Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador multidão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador multidão. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Saidinhas de Natal: devem ser armas do Papai Noel que os bandidos usam para matar - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo - VOZES

Benefício a criminosos

O ex-ministro de Lula, que foi ministro das Comunicações, o experiente político carioca Miro Teixeira, disse que os atos de 8 de janeiro de 2023 jamais podem ser chamados de golpismo, pois foi uma balbúrdia, que não tinha a menor condição de golpe. 
Que se Bolsonaro quisesse dar o golpe, daria enquanto era comandante supremo das Forças Armadas, e não depois que estava na Flórida. Ele tem razão.
 
E o ministro da Defesa de Lula, o atual ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse mais ou menos a mesma coisa, que não havia condições de golpe.  
Era uma multidão, sem comando, sem liderança, de pessoas idosas, ninguém conduzindo, ninguém portando armas, sem nenhum apoio de forças policiais ou militares. 
E alguns, que até hoje não se sabe quem foram esses, porque os inquéritos até agora não especificaram quem quebrou o quê, e a gente não sabe quem quebrou ou se alguém entrou antes para quebrar.

Democracia para quem?
Foi lançado agora, lá em São Paulo, o livro Diário de Anne Brasil. Meio, assim, repetindo o Diário de Anne Frank, contando de uma jovem que veio do interior do Brasil no início de janeiro e que ficou acampada lá na frente do QG e que participou das manifestações e não invadiu nenhum prédio
E até hoje está com tornozeleira, e foi para prisão, foi posta no ônibus, naquele engodo, passou pelo IML, foi para a Polícia Federal e acabou no presídio. 
Pessoas que não tinham a menor condição de dar golpe de Estado, tomar o poder, destituir o presidente da República. Destituir os chefes de poder. Só para lembrar isso.

Aliás, querem lembrar isso em um museu da democracia. Eu acho que é o reconhecimento de que a democracia já é passada, já vai para o museu. Vai lá, põe a Constituição de 1988 no museu, junto com as múmias, com os quadros maravilhosos do século passado, dos impressionistas etc. Democracia, né? Se fala tanto.

Democracia é lugar em que as pessoas têm tranquilidade, agora mesmo eu vi no Estadão. A revista International Living escolheu os 10 melhores países para quem quiser morar depois de parar de trabalhar. Aposentados. Primeiro Costa Rica. Segundo Portugal, né? Aí eu vejo que França está lá. Está em sétimo, parece. Estados Unidos nem está. E Brasil, claro, não está. Imagina, a pessoa sai para a rua, encontra bandido que foi solto para a saidinha de Natal.

Benefícios aos criminosos
Foi o que aconteceu em Belo Horizonte, lá com o sargento Roger Dias,
de 29 anos, pai de recém nascido. 
Encontrou o cara da saidinha, que já estava armado. Ganhou arma do Papai Noel, né? E deu dois tiros na cabeça do sargento. 
O governador Zema está reclamando que já passou um projeto de lei pela Câmara e o Senado não bota para votar. 
Só que tem que sacudir o mineiro que representa Minas Gerais, que é o presidente do Senado. Que é o Rodrigo Pacheco. A Câmara dos Deputados aprovou por 311 a 98, o fim dessas saidinhas, desses benefícios.
 
 O sujeito que atirou no sargento já tinha 18 crimes na ficha e foi beneficiado. O cúmplice dele, que estava ao lado, já tinha dois homicídios num total de 15 crimes, que está preso também.
Aqui em Brasília o sujeito saiu na saidinha, deu cinco tiros - também ganhou a arma do Papai Noel - na mulher que não foi visitá-lo.
 
Lá no litoral paulista pegaram outro da saidinha que tava com metralhadora, uma submetralhadora - que ganhou do Papai Noel também.  
Quando será que Rodrigo Pacheco vai fazer o Senado votar o que é de interesse da nação brasileira? 
não é o interesse pessoal de cada um, é o interesse do povo, então fica o registro.
 
Falando em crime, né? Que coisa horrorosa! Essa pousada lá em Presidente Figueiredo, no Amazonas.  
Uma moça venezuelana, artista, artista de circo, palhaça de circo, ciclista que vinha percorrendo o país, se hospedou na pousada, estava na rede, e foi morta pelo casal. Primeiro estuprada, violentada, depois morta e enterrada, do lado da pousada, descobriram agora. 
Meu Deus do céu, será que o brasileiro é mesmo aquele cidadão cordato? De bom coração, do nosso sociólogo Gilberto Freyre?

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES



quinta-feira, 27 de julho de 2023

O negócio prospera - Percival Puggina

         A advertência vem sendo frequentemente repetida: “Todo dia, um ingênuo e um espertalhão saem de casa; se os dois se encontram, dá negócio”.  
Imagine a facilidade dos espertalhões se contarem com apoio dos grandes meios de comunicação, se a cúpula do Poder Judiciário for antagônica aos seus concorrentes e se as celebridades que os ingênuos reverenciam forem devotas do malandro maior!
 
Quando vejo a realidade nacional sob esse prisma, não posso deixar de pensar no poder de degeneração que acompanha a malandragem esquerdista
Ela só é bem sucedida porque opera como uma formadora de trouxas. Verdadeira multidão! Vota de qualquer jeito em qualquer sujeito ou, como ingênuo, vota no mais vivo por qualquer motivo.

Por isso, o negócio prospera. 

Lembro das longas décadas em que a sociedade teve três instituições não estatais como referências que lhe falavam em temas cruciais – a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). 
Dirigidas por pessoas prudentes e sábias, as três muitas vezes se manifestavam juntas. 
Não detinham poder algum fora de seus próprios âmbitos, mas possuíam algo que se evaporou quando os malandros foram ao encontro da multidão dos trouxas
O predicado que as três instituições tinham era mais relevante do que o poder. Os romanos chamavam-no de “auctoritas”, atributo de uma pessoa ou de uma instituição derivado do respeito que os demais a ela dedicam em virtude dos valores e princípios que a inspiram.
Temos, hoje, uma OAB que assiste passiva aos maus tratos à Constituição, à advocacia e ao bom Direito
Temos uma ABI que silencia perante a prática recorrente da censura. Temos uma CNBB silenciosa quando o Estado se agiganta sobre a sociedade e as nuvens do totalitarismo se aproximam no horizonte com prisões políticas e desrespeito à dignidade humana.
 
Dia após dia, nestas linhas, dedico-me a descrever causas e consequências dos males que vejo, como fiz lá atrás, nos anos 80, quando percebi o abismo por vir. Sou conservador, não faço revoluções.  
Cultivo apenas o hábito maluco de acreditar na força da liberdade, na instituição familiar, no trabalho, na criatividade humana e na educação portanto. 
Sabia que um dia o desespero, neste Brasil sem Deus, bateria à nossa porta. “Escrever não resolve”, alertam-me alguns. Depende do que se considere como resolver.

Eu escrevo para que, a cada dia, um número menor de ingênuos se encontre com os malandros que tomaram a nação. Escrevo para que fique bem claro meu não consentimento ao que vejo ser feito em meu país.

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


terça-feira, 23 de maio de 2023

Cúpula do G7: Lula continua viajando porque não sabe como governar o Brasil - J. R. Guzzo

Gazeta do Povo - VOZES

A propaganda oficial e a multidão de assessores de imprensa que o governo mantém na maior parte da mídia brasileira disseram que Lula e o presidente da Ucrânia não puderam se encontrar na reunião de chefes de governo no Japão por problemas de “agenda”. É “desinformação” em estado puro, como diriam os censores que o regime Lula-STF quer impor ao Brasil com suas leis para “regulamentar” o direito de expressão na internet.

Que agenda? Lula não tem agenda; estava em mais uma etapa do seu programa de turismo para mostrar o mundo à sua mulher, e isso não inclui trabalho mesmo porque, em seu novo papel de “líder mundial” amador, ele é inepto para qualquer atividade diplomática séria. [a grande verdade, a única  e excelente constatação, é que o atual presidente faz mais bem ao Brasil quando está viajando - faz e diz menos bobagens no Brasil e diverte (como comediante de quinta categoria) os lideres dos países que visita. 
Percebam que nessa última viagem, até o Zelenski, ex-comediante de terceira classe, tirou sarro com o comportamento do 'estadista' brasileiro.Mais viagens para o ídolo da seita petista, assim, o Alckmin,  mesmo nada fazendo,  é mais útil, por ser menos danoso, aos interesses do Brasil.]

    Lula viaja sem parar ao exterior, desde início do seu governo, para fugir das suas responsabilidades como presidente.

O presidente da Ucrânia, na verdade, não quis perder seu tempo com Lula numa conversa que não iria afetar em absolutamente nada a guerra com a Rússia.  
O que poderia produzir de útil um encontro com alguém que acha a Ucrânia culpada pela invasão de seu próprio território? 
Mandou dizer que não podia ir – e ficou nisso.

Lula viaja sem parar ao exterior, desde início do seu governo, para fugir das suas responsabilidades como presidente. Este é fato – todo o resto é uma fake news serial. Lula não sabe governar.  
Escolheu para seu ministério uma coleção de extremistas e parasitas incapaz de administrar uma barraca de feira. 
Em cinco meses de governo não conseguiu solucionar, ou sequer encaminhar alguma ideia coerente de solução, para nenhum problema da população brasileira.

Veja Também:

    Trapaça, mentira e entreguismo: como foi a viagem de Lula à China

    MST não quer terra nenhuma, só dinheiro vivo – e quem paga é o povo 

    Lula vem mentindo desde que assumiu o governo – e não será punido por isso

Não trabalha. Não tem nada que possa ser descrito como um projeto. Joga a culpa de todos os seus fracassos no Banco Central; 
diz, dia sim dia não, que são os juros altos, e não a sua incompetência, que causam todos os males da economia brasileira. 
Simula atividade passeando com o microfone em reuniões inúteis, faz discursos de pregação do ódio, ameaça sem parar quem se opõe a ele – e viaja pelo mundo com dinheiro do pagador de impostos. Não gerou um único emprego, nem ajudou ninguém a produzir uma espiga de milho. Seu governo é isso.
 
É óbvio que ficar mudando de hemisfério o tempo todo não faz de Lula um presidente melhor para o Brasil. 
 Também não resulta em nada, é claro, para os países que vista – onde faz pose de estadista-negociador da “paz” e do “novo equilíbrio internacional” sem jamais conseguir um único resultado prático. 
No caso da invasão da Ucrânia pela Rússia, para piorar tudo, colocou o Brasil do lado do invasor. 
Foi uma decisão onde somou ignorância com o instinto de ficar junto com Cuba, Venezuela e outras ditaduras. Agora não dá mais para consertar.

J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


segunda-feira, 24 de abril de 2023

O que aconteceu no 8 de janeiro - Revista Oeste

Silvio Navarro

Imagens vazadas colocam o governo Lula no centro dos atos de vandalismo, levantam suspeita de cumplicidade e tornam a CPMI no Congresso inevitável

Foto: Reprodução

Às 14h55 do dia 8 de janeiro, os carros da Polícia Militar do Distrito Federal que atuavam na segurança da Praça dos Três Poderes, já sob ataque de um bando de vândalos, deixaram uma das principais vias de acesso à chamada Esplanada dos Ministérios.
 Ao fundo, em meio à fumaça de bombas de efeito moral, uma multidão avançava em direção ao Palácio do Planalto. 
Imediatamente, os oficiais alinhados em um cordão com escudos recuaram, permitindo a entrada do grupo no estacionamento do prédio. Neste momento, a porta principal da sede da Presidência da República em Brasília estava aberta. Por quê?
 
Um enorme arquivo com 160 horas de filmagens, captadas por 22 câmeras, foi obtido pela emissora CNN.  
A edição, com pouco mais de cinco minutos, foi divulgada na quarta-feira, 19. 
Há meses a Câmara dos Deputados, parlamentares individualmente e veículos da imprensa, por meio da Lei de Acesso à Informação, buscavam acesso ao material. O governo Lula guardava o conteúdo a sete chaves. Por quê?Foto: Reprodução MetrópolesFoto: Reprodução Metrópoles
 
Os vídeos provocaram um terremoto no Congresso Nacional como não se via desde os escândalos conhecidos pelos aumentativos Mensalão e Petrolão. Na mesma quarta-feira, coincidentemente, estava marcada a audiência do general Marco Edson Gonçalves Dias, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), na Câmara para falar sobre o dia trágico. Às 13 horas, contudo, ele enviou um atestado médico à comissão que não diz absolutamente nada: apresentava um “quadro clínico agudo que requer medicação”. Não há sequer o CID (classificação internacional de doenças), obrigatório em atestados médicos. Duas horas depois, “GDias”, como é chamado pelo Batalhão de Infantaria do Exército, estava com Lula na reunião que selou sua demissão
Foi o primeiro ministro do governo demitido em 120 dias de mandato, um recorde em qualquer governo do PT nem ministros enroscados em denúncias, como o das Comunicações e a do Turismo, foram despejados até hoje. Por que Gonçalves Dias deixou o posto tão rápido?
 
Horas antes do cancelamento da audiência na Câmara, o general aparece nas imagens do circuito interno do Palácio do Planalto circulando, à paisana, entre os invasores. 
Ele checa portas, visita a antessala do gabinete de Lula e interage com os baderneiros — as falas são inaudíveis. 
Em nenhum momento, o militar atuou como um agente de segurança nem tentou evitar a depredação. Que general permite que o inimigo ataque sua fortaleza? 

Atestado Utilizado por Gonçalves Dias | Foto: Reprodução

Já demitido, Gonçalves Dias disse em entrevista à GloboNews que sua atuação naquela tarde se limitou a direcionar os invasores para a planta baixa do prédio, onde a Polícia Militar os aguardava. Ele conversou com jornalistas, mas não foi ouvido até agora pela Polícia Federal, como os milhares de manifestantes que terminaram presos a mando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Por quê?

Acuado, Lula mandou sua base escolher quem serão os integrantes da CPMI. A leitura do pedido de abertura da comissão será no dia 26

Lula sacou a velha carta de que não sabia de nada
Fez chegar aos articulistas na mídia que foi traído pelo general. É uma tese que não para em pé nem nas redações apaixonadas por ele
Dias é uma das pessoas mais próximas do petista há anos. 
Na Presidência, Lula usava um botão de emergência que acionava o general imediatamente. O jornalista Ricardo Kotscho, assessor do próprio Lula no passado, escreveu nesta semana no portal UOL. “Ele se tornou conselheiro do presidente, porque é um cara preparado. Lembro que, nas viagens de avião para a China e a Índia, ele passava o tempo todo lendo. Não consigo entender como isso foi acontecer com ele agora.”Foto: Reprodução UOL


Diante de tamanha proximidade, com Lula a quilômetros de distância de Brasília — estava em Araraquara, no interior paulista —, não é crível que o chefe do GSI tenha deixado de comunicar o presidente que o Palácio do Planalto fora invadido. O senador Marcos do Val (Podemos-ES), um dos que acompanham mais de perto os episódios de janeiro, afirmou que Lula teria dito na véspera ao general: “Deixe acontecer”.
Quer água mineral?

Outros membros do GSI também aparecem nas novas cenas: um deles, capitão do Exército, pode ser visto dez vezes. Numa das imagens mais bizarras, ele abre uma porta e oferece água mineral aos manifestantes. Em outra, depara-se com um vândalo mascarado prestes a arremessar um extintor de incêndio contra uma vidraça.  
Nem ele nem outros oficiais fazem nada para deter o quebra-quebra. Pelo contrário, quando o relógio do sistema de câmeras crava 15h19, os guardas deixam a sala, apenas dois minutos antes de os arruaceiros chegarem com uma marreta. Por quê?
 
Na sequência exibida pela CNN, é possível perceber uma novidade em relação às imagens divulgadas anteriormente pelo programa Fantástico, da Rede Globo: as pessoas que invadiram o prédio têm perfis distintos. Isso fica nítido na destruição do relógio do século 17
A cena estúpida foi explorada à exaustão para sustentar a narrativa de que o país estava diante de um golpe de Estado, sem tanques nem soldados, mas liderado por uma turba anônima de “bolsonaristas” organizada pelo WhatsApp. 
A imagem da TV Globo mostra um criminoso trajando uma camiseta preta com a estampa do rosto do presidente Jair Bolsonaro. Ele faz questão de encarar a câmera de segurança. É como se dissesse: “O Bolsonaro me mandou vir aqui”. Essa narrativa caiu na última quarta-feira.


"Exclusivo: Imagens mostram ação do GSI em ataque aos Três Poderes em 8 de janeiro | CNN NOVO DIA"

 
Agora, é possível ver que outros manifestantes, que usam camisas e bandeiras com as cores verde e amarela que tampouco deveriam estar dentro do prédio, é verdade — tentam recolocar no lugar o relógio francês trazido ao Brasil por Dom João VI. O que acontece depois?    O objeto é arremessado novamente contra o chão por outra pessoa mascarada. 

O conflito entre os próprios invasores está nítido: há uma tentativa vã de alguns deles em conter alguns solitários ensandecidos.                        Havia infiltrados ali?
Quem sabia dessas imagens? [COMENTÁRIO MOSTRANDO UMA CURIOSIDADE: A TV Funerária ontem, em seu programa dominical,  que já foi famoso, líder em audiência e credibilidade, entrevistava o "Cappellii, atual interino do GSI, que dizia ser correto o procedimento de 'empurrar' a multidão do 3º e 4º andares, para o segundo andar onde seriam presos; o repórter, talvez por estar  cumprindo pauta, não pode destacar que minutos antes ele havia apresentado imagens de pessoas circulando livremente pelo segundo andar e até comentado que as pessoas não estavam sendo incomodadas pela segurança.]

As imagens que jogam luz nos episódios de 8 de janeiro foram divulgadas por um canal de televisão. 
Numa nota oficial vazia, o GSI disse que o material é secreto e somente as autoridades que conduzem o inquérito têm acesso a ele — ou seja, a Polícia Federal, a Procuradoria-Geral da República e o gabinete do ministro Alexandre de Moraes. Passados 120 dias, por que nenhum membro do GSI, principalmente o chefe, Gonçalves Dias, foi indiciado ou preso?
 
Por muito menos e com extrema celeridade, o ex-secretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres está encarcerado há três meses. Ele estava nos Estados Unidos no dia dos ataques
É acusado de ter rascunhado uma minuta [rascunho, esboço de ideias para uma possível apreciação, discussão, sem nenhum valor legal.] que, para o ministro Alexandre de Moraes, seria usada para chancelar o golpe de Estado preparado por 1,5 mil pessoas desconhecidas — entre eles, idosos, com crianças e cachorros que estavam acampados em frente ao Quartel-General do Exército. [sendo que o provável beneficiário do golpe - ex-presidente Jair Bolsonaro, estava há 10 dias nos Estados Unidos e sem nenhuma intenção de voltar ao Brasil para assumir o produto do golpe.] Anderson Torres | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
 
O papel golpista foi encontrado na casa de Torres numa operação de busca e apreensão
Ele já perdeu 12 quilos e a família segue com complicações — as três filhas com idade escolar estão abaladas, e a mãe faz tratamento contra um câncer
Nesta semana, o deputado Eduardo Bolsonaro sugeriu que o quadro de depressão de Torres é grave e que ele flerta com a ideia de suicídio na prisão.

Paralelamente, o governador do DF, Ibaneis Rocha, permaneceu afastado do cargo por mais de dois meses. Na época, Lula nomeou um interventor federal: o jornalista Ricardo Capelli, assessor do ministro Flávio Dino. Como precisou rifar o seu general do GSI nesta semana, Lula Capelli foi convocado novamente. Ele assumiu o posto e vai comandar todo o setor de inteligência do governo federal — leia-se: Dino vai centralizar todas as informações a partir de agora.

Existiam menores nas imagens? 
Por que rostos borrados? 
Quem vazou? 
Com qual interesse? O fascismo tenta confundir e dividir. Buscam fraudar a história. Unir nossa tropa e marchar pela democracia. Vamos reconstruir o Brasil.— Ricardo Cappelli (@RicardoCappelli) April 19, 2023
 
Diante da crise em Brasília, Lula antecipou o embarque para Portugal, o sexto país que visita desde que voltou ao poder. O Congresso travou: somente na quarta-feira, dia do vazamento das imagens, a oposição apresentou 150 requerimentos para suspender os trabalhos das comissões temáticas.  
Os plenários da Câmara e do Senado não funcionam por outro motivo: o governo não tem votos para aprovar nenhum projeto.
 
Acuado, Lula mandou sua base escolher quem serão os integrantes da CPMI. A leitura do pedido de abertura da comissão será no dia 26. 
O governo vai brigar pela relatoria ou a presidência da comissão. No Senado, os nomes já foram escalados: Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Renan Calheiros (MDB-AL), Humberto Costa (PT-PE) e Omar Aziz (PSD-AM), o quarteto que atuou na CPI da Pandemia. Na Câmara, o PT vai enviar o casal Gleisi Hoffmann (PR) e Lindbergh Farias (RJ). André Janones (Avante-MG) também quer participar.
 
A tropa lulista tem uma missão clara a partir de agora: impedir que outras imagens e informações sobre decisões tomadas pelo governo no dia 8 de janeiro — ou na véspera — sejam descortinadas.  
O principal temor são as quebras de sigilos telefônicos. 
As trocas de mensagens e o circuito interno de câmeras dos prédios públicos podem responder às perguntas que ficaram pelo caminho.
 
Uma conclusão, contudo, já pode ser tirada. Lula não aprendeu nada com o seu passado, cujo fim da linha foi a prisão — a esta altura da vida, nem vai mais aprender. 
Mais uma vez fica a lição de John Adams, o segundo presidente dos Estados Unidos, cuja biografia ele provavelmente nunca leu. “Os fatos são coisas teimosas. Independentemente dos nossos desejos, das nossas inclinações ou dos ditames de nossas paixões, eles não podem alterar o estado de fatos e evidências.” A verdade começou a aparecer.

Leia também “Dias de loucura”

Silvio Navarro, colunista - Revista Oeste


terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Vídeo mostra Gilmar Mendes sozinho na cerimônia de diplomação de Lula

Ministro do STF parece perdido em meio à multidão 

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sozinho, durante a cerimônia de diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral. Nas imagens, é possível ver as pessoas interagindo, enquanto Mendes parece perdido em meio à multidão.

O ministro do STF Gilmar Mendes, durante a diplomação do presidente eleito, Lula, no TSE - 12/12/2022 | Foto: Reprodução

O ministro do STF Gilmar Mendes, durante a diplomação do presidente eleito, Lula, no TSE - 12/12/2022 | Foto: Reprodução   

Uma cena que precedeu a cerimônia d diplomação de Lula como presidente da República chamou a atenção. O ministro Gilmar Mendes sozinho

Em setembro deste ano, Mendes disse que Lula era inocente e suspendeu uma cobrança de R$ 18 milhões feita por um procurador da Fazenda contra o petista. O ministro do STF também desbloqueou bens milionários da ex-primeira-dama Marisa Letícia para Lula.

Na tarde de ontem, Lula e Alckmin foram diplomados pelo TSE. A entrega do documento foi feita por Moraes, presidente da Corte. No início da cerimônia, enquanto todos os presentes cantavam o Hino Nacional, Lula bebia água. [é a um patriota dessa laia que pretendem entregar o Brasil para ele presidir.]

“Pela vontade do povo brasileiro expressa nas urnas, o candidato Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente da República do Brasil”, disse Moraes, ao entregar o documento ao futuro chefe do Executivo. Ao receber o diploma, Lula disse que “reconquistou o direito de viver em uma democracia neste país”. “Na minha primeira diplomação, em 2002, fiquei honrado em receber o diploma”, salientou. “Eu, alguém que sempre foi questionado por não ter um diploma universitário.”

Redação - Revista Oeste

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Bolsonaro e aliados se mobilizam para dar tom de comício ao 7 de Setembro

Os políticos mais próximos ao presidente não escondem a intenção de fazer do Dia da Independência um evento midiático capaz de gerar impacto nas urnas 

BOM PROVEITO - Bolsonaro recebe o coração de dom Pedro: tem campanha neste bicentenário -

 BOM PROVEITO - Bolsonaro recebe o coração de dom Pedro: tem campanha neste bicentenário - Evaristo Sa/AFP
Entre muitos lances políticos, a independência do Brasil, que neste ano completa seu bicentenário, foi marcada pelo primeiro confronto direto entre as tropas desde o primeiro momento leais a dom Pedro I e aquelas que optaram por seguir subordinadas à Coroa portuguesa. Nascia ali, junto com o país autônomo e soberano, o Exército nacional, e a partir de então é praxe que a comemoração oficial do 7 de Setembro tenha um tom nitidamente militar, com as Forças Armadas marchando e exibindo poderio diante de autoridades e da população.

Desde que chegou à Presidência, porém, Jair Bolsonaro, que é capitão reformado e cultiva afinidades com a cúpula fardada, tem procurado misturar a celebração da data com a de sua própria pessoa, convocando apoiadores para barulhentas manifestações de apoio — uma apropriação indébita que nem mesmo os generais da ditadura aproveitaram tanto. No ano passado, com o Planalto em confronto aberto com o Supremo Tribunal Federal, a exaltação cívico-bolsonarista foi especialmente ruidosa. Neste ano, a se julgar pelos preparativos, a expectativa é que o Dia da Independência se transforme no Dia de Bolsonaro Candidato e que a festa ganhe um tom de comício eleitoral.

CLAQUETE - Chamado às ruas: Frias, Negão e Pazuello (da esquerda para direita) lotam as redes de convocações para que manifestantes compareçam aos atos em Brasília e no Rio -

 CLAQUETE - Chamado às ruas: Frias, Negão e Pazuello (da esquerda para direita) lotam as redes de convocações para que manifestantes compareçam aos atos em Brasília e no Rio – Danilo M. Yoshioka/Futura Press; Marcos Corrêa/PR; Mauro PIMENTEL/AFP

O presidente vai marcar presença em pelo menos dois atos turbinados pelo comparecimento de seus eleitores. Em Brasília, pela manhã, assistirá ao tradicional desfile, com esperança de que bolsonaristas lotem a Esplanada gritando o slogan moldado nas redes sociais para este 7 de Setembro: “Eleições limpas já — Supremo é o povo”. A poucos metros dali, o coração de Pedro I, conservado em formol na cidade do Porto desde sua morte, em 1834, e trazido ao Brasil em homenagem um tanto mórbida ao bicentenário,[curioso que os restos mortais de Dom Pedro I, transladados em 1972 (Sesquicentenário da Independência),  em  homenagem, que não foi considerada mórbida pela imprensa. Será que o fato do presidente ser o 'capitão do povo'  motiva tal classificação?] não estará exposto para visitação no Palácio do Itamaraty. Mas o ponto alto dos festejos será à tarde, no Rio de Janeiro, cidade que é o berço político de Bolsonaro e onde ele precisa de um empurrão para encostar em Luiz Inácio Lula da Silva, à frente nas pesquisas (o governador Cláudio Castro, candidato à reeleição, pretende pegar uma palinha no palco-palanque).

(...) 

Por motivos que não revelou, o comando militar quis transferir o tradicional desfile na Avenida Presidente Vargas, no Centro, para Copacabana, um ponto muito mais vistoso e concorrido. A prefeitura invocou questões logísticas e não permitiu. Intrépida, a tropa resolveu então concentrar as comemorações no Forte de Copacabana, fincado em um extremo da mesma praia, área sob jurisdição do Exército.

À primeira vista, a comemoração será menos grandiosa, com disparos de canhão ao longo de todo o dia e hinos executados pela banda militar. 
Mas fora do forte as Forças Armadas estão armando um festival. 
A Aeronáutica preparou uma apresentação da Esquadrilha da Fumaça. Paraquedistas [Exército Brasileiro]vão se lançar de aviões e pousar na faixa de areia. 
A Marinha programou uma parada naval com seus principais navios de guerra e mais alguns de outros países, que vai singrar o mar do Recreio dos Bandeirantes ao Leme. “ [a velha imprensa, ou mídia militante, parece esquecer que se trata de uma DATA MAGNA da PÁTRIA AMADA = 200 anos da Independência do Brasil. Não criticaram o 4 julho 1976.] 
 arte 7 de setembro

(...)

As mensagens de bolsonaristas em torno dos atos do Dia da Independência (leia no quadro), presentes em 14 000 grupos de WhatsApp monitorados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), estão recheadas de críticas ao ministro Moraes, associam Lula à imagem de ex-presidiário [alguém está mentindo ou cometendo algum crime quando associa o descondenado petista (descondenado, não foi inocentado) a um ex-presidiário? ]e repisam a invenção de que haverá fraudes nas urnas eletrônicas. Pelo sim, pelo não, os integrantes do TSE e do STF estão agindo nos bastidores para isolar e impedir que o público e caminhões se aproximem das sedes dos tribunais, como quase ocorreu no ano passado, mobilizando a PM do Distrito Federal e treinando agentes para se infiltrar na multidão. Uma coisa é certa: no 7 de Setembro do bicentenário, o tradicional desfile militar ficará relevado a um tímido segundo plano.

Publicado em VEJA,  edição nº 2805, de 7 de setembro de 2022,

Em Política - VEJA - MATÉRIA COMPLETA


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

O prepotente, o dissimulado e o ególatra - Revista Oeste

Augusto Nunes

A trinca formada por Alexandre de Moraes, Fachin e Barroso faz o diabo para tumultuar as eleições deste ano 

Nem aos domingos é interrompida a marcha da insensatez conduzida por três ministros do Supremo Tribunal Federal promovidos a gerentes do Tribunal Superior Eleitorale dispostos a tudo para afastar Jair Bolsonaro da disputa que pretende provar que o Brasil é capaz de realizar uma eleição presidencial de matar de inveja qualquer norueguês. Com uma entrevista publicada em 13 de fevereiro na edição dominical do Globo e o discurso de despedida da presidência do TSE, no dia 17, Luís Roberto Barroso começou e encerrou a etapa desta semana como líder absoluto. [Barroso não conseguiu esquecer o presidente Bolsonaro em suas falas, nem quando o capitão  estava a milhares de quilômetros do Brasil, curtindo a hospitalidade dos seus anfitriões, Putin e a de Viktor Órban, primeiro-ministro da Hungria e líder da ultradireita  e sem lembrar da existência do TSE,  das urnas eletrônicas e do establishment que tenta infernizar o Governo do capitão.]

Os ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Os ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil 
 
Entre um palavrório e outro, manteve-se à frente do sucessor no cargo, Edson Fachin, e do agora vice-presidente Alexandre de Moraes. Os três fizeram bonito no esforço para confundir e perturbar o país. 
Barroso mostrou que não é fácil superar alguém que acredita na inocência de terroristas e na pureza de João de Deus. 
Moraes confirmou que vai longe. 
E Fachin deixou claro que merece o posto: ele também acha que o sistema eleitoral brasileiro, adotado por outros dois países [Bangladesh e Butão], é o melhor do planeta.

A entrevista de Barroso foi um desfile de declarações à caça da manchete espetaculosa. “Vivemos um momento triste em que se misturam o ódio, a mentira, as teorias conspiratórias, o anticientificismo, as limitações cognitivas e a baixa civilidade”, caprichou na largada. (Sem citar o nome do seu Grande Satã particular, qualificou Bolsonaro de “burro” e “selvagem”.) Em outro trecho, jurou que há cinco meses o Brasil se livrou de um golpe de Estado. Por muito pouco, e porque o tiro disparado por nostálgicos da ditadura militar saiu pela culatra. “O Sete de Setembro foi o sepultamento do golpe”, ensinou o mestre. “Compareceram menos de dez por cento do que se esperava. Quer dizer: a extrema direita radical no Brasil é bem menor do que se alardeava. As polícias militares não aderiram, nenhum oficial da ativa relevante deu qualquer apoio àquele tipo de manifestação.”  Segundo o declarante, todos os participantes da manifestação exemplarmente pacífica eram perigosos extremistas de direita. Não havia na Avenida Paulista, aos olhos do gênio da raça, portanto, um único democrata entre mais de 300 mil brasileiros de diferentes idades e classes socioeconômicas. Todos queriam ressuscitar à bala o governo militar. Isso só seria possível, nos cálculos do doutor em multidão, se os organizadores reunissem 3 milhões de radicais numa avenida onde não cabem mais de 620 mil viventes.

Moraes já inventou o flagrante perpétuo, instituiu a revogação temporária da imunidade parlamentar e ressuscitou no Brasil a figura do preso político

No dia 15, Alexandre de Moraes resolveu reduzir a distância que o separava de Barroso na busca do troféu reservado ao maior dos insensatos. Há quatro meses, o mais truculento dos ministros prendeu o líder dos caminhoneiros Marcos Antônio Pereira Gomes, o Zé Trovão, por “atos antidemocráticos”, crime que só dá na telha destelhada do Chefe da Suprema Carceragem. Há poucas semanas, ele entendeu que o preso político merecia o regime de prisão domiciliar. Nesta terça-feira, contemplou-o com a meia liberdade
Com esse invento, revogou a pena de prisão, manteve a obrigatoriedade do uso de tornozeleira e proibiu o acesso de Zé Trovão a redes sociais. 
Teoricamente em liberdade, a vítima do arbítrio tem permanecido em casa o tempo todo. 
Nem no Carnaval alguém se anima a circular pelas ruas fantasiado de preso com tornozeleira. Graças à presença do impetuoso ministro na vice-presidência do TSE, nenhum candidato estará blindado contra a criatividade alexandrina. Ele já inventou o flagrante perpétuo, instituiu a revogação temporária da imunidade parlamentar e ressuscitou no Brasil a figura do preso político. Veteranos palanqueiros que há tempos não se espantam com nada serão expostos a sustos de bom tamanho.

Moraes é o vice perfeito para o novo comandante, atesta a entrevista de Edson Fachin publicada pelo Estadão neste 16 de fevereiro. Ao anunciar com cara de paisagem, voz de comissário de bordo e dois anos de atraso que as condenações de Lula seriam anuladas porque os processos haviam tramitado na cidade errada, o carrasco da Lava Jato mostrou-se um exímio praticante da arte da dissimulação. Com uma única chicana, ele pagou com juros a dívida de gratidão com a presidente que o indicou para o STF, e demonstrou que a toga não havia melhorado a cabeça do professor de Direito que admirava Dilma Rousseff e sempre apoiou os pontapés na legalidade desferidos pelo MST. A entrevista avisa que a camuflagem se foi. A entrada em cena do Fachin de verdade completou a tropa de choque do Pretório Excelso convertido em Poder Moderador. Barroso, Moraes e Fachin não se importam com a segurança jurídica, os códigos legais e a Constituição. Sonham com a expulsão de Bolsonaro da corrida rumo ao Planalto. O que eles querem é o tumulto.

Com a mesma pose de diretor de banco aposentado exibida no dia em que guilhotinou a Lava Jato, Fachin sobrevoou a estratosfera já na terceira resposta: “A Justiça Eleitoral já pode estar sob ataque de ataque de hackers, não apenas de atividades de criminosos, mas também de países, tal como a Rússia, que não têm legislação adequada de controle”. Como assim? Os ministros não vêm recitando de meia em meia hora que o sistema eletrônico brasileiro é inviolável?  
Quer dizer que hackers russos conseguiram desvendar o segredo do acesso às urnas? 
Em que provas ou indícios Fachin se amparava para constranger o presidente brasileiro em visita oficial à Rússia? “Os dados que nós temos dizem respeito a um conjunto de informações que estão disponíveis em vários relatórios internacionais”, desconversou a sumidade em crimes cibernéticos. “Eles mostram que 58% dos ciberataques têm origem na Rússia.” O arrojo de Fachin parece ter preocupado o líder da marcha, que intensificou a velocidade no dia seguinte ao discursar em outra despedida.

De volta aos barulhos de setembro, Barroso espancou impiedosamente a verdade. “As afrontas à democracia, garantiu, incluíram “o desfile de tanques de guerra na Praça dos Três Poderes, com claros propósitos intimidatórios, e a ordem para que caças da Força Aérea Brasileira sobrevoassem a mesma praça, com a finalidade de quebrar as vidraças do STF, em ameaça a seus integrantes.”  
Se nenhuma vidraça foi sequer arranhada, se ninguém viu caças voando a poucos metros do solo, se nem mesmo o PT ousou encampar o besteirol, em que se baseava o orador para formular uma acusação de tal magnitude? 
Na história que lhe contara Raul Jungmann, ex-deputado federal e ex-ministro da Defesa. Jungmann tem tanto acesso a informações de tal calibre quanto o caçula dos porteiros do Palácio do Planalto.  
Mas os limites estabelecidos por lei são invisíveis aos olhos do trio que juntou um dissimulado, um prepotente e um ególatra.

Para o jurista Dircêo Torrecilas Ramos, os três atropelaram a Lei que trata do impeachment de ministros do Supremo. O parágrafo 3º do artigo 39 veda a integrantes do STF a prática de atividade político-partidária e exige que sejam imparciais. O parágrafo 5º os obriga a desempenhar suas funções com honra, dignidade e decoro. “As mais recentes declarações demonstram que Barroso e Fachin interferem indiretamente no processo eleitoral ao manifestar-se contra o presidente que é candidato à reeleição”, diz Torrecilas. “Barroso também se refere com palavras ofensivas ao chefe de outro Poder”. Alexandre de Moraes pode ser enquadrado no artigo 9º: “Decretar medida de privação de liberdade em manifesta desconformidade com as hipóteses legais”. Moraes também violou o inciso I do artigo 1º da Lei de Abuso de Autoridade, que pune “condutas praticadas pelo agente com a finalidade de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal”. Leis não faltam. O que falta ao Senado, encarregado de julgar integrantes do STF, é altivez. Ou vergonha. Livres de vigilância, Barroso, Fachin e Moraes estarão à vontade para reinar no mundo das urnas.

Sobram semelhanças entre eles. Todos amam o som da própria voz. A cada ponto, ou a cada vírgula, têm de conter a ânsia de ovacionar o próprio falatório. Por se acharem oniscientes, onipresentes e onipotentes, veem na sua passagem pela Terra um favor que fazem ao restante dos humanos. 
Com a segurança de semideuses, deliberam sobre rigorosamente tudo — da demarcação de terras indígenas à metodologia de combate a pandemias, da premiação do verdadeiro vencedor do Campeonato Brasileiro de Futebol de 1987 ao destino de imóveis pertencentes à família real. Não é de espantar que a sorte das eleições seja confiada a uma trinca que chegou lá com um único voto — o do presidente da República —, enxerga no povo um bando de iletrados e nunca administrou sequer a escolha de um síndico. O tumulto tem boas chances de ser vitorioso.

Leia também “A bandidagem derrota os xerifes”

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste

 

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Eles estão de volta - Revista Oeste

Silvio Navarro

Vinte anos depois, o PT tenta retornar ao poder conduzido pelo mesmo grupo assombrado por um fantasma: Celso Daniel 

Há 20 anos, o grupo que comandava o Partido dos Trabalhadores, liderado por José Dirceu, vislumbrou uma possibilidade real de colocar em prática o seu projeto de poder no país. Com alguns arranjos políticos, muito dinheiro surrupiado e uma estampa palatável para Lula, eles teriam condições de chegar ao Palácio do Planalto depois de três derrotas seguidas. 
Lula, ao lado de José Dirceu e Marta Suplicy, durante o velório de Celso Daniel, prefeito assassinado de Santo André | Foto: Samir Baptista/AE
Lula, ao lado de José Dirceu e Marta Suplicy, durante o velório de Celso Daniel, prefeito assassinado de Santo André - Foto: Samir Baptista/AE

Naquela época, além de Dirceu para quem Lula entregou a faixa de capitão do time logo depois de eleito , o PT era conduzido pelo ex-guerrilheiro do Araguaia José Genoino, o ex-seminarista Gilberto Carvalho, o despachante Silvio Pereira e “a turma do ABC”, dividida entre a ala dos sindicalistas, com Luiz Marinho e Vicentinho à frente, e os chamados “intelectuais”, cujo expoente era Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André.

Dessa lista, Celso Daniel foi o único que ficou pelo caminho. Era um quadro discreto, respeitado no meio acadêmico — dava aulas na Pontifícia Universidade Católica (PUC) e na Fundação Getulio Vargas (FGV) —, e fizera da sua prefeitura um verdadeiro caixa de propina para o projeto petista de poder — aos seus olhos, um roubo altruísta. Foi encontrado morto na manhã de 20 de janeiro de 2002, dois dias depois de ter sido sequestrado. O corpo estava cravejado por oito tiros numa estrada vicinal em Juquitiba, às margens da Rodovia Régis Bittencourt.

Na tarde seguinte, uma frase dita por Lula diante de uma multidão em luto no enterro jamais saiu da cabeça dos investigadores do Ministério Público e pesquisadores que estudaram o caso.“Estou convencido de que você, Celso Daniel, não foi vítima do acaso e que não foi um incidente. Possivelmente, sua morte foi planejada e tem gente graúda por trás disso”, disse

A quem Lula se referia quando falou em “gente graúda por trás disso”? Não se sabe, talvez nunca se saiba. É importante lembrar que, quatro meses antes, outro prefeito petista fora assassinado: Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, que administrava Campinas, no interior paulista. Ele foi baleado no dia 10 de setembro de 2001. À época, o incidente só não ganhou repercussão maior porque, no dia seguinte, a Al Qaeda, de Osama Bin Laden, derrubou o World Trade Center, no atentado terrorista que mudou o mundo. A imprensa tinha um assunto maior para cobrir.

Na cidade de Campinas funcionava um esquema de corrupção similar ao de Santo André e também ao de Ribeirão Preto (SP), cujo prefeito era Antonio Palocci Filho. Não é exagero afirmar que era um petrolão em menor escala: empresários e políticos petistas sócios num consórcio em que o principal objetivo era a repartição da montanha de dinheiro público.

Em 2005, a CPI dos Bingos, batizada de CPI do Fim do Mundo, revirou histórias mal contadas sobre administrações petistas. Foi quando João Francisco e Bruno, irmãos de Celso Daniel, relataram ter ouvido de Miriam Belchior, ex-mulher do prefeito, e de Gilberto Carvalho, que R$ 1,2 milhão foram entregues a José Dirceu.

João Francisco interpelou Gilberto Carvalho: “Você se esqueceu que, naquele dia, em casa, entre um pedaço de bolo e outro, você disse que tinha medo de transportar tanto dinheiro para o José Dirceu num Corsa preto?”, perguntou. “Sinto que sua alma está aprisionada.”

Fantasmas do PT
A morte de Celso Daniel e a de Toninho do PT ficarão para sempre no imaginário popular. Nos dois casos, foram tratadas como crimes urbanos, cometidos por ladrões insignificantes que terminaram na cadeia — a maioria está presa até hoje e o silêncio é regra. As testemunhas morreram. Os mandantes nunca foram identificados. A trama política que poderia ser o pano de fundo dessas histórias foi deixada de lado, sabe-se lá se por conveniência ou por medo de espalhar demais o braseiro.

Agora o PT ressurge in natura, sem a maquiagem dos marqueteiros do passado

O terceiro prefeito citado, Antonio Palocci, virou sucessor de Celso Daniel na coordenação da campanha de Lula dias depois do assassinato. Chefiou o Ministério da Fazenda, a Casa Civil e só não está mais na cena política porque derrapou duas vezes. Primeiro, ao comprar briga com um simples caseiro de Brasília. Depois, por ter sumido com R$ 20 milhões do caixa oculto da campanha de Dilma Rousseff.

O fato é que esses laboratórios do petrolão deram certo e a turma toda se deu bem num primeiro momento. Quando a onda passou, caíram, um a um, por duas razões. Antes de mais nada, porque, para fazer o negócio funcionar em grande escala, foi preciso recrutar os trambiqueiros de Brasília, que não estavam nem um pouco interessados na doutrina marxista-leninista de Delúbio Soares ou João Vaccari Neto. E porque, como disse o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) ao ser implodido no mensalão, “quem nunca comeu mel quando come se lambuza”.

Dá descarga na engarrafadora do vento

20 anos depois
Beneficiados por uma espiral de decisões de tribunais superiores, o grupo petista, hoje “descondenado”, quer voltar a dar as cartas. A maioria das condenações foi extinta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) depois de determinado o fim da prisão em segunda instância. Segundo um levantamento do jornal O Estado de S.Paulo, extinguiram-se 277 anos em penas, envolvendo 74 pessoas — não só de petistas, obviamente. A Justiça Eleitoral também entendeu que Lula tem a ficha limpa. As tornozeleiras eletrônicas foram retiradas. E a pandemia os recolocou, ao vivo, em lives na internet. É possível assistir a Dirceu, Genoino e grande elenco no YouTube atacando a Operação Lava Jato.

Contudo, um detalhe importante chama a atenção: nessas aparições, cada vez mais recorrentes, o PT ressurge in natura, sem a maquiagem dos marqueteiros do passado, Duda Mendonça e João Santana. Fala-se abertamente tudo o que precisou ser camuflado para chegar ao poder, há 20 anos.

Eis alguns exemplos da atual agenda eleitoral do PT:

1) não haverá uma nova Carta aos Brasileiros — referência ao documento assinado por Lula em 2002, que procurava acalmar banqueiros e empresários;

2) o teto de gastos (compromisso de austeridade fiscal) será revogado;

3) as privatizações vão cessar ou serão revertidas;

4) fim da autonomia do Banco Central;

5) leis trabalhistas serão revistas — ou seja, a burocracia estatal pode ser amplificada, causando aumento no gasto público;

6) retomada do imposto sindical;

7) será implantado, finalmente, o controle social da mídia — pode chamar de censura que ele atende.

Não é só. José Genoino também voltou à ativa depois da cadeia. E é na teoria dele que mora o perigo. Genoino acredita que o que faltou ao PT no passado foi dominar as Forças Armadas — como fez Hugo Chávez ao nomear centenas de generais na Venezuela. Nas palavras do ex-guerrilheiro do Partido Comunista Brasileiro, é preciso instaurar uma “nova política de defesa no país” e “diminuir a reações militares” (veja o vídeo abaixo).

[o PT não volta; e essas almas penadas, tipo a do vídeo, só servem para arrastar correntes no inferno.]

Genoino se refere a uma das poucas reservas que a tropa petista manteve quando esteve no poder: aparelhar o comando das Forças Armadas. Sempre que a tentação ganhou força, o Palácio do Planalto interferiu e indicou um nome considerado moderado, como o próprio ex-vice-presidente José Alencar ou o ex-ministro do STF Nelson Jobim. Aparentemente, agora a história é diferente.

Faltam dez meses para as eleições. É bastante tempo. Mas uma coisa é certa: se conseguir voltar, o PT vai voltar mais PT do que nunca. [o PT não volta; nem ele,nem a maldita esquerda - perderam em 35, em 64 e perderão quantas vezes tentarem.]

Leia também “O país dos ‘descondenados’”

Silvio Navarro, colunista - Revista Oeste


terça-feira, 5 de outubro de 2021

Ato esvaziado - Se nem [ele, o maior ladrão] embarca nas manifestações da esquerda, que dirá o povo - J. R. Guzzo

Gazeta do Povo 

Ex-presidente Lula não foi ao ato programado pela esquerda na Avenida paulista  

[o medo de ser vaiado, até apedrejado, o levou a procurar a segurança de se esconder debaixo da cama.
Alegou, covardemente, temor de ser contaminado pela covid-19]

A esquerda brasileira em geral, e o PT em particular, têm uma dificuldade congênita para aprender com a realidade, mesmo a realidade recente. Em sua própria visão, eles estão sempre certos; nunca cometem um erro, de nenhum tipo ou tamanho, e tudo o que fazem é um sucesso. Olham e leem a mídia, e acreditam em tudo o que está dito lá — o que sai impresso, ou vai ao ar, é sempre a favor deles e da sua lista de desejos. Têm certeza, então, de que a vida é linda.

Até hoje continuam achando que Lula fez muito bem em inventar Dilma como presidente, e que ela fez um grande governo; só caiu porque era tão boa, e tão genial, que “a direita” teve de dar “um golpe” para enxotá-la do Palácio do Planalto
Foi, ao exato contrário, um processo legalíssimo de impeachment, causado do começo ao fim por um governo monstruosamente ruim. Mas o PT nunca permite que os fatos interfiram com as suas doutrinas, e até hoje estão convencidos de que nunca houve nada de errado com Dilma. Aí fica difícil.
 
O miserável fracasso das últimas manifestações de rua do partido e dos seus servidores da esquerda é mais uma prova de quanto, exatamente, é difícil. Em vez de anotarem que a manifestação deu errado, tentarem saber por que, e trabalharem para melhorar o desempenho na próxima, ficam dizendo a si mesmos, junto com os jornalistas-amigos, que tudo deu muito certo. Deu errado, pela simples observação física das ruas e pela aritmética, mas e daí? 
Os donos do PT e os seus militantes querem ver outra coisa. E é essa coisa que fica valendo, no seu mundo mental e nos relatos feitos para o público.

A manifestação na Avenida Paulista, que funciona hoje como o termômetro para medir sucesso e fracasso em matéria de povo na rua no Brasil, reuniu, segundo os cálculos da PM do governador João Doria, 8 mil pessoas — uma calamidade terminal, quando se compara com as mais de 200 mil que, no mesmo lugar, foram manifestar seu apoio ao presidente Jair Bolsonaro no último dia 7 de setembro.

Os militantes se concentraram na frente do carro de som de luxo, alugado por mais de R$ 100 mil para servir de palanque e pousada para as celebridades — e foi isso.  
Nos quarteirões vizinhos, apenas algumas ilhas isoladas de gente; 
nas ruas paralelas, não foi preciso nem fechar o trânsito.
 
É óbvio que a maioria da população não está ouvindo o chamado do PT para ir às ruas; 
quem consegue fazer isso, hoje, é Bolsonaro. Chato, não é? 
Não só chato, porque nega todas as grandes teorias hoje à venda sobre “popularidade política” no Brasil. Além disso, é uma demonstração concreta de que o discurso usado pela esquerda para o público está errado.
 
Talvez nada tenha comprovado essa realidade de maneira tão clara quanto o cartaz vermelho exibido por um grupo de manifestantes; dizia-se ali que o sindicato dos professores de São Paulo apoiava Lula, etc, etc
É duro acreditar, mas o fato é que o PT e a esquerda estão achando que manter as escolas públicas fechadas por mais de um ano é uma causa popular, digna de ser louvada entre as grandes “pautas” da manifestação; acham que isso rende voto e deixa o povo encantado.

A esquerda brasileira está se mostrando incapaz de entender que as suas grandes causas “populares” não são populares, não junto à realidade atual da população brasileira; estão falando em latim para ela, com a ajuda do “centro liberal–limpinho–equilibrado” — e colhendo nas ruas, diretamente, o resultado dos seus erros.

O primeiro a perceber isso parece ter sido o próprio Lula — ele não foi, simplesmente não foi, à manifestação da Paulista. Deveria ser o personagem principal, o ídolo a ser adorado pela multidão: nem se deu ao trabalho de aparecer. Se isso não é uma prova objetiva do fracasso dessa manifestação — que deveria lotar a praça e competir pau a pau com o ato pró-Bolsonaro — o que, então, poderia ser?

É verdade que Lula não tem coragem de botar o pé na rua há anos; sabe muito bem (ou desconfia) que é odiado por milhões de brasileiros. Se não fosse assim, por que se esconderia desse jeito?  
Não consegue ir a um jogo de futebol do Corinthians, e não quer se arriscar a nada; 
obviamente, dá sinais de que não acredita numa única sílaba das pesquisas do Ibope e do Datafolha onde se garante que sua popularidade nunca foi mais alta.
 
Mas com toda a repugnância que tem para se misturar ao povo, Lula poderia, sem nenhum risco para sua saúde, ir à manifestação; 
chegaria de helicóptero e ficaria o tempo todo protegido por um exército de seguranças, tudo pago pelos milhões de reais que o PT coloca à sua disposição. Não quis ir nem assim. É o melhor atestado de óbito para a “estratégia de massas populares” do PT. Se nem Lula aparece, imagine-se as massas.
 
J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES