Há
os chamados direitos inalienáveis do homem, ditados pelo próprio
Criador. São eles: direito à vida, à liberdade e o de cada um buscar a
sua própria felicidade. Quanto aos dois primeiros, prova-nos o exemplo
de nações que alcançaram graus elevados de desenvolvimento econômico e
padrões de vida superiores, cabe ao Estado sustentar e dar garantias.
Isso posto,
ao ambiente social e cultural é concebido forjar e desenvolver as
condições indispensáveis para levar a nação ao nível geral de
prosperidade e bonança. A busca da felicidade, no entanto, não é tarefa
do Estado nem sua função garantidora, mas objetivo de cada um de nós, no
exercício do chamado "livre arbítrio".
Já os pré-requisitos para o
desenvolvimento integral da nação poderiam ser condensados em:
1) Amor
ao trabalho;
2) Hábito da poupança e
3) Virtude da honestidade.
Combinados, esses são os fatores, por exemplo, que tornaram os Estados
Unidos na grande potência econômica que todos conhecemos um dia (sua
decadência hoje, palpável, é reflexo da relativização desses valores,
que não é propósito aqui destacar).
No Brasil
de hoje, o que nos contempla? Dos valores inalienáveis da Criação( vida,
liberdade e busca da felicidade), as duas primeiras o Estado sequer nos
garante - mesmo sendo sua obrigação.
E como buscar a felicidade, se
realizar na vida mesmo tendo amor ao trabalho, o hábito (embora ainda
insuficiente) da poupança num país onde a virtude da honestidade passa
longe do caráter de nossas lideranças?
Onde o curriculum vitae recheado
de titulação é preterido à extensa folha corrida policial na escolha de
nossos líderes?
Do líder maior da nação, inclusive?
Um país em que, a
exemplo de Judas Iscariotes, que entregou Jesus por 30 moedas de prata,
seus representantes no parlamento "entregam" de bandeja os destinos da
nação a uma quadrilha disposta a desgraçar seu povo e condená-lo à
miséria, desonra, escravidão e desesperança?
Ter
paciência é ser sábio, se por isso entendemos "o saber a hora de agir,
jamais esperar acontecer"; se, no entanto, continuarmos "acomodados", ou
seja, " deixando a vida nos levar" (como reza a velha canção), aí sim
iremos de fato mergulhar direto e sem rodeios no calabouço da destruição
ética e moral da sociedade, e onde (aí sim), haverá sangue, choro e
ranger de dentes. A hora é agora. Antes que seja tarde. Acordemos.
* O autor, Sílvio Lopes, é jornalista, economista e palestrante.