o presidente acha que vacina nos transforma em jacaré, oferece hidroxicloroquina para a ema do palácio e manda os jornalistas enfiarem uma lata de leite condensado no rabo. Mas a urgência do drama proíbe digressão. Não absorvemos bem o que aconteceu em Manaus. Não quero dizer apenas que era necessário avaliar os estoques de oxigênio, planejar, em termos estratégicos, a produção e o consumo desse elemento vital.

Pazuello foi a Manaus defender a cloroquina e não percebeu a gravidade da falta de oxigênio. Quando percebeu a gravidade da falta de oxigênio, tarde demais, não percebeu outro fato decisivo: a presença de uma nova variante do coronavírus. Desde quando os japoneses sequenciaram o mapa dessa variante em turistas que chegaram da Amazônia, era preciso acionar o alarme. A variante brasileira tem características, ao que parece, semelhantes às mutações encontradas na Inglaterra e na África do Sul.

Todos se adaptaram de tal forma que podem se propagar com mais facilidade. Boris Johnson imediatamente decretou um lockdown para conter a nova onda que estava a caminho. No Brasil, confirmada a existência da variante, não houve um debate nacional sobre o que fazer diante desse novo perigo. [debate nacional? com ou sem distanciamento social? jetom para os especialistas em nada? virtual ou presencial?o know-how dos contadores de cadáveres seria considerado?] Na verdade, a variante brasileira é mais destacada nos jornais estrangeiros do que nos nossos.

Parece que, no Brasil de Bolsonaro, adotamos aquele velho lema: desgraça pouca é bobagem. Pazuello decidiu transferir os doentes de Manaus sem cuidados especiais de segurança. O aeroporto de Manaus durante algum tempo foi muito usado pelas UTIs aéreas que saíam do estado com os doentes mais ricos. Somente Roraima e Pará, dois estados limítrofes, tentaram erguer uma tímida barreira sanitária. A variante já apareceu em São Paulo e no Rio Grande do Sul, sem contar seus voos mais longos: Estados Unidos e Alemanha.

Os voos do Brasil para Portugal foram suspensos. Biden manteve as restrições à entrada de brasileiros. Muitos já notaram que Pazuello errou ao receitar hidroxicloroquina. Está sendo questionado por isso. Errou ao ignorar o avanço da crise de oxigênio, algo que não acontece de um momento para outro. Mas não estamos cobrando do governo um projeto para conter a variante amazônica no norte do país. Na verdade, nem se toca no assunto, como se o vírus mutante fosse brasileiro e já tivesse o direito de circular livremente pelo nosso território.

Muito menos nos espantamos com o fato de os japoneses terem sequenciado e anunciado a variante. Na Fundação Oswaldo Cruz em Manaus, já era conhecida. Mas a verdade é que rastreamos pouco, sequenciamos pouco, por falta de recursos. O negacionismo da política de Bolsonaro não se limita a tiradas verbais. Ele tem uma tosca base teórica. Prefere gastar com remédios a gastar com vacina e não se preocupa com testes. Milhares deles foram abandonados num galpão de São Paulo. O que adianta conhecer e monitorar? O que adianta sequenciar mutações de vírus?

Pelo que li, o governo já sabe que uma nova onda virá, dobrando o número de mortos. Diz que vai correr atrás da vacina. Para milhares de vidas, será tarde demais. Quando Bolsonaro pagará por isso? Quem quiser pesquisar desde o início as frases, decisões, atitudes, omissões vai recolher um acervo, mais amplo ainda do que o enviado ao Tribunal Internacional.[demorou, mas estão começando = tentativas dos inimigos do Brasil de responsabilizar o presidente Bolsonaro pela entrada do vírus chinês no Brasil;  de algum tempo questionamos quando o governo Bolsonaro, mais especificamente o presidente Bolsonaro seria responsabilizado pelo coronavirus e todos os seus malefícios. Começam a - o cidadão, a pessoa física, que foi escolhida para presidir o Brasil - cogitar de acusá-lo. Faz tempo que versões de fatos são levemente adaptadas abrindo espaço para tentar responsabilizar o presidente Bolsonaro. Semana passada, um artigo buscou insinuar que o presidente Bolsonaro em viagem que realizou a Miami, ao voltar para o Brasil, trouxe o vírus; já  um grupo de procuradores aposentados, na busca de passar o tempo que lhes sobra, situação proporcionada pelo ócio que custeamos com nababescas aposentadorias, apresentaram uma acusação contra o presidente da República. Algo até cômico,  desrespeitoso mesmo, por apresentar apenas versões adaptadas de fatos e suposições.O currículo de alguns dos inativos indica bem o destino da acusação.

Tem cão danado que acusou Bolsonaro de crime ambiental, quando bateu com uma caixa vazia de cloroquina em uma ema do Palácio da Alvorada.]

Quando vejo Pazuello respondendo ao TCU pela compra da cloroquina, à PF pela omissão em Manaus, a sensação que tenho é de que tudo é um único e indivisivel processo: a história da negação e as mortes que ela produz diariamente no Brasil. E ele é apenas o homem que obedece.

Blog do Gabeira - Fernando Gabeira, jornalista 

Artigo publicado no jornal O Globo em 01/02/2021


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Política em tempos de vírus - Fernando Gabeira

Em Blog
 
Antes que venha o carnaval, aproveito para especular sobre a política e o coronavírus. Ficou um pouco no ar um debate sobre que tipo de governo consegue lidar melhor com a epidemia.  Os chineses fizeram um hospital em dez dias, e alguns analistas acharam que isso era uma vantagem de um governo autoritário: não precisava de trâmites burocráticos da democracia. Acontece que a própria democracia tem meios de suprimir sua lentidão quando se trata de uma emergência nacional. Os japoneses, por exemplo, demonstraram rapidez na recuperação do país dos estragos provocados pelo tsunami. [antes de começar, lembramos aos nossos dois leitores, que somos radicalmente contra o comunismo.
Mas, certas verdades precisam ser apontadas, ainda que o façamos com certa contrariedade. O comunismo tem centenas de defeitos, mas, apresenta uma grande vantagem: caminha em paralelo com um regime forte. (especialmente o comunismo de agora -  o que tentaram estabelecer no Brasil em 64, se notabilizou por atingir naquela época o número de mais de 100.000.000 de mortos. Stálin, foi UM dos muitos tiranos, incluindo Mao, Pol Pot - em quatro anos, 75/79, matou mais de um  1,5 milhão de cambojanos.
Não existe comunismo bom, mas o chinês usa alguma coisa menos danosa do comunismo e aplica no capitalismo.)
A rapidez dos japoneses, foi aplicada sobre os efeitos já havidos de um tsunami, com área e danos já definidos.

A rapidez dos chineses, foi aplicada com eficiência, para conter um vírus desconhecido, altamente contagioso, sem nenhum limite definido. Detalhe: as medidas de contenção estão dando certo. Há risco de propagação se o vírus alcançar países democratas - em que tudo é discutido, rediscutido, judicializado. 
O Brasil, na década de 70, conteve uma epidemia de meningite sem alarde.
Um hospital com mais de 2.000 leitos em 10 dias  e outro 50% maior em igual prazo e isolar 12.000.000 de pessoas são  algo que, definitivamente, não se faz com democracia. Fossem tentar, a epidemia virava pandemia e nada acontecia.
Um exemplo bem menor: o governador do DF está 'governando' há 14 meses e ainda não conseguir definir em qual local de Ceilândia - cidade satélite do DF - vai construir um segundo hospital.]
 
Um outro argumento, em muitos textos ocidentais, afirmava que só um país como a China tinha o poder de isolar 12 milhões de pessoas.  Possivelmente, muitos países falhariam em isolar tantas pessoas. No entanto, a própria China falhou de uma certa forma em Wuhan. Cinco milhões de pessoas deixaram a cidade, segundo o prefeito demissionário, antes que ela fosse isolada. Um dos fatores que dificultaram Wuhan reconhecer a expansão do vírus era precisamente o medo da burocracia local de comunicar à burocracia nacional um fato tão grave. A tendência é esconder. O medico Li Wenliang, que chamou a atenção para a propagação do coronavírus, foi visitado pela polícia política e forçado a admitir que propagava fake news. Depois de sua morte, tornou-se um herói popular. Mas o que aconteceu com ele mostra a fragilidade maior dos regimes autoritários ao lidar com esta questão: a falta de transparência.

Há um elo entre transparência e cooperação. O modelo democrático que valoriza a transparência tem melhores condições de atrair a energia popular e avançar com o seu consentimento. Uma resposta a uma epidemia nunca será perfeita. Entre o viés autoritário e o democrático, continuo achando que o segundo tem mais eficácia.
Mas, para que a resposta funcione na plenitude, é preciso também que a democracia ande a pleno vapor. As autoridades brasileiras, por exemplo, não escondem as grandes tragédias urbanas provocados pela chuva.

No entanto, não assumem suas consequências. Não reconhecem a fragilidade da infraestrutura, não admitem seu longo descaso, muito menos começam a adotar as medidas quase que consensuais entre os que estudam o impacto desses eventos extremos.  Espera-se muito das eleições municipais. Para se desfazer da complicação do tema, diz-se: é um ano de eleição, é preciso escolher bem.  Mas os candidatos pouco podem fazer sem uma compreensão de que o tema transcende ao âmbito municipal. Seria preciso que todas as dimensões do poder se dessem conta. E, é claro, que a própria sociedade se envolvesse na sua autodefesa.

Outro dia vi a história repetida por Bolsonaro sobre a troca de povos, japoneses para cá, brasileiros para lá. O sonho de trocar de povo tem sido recorrente. Na visão onírica, o povo deveria trabalhar e ser disciplinado como os japoneses. E não gastar dinheiro na Disney. Os dados inquietantes sobre a crise ambiental passam um pouco em branco, como a temperatura de 20 graus na Antártica. Os acontecimentos na China nos estimulam a buscar saídas para essas armadilhas circulares: o governo sonha com outro povo, o povo sonha com outro governo.  Assim como nas cidades, a resposta transcende à escolha eleitoral. Pede mudanças mais amplas. Na verdade, uma adaptação à nova realidade.

Não pretendo esgotar o tema, muito menos diminuir a importância das eleições. Mas só uma grande transformação cultural dará conta dessas mudanças que alteraram as bases da vida no planeta.  Mesmo sem mitificar a ciência, já no princípio do século, achava que o caminho de uma política adequada dependeria de uma sólida aliança com os cientistas.  Hoje, ao ver um governo que se distancia deliberadamente da ciência, não creio que o obscurantismo triunfou. Ele apenas torna mais difícil uma tarefa que, mesmo ao lado do melhor conhecimento científico, é uma das mais complexas que a imaginação política já enfrentou.

Blog do Gabeira - Fernando Gabeira, jornalista

 Artigo publicado no jornal O Globo em 17/02/2020


quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Valec e EPL, estatais e imortais - Elio Gaspari

Folha de S. Paulo - O Globo

Valec e EPL, estatais que resistem à extinção 

Fusão pode ter bom resultado ou ser troca de três pares por meia dúzia - Empresas sobreviverão ao primeiro ano do governo Bolsonaro 

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, anunciou que o governo estudará a fusão de três estatais: a Infraero, a Valec, e a ELP. Para quem recebe essa notícia, noves fora os padecimentos que já sofreu nos aeroportos, as duas outras siglas são sopa de letras. Olhando-se de perto, são uma aula. A Valec é uma estatal que cuida de ferrovias desde o século passado. Em 1987 o repórter Janio de Freitas denunciou vícios na sua concorrência para a Norte-Sul. (Ela ainda não está pronta, mas deixa pra lá.) No mandarinato petista a Valec ficou com o projeto do trem-bala que ligaria o Rio de Janeiro a São Paulo. Maluquice sem par, não tinha projeto nem empreiteiros querendo entrar no delírio.  Ficaria pronto para a Copa de 2014, ou, a mais tardar, para a Olimpíada de 2016. A concessão foi a leilão e não teve interessados. A estatal foi entregue ao ex-deputado José Francisco das Neves, mais conhecido como “Doutor Juquinha”. Essa pérola tinha mais funcionários no Rio do que em Brasília, onde ficava sua sede. 

[Presidente Bolsonaro! 
falavam e falam o diabo do Sarney - a maior parte do falatório com razão. 
Mas, uma coisa precisa ser dita: ele sabia, e ainda sabe,  respeitar a liturgia do cargo de presidente da República.
O senhor ainda deixa sua preferência por um bom debate, conspurcar a liturgia do cargo que o senhor exerce = é o Presidente da República, eleito pela vontade soberana de quase 60.000.000 de eleitores e, em termos humanos, o senhor só perde a reeleição em 2022 dependendo de sua própria vontade e conduta.
Discutir com criminoso condenado, em liberdade temporária, é algo que um presidente da República deve se autoproibir.

O senhor bateria boca com Marcola? com Elias Maluco? com Fernandinho Beira-mar?  Claro que não.
Da mesma forma que sentido tem o senhor bater boca com o condenado petista - momentaneamente, fora da cadeia?

Após essa longa entrada, vamos ao que interessa.
Tem briga da qual não se pode fugir. O senhor NÃO DEVE EVITAR a briga com a 'imortalidade' das estatais do título - tome como coisa pessoal, briga de foice no escuro, e extinga as três estatais.
Nada de fusão. Extinga as três e funda os 'restos mortais' na mesma cova.]


Felizmente, o BNDES e o Tribunal de Contas travaram o trem-bala, mostrando que numa das pontas estavam espertalhões italianos. A essa altura, a papelada do trem já havia custado R$ 63 milhões. Em 2012 “Doutor Juquinha” foi para a cadeia. Solto, viu-se condenado a nove anos de prisão e foi novamente preso. Colecionou maracutaias. O trem-bala sumiu da propaganda por algum tempo mas, em 2012, seu projeto mudou-se para uma nova estatal que acabara de ser criada, a EPL ou Empresa de Planejamento de Logística. Ela comandaria R$ 133 bilhões em investimentos, inclusive para o trem. A EPL encarnaria uma revolução, e seu presidente prometia zerar os investimentos em infraestrutura em cinco anos. Como representava o início de um novo mundo, o trem seria privatizado, pois havia japoneses e coreanos interessados. Mais: ele poderia ir até Campinas e talvez, com menor velocidade, ligasse São Paulo a Belo Horizonte, Curitiba e Brasília.
Em 2015 o trem-bala foi para o arquivo, mas a EPL, como o Fantasma das Selvas, mostrou que era imortal. A essa altura o comissariado petista fumava a ideia da Ferrovia Transoceânica, que ligaria o Atlântico ao Pacífico, com dinheiro dos chineses. Foi uma fantasia vexaminosa. 

Em 2017 a EPL tinha 143 funcionários, uma mixaria diante da Valec, com 1.027.
Em fevereiro o ministro Tarcísio de Freitas anunciou a inexorável extinção da Valec, e seu colega Paulo Guedes defendeu o fechamento da EPL. Não rolou. Quanto à Infraero, seria desossada depois da privatização de 44 aeroportos. Também não rolou.

O ministro Tarcísio conhece as malhas da burocracia da Infraestrutura. Sua última ideia não tem a retumbância das promessas de início de governo. Uma coisa é certa: a Infraero, a EPL e a Valec sobreviverão ao primeiro ano do governo Bolsonaro, pois os estudos da fusão poderão se estender até o fim do primeiro semestre de 2020. A fusão dessas três estatais poderá produzir um bom resultado, poderá também ser uma troca de três pares por meia dúzia. Conhecendo-se o passado da trinca e, sobretudo da dupla Valec/EPL, fica o risco de se planejar um cruzamento de tatu com tartaruga e urubu.

Folha de S. Paulo e O Globo - Elio Gaspari, jornalista
 

domingo, 17 de março de 2019

Nas terras do Tio Sam

O Jair Bolsonaro dos EUA precisa superar em muito o Jair Bolsonaro de Davos

O Brasil de Bolsonaro e os EUA de Trump fazem juras de amor e assinam atos importantes a partir de hoje, quando Bolsonaro desembarca em Washington com tratamento vip, direito a hospedagem na exclusiva Blair House e entrevista ao lado de Trump no Rose Garden, que são deferências especiais, concedidas a muito poucos.

Em compensação, Bolsonaro deverá fazer um anúncio que diplomatas tremem só de ouvir: a dispensa unilateral de vistos para americanos (além de canadenses, australianos e japoneses), sem exigência de reciprocidade. Significa que eles poderão vir livremente ao Brasil, mas os brasileiros não poderão ir ao país deles.A ideia já tinha sido apresentada pelo ministro do Turismo de Michel Temer, Henrique Eduardo Alves (que acabou preso [não pela ideia, que convenhamos era e continua sendo inconveniente e desrespeitosa para os brasileiros e nossa autoestima]), mas só valeu para a Olimpíada do Rio, como forma de incentivar a vinda desses estrangeiros – que têm baixo índice de risco e carteiras recheadas. Mas foi temporário, agora será permanente. Diplomatas acham que é coisa de país sem autoestima e Bolsonaro pretende negociar a dispensa de visto para brasileiros irem aos EUA. Duvido que o Tio Sam tope.

O principal anúncio deverá ser o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas para uso da Base de Alcântara (MA) para fins comerciais, negociado há uma década. Os EUA ganham, porque Alcântara é um ponto estratégico que permite economia de até 30% nos lançamentos de satélites. E o Brasil também lucra, porque entra no mercado de cooperação espacial.

Na comitiva, Augusto Heleno, Paulo Guedes, Sérgio Moro, Ernesto Araújo (chanceler), Tereza Cristina (Agricultura), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e Ricardo Salles (Meio Ambiente), com agendas diferentes. Guedes está interessado em medidas, lá e cá, para destravar investimentos e negócios. Moro vai ao FBI para acordos de inteligência, segurança pública e combate ao crime organizado.

Depois de desperdiçar Davos e ocupar seis dos 45 minutos a que tinha direito para atrair o interesse do mundo para o Brasil, Bolsonaro terá novamente todos os holofotes e não pode amarelar, fugir de entrevista e posar de “simplesinho”, mas, sobretudo, é preciso afastar a ideia de um alinhamento automático com os EUA.
Bolsonaro gosta da ideia, assim como seu filho Eduardo, o chanceler Araújo e o guru Olavo de Carvalho, que já trocou o Brasil pelos EUA. Já os diplomatas de várias gerações se opõem e o que conta mesmo no governo é um outro foco de resistência ao tal alinhamento automático: os militares, que prezam muito a noção de soberania. Aliás, nem aos próprios EUA encanta a ideia de se jogar de cabeça num governo que está mal começando. Pode ser um sucesso, pode não ser. Logo, aproximação é ótimo; alinhamento automático é excessivo.

Além das relações bilaterais, que avançam muito, Bolsonaro e Trump vão discutir questões regionais (Venezuela, por pressuposto) e internacionais, as mais cabeludas. China, Oriente Médio, Coreia do Norte e Irã estão na agenda, mas Bolsonaro deve ter algumas coisas em mente. A China é o maior parceiro comercial brasileiro, o Brasil desde sempre independente na disputa Israel-Palestina e... nem tudo o que é bom para os EUA é bom para o Brasil. [se espera que Bolsonaro esqueça de vez a ideia sem noção de  priorizar o relacionamento com Israel em detrimento dos países árabes - o interesse comercial é o que deve ser considerado pelo Brasil, o que deixa os árabes em vantagem;
ocorrendo esse bendito e oportuno esquecimento o assunto mudança da embaixada continua para depois...]

Depois dos EUA, ele vai ao Chile e no final do mês a Israel, onde Benjamin Netanyahu é um aliado e fez a gentileza de vir ao Brasil para prestigiar a vitória de Bolsonaro, mas agora está às voltas com a Justiça. Tudo bem ir a Israel, a questão é de oportunidade. O avião está decolando e lança Bolsonaro no seu primeiro teste realmente diplomático. Vai precisar de inteligência, sorte, jeito, discursos escritos e muitos conselhos para se superar. O Bolsonaro de Washington tem de ser muito melhor do que o Bolsonaro de Davos.
 
Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo
 
 

sexta-feira, 25 de março de 2016

Vergonha na cara

Acredito que os brasileiros tenham sofrido um impacto muito grande quando, em 28 de maio de 2007, um ministro japonês de Agricultura, Floresta e Pesca cometeu suicídio, enforcando-se em sua casa com uma corrente de guiar cachorro, por estar sob suspeita de corrupção. Seu nome era Tashikatsu Matsuoka, tinha 62 anos e era acusado de ter recebido US$ 107 mil de empresas do ramo de construção com interesses na área de sua pasta. À época do suicídio, praticado horas antes de seu depoimento perante um comitê parlamentar, Matsuoka contava com 41% de aprovação entre os japoneses.

O impacto que suponho tenham os brasileiros possivelmente sofrido não se restringe à violência do suicídio, mas ao seu motivo. Parece impossível que exista no mundo nação tão correta, bem organizada e apegada à honra e ao bom caráter como o Japão. É claro que estar sob suspeita de corrupção deve causar vergonha, depressão, arrependimento, no caso de os atos criminosos terem realmente ocorrido. Mas, no Brasil, o sujeito que subtrai dinheiro público, mesmo sendo condenado e preso, é fotografado e filmado externando as mais esdrúxulas reações: rindo, fazendo gestos obscenos, levantando o punho cerrado (insinuando ameaças do tipo “esperem o meu retorno”, ou “minha vingança não tardará”, ou “fiz e farei de novo”, ou “vão se danar, idiotas”). Isso eles fazem a caminho da carceragem ou da penitenciária!

Acima de tudo, é impactante um sujeito suspeito de corrupção e com pedido de prisão já formulado pelo Ministério Público ser convidado e aceitar assumir um ministério com o fim de escapar dos rigores da lei e da Justiça, e, mais especificamente, subtrair-se ao rigor judicante do excelente magistrado Sérgio Moro. E quem faz o convite é nada menos que a presidente da República, que tem o menor índice de aprovação da História recente do país.

O Brasil de hoje se apresenta ao mundo como uma crônica do absurdo. O povo, inconformado com tanta desmoralização, sai às ruas várias vezes, em passeatas pela moralidade, pela Justiça, pelo fim da corrupção generalizada, pela paz social e pela recuperação da economia. Os governantes surpreendem-se com o gigantismo dos protestos, mas não se sentem em situação de pedir para sair. Parece que os brios acabaram, venceu a pouca-vergonha. Querem o poder pelo poder, nada de trabalhar pela nação, pelo desenvolvimento e pela segurança do povo. Nada de espírito público, de respeito ao que pertence aos outros ou ao Estado, nada de responsabilidade, seriedade, caráter. A gestão pública foi pelos ares, estamos sob o império da “cara de pau”. O que se lê nas entrelinhas é: eu roubei, mas você também roubou; não venha tirar meu cargo senão eu vou tirar o seu; vamos ver quem pode mais e não me provoque, que eu mando matar você… Enfim, nada se faz pelo povo, qualquer coisa se faz para salvar a própria pele.

Os prefeitos Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT de Campinas, e Celso Daniel, de Santo André, também do PT,  tiveram morte violenta, respectivamente, em 10/9/2001 e 18/1/2002. Várias testemunhas desses casos foram sendo assassinadas no decorrer dos processos judiciais. Os casos não foram esclarecidos, ou seja, ainda não se identificou a autoria, mas a motivação política dessas mortes salta aos olhos. Estamos enfrentando uma verdadeira desgraça moral.

O último homem público a mostrar preocupação com sua imagem, em terras brasileiras, foi Getúlio Vargas. Ele cometeu erros, mas pagou-os com a própria vida. Foi ditador, entregou Olga Benário, grávida, aos nazistas, mas Luiz Carlos Prestes, em lamentável conduta posterior, aceitou dialogar com ele. Getúlio era autoritário, mas ao menos prezava sua honra, tinha brios de homem público e não admitia ser deposto. Semelhante aos governantes de hoje, achava governar para o povo, era o “pai dos pobres”, porém seu governo derreteu antes de chegar ao fim. Seu maior mérito foi ter deixado o cargo quando ficou sem saída. Acabou com a própria vida, e isso não é pouco. Em atitude diametralmente oposta, os governantes atuais preferem acabar com a vida dos outros.  [a bem da verdade: Olga Benário Prestes foi uma terrorista alemã, autora comprovada de vários crimes e julgada pela Justiça alemã, em época bem anterior a ascensão de Hitler; portanto, a extradição ocorreu em virtude de sentença condenatória anterior ao nazismo.
Quanto ao comportamento do comunista Prestes, a própria matéria mostra que aquele indivíduo era desprovido de caráter e desconhecia valores éticos e morais.] 
 
Quem se dispõe a ocupar cargo público deve saber que fará sacrifícios pessoais e terá de pensar no povo antes de cuidar de si. Terá de perceber a grandeza de sua missão e submeter-se às necessidades da nação. Precisará compreender serem as benesses do cargo apenas facilitadoras dos encargos de quais deverá desincumbir-se. Terá de ser consciente da extrema responsabilidade de um(a) político(a) escolhido(a) pelo povo para gerir um país, um Estado, um município. Abraçar a verdadeira política é ser abnegado, altruísta e, acima de tudo, cioso de suas obrigações.

É por isso que o combate à corrupção deve ser amplo, geral e irrestrito, perdurando para sempre na nossa cultura. Nesse sentido, torna-se louvável a posição assumida pela Ordem dos Advogados do Brasil, em reunião de seu Conselho Federal pleno, apoiada pela Associação dos Advogados de São Paulo, que se pronunciaram de forma uníssona pela instauração do processo de impeachment da presidente, asseverando a observância do devido processo legal. Neste momento de crise, a nós cabe lutar pela decência.

Jânio renunciou, Collor renunciou, mas Dilma declarou que “não tem cara de quem vai renunciar”. [talvez quando seu 'neurônio solitário' encontrar alguma noção e a presidente se convença de que está perdida, opte pela solução adotada por Getúlio.]  Nem com 6 milhões de pessoas em passeata, protestando. Nem com a popularidade despencando a cada minuto. Nem com o país afundando economicamente. Nem com a carestia, a dengue, a zika, a inflação, o desgoverno, o desemprego, as pressões. Nem com a bancarrota da Petrobras e com os escândalos da Lava Jato. Nem com nada. Pena não sermos o Japão.

Fonte: Luiza Nagib Eluf - Estadão



sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Bombas Atômicas: Sim, Foram Necessárias.

Na semana passada, lembramos os 70 anos do ataque nuclear às cidade de Hiroshima e Nagazaki. A explosão dos artefatos a fissão nuclear levou a destruição e o caos àquelas cidade japonesa. A arma bélica mais letal criado pela mente humana mostrou sua face cruel e destruidora ao varrer do mapa as duas cidades japonesas e causar cerca de 300 mil mortes.Não há duvida quanto à crueldade das bombas. Vidas humanas foram instantaneamente ceifadas. A grande maioria das vítimas eram civis.

A justificativa americana para esses ataques era a de que não havia outra maneira de os japoneses se renderem. Portanto, a demonstração do poderio destrutivo das bombas nucleares poderiam fazer com que o Japão, finalmente, se rendesse de forma incondicional. E foi o que acabou acontecendo. A questão que fica, entretanto, é a seguinte: a rendição japonesa era uma questão de tempo ou o bombardeio atômico foi realmente necessário?

Para que possamos responder a esse questionamento, é necessário que entendamos a formação social japonesa. O Japão era uma teocracia, onde o Imperador era encarado como o próprio Deus. Assim, a população não mediria esforços para sacrificar sua própria vida em seu nome. Não é à toa que o combate no Pacífico caracterizou-se por ser uma luta extremamente aguerrida, com os japoneses jamais se rendendo. Seria por demais ingênuo acreditar que o Exército Japonês se renderia justamente quando os aliados invadiriam o se território.

O que poucos sabem é que os aliados tinham sim um plano para invadir o Japão. Tratava-se da Operação Downfall. Esta jamais chegou a ser concretizada, principalmente devido aos altos custos de vidas humanas que seriam necessários para o seu sucesso. Essa operação seria desencadeada da seguinte maneira:
A primeira invasão tinha o nome-código de Operação Olímpico. Tratava-se de um assalto anfíbio nas primeiras horas da manhã do dia 01 de novembro de 1945. Quatorze Divisões desembarcariam contra posições fortificadas em Kyushu, a Ilha mais ao sul do arquipélago japonês, após um bombardeio aero-naval sem precedentes.A segunda, em 1º de março de 1946 "Operação Diadema" enviaria pelo menos 22 divisões contra 1 milhão de defensores japoneses na ilha principal de Honshu e Tokyo. Seu objetivo: a rendição incondicional do Japão.
 
Com exceção de uma parte da frota britânica no pacífico, a Operação Downfall seria uma operação estritamente americana. Seriam utilizados todo o corpo de Marines, toda a Força Naval do Pacífico, elementos da 7ª Força Aérea do Exército, a 8ª Força Aérea, a 10ª Força aérea e a Força Aérea Americana do Extremo Oriente. Mais de 1,5 milhão de soldados e outros 3 milhões em apoio, ou cerca de 40% de todos os homens em serviço às Forças Armadas Norte Americanas em 1945, estariam envolvidos. As baixas esperadas eram extremamente pesadas.
 
O almirante William Leahy estimou as baixas americanas em mais de 250 mil entre mortos e feridos apenas no assalto a Kyushu. O General Willoughby, chefe da inteligência do general MacArthur, o Supremo Comandante do Pacífico sudoeste, estimou as baixas americanas em 1 milhão no outono de 1946. A própria equipe de Willoughby considerou essas estimativas conservadoras.
 
Como podemos verificar, a estimativa para as baixas das forças invasoras era de cerca de 1 milhão e 250 mil pessoas. Ou seja, somente em baixas por parte do Exército aliado, o número superaria em 5 vezes as baixas causadas pelos ataques nucleares. O presidente americano Truman aprovou os planos para a invasão em 24 de julho. Dois dias antes, as Nações Unidas emitiu a Proclamação de Potsdam, exigindo a rendição incondicional do Japão ou que aquele país enfrentasse a destruição total. Três dias depois, a agência japonesa de notícias transmitiu ao mundo que o Japão ignorara a proclamação e se recusaria a render-se. Durante esse período, o monitoramento das transmissões de rádios japonesas mostrou que o Japão tinha fechado todas as escolas e mobilizado os estudantes, tendo armado a população civil e fortificando cavernas e construções defensivas subterrâneas. A rendição não parecia ser uma "questão de tempo".
 
As defesas japonesas foram subestimadas pela inteligência aliada. As aeronaves japonesas foram estimadas em não mais do que 2500. Entretanto, os japoneses tinham 12725 aviões de todos os tipos. Toda vila tinha algum tipo de atividade ligada à produção de aeronaves. Escondidas em minas, túneis ferroviários, sob viadutos e em porões de lojas de departamentos, trabalho estava sendo feito para a construção de aviões. A marinha japonesa tinha 40 submarinos, com capacidade disparar torpedos de longo alcance, 23 destróiers e 2 cruzadores.
 
Enfrentando as 14 divisões americanas em Kyushu, teriam 14 divisões japonesas, 7 brigadas mistas independentes, 3 brigadas blindadas e milhares de fuzileiros navais. Seriam 550 mil americanos contra 790 mil japoneses. Ainda, tratavam-se de tropas altamente treinadas, alimentadas e equipadas, muito diferente do que os americanos encontraram no Pacífico até então. Os defensores japoneses eram a elite fanática do Exército Imperial.
 
Os aliados enfrentariam inúmeros obstáculos, fortificações, armadilhas e emboscadas. Seria uma guerra por metros ou centímetros, onde cada avanço custaria um número inestimado de vidas. Ainda, caso a Operação Olímpico tivesse acontecido, a população civil japonesa, inflamada pelo slogan "cem milhões morrerão pelo imperador e a Nação", estavam preparados para lutar até a morte. Cerca de 28 milhões de japoneses formavam a Força Nacional de Combatentes Voluntários. Eles eram armados com fuzis antigos, mines, coquetéis Molotovs e morteiros. Outros eram armados com espadas, arcos, machados e lanças de bambu. As unidades civis seriam utilizadas em ataques noturnos, inclusive suicidas, no ponto mais vulneráveis das posições americanas. Estima-se que 1000 pessoas, entre japoneses e americanos, morreriam a cada hora caso a operação fosse desencadeada.
 
Como se vê a rendição japonesa não era "uma questão de tempo". A formação cultural japonesa e os combates que foram travados no Pacífico mostram isso. Eram soldados extremamente aguerridos, fanáticos e dispostos a sacrificar suas vidas pelo Imperador sem pestanejar. E eram cruéis. Durante a invasão á China, milhares de mulheres chinesas foram decapitadas, estupradas e mortas, algumas segurando crianças em seus braços, numa inútil defesa contra lâmina da espada japonesa. Bebês eram atirados ao alto e aparados à baioneta. Sim, os japoneses foram extremamente cruéis e desumanos.
 
Dizer que o lançamento das bombas atômicas foi "um mero teste" é desconhecer completamente os fundamentos da arte da guerra. Crer que a rendição japonesa era uma questão de tempo é desconhecer por inteiro a sociedade nipônica. Tratar o Japão como "coitadinho" por ter sido alvo dos ataques nucleares é nada além de canalhice e falsificação da história. De fato, os artefatos nucleares pouparam o arquipélago japonês de sofrer um banho de sangue sem paralelo na História. Evidentemente, salvaram vidas americanas. E japonesas também. 
 
O impacto visual do grande cogumelo de fogo e destruição ceifando vidas humanas é realmente impressionante. Porém, mais forte ainda é um conflito sangrento envolvendo milhões de pessoas lutando e morrendo por cada palmo de território em busca da vitória. Não fossem as bombas atômicas darem fim à guerra, hoje provavelmente o Japão não existiria.
 
 
PARABÉNS AO Blogueiro Lenilton - finalmente, alguém com coragem de dizer a verdade e mostrar a crueldade dos japoneses.
 
 

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Desarmamento: Povo desarmado é povo submisso! Facilmente se torna povo submetido

Consta da História que, durante os preparativos japoneses para a guerra foi sugerido realizar uma invasão da costa oeste dos EUA antes que este pudesse mobilizar seus recursos, ao que se opôs o Almirante Yamamoto:"Seria impossível!" disse ele. "Encontraríamos um homem com um fuzil atrás de cada árvore"
 
Yamamoto conhecia bem a alma dos Estados Unidos (pelo menos a daquele tempo). Sabia que lá os caçadores e os atiradores esportivos formavam o maior exército mobilizável do mundo, que cada família costumava ter mais de uma arma pronta em casa, um verdadeiro exército sempre de armas na mão, sem necessidades logísticas, conhecedor como ninguém do terreno e que tornaria impossível a ocupação inimiga do território pátrio. 


Ainda hoje, mais de 750 mil caçam nos bosques da Pensilvânia e mais de 700 mil em Michigan. Só no estado de Wisconsin, seus 600 mil caçadores formam o oitavo maior exército do mundo, com mais homens em armas do que tem o Irã. Mais do que o tem a França e a Alemanha somados. Somando mais 250 mil caçadores em West Virginia se percebe que os caçadores desses quatro estados, por si só, já constituem o maior exército do mundo. E acrescentando os atiradores e caçadores de outros estados serão muitos milhões!


Claro, aconteça o que acontecer, os EUA estarão a salvo de uma invasão estrangeira enquanto contarem com esse "exército territorial". Por isso que todos os inimigos, estrangeiros e nacionais, querem vê-los desarmados. O controle de armas é estratégia fundamental para quem quer dominá-los


De forma geral, os caçadores possuem as mesmas habilidades individuais necessárias aos soldados, possuem eficácia de tiro, estratégias de combate, sobrevivência e camuflagem. Mesmo sem contar com as Forças Armadas são um invencível exército no solo de sua pátria, que garante também os direitos dos cidadãos, a liberdade, a ordem pública e até a democracia, mas principalmente a soberania territorial, contra qualquer aventura de invasão:  - Qual o exército invasor por grande que seja gostaria de enfrentar 50, 60 ou 90 milhões de cidadãos armados?

 
Para o bem da sua liberdade, os americanos nunca permitirão o controle ou o confisco de suas armas. Aqui no nosso País quando os cidadãos de bem se desarmaram, as taxas de homicídios cresceram e as organizações criminosas estenderam seus tentáculos e se instalaram no aparelho do Estado. Submetemo-nos ingenuamente, caindo na balela da propaganda oficial de redução da criminalidade, ao devolvermos até nossas armas de autodefesa num desarmamento imposto pelo Governo, aumentando ainda a nossa vulnerabilidade. Claro, com um pouquinho de senso comum usaríamos também a caça e o tiro ao alvo como implemento à segurança nacional. Poderíamos contar com milhares de garimpeiros na Amazônia se não os desarmássemos e se não os hostilizássemos. Ainda bem que no Rio Grande do Sul ainda existem caçadores.

 
Tal como nos EUA, nossos inimigos querem nos desarmar. Só que aqui eles estão conseguindo, e nos convencendo a não resistir para preservar a vida. Quanto a segurança pública, a simples expectativa de reação armada já evitaria grande parte dos crimes comuns.

 
Povo desarmado é povo submisso! Facilmente se torna povo submetido.


Fonte:  Gelio Fregapani - A Verdade Sufocada


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Como a nossa presidente enxerga longe...



Parece não ter limite a escalada de horrores cometidos pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI). Primeiro foram as decapitações de prisioneiros, dois deles, japoneses, nos últimos 20 dias.

Moaz al-Kassasbeh, momentos antes de ser queimado vivo pelos militantes do Estado Islâmico (Imagem: Reuters TV / Reuters)

Agora, a morte do piloto jordaniano Muaz al-Kasasbeh, queimado vivo. A morte foi registrada em um vídeo de 22 minutos. E pensar que, no ano passado, durante entrevista na sede da ONU, a presidente Dilma sugeriu que se negociasse com o EI... 

[não pode ser esquecido que estamos falando de grupo terrorista, portanto, de terroristas e que a atual presidente do Brasil foi terrorista e integrava uma das mais violentas e sanguinárias organizações terroristas que tentavam fazer do Brasil uma Cuba.
O que torna esperado o apoio da presidente Dilma a qualquer grupo terrorista.]