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sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Bolsonaro e aliados se mobilizam para dar tom de comício ao 7 de Setembro

Os políticos mais próximos ao presidente não escondem a intenção de fazer do Dia da Independência um evento midiático capaz de gerar impacto nas urnas 

BOM PROVEITO - Bolsonaro recebe o coração de dom Pedro: tem campanha neste bicentenário -

 BOM PROVEITO - Bolsonaro recebe o coração de dom Pedro: tem campanha neste bicentenário - Evaristo Sa/AFP
Entre muitos lances políticos, a independência do Brasil, que neste ano completa seu bicentenário, foi marcada pelo primeiro confronto direto entre as tropas desde o primeiro momento leais a dom Pedro I e aquelas que optaram por seguir subordinadas à Coroa portuguesa. Nascia ali, junto com o país autônomo e soberano, o Exército nacional, e a partir de então é praxe que a comemoração oficial do 7 de Setembro tenha um tom nitidamente militar, com as Forças Armadas marchando e exibindo poderio diante de autoridades e da população.

Desde que chegou à Presidência, porém, Jair Bolsonaro, que é capitão reformado e cultiva afinidades com a cúpula fardada, tem procurado misturar a celebração da data com a de sua própria pessoa, convocando apoiadores para barulhentas manifestações de apoio — uma apropriação indébita que nem mesmo os generais da ditadura aproveitaram tanto. No ano passado, com o Planalto em confronto aberto com o Supremo Tribunal Federal, a exaltação cívico-bolsonarista foi especialmente ruidosa. Neste ano, a se julgar pelos preparativos, a expectativa é que o Dia da Independência se transforme no Dia de Bolsonaro Candidato e que a festa ganhe um tom de comício eleitoral.

CLAQUETE - Chamado às ruas: Frias, Negão e Pazuello (da esquerda para direita) lotam as redes de convocações para que manifestantes compareçam aos atos em Brasília e no Rio -

 CLAQUETE - Chamado às ruas: Frias, Negão e Pazuello (da esquerda para direita) lotam as redes de convocações para que manifestantes compareçam aos atos em Brasília e no Rio – Danilo M. Yoshioka/Futura Press; Marcos Corrêa/PR; Mauro PIMENTEL/AFP

O presidente vai marcar presença em pelo menos dois atos turbinados pelo comparecimento de seus eleitores. Em Brasília, pela manhã, assistirá ao tradicional desfile, com esperança de que bolsonaristas lotem a Esplanada gritando o slogan moldado nas redes sociais para este 7 de Setembro: “Eleições limpas já — Supremo é o povo”. A poucos metros dali, o coração de Pedro I, conservado em formol na cidade do Porto desde sua morte, em 1834, e trazido ao Brasil em homenagem um tanto mórbida ao bicentenário,[curioso que os restos mortais de Dom Pedro I, transladados em 1972 (Sesquicentenário da Independência),  em  homenagem, que não foi considerada mórbida pela imprensa. Será que o fato do presidente ser o 'capitão do povo'  motiva tal classificação?] não estará exposto para visitação no Palácio do Itamaraty. Mas o ponto alto dos festejos será à tarde, no Rio de Janeiro, cidade que é o berço político de Bolsonaro e onde ele precisa de um empurrão para encostar em Luiz Inácio Lula da Silva, à frente nas pesquisas (o governador Cláudio Castro, candidato à reeleição, pretende pegar uma palinha no palco-palanque).

(...) 

Por motivos que não revelou, o comando militar quis transferir o tradicional desfile na Avenida Presidente Vargas, no Centro, para Copacabana, um ponto muito mais vistoso e concorrido. A prefeitura invocou questões logísticas e não permitiu. Intrépida, a tropa resolveu então concentrar as comemorações no Forte de Copacabana, fincado em um extremo da mesma praia, área sob jurisdição do Exército.

À primeira vista, a comemoração será menos grandiosa, com disparos de canhão ao longo de todo o dia e hinos executados pela banda militar. 
Mas fora do forte as Forças Armadas estão armando um festival. 
A Aeronáutica preparou uma apresentação da Esquadrilha da Fumaça. Paraquedistas [Exército Brasileiro]vão se lançar de aviões e pousar na faixa de areia. 
A Marinha programou uma parada naval com seus principais navios de guerra e mais alguns de outros países, que vai singrar o mar do Recreio dos Bandeirantes ao Leme. “ [a velha imprensa, ou mídia militante, parece esquecer que se trata de uma DATA MAGNA da PÁTRIA AMADA = 200 anos da Independência do Brasil. Não criticaram o 4 julho 1976.] 
 arte 7 de setembro

(...)

As mensagens de bolsonaristas em torno dos atos do Dia da Independência (leia no quadro), presentes em 14 000 grupos de WhatsApp monitorados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), estão recheadas de críticas ao ministro Moraes, associam Lula à imagem de ex-presidiário [alguém está mentindo ou cometendo algum crime quando associa o descondenado petista (descondenado, não foi inocentado) a um ex-presidiário? ]e repisam a invenção de que haverá fraudes nas urnas eletrônicas. Pelo sim, pelo não, os integrantes do TSE e do STF estão agindo nos bastidores para isolar e impedir que o público e caminhões se aproximem das sedes dos tribunais, como quase ocorreu no ano passado, mobilizando a PM do Distrito Federal e treinando agentes para se infiltrar na multidão. Uma coisa é certa: no 7 de Setembro do bicentenário, o tradicional desfile militar ficará relevado a um tímido segundo plano.

Publicado em VEJA,  edição nº 2805, de 7 de setembro de 2022,

Em Política - VEJA - MATÉRIA COMPLETA


terça-feira, 29 de junho de 2021

Um tempo vagabundo = Renen e Randolfe ...

Renan e Randolfe já deixaram claro que a CPI é para atingir o governo federal, o resto é secundário e evitável

Cursei um ano de Psicologia, antes de ingressar na faculdade de Jornalismo. Não tenho saudade das aulas de Neuroanatomia, impregnadas de nomes estranhos e formol. A melhor lembrança que guardo daqueles dois semestres é do meu professor de Psicologia Social, Bernardo Jablonski. Ele era incrível, era ator, diretor teatral, roteirista. Suas aulas eram concorridíssimas, reuniam estudantes de todos os cursos da universidade, mesmo que não matriculados na matéria.

Estudar como as pessoas pensam, influenciam e se relacionam umas com as outras é um desafio enorme, que Jablonski apresentava aos alunos com muito humor. Quando falou da dificuldade que temos de mudar a primeira opinião que formamos sobre alguém, os exemplos foram hilários... Se vemos alguém de quem não gostamos ajudando uma velhinha a atravessar a rua, a tendência é que pensemos: “Ele vai extorquir dinheiro da senhora...” E se vemos alguém de quem de cara gostamos socando uma velhinha, tendemos a pensar o seguinte: “A velhinha aprontou alguma”.

A CPI da Covid é assim, já tem opinião formada, relatório pronto e não se convencerá nem será convencida de que esse não é o jeito certo de fazer um inquérito. Os senadores de oposição não escolhem apenas as perguntas, decidem também as respostas. Ai de quem não responder do jeito que eles acham que deve ser. Coação, intimidação, ameaça... Não venha com churumelas, os senadores querem saber da cloroquina do Bolsonaro, não querem saber da cloroquina do médico David Uip, da cloroquina do governador do Pará, Helder Barbalho, do governador do Piauí, Wellington Dias.

Não venha com esse papo de que o Brasil está se tornando o quarto país que mais vacina em termos absolutos no mundo. Poderíamos ser os primeiros! Sério? Os espancadores de velhinhas têm certeza disso. Eles acreditam também que “somos o país que mais mata de Covid no planeta”, como afirmou o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues. Lançou essa, enquanto tentava escapar de uma pergunta feita pela repórter Berenice Leite, do Jornal da Cidade On-line.

O que ela queria saber? 
Quando governadores e prefeitos serão convocados para depor na comissão? 
Quando se investigará o uso da bilionária verba federal enviada a estados e municípios para combate à Covid? 
Renan Calheiros, ao lado de Randolfe, disse que já há apurações sobre isso e que não vai fazer “uma dupla investigação”
Só que também já existe uma investigação pedida pela PGR e autorizada pelo STF sobre a conduta do ex-ministro Pazuello na crise em Manaus... Duplicidade, sim, se eles quiserem.

Veja Também: Longe da verdade

Berenice insistiu: “E as investigações sobre cinco governadores encaminhadas à CPI da Covid pelo procurador-geral da República?” Randolfe disse que “qualquer fato correlato, conexo será investigado”, deixando claro de novo que a CPI é para atingir o governo federal, o resto é secundário e evitável. Renan confirmou a estratégia, meio sem querer: “Vamos investigar tudo o que for necessário... dentro de um roteiro óbvio”. E minha primeira impressão permanece: nosso tempo e nossa energia são mesmo vagabundos.

 Luiz Ernesto Lacombe, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 17 de abril de 2019

Pacientes aguardam até quatro anos por um exame simples de oncologia

Fórum Nacional de Políticas de Saúde em Oncologia discute assuntos como a percepção da sociedade sobre o câncer e as dificuldades do SUS

[presidente Bolsonaro: bem mais importante que dar moleza a caminhoneiro é resolver o problema exposto nesta matéria;

a biópsia e o passo inicial e custa bem menos do que ficar refém de caminhoneiro - SAÚDE SEMPRE EM PRIMEIRO LUGAR.]

As dificuldades em concluir exames de biópsia estiveram entre os temas mais discutidos no primeiro dia do IX Fórum Nacional de Políticas de Saúde em Oncologia, do Instituto Oncoguia. O evento reuniu especialistas de diversas áreas para discutir assuntos como a percepção da sociedade sobre o câncer, o acesso justo à oncologia, as dificuldades do Sistema Único de Saúde (SUS) com as biópsias e o resultado parcial de uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer.

O presidente da Sociedade Brasileira de Patologia, Clovis Klock, comentou que há uma grande desistência de residentes na área de patologia do sistema de saúde devido às más condições de trabalho e à incapacidade de concluir um grande número de exames em tecidos de pacientes com suspeitas de câncer.  Segundo Klock, em vários estados, há pacientes que aguardam até quatro anos por um exame simples. Quem tem de realizar esses testes não conta com equipamentos adequados, ou recebe os materiais mal-acondicionados, em frascos e imersos em formol em dosagens inadequadas. Segundo ele, a tecnologia usada no sistema é a mesma da década de 1980, e muitos pacientes morrem à espera de um diagnóstico.

Auditor da CGU, Rodrigo Eloy apresentou dados da auditoria feita pelo órgão na Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer. Os dois principais problemas do setor são estruturais, pois existem municípios sem tratamento oncológico num raio de 400km; e financeiros, pois o Ministério da Saúde transfere verbas a hospitais por expectativa de atendimentos. Com isso, não consegue nem ampliar a rede nem otimizar os serviços que já são prestados. Os auditores concluíram que o melhor seria o governo federal transferir a verba por atendimento.

O levantamento constatou também a falta de padronização na compra de medicamentos, e a CGU teve de barrar licitações para impedir gastos abusivos. “Outro problema é a judicialização dos tratamentos, que aumenta ainda mais os custos. A área de oncologia avança muito rapidamente, mas o SUS tem dificuldades em incorporar essas novas tecnologias”, disse. “Para ter acesso a um tratamento melhor, o paciente aciona a Justiça. Com isso, o Estado paga mais caro do que se tivesse feito a compra de um novo medicamento, por exemplo.”

 
Percepção
O Instituto Oncoguia apresentou, também, uma pesquisa do Ibope que mostra o entendimento e a relação do brasileiro com o câncer. A pesquisa foi realizada em fevereiro de 2019, com 2.002 pessoas entre 16 e 55 anos, sendo 48% mulheres e 52%, homens. Constatou-se que 8% da população ainda não relaciona o tabagismo à doença, por exemplo. Além disso, 62% ainda não relacionam o mal à obesidade e ao sobrepeso, e 1/3 acredita que a doença é resultado de traumas psicológicos.


Por sua vez, 60% da população tem uma perspectiva positiva sobre a doença: 43% acham que o câncer pode ser curado se for detectado no início, e 56% ainda não acreditam que é possível um diagnóstico rápido da enfermidade. Um total de 73% não acha possível iniciar o tratamento em até 60 dias no Brasil. O maior motivo é a fila de espera nos hospitais.  De acordo com a pesquisa, 38% têm uma perspectiva negativa sobre o câncer: desses, 16% veem a doença como uma sentença de morte, 15% pensam nela como uma fonte de sofrimento e dor e 7% temem até usar a palavra. Para a diretora executiva do Oncoguia, Luciana Holtz, a perspectiva da população pode mudar para melhor se o Estado promover políticas robustas para combater a doença.


Correio Braziliense