Vozes
Uma primeira observação sobre as manifestações de quarta-feira: elas
foram pacíficas, ordeiras e, sobretudo, democráticas.
Democráticas por
quê? Porque partiram do povo. "Demos" é povo. Aquilo que é manifestação
do povo, de onde demanda o poder, necessariamente e consequentemente é
democrático.
Ato em Brasília no 7 de setembro| Foto: TV Brasil
Por outro lado, houve uma campanha dizendo que ia haver violência, que tinha que colocar atiradores, esquadrões antibomba, triplo policiamento... E para quê? Para as pessoas ficarem em casa. “Eu não vou me meter nisso, vai ser violento. Tá aí, tem um fulano aí dizendo que vai ser violento. Já está tomando providências”.
É o velho truque da minoria com espírito totalitário, que sabe que a manifestação do povo, majoritária, é a origem do poder. Mas aí ninguém mais acreditou, porque não tem mais uma única fonte de informação – "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará".
Agora todo mundo se informa, todo mundo sabe o que está acontecendo. E sabe que era um engodo.
Então aconteceu exatamente aquilo que eles mais temiam.
Eles não temiam violência, eles temiam o povo.
Eles têm medo do povo. E o povo encheu a Esplanada como eu nunca vi em 46 anos de Brasil.
E também encheu a Avenida Atlântica, encheu a Avenida Paulista, encheu as ruas de 300 cidades brasileiras.
Eu nunca vi um líder no mundo mobilizar tanta gente no mesmo dia. E ficou separado, teve dois eventos políticos: um Político (com "P" maiúsculo), que foi a comemoração do 7 de Setembro, dos 200 anos, e outro um evento político eleitoral e partidário, que foi esse a que me referi, de milhões de pessoas – com aquela imagem linda da bandeira flutuando sobre a cabeça das pessoas, conduzida pelas mãos das pessoas.
Veja Também:
Razões para festejar os 200 anos de Independência
Por que o Brasil está no rumo certo
Candidatos em campanha
Mas todos os candidatos aproveitaram o feriado para fazer campanha.
Ciro Gomes, por exemplo, de manhã estava com o arcebispo de Mariana/MG, à tarde fez uma gravação sobre o 7 de Setembro em Ouro Preto.
A Simone Tebet estava no interior paulista, e eu vi que ela hasteou a bandeira lá em Jaguariúna, num centro educacional ambiental do município. E certamente cantou o hino também.
Lula não tinha nenhum evento, mas houve lá umas postagens. [Lula ficou impedido de participar - todos os candidatos apareceram em público. O petista não pode aparecer em público = é vaiado, chamado de ladrão e outras coisas mais.
Podem observar que ele sempre participa de reuniões fechadas, plateia formada por convertidos;
- quando dizem que é um comício, um ato público, as imagens sempre são em closet, só mostrando o que está próximo ao criminoso = o suposto público, comprimido em uma foto closet,é formado por aspones.] Então cada um aproveitou a data do jeito que achava que deveria ter aproveitado.
O evento de mais povo foi o evento em que estava o presidente da República, candidato à reeleição. E a lei permite, não tem como separar. A lei permite que o presidente da República, o governador – tem vários governadores candidatos à reeleição que continuam no governo, a lei permite. E não tem como separar: "Olha, agora eu deixo de ser governador...".
Houve a separação visual, o presidente tirou a faixa presidencial e foi lá fazer um discurso. E mencionou aquela frase que foi a mais forte do dia: "a volta à cena do crime". Essa frase é muito forte e, ironicamente, foi dita pelo companheiro de chapa do outro lado, em outra ocasião.
Enfim, o que a gente viu foram manifestações democráticas que engrandecem o povo brasileiro. Foi um belo 7 de Setembro – o nosso aniversário, porque nós somos o Brasil.
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES