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quinta-feira, 18 de maio de 2023

Salles ironiza saída de Randolfe de partido após impasse com o Ibama

Ex-ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro questionou coerência do senador em pautas ambientais 

 

O deputado Ricardo Salles (PL-SP) ironizou a saída do líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues,[vulgo senador estridente]  do partido da atual ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Salles, que esteve à frente da pasta durante o governo de Jair Bolsonaro, foi às redes sociais questionar a coerência do posicionamento do senador em relação a pautas ambientais. “Ué, não era Randolfe, ‘o ambientalista’, que vivia criticando o governo Bolsonaro, pelas obras e licenças ‘anti-ambientais’?”, indagou Salles. 

“Ficou bravinho por que o IBAMA/Marina barrou o projeto de exploração de petróleo no seu Estado, bateu o pezinho e saiu do partido”, completou.

O desentendimento de Marina e Randolfe já dura meses e tem como ponto central a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas. O Ibama, com o suporte da ministra do Meio Ambiente, entende que a atividade pode prejudicar a biodiversidade da floresta. 

O senador, por outro lado, defende que o projeto é importante para o desenvolvimento do Amapá. O posicionamento de Randolfe também é defendido pelo senador amapaense Davi Alcolumbre. O governador do Pará e gestor do Fundo Amazônia, Helder Barbalho, defendeu nesta semana as pesquisas para exploração de petróleo no local em um evento organizado por empresários em São Paulo.

 Radar - Coluna VEJA


 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Menos, Randolfe!

 

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), ex-coordenador da campanha de Lula e autoproclamado procurador informal da República, agora quer despejar o presidente Jair Bolsonaro do Palácio do Alvorada. É isso mesmo. Nesta quarta-feira, 14, ao parabenizar o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pelo aniversario, ele fez uma série de postagens em sua conta no Twitter que dispensa legenda. Acompanhe. [senador se essa conduta aloprada de vossa Excelência é para se manter em evidência e tentar ser eleito vereador no Amapá  - ser reeleito senador é algo que não tem chance de ocorrer - está perdendo seu tempo. Até para puxar saco tem que ser competente.]

LEIA TAMBÉM: Emenda Mercadante é receita para o desastre’


Redação - Revista Oeste

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Randolfe perde mais uma no Supremo - Gazeta do Povo

Alexandre Garcia

Investigações

Centrais sindicais como a CUT, a Força Sindical e a União Geral de Trabalhadores pediram ao ministro Alexandre de Moraes o fechamento dos clubes de tiro na sexta, sábado, domingo e segunda, como se clube de tiro fosse um perigo para a eleição, um foco de crime.  
Não sei que poder teria a Justiça Eleitoral para fechar um clube onde se está praticando um esporte olímpico e que não está cometendo crime. [o poder de mandar fazer, sem amparo legal, se sustenta em uma regra não escrita e que tem sido seguida no Brasil: tal poder só existe até o momento em que quem recebe a ordem não se dispõe a cumpri-la; 
os exemplos são poucos, tanto que somos obrigados a emitir nossa opinião com um exemplo recorrente: é o caso recente em que o presidente Bolsonaro recusou cumprir uma ordem do ministro Alexandre de Moraes, a ordem foi reiterada, novamente ignorada, e a falta de um plano B, encerrou o assunto, sem nenhuma consequência para o desobediente.] 
 Agora, vejo uma ironia nisso. E se CUT, a Força Sindical e as outras centrais pedissem para a Justiça impedir que os traficantes vendessem drogas na sexta, sábado, domingo e segunda? Não seria muito mais justo?  
Porque o sujeito drogado vai lá votar, pode votar tudo errado. Isso vai atrapalhar o futuro, nosso e de nossos filhos e netos. 
Então, seria preferível fazer um jejum e abstinência de drogas sexta, sábado e domingo, para todo mundo poder votar consciente.

STF arquiva dois pedidos de investigação contra Bolsonaro

Já que estou falando em membros do TSE, a ministra Cármen Lúcia, no Supremo, negou mais um pedido do senador Randolfe Rodrigues, depois que outra solicitação já tinha sido negada no sábado pelo ministro André Mendonça
Randolfe queria que se investigasse a história dos imóveis da família Bolsonaro; Mendonça respondeu que não há o menor indício de crime, foi tudo normal, não há aquela história de “dinheiro vivo”. 
Dê uma olhada na escritura da sua casa, está escrito “pagou em moeda corrente nacional”, mas você não pagou em dinheiro vivo. Não é ignorância, é má-fé.
 
Randolfe também queria que investigassem uma possível influência do presidente na Polícia Federal, que contou para o presidente Bolsonaro alguma coisa sobre as investigações do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro. O ministro teria comentado com a filha – e eu não sei como souberam disso, se havia microfone no abajur da casa dele – que o presidente ligou para ele dizendo ter um “pressentimento” de que iriam usar o ministro para bater em Bolsonaro
Cármen Lúcia viu que a Procuradoria-Geral da República já tinha recomendado o arquivamento, até porque o caso envolvendo o ex-ministro e os com pastores está sendo tocado normalmente, então ela seguiu a PGR e mandou o pedido para o arquivo.

Delegados querem Moraes julgado pela Lei de Abuso de Autoridade

E um caso parecido com essa história de escuta mobilizou 131 delegados da Polícia Federal – saiu até no New York Times, imaginem a importância disso. O New York Times se perguntou se o Supremo não estaria se excedendo – e todo mundo sabe que está. 
Nesse processo que envolveu os oito empresários, inclusive o Luciano Hang, o STF bloqueou contas, tirou telefone, computador, foi um horror. Mandou a Polícia Federal na casa deles; Deus do céu, foi coisa de regime de exceção. Então, 131 delegados foram à PGR contra o ministro Alexandre de Moraes, com uma queixa-crime com base no artigo 25 da Lei de Abuso de Autoridade, a Lei 13.869/2019, que proíbe tentar obter prova por meio ilícito.  
 
Afinal, quebraram uma cláusula pétrea da Constituição, que protege a inviolabilidade das comunicações pessoais: ficaram ouvindo conversas deles ou pegando mensagens, como se fosse uma conversa de botequim no mundo digital, e acharam que isso era uma tentativa de golpe, imaginem só. 
Bloquearam as contas e depois desbloquearam, dizendo que o 7 de setembro já tinha passado e eles não poderiam mais comprar armas para as manifestações, uma coisa assim. Não afirmaram isso com essas palavras, mas insinuaram que o dinheiro financiaria atos antidemocráticos. Vocês viram que “atos antidemocráticos” foram esses no país inteiro, no dia 7 de setembro.
 
O crime do artigo 25 da Lei 13.869 dá um a quatro anos de prisão
O do artigo 27, que é instaurar a investigação penal à falta de indício de crime, dá de seis meses a dois anos de prisão. 
E o artigo 41, que é realizar escuta telemática com objetivos não autorizados pela lei, dá de dois a quatro anos. 
Nos crimes de responsabilidade, quem julga os ministros do Supremo é o Senado, mas, como estamos falando de infração penal comum, a Constituição diz, no artigo 102, I, “b”, que o Supremo julga as infrações penais comuns cometidas por seus próprios ministros
Ficou estranho, o próprio tribunal é que julga seus membros.  
Vai julgar neste caso? Não sei; a grande curiosidade é saber qual como o procurador-geral da República, Augusto Aras, vai responder à apresentação desse pedido de 131 delegados federais.
 
Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
 
 Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Moraes quebrou sigilos fiscal e bancário de empresários a pedido de Randolfe

Cristyan Costa

PF solicitou apenas a apreensão de celular e o afastamento de confidencialidade do conteúdo de mensagens que seriam golpistas 

 [senador estridente, vai cuidar do estado que te elegeu - você é devedor dos que votaram em você. Eles te elegeram senador para cuidar dos interesses do Acre e não para ser 'aspone' do Lula e sre preocupar com a vida do capitão do povo.]
 

A Polícia Federal (PF) não pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos empresários que foram alvos de uma operação da PF, na semana passada, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Conforme documentos, a solicitação foi feita pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que argumentou ser necessária “apuração séria e aprofundada” de supostos financiamentos de atos que seriam antidemocráticos.

Randolfe sugeriu a tomada de depoimentos, o afastamento dos sigilos bancário e de mensagens, o bloqueio de contas e as prisões preventivas. Com exceção das prisões, todas as medidas foram autorizadas por Moraes. O ministro do STF também determinou a suspensão dos perfis dos empresários nas seguintes redes sociais: Facebook, Instagram, Twitter, TikTok e YouTube.

Na semana passada, Moraes autorizou uma operação da PF contra empresários que trocaram mensagens em um grupo de WhatsApp. Publicadas pelo site Metrópoles, o conteúdo das conversas teria suposto teor golpista.

A PF representou apenas pela apreensão dos celulares e pelo afastamento do sigilo das mensagens. O delegado Fábio Alvarez Shor citou suspeita de “financiamento de atos antidemocráticos”, mas não chegou a requerer a quebra de outros sigilos de empresários. O pedido se limitou a “acesso imediato e exploração do conteúdo” armazenado nos celulares e em nuvem de dados.

Revista Oeste

quinta-feira, 30 de junho de 2022

AVULSAS

QUAL É MESMO O PARTIDO DELE?

                         Projeto tenta limitar poder de ministros do STF

 TEM QUE TER CORAGEM PRA ASSEDIAR DRAGÃO

 

 Pressionado por Randolfe, Pacheco promete parecer sobre CPI do MEC

ACIMA DE TUDO E DE TODOS

O deputado José Medeiros (Pode-MT) reconheceu que o presidente Bolsonaro tem dificuldades para governar desde que assumiu.

“Alguns ministros do Supremo fazendo tabela com a oposição… surreal”, disse.

* *

“Fazendo tabela com a oposição” é uma expressão leve e eufêmica pra designar a conduta nojenta dos togados.

É quadrilhagem mesmo, associação para o crime.

E completamente impune, pois não tem quem julgue esta patifaria.

TUDO QUIETINHO…

JURISPRUDÊNCIA LULAICA

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, foi assaltado em Brasília por um drogado que o ameaçou com faca para roubar-lhe o celular.

Na lógica de Lula, está tudo bem, pois o viciado queria tomar uma cerveja.

* * *

O prefeito gaúcho não pode reclamar.

Ele já deve conhecer a jurisprudência firmada pelo Gatuno Nine Fingers.

Ladrão tem todo direito de roubar o celular de qualquer cidadão.


Lula: "Eu não posso ver mais um jovem de 14, 15 anos assaltando e sendo violentado pelo polícia"

DEU NO ESTRAGÃO

 

terça-feira, 24 de maio de 2022

A terceira via de Simone Tebet - Percival Puggina

Eu precisaria não ter visto a senadora Simone Tebet, olhos postos na eleição presidencial, participar ativamente das ridicularias da CPI da Covid para querer vê-la longe do poder. Momentos como aqueles não fazem pessoas como Renan Calheiros, Omar Aziz e Randolfe Rodrigues serem como são. Situações que extravasam perversidade só existem porque existem pessoas como Renan, Omar, Randolfe e Simone (que voluntariamente aderiu ao grupo) para as quais o interesse próprio é a determinante superior das decisões e ações políticas.

É o que confere nocividade ao poder. É o que dá longa vida a um modelo como o nosso, onde a crise está no cardápio do dia ou está prevista para amanhã, só faltando decidir o modo de servi-la aos desapoderados cidadãos do país. Entre estes, caro leitor, sem saber seu nome, seu estado de origem ou o que você faz na vida, eu sei que você se inclui.  Tem sido assim ao longo do meu tempo de vida. A crise, ou estamos nela ou é um prognóstico seguro.

Muitas pessoas me diziam, desde antes da eleição de 2018: “A vitória de Bolsonaro vai levar o país para uma crise sem fim porque aqueles que mandam não querem um presidente com essas características”. 
Era verdade, mas havia muitos outros motivos para tudo que sobreveio. 
O principal deles é um modelo político mal costurado, essencialmente inaproveitável. Muitas vezes, ao longo das últimas décadas, em palestras, eu o descrevi como trabalho de má alfaiataria institucional.

Nossos muitos constituintes republicanos criaram sucessivos modelos que não funcionam. A sociedade brasileira paga, no seu conjunto, o preço dos imensos desníveis econômicos, sociais e culturais que nela se manifestam. “Os problemas da democracia se resolvem com mais democracia” ouvi muitas vezes ser dito numa época em que o ‘Orçamento participativo’ era recheio de discurso esquerdista e solução para as dificuldades do Rio Grande do Sul. Meninos, eu vi aquele orçamento, dito democrático, ser levado do Palácio Piratini para o Palácio Farroupilha (do governo ao parlamento), num comício petista, entre bandeiras vermelhas ao som de discursos de louvor e ladainhas revolucionárias.

Os problemas da democracia se resolvem com inteligência, com todos sujeitos às leis aprovadas (o que significa extinção de privilégios) e sob regras que tornem a ação virtuosa mais compensadora do que a ação viciosa, o que se traduz em prerrogativas dos membros do poder severamente contidas pela ordem política criada e pela atenção social.

Não, meus caros. Não vejo serventia política para pessoas que se deixam empolgar por qualquer ação originária do deplorável trio a que a senadora entusiasticamente serviu, a ponto de dizer que a CPI (leia-se G7) foi ensaio para uma grande convergência democrática... Aquele grupo foi, isto sim, uma aula sobre o fracasso institucional brasileiro e Simone Tebet fez questão de aparecer na foto.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


terça-feira, 12 de abril de 2022

AVULSAS

 

DERROTA DA TURMA DE RANDOLFE E RENAN

 

CPI do MEC perde assinaturas e fica inviável, mas Randolfe seguirá buscando palanque

A GRANDE DUPLA: TOLÔTE E PINICO

A cúpula do PT ainda não perdoou o senador Randolfe Rodrigues, que em fevereiro passou a integrar  a coordenação de campanha do ex-presidente Lula nas eleições de 2022. 

Motivo: o parlamentar já disse duas vezes que Lula pode perder a eleição para Jair Bolsonaro.

Neste momento em que a campanha de Bolsonaro ganha um viés de alta nas pesquisas e Lula aparece estabilizado, está sendo interpretada como um reconhecimento de que as coisas não vão tão bem como alguns  petistas propagam.

Na semana passada, Randolfe admitiu duas vezes a possibilidade de derrota de Lula nas eleições.

Primeiro, foi  em uma entrevista para o Metrópoles, e depois para o UOL.

Os chefões do bando já sabem que Lula vai levar uma pajaraca de grosso calibre na próxima eleição.

Até o integrante da coordenação de campanha, o baitola da fala fina, já sabe disso.

Isto se Lapa de Ladrão não tirar o furico da reta antes de chegar o mês de outubro, como todas as evidências mostram que ele vai fazer. Ele é safado mas não é besta.

O fato é que Lula e Gazela Saltitante formam uma parelha perfeita.

Uma dupla bostífera tipicamente banânica.

Lapa de Ladrão não poderia ter arranjado um coordenador melhor que este pra sua fracassada campanha.

Fracassado assessorando fracassado é fracasso em dobro!

“Como é lindo este meu ídolo Lulinha! Se ele me apertar, eu começo a saltitar aqui mesmo ao lado dele”

LULA É RACISTA E HOMOFÓBICO?

Lula esquece de pagar o pedágio ideológico e é criticado por foto com homens brancos

Jornal da Besta Fubana   -  Transcrito por Blog Prontidão Total


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Randolfe pede que STF investigue comportamento de Aras

Alexandre Garcia


O senador Randolfe Rodrigues, que foi vice-presidente da CPI da Covid e que representa o Amapá, entrou com uma petição para o ministro Alexandre de Moraes, se queixando do procurador Aras. Imagina que o senador pede, que seja investigado o comportamento do procurador-geral da República, porque ele mandou arquivar, na quinta-feira, aquele inquérito fajuto, que saiu daquela delegada que havia sido requisitada por Alexandre de Moraes para fazer o que deveria ter sido um inquérito administrativo interno do Supremo, mas não sei por que, foi turbinado, não sei como, prendeu gente.

E nesse tal de inquérito, das fake news, resolveram enquadrar o presidente da República, dizendo que ele cometeu crime ao divulgar documentos sigilosos daquele inquérito da invasão dos hackers aos computadores do Supremo no ano eleitoral de 2018. Aliás, o hacker era um português de 19 anos, que foi preso. E que já tinha feito outras invasões como essa. Mas, sobre esse sigilo, em primeiro lugar: houve um laudo de um inquérito administrativo da Inteligência da Polícia Federal sobre a conduta do delegado que atendeu ao requerimento de uma comissão especial da Câmara que pediu os documentos do inquérito, porque investigava a segurança do voto, e chegou à conclusão que o delegado não cometeu nenhum crime. Fez tudo dentro da lei e que não tinha nenhum sigilo nesses documentos.

Então, a procuradoria da Câmara do Deputados, ou seja, o serviço jurídico da Câmara dos Deputados, anunciou um parecer dizendo que não tinha nenhum sigilo nesses documentos, eximindo o deputado Felipe Barros, que distribuiu esses documentos para os deputados, de qualquer culpa.

, o procurador geral, mandou para o arquivo, porque não tinha nada. E Randolfe Rodrigues, que deve estar meio chateado porque até agora não se encontrou nenhum crime em tudo aquilo que a CPI da Covid apurou, que deu tanto vexame, tanta agressão, lambança, palanque, tanto caminhão de som eleitoreiro naquela CPI e não deu em nada, porque não tinha nada mesmo. Agora, está querendo que Alexandre de Moraes investigue o comportamento do procurador-geral da República, que não faz nenhum sentido. Mostra que ele não sabe que o procurador tem a mesma independência e autonomia que qualquer ministro do Supremo.


terça-feira, 29 de junho de 2021

Um tempo vagabundo = Renen e Randolfe ...

Renan e Randolfe já deixaram claro que a CPI é para atingir o governo federal, o resto é secundário e evitável

Cursei um ano de Psicologia, antes de ingressar na faculdade de Jornalismo. Não tenho saudade das aulas de Neuroanatomia, impregnadas de nomes estranhos e formol. A melhor lembrança que guardo daqueles dois semestres é do meu professor de Psicologia Social, Bernardo Jablonski. Ele era incrível, era ator, diretor teatral, roteirista. Suas aulas eram concorridíssimas, reuniam estudantes de todos os cursos da universidade, mesmo que não matriculados na matéria.

Estudar como as pessoas pensam, influenciam e se relacionam umas com as outras é um desafio enorme, que Jablonski apresentava aos alunos com muito humor. Quando falou da dificuldade que temos de mudar a primeira opinião que formamos sobre alguém, os exemplos foram hilários... Se vemos alguém de quem não gostamos ajudando uma velhinha a atravessar a rua, a tendência é que pensemos: “Ele vai extorquir dinheiro da senhora...” E se vemos alguém de quem de cara gostamos socando uma velhinha, tendemos a pensar o seguinte: “A velhinha aprontou alguma”.

A CPI da Covid é assim, já tem opinião formada, relatório pronto e não se convencerá nem será convencida de que esse não é o jeito certo de fazer um inquérito. Os senadores de oposição não escolhem apenas as perguntas, decidem também as respostas. Ai de quem não responder do jeito que eles acham que deve ser. Coação, intimidação, ameaça... Não venha com churumelas, os senadores querem saber da cloroquina do Bolsonaro, não querem saber da cloroquina do médico David Uip, da cloroquina do governador do Pará, Helder Barbalho, do governador do Piauí, Wellington Dias.

Não venha com esse papo de que o Brasil está se tornando o quarto país que mais vacina em termos absolutos no mundo. Poderíamos ser os primeiros! Sério? Os espancadores de velhinhas têm certeza disso. Eles acreditam também que “somos o país que mais mata de Covid no planeta”, como afirmou o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues. Lançou essa, enquanto tentava escapar de uma pergunta feita pela repórter Berenice Leite, do Jornal da Cidade On-line.

O que ela queria saber? 
Quando governadores e prefeitos serão convocados para depor na comissão? 
Quando se investigará o uso da bilionária verba federal enviada a estados e municípios para combate à Covid? 
Renan Calheiros, ao lado de Randolfe, disse que já há apurações sobre isso e que não vai fazer “uma dupla investigação”
Só que também já existe uma investigação pedida pela PGR e autorizada pelo STF sobre a conduta do ex-ministro Pazuello na crise em Manaus... Duplicidade, sim, se eles quiserem.

Veja Também: Longe da verdade

Berenice insistiu: “E as investigações sobre cinco governadores encaminhadas à CPI da Covid pelo procurador-geral da República?” Randolfe disse que “qualquer fato correlato, conexo será investigado”, deixando claro de novo que a CPI é para atingir o governo federal, o resto é secundário e evitável. Renan confirmou a estratégia, meio sem querer: “Vamos investigar tudo o que for necessário... dentro de um roteiro óbvio”. E minha primeira impressão permanece: nosso tempo e nossa energia são mesmo vagabundos.

 Luiz Ernesto Lacombe, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


terça-feira, 25 de maio de 2021

Checamos: você não existe - Guilherme Fiuza

Troque o seu medo e o seu ódio pela empatia da grande imprensa por aqueles que realmente precisam de apoio e solidariedade para te assaltar

Antigamente imprensa era aquilo que te contava o que você não sabia. Antes de pegar o jornal na porta de casa de manhã podia ter caído um ministro ou estourado uma guerra e você só ficaria sabendo ali, com cara de sono e os olhos ainda embaçados, ao dar de cara com a manchete da primeira página. Ao longo do dia, sem ligar a TV você praticamente só sabia o que se passava na sua casa e no seu trabalho — e para estar em dia com o país e o mundo era preciso esperar a noite. Isso mudou — e não estamos falando da internet.


Hoje em dia pode acontecer de um país inteiro sair às ruas numa manifestação gigantesca e não sair nada na imprensa. Só um veículo ou outro registrando aquilo — ante o silêncio total dos que compunham o núcleo da “grande mídia” — leva até o cidadão a achar que as multidões que ele mesmo viu na rua foram miragem. O sujeito se belisca e corre para o médico perguntando se está vendo coisas (correndo o risco de o médico dizer que também não viu nada, dependendo do médico).

Corre então para o psicanalista, depois para o psiquiatra — que também estavam com a televisão ligada e não viram nada.

— Tem certeza que não foi sonho? — pergunta o doutor.

— Absoluta! Eu fui comprar pão e vi um monte de gente espalhada pela rua, gritando por liberdade.

— Liberdade? Estranho. Como elas estavam vestidas?

— De verde e amarelo.

Verde e amarelo? No Brasil? Estranho…

— Será que eu estou tendo alucinações, doutor?

É provável. Que dia você teve essa visão?

— Foram alguns dias. Mas a maior foi no dia 1º de maio.

— Hum… Esquisito mesmo. Espera aí, vou fazer um teste.

O doutor volta com as edições impressas dos mais tradicionais jornais do país do dia seguinte ao do problema relatado.

— Está vendo aqui? Nada. Nenhuma manchete. Possivelmente você teve mesmo um surto delirante.

— É grave, doutor?

Não necessariamente. Tenho recebido outros pacientes com o mesmo problema. Pode ser uma síndrome psicológica contemporânea.

— Qual o tratamento pra isso?

O mais importante é a segregação.

— Como assim?

Evitar contato com outras pessoas que tenham essa mesma síndrome. Ou seja: não falar com quem anda vendo gente espalhada nas ruas de verde e amarelo. Isso é contagioso.

— Em quanto tempo eu vou ficar bom, doutor?

Depende de você. Leva esses jornais aqui e lê tudo. Não deixa uma linha de fora. Quando você tiver entendido tudo que aconteceu no dia 1º de maio, pode passar pra edição do dia seguinte. E fique em casa.

— Posso sair de máscara?

Não. O problema são os olhos. Na rua você pode voltar a ter visões de pessoas clamando por liberdade. Cada recaída vai multiplicar o tempo do tratamento, isto é, a quantidade de jornais que você terá que ler para se desintoxicar da realidade.

O paciente sai do consultório aliviado e confiante. Começa então o tratamento de imersão na grande imprensa e passa a se conectar com um mundo pródigo que o seu negacionismo estava rejeitando. Nesse mundo ele descobrirá que as ruas não são mais necessárias — porque existem as telas, e nelas a liberdade e a justiça estão sendo defendidas bravamente por Renan Calheiros. Como a sensação de que todos os problemas estão resolvidos pode dar sono, o tratamento inclui pequenos choques sonoros do senador soprano Randolfe sempre pedindo a prisão de alguém aos gritos para te manter alerta.

O tratamento prossegue com as notícias de que o Supremo Tribunal Federal está reparando uma injustiça histórica ao inocentar o ladrão mais querido do país. Se você continuasse vagando pelas ruas em contato com a realidade essa entidade reacionária — teria talvez a impressão de que esse ladrão é execrado e o STF é um lixo. Mas mergulhado na grande imprensa você jamais será acometido desses delírios raivosos. O amor bandido já está no segundo turno da eleição presidencial do ano que vem, franco favorito, praticamente eleito. Sem medo de ser feliz, de ser cínico, de ser egoísta, de ser hipócrita e de ser escroto. Troque o seu medo e o seu ódio pela empatia da grande imprensa por aqueles que realmente precisam de apoio e solidariedade para te assaltar sem culpa.

Quem precisa noticiar as vontades do povo — que está sempre cheio de vontades e nunca satisfeito — se pode noticiar as vontades do Renan Calheiros? Outro dia Renan bradou contra as “baixarias”. Ganhou imediatamente todas as manchetes. Manchetes de uma imprensa que hoje se apresenta como gladiadora do bem contra o mal. É isso aí. Não pode haver dúvidas nessa fronteira entre o bem e o mal. E, se você recair e continuar dizendo que viu gente na rua em defesa da liberdade, os checadores vão checar você — e concluir que você não existe. Se cuida.

Leia também “O Brasil que a imprensa não vê”

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste