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segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Brava gente brasileira! - Ana Paula Henkel

Revista Oeste

A única coisa que não pode ser maquiada é o povo na rua

Apoiadores de Jair Bolsonaro, em Porto Alegre (RS), durante o feriado 07 de setembro | Foto: Miguel Noronha/Futura Press
Apoiadores de Jair Bolsonaro, em Porto Alegre (RS), durante o feriado 07 de setembro | Foto: Miguel Noronha/Futura Press
 
Em 2020 a pandemia trouxe enormes perdas para o Brasil e para a humanidade. O vírus chinês destruiu famílias e dizimou negócios.  
A doença trouxe vários sintomas graves e, entre eles, a fome, a mentira, a manipulação, a politização de vidas e do futuro de todos nós. Governantes foram expostos e suas lideranças (ou a falta delas!) mostraram problemas graves ao mundo, bem mais graves do que a própria pandemia.
 
No Brasil, no entanto, um outro vírus avassaladorque adoeceu o país com sintomas incrivelmente similares aos do vírus chinês havia tomado conta da nação desde 1º de janeiro de 2019. 
O cenário já antevia ao da pandemia e com os mesmos inimigos do povo torcendo para o “quanto pior, melhor”. 
Mentira, manipulação, politização de vidas e do futuro estavam em curso. E tudo por causa do resultado de uma eleição presidencial em 2018.
TSE Bolsonaro
As ruas do país foram tomadas por manifestantes em atos de apoio 
ao presidente | Foto: Tomzé Fonseca/Futura/Estadão Conteúdo

A eleição de Jair Bolsonaro não apenas mexeu nas entranhas do establishment e desordenou toda uma sequência de um teatro que enganou o brasileiro durante décadas, mas reviveu a memória de quem insistia em não querer lembrar o que o PT fez no poder entre 2003 e 2016, e o país que entregaram: a pilhagem bilionária dos cofres públicos, as verdadeiras fortunas “emprestadas” a ditaduras companheiras, o aparelhamento do Estado por militantes cleptomaníacos, a total incapacidade de viabilizar no país um ambiente favorável ao investimento e à geração de empregos com crescimento sustentável sem feitiçarias econômicas e muito mais. Enquanto a bolha de falsos liberais, jornalistas militantes e celebridade hedonistas se preocupa e com a proteção de seus próprios vícios e perversões em 2022, suas estúpidas falácias continuam sendo plantadas e espalhadas como ervas daninhas na rasa e falsa comparação de um ex-presidiário e o maior corrupto que o país já viu com o atual presidente.

Desde a eleição de 2018, o presidente Jair Bolsonaro não teve um dia sequer de sossego, ou de pelo menos o mínimo de uma oposição intelectualmente honesta ou propositiva. A gritaria política faz parte de qualquer cenário democrático, fato. 
Mas o repertório de xingamentos, mentiras e ataques ao presidente e todos aqueles de seu governo ultrapassa a infantilidade e beira a insanidade mental.  
Há quatro anos, não apenas o presidente, mas o país vem testemunhando um ritual satânico que alimenta a destruição de reputações, mentiras, e a própria implosão do nosso já capenga Estado de Direito. 
No entanto, o plano diabólico não contava com um “pequeno” detalhe que há muitos anos vem sendo deixado de fora do tabuleiro político nacional: o povo.

Independência ou morte em 7 de Setembro de 2022

Ainda tento encontrar palavras para descrever o que senti neste 7 de Setembro. Fiz questão de estar no Brasil e ver, de perto, o que meu coração me dizia que seria essa data. 
Não era e não foi um 7 de Setembro comum. Não apenas pela comemoração do bicentenário de nossa independência, mas porque há muito em jogo em nosso futuro como nação forte. Nossa Constituição não é mais respeitada por aqueles que deveriam protegê-la a todo custo. 
Há juízes ativistas tomando conta das leis em conluio com membros da velha imprensa e da velha política, e precisávamos entregar uma mensagem. Políticos estão omissos em suas atribuições institucionais e nossas ferramentas de freios e contrapesos para manter saneada nossa República estão sendo ignoradas. E lá foi o povo para as ruas. 
O mesmo povo que causa nojo e ódio nos mesmos hipócritas que bradam proteger as minorias e os pobres, mas que enriquecem deitados na cama com banqueiros, ditadores e corruptos.                       Mas o povo entendeu, e deu o seu recado em um mar de brasilidade verde e amarela: o autointitulado “pai dos pobres” e uma mãe para os ricos não vai mais segurar as rédeas da nação. Pelo menos se houver eleições limpas e justas.
Jair Bolsonaro interage com o público em discurso na 
Praia de Copacabana | Foto: Reprodução/Redes sociais
O Brasil estava como um grande desfile olímpico! Centenas de cidades e milhões de pessoas vestidas com as cores de nossa bandeira decidiram dar o recado. E eu vi tudo, ninguém me contou, não li em lugar algum. 
Ali, na Avenida Paulista, em São Paulo, não consegui evitar que passasse um longo filme de 24 anos como atleta profissional pela cabeça. 
Todas aquelas viagens pelo mundo usando um uniforme verde e amarelo. Assim como em muitos países percorridos, era possível ouvir nosso Hino Nacional, que tocava em carros espalhados por toda a Avenida Paulista. 
Diante de uma multidão, um filme olímpico com nosso hino sendo tocado nos pódios insistia em voltar na memória. 
Eu estava em uma grande — na verdade, em uma gigantesca — delegação olímpica pelo Brasil! A maior e a mais bonita delas! 
E não havia lixo nas ruas, não havia baderna, não havia vandalismo, não havia brigas e discussões…, mas havia um grande senso de civilidade e responsabilidade, tão forte que poderia ser quase tocado no ar. Havia uma paixão profunda incrustada nos rostos das pessoas, eu sei que ela estava lá, eu vi! As pessoas tinham o mesmo semblante de quando tirávamos da mala nossos uniformes novos com a bandeira do Brasil bordada na manga, como as que os soldados usam em seus uniformes nas guerras.

Os mesmos que colocam medo no povo estão — na verdade morrendo de medo do povo

Às vezes, a cabeça ficava vazia, sem pensamentos. As pessoas gritavam meu nome e eu apenas entrava num estado de transe diante de tantas imagens que jamais esquecerei, tantas fotos, tantas nuances verde-amarelas, tantos sorrisos. Sim, muitos sorrisos apesar de tudo que estamos vivendo no Brasil. E, tentando decifrar aquela avalanche de informações em forma de imagens sobre a nova realidade do brasileiro e sua paixão pelo país e pelas ferramentas que podem transformar um país em nação, mais tarde lembrei-me de uma cena espetacular do excelente filme Dunkirk, de 2017, dirigido e produzido pelo britânico Christopher Nolan.

Em 1940, ainda no começo da Segunda Guerra e sem a presença das tropas norte-americanas, depois que belgas, britânicos e franceses foram cercados por tropas alemãs durante a longa batalha de seis semanas no norte da França, 198 mil soldados britânicos e 140 mil soldados franceses e belgas foram salvos na operação conhecida como “Milagre de Dunquerque”. A evacuação maciça das tropas aliadas das praias e do porto de Dunquerque, que envolveu centenas de embarcações navais e civis e serviu como um ponto de virada para o esforço de guerra dos Aliados.

Dunkirk, um sucesso do cinema que já nasceu com etiqueta de clássico, coroa o brilhante trabalho de Christopher Nolan que retrata com maestria as mazelas humanas e a beleza do espírito divino que se manifesta em todos nós, se assim permitirmos. É nas cenas em Dunkirk que meus pensamentos fazem a conexão com este momento tão crítico no Brasil. O trecho que resume a ideia central do filme é quando um piloto de avião abatido, resgatado boiando no mar e traumatizado, grita com o homem comum que segue com seu pequeno barco para tentar resgatar soldados a pedido de Churchill na França ocupada: “Você tem que voltar! Seu lugar é em casa! Seu lugar é em casa!”, grita o piloto abatido.

Para o piloto, vivido pelo brilhante ator irlandês Cillian Murphy (Peaky Blinders), o cidadão comum deve deixar a guerra para os profissionais, já que o mais prudente é ausentar-se, omitir-se, proteger-se em sua própria casa, enquanto o destino da nação está sendo decidido entre os exércitos das forças do bem e do mal na Segunda Guerra. A resposta de Mr. Dawson, interpretado com uma dignidade comovente por Mark Rylance, não poderia ser mais pertinente e definitiva: “Se não ajudarmos, não haverá mais casa, filho”.

A grande geração que salvou o mundo do eixo nazifascista há mais de sete décadas era composta de heróis na essência do termo, em pensamento e ação, em força e capacidade de sacrificar tudo por todos. Lembrando G. K. Chesterton, eram jovens que não foram movidos pelo ódio do que estava na frente, mas por amor ao que deixavam para trás. E foi exatamente isso que eu vicom os meus próprios olhos neste 7 de Setembro: zelo, orgulho e amor, muito amor.

O assalto petista
O Brasil ainda sofre com as consequências de uma dura batalha travada contra o assalto sem precedentes do PT às instituições brasileiras, autorizado a voltar à cena do crime (alô, Alckmin!) por manobras ativistas e inconstitucionais por parte do STF. A imprensa de necrotério, completamente impregnada com seus agentes políticos torpes, é mais um tentáculo no projeto de poder da nova era petista que envolve não apenas um fantástico e inacreditável volume de dinheiro, mas também a clara e evidente intenção de usar da força desses braços infiltrados no Estado para subjugar o país ao projeto de poder do partido mais uma vez.
Praia de Copacabana no Bicentenário da Independência -
Foto: Reprodução/Redes sociais

Os mesmos agentes nefastos do STF que ajudaram a instaurar o pânico durante a pandemia para total controle da sociedade, que vêm cerceando liberdades constitucionais e protegendo corruptos, tentaram — mais uma vez — amedrontar a população antes do 7 de Setembro para que o povo não saísse às ruas e mostrasse seu apoio e seu amor ao país. Os mesmos que colocam medo no povo estão — na verdade — morrendo de medo do povo

Falam apenas para suas bolhas hedonistas, trancam comentários em redes sociais e se lambem em ambientes controlados sem os germes dessa gente chata esse troço chamado “povo” que resolveu gostar e falar de política.

Se falta honestidade e liderança no STF ou no Congresso, anda sobrando liderança com o povo na rua para irritar os ungidos.  
Sabemos que, se não encararmos essa guerra e apenas voltarmos para casa, pode não haver mais casa esperando por nós. 
Mas, como brilhantemente disse o jornalista Silvio Navarro, editor da Revista Oeste, eles — os ungidos — também sabem que a única coisa que não pode ser maquiada é o povo na rua. Ali não há margem de erro.

Leia também “Sr. Gorbachev, derrube este muro” 

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste (AnaPaulaVolei)


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

A infantilidade esquerdista - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

O psiquiatra Lyle Rossiter, em A mentalidade esquerdista, defende a tese de que o esquerdismo é uma doença mental. Pode parecer algo forte de se dizer, mas não acho absurdo - e conheço doença mental de perto. É uma espécie de loucura, paixão (pathos) que domina a razão, um infantilismo eterno.
 
Aqueles que adotam a visão estética de mundo não conseguem mais se recuperar, não recuperam mais o apreço pela realidade como ela é, e não como gostaríamos que ela fosse. Ou seja, vivem num constante delírio, numa realidade paralela, criada para amenizar a angústia da condição humana, para fugir da dura realidade.
 
A natureza humana não é boazinha, a visão rousseauniana do "bom selvagem" é um engodo produzido pelo filósofo da vaidade, e a mentalidade revolucionária quer dar vazão à paixão de morte para destruir o mundo imperfeito que temos, para supostamente colocar em seu lugar um "paraíso utópico". Desde 1789 vivemos adaptações do mesmo tema jacobino.
 
 
Olavo de Carvalho, escrevendo em 2011 sobre as pretensões imperialistas revolucionárias de Putin e sua "Mãe Rússia", condenou essa mentalidade: a “salvação pela destruição” é um dos chavões mais constantes do discurso revolucionário. A Revolução Francesa prometeu salvar a França pela destruição do Antigo Regime: trouxe-a de queda em queda até à condição de potência de segunda classe. 
 
A Revolução Mexicana prometeu salvar o México pela destruição da Igreja Católica: transformou-o num fornecedor de drogas para o mundo e de miseráveis para a assistência social americana.  
A Revolução Russa prometeu salvar a Rússia pela destruição do capitalismo: transformou-a num cemitério. 
A Revolução Chinesa prometeu salvar a China pela destruição da cultura burguesa: transformou-a num matadouro
A Revolução Cubana prometeu salvar Cuba pela destruição dos usurpadores imperialistas: transformou-a numa prisão de mendigos.
 
Os positivistas brasileiros prometeram salvar o Brasil mediante a destruição da monarquia: acabaram com a única democracia que havia no continente e jogaram o país numa sucessão de golpes e ditaduras que só acabou em 1988 para dar lugar a uma ditadura modernizada com outro nome.
 
Agora que Putin de fato invadiu a Ucrânia e declarou guerra ao país, sem resistência por parte do Ocidente, vemos a reação infantiloide dessa esquerda boboca. Vou usar dois exemplos aqui, mas o tom é o mesmo por toda parte:
Na visão estética de mundo, basta recitar um poema e chamar Putin para uma conversa que tudo acabará bem, com todos cantando "Imagine" e soltando bolas de sabão num "abraçaço" ao pôr do sol. É como a personagem de Jodie Foster em "O Deus da Carnificina", de Polanski, achando que o mundo se resume ao Central Park de Nova York.  
Ela tinha um livro sobre crianças africanas sem qualquer noção da realidade no continente perdido. Vamos combater o mal com rosas!
 
Uma vez que lobos existem, um mundo só de cordeiros estará fadado à escravidão. A sorte deles é que existem também os pastores. São esses que protegem os cordeiros dos lobos, apesar de receberem em troca apenas o desprezo dos "pacifistas", pois pastores são muito beligerantes, armamentistas, exalam "masculinidade tóxica". 
Além do romantismo infantil, a esquerda adota a ingratidão como lema de vida.  
Mas se o Ocidente for salvo - e dessa vez há poucas esperanças - não será por homens como Justin Trudeau ou Emanuel Macron
Disso podemos estar seguros!
 
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 

quarta-feira, 12 de junho de 2019

A Moro e Dallagnol ainda restará a opção pelo voto

Ministro da Justiça e procuradores foram vítimas da própria ilusão de impunidade

Esta semana começou com a divulgação de pretensos diálogos por Telegram entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e os procuradores da força-tarefa da Lava Jato, coordenados por Deltan Dallagnol, revelando um pretenso acordo entre eles na condução de um processo da operação. Se forem verdadeiras – e nada até agora pode ser dito em contrário, com a agravante de os acusados em suas manifestações não as terem negado –, essas conversas, só pelo que foi divulgado até agora, são nitroglicerina pura na política, na Justiça, no governo e no Brasil.

As alegações apresentadas são desprezíveis. O jornal online The Intercept Brasil, que publicou as mensagens, é veiculado no País, desde agosto de 2016, pela empresa americana First Look Media, criada e financiada por Pierre Omidyar, fundador da eBay. E editada pelo advogado também americano, especialista em Direito Constitucional e ex-jornalista do diário britânico The Guardian Glenn Greenwald; pela cineasta, documentarista e escritora Laura Poitras; e pelo jornalista investigativo (natural dos EUA) Jeremy Scahill, especialista em assuntos de segurança nacional e autor do livro Blackwater: The Rise of the World’s Most Powerful Mercenary Army. Greenwald é casado com o brasileiro David Miranda, eleito vereador do Rio de Janeiro pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e, atualmente, deputado federal na vaga de Jean Wyllys, que renunciou à cadeira na Câmara para sair do País, onde se dizia ameaçado. Adversária do impeachment da petista Dilma Rousseff, a publicação não é certamente imparcial. E daí? A Constituição federal garante o direito de qualquer veículo de comunicação exercer livre manifestação de opinião, desde que não publique mentiras.

A parcialidade questionada pela notícia, que explodiu como uma bomba de efeito devastador domingo (9/6), à noite, é a do ex-juiz da 13.ª Vara Criminal de Curitiba, em teoria pilhado em combinações estratégicas com procuradores federais em ação sob seu julgamento. Conforme o que foi publicado até agora e na expectativa de que novos fatos venham a ser revelados pelo responsável pela divulgação, esse herói nacional, por mercê de seu desempenho na operação em tela, teria interferido no trabalho do MP. A iniciativa feriria o princípio básico da isenção do julgador, proibido de manifestar qualquer parti pris na tarefa de decidir quem tem razão: o Ministério Público, que, em nome do Estado, acusa o suspeito, e a defesa do acusado. Caso sejam mesmo autênticas as mensagens trocadas entre Moro e Dallagnol, levando em conta o fato de os outros diálogos até agora revelados não representarem abusos de conduta, mas apenas opiniões pessoais, a revelação é grave.

A eventual inclinação do juiz a aceitar os argumentos dos procuradores, em detrimento das negativas apresentadas insistentemente pelos defensores de Lula, os levará a pedir a anulação da sentença em primeira instância do processo sobre recebimento de propina e ocultação de patrimônio do triplex do Guarujá. Não implica, contudo, a automática inocência do réu, que dependerá de serem reformadas decisões unânimes de duas instâncias superiores, a segunda e a terceira, sobre o caso. De igual forma, a presunção tem sido contestada em outras varas. Há nova condenação do mesmo réu em idêntico juízo, da lavra da substituta eventual de Moro, Gabriela Hardt, e que o substituto permanente, Luiz Antônio Bonat, já encaminhou para ser julgada na Oitava Turma do Tribunal Federal Regional da 4.ª Região, em Porto Alegre. Assim, Lula responde a sete processos. No mais recente, o juiz Vallisney de Oliveira, da 10.ª Vara da Justiça Federal em Brasília, o tornou réu com Palocci e Paulo Bernardo, sendo o trio acusado de ter acertado receber US$ 40 milhões (R$ 64 milhões, à época) em propinas pagas pela empreiteira então presidida por mais um réu, Marcelo Odebrecht.

Ou seja, é bem longo e árduo o caminho perseguido pela defesa de Lula para soltá-lo. [caso ocorra o absurdo da soltura de Lula - poderá ser solto por progressão de regime (isso se até sua eventual mudança de regime do fechado para o semiaberto, a segunda condenação, prolatada pela juíza Gabriela Hardt, não tiver sido confirmada pelo TRF-4; confirmada, Lula automaticamente permanecerá em regime fechado, devido a nova sentença alterar o prazo para progressão;
 
e ocorrendo a confirmação, estando Lula no semiaberto, volta para o fechado pela mesma motivação.] A ser provado em processo judicial, que costuma ser lento e complicado, o que foi revelado até agora mais prejudica Moro e os procuradores da Lava Jato, em especial Dallagnol, do que beneficia o presidiário mais famoso do Brasil, pilhado em vários passeios pelo Código Penal. Mesmo que The Intercept Brasil não tenha esgotado sua munição contra o ex-juiz da Lava Jato, será difícil a escalada do Himalaia de acusações por Lula, a não ser que a divulgação tenha sido autorizada por um juiz. Aí, a permanência de Moro no Ministério da Justiça ficaria insustentável. E isso dependerá menos da reação da opinião pública, que o idolatra e não confia nas instâncias superiores do Judiciário, às quais caberá julgá-lo, mas das circunstâncias políticas, que poderão levar o presidente Jair Bolsonaro a abrir mão do justiceiro, se passar a ser considerado suspeito de parcialidade. [com a devida vênia ao ilustre articulista, consignamos que as provas sendo ilegais, visto sua obtenção por meios criminosos, não possuem validade .
Também há sérias dúvidas sobre a veracidade do conteúdo, já que sua publicação não é suportada por uma das mais elementares formas de garantia de autenticidade - captura de tela, além do fato de que é comum a conversa ampla entre juízes, procuradores, advogados, etc.
Abaixo pequeno trecho do despacho exarado pelo ministro Fachin,STF,  em voto proferido em processo referente ao presidiário petista:
 
"Cumpre consignar que ninguém está acima da lei, especialmente da 
 
Constituição: nem administradores, nem parlamentares, nem mesmo juízes. 
Procedimentos heterodoxos para atingir finalidade, ainda que legítima, não devem ser beneplacitados."  
 
 
Se for institucionalizado no Brasil o costume de praticar crimes para punir outros, estaremos sob, para dizer o mínimo, a Lei de Lynch.]
 
 Assim, até novembro de 2020, daqui a um ano e meio, quando o decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, se aposentar, é de duvidar que mesmo uma mão forte do chefe do governo bastaria para alçá-lo ao pináculo da Justiça, mantendo a promessa que até agora, tudo indica, mantém. Até então, o herói popular das manifestações de rua de 2016 para cá terá muitas noites para lamentar a mistura de infantilidade, soberba e senso de impunidade que conduziu seus surtos de adolescência leviana e bastante tardia. Seu companheiro em travessuras virtuais, o coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, também lastimará o instante em que acreditou na lorota de que o aplicativo russo é um meio de comunicação pessoal à prova de hackers. Estes dificilmente serão identificados. Pois, talvez seja de bom alvitre avisar que a experiência pregressa não autoriza expectativas favoráveis no caso.

A seus carrascos, que ora comemoram, é útil lembrar que restará a Moro e Dallagnol a saída pelo voto, pois parecem manter a devoção popular. [ excelente o transmitido por este parágrafo, visto que o até agora liberado não fornece motivos para os que apoiadores de Moro e procuradores deixem de apoiá-los e o povo avaliará que o que eles fizeram era necessário para combater a corrupção.
Como bem disse o ministro Barroso: "a corrupção ocorreu...".]
 
 

sábado, 21 de janeiro de 2017

Dos bicheiros ao PCC, onde está o Estado?

Determinar o uso das Forças Armadas para fazer varreduras em presídios com certeza tem força retórica midiática e pode até, em momentos de convulsão como os que vivemos, trazer algum resultado prático. No entanto, imaginar essa medida como parte de um plano nacional de segurança beira a infantilidade. A melhor forma de as Forças Armadas contribuírem para o enfrentamento do crime organizado que domina as penitenciárias brasileiras está exatamente em uma das razões maiores de sua existência: a vigilância de nossas fronteiras. É sabido por gregos e troianos que o tráfico internacional de drogas e de armas é a principal fonte de energia dessas facções criminosas. Também é de conhecimento público o fato de que uma organização criminosa só é derrotada ou perde consideravelmente sua força na medida em que é atacada em sua base financeira. 



Ou seja, não é preciso nenhuma mudança jurídica ou decreto especial para que Exército, Marinha e Aeronáutica possam ajudar efetivamente na luta contra as facções reinantes em nossos presídios. Se cumprirem o dever constitucional de zelarem pelas fronteiras, nossas Forças Armadas certamente terão um papel muito mais efetivo na guerra contra o crime organizado. Drogas, armas e contrabando de toda a espécie encontram em nossas fronteiras um terreno fértil para uma movimentação muitas vezes descarada.

Uma política de segurança vai muito além da forma como usar as Forças Armadas ou as polícias. Os fatos que insistem em desfilar pela nossa frente desde a virada do ano indicam que a simples construção de muralhas ou o aumento no efetivo do pelotão responsável por vigiar essas muralhas não conseguem manter a paz nem aos que se encontram do lado de dentro e nem aqueles que estão do lado de fora dos presídios. 

O poder exercido pelas facções criminosas está dentro e fora das penitenciárias. A história ensina que o crime só se organiza onde há carência de Estado. Há alguns anos, o exemplo mais notório que tínhamos de crime organizado no Brasil eram os bicheiros. Com a ausência do Estado nas comunidades mais carentes, os contraventores ofereciam saúde, educação, transporte, esporte. Distribuíam propinas, financiavam o Carnaval e campanhas políticas de diferentes partidos. Conquistaram respeito das comunidades e muitos eram tratados como celebridades.

O jogo do bicho perdeu espaço para as loterias oficiais e parte da estrutura montada pelos bicheiros caiu nas mãos do tráfico. Hoje, os associados e simpatizantes do PCC ou outros grupos recebem mais dos criminosos do que do Estado. E uma efetiva política de segurança só dará certo se for capaz de fazer o Estado reocupar o seu espaço, com saúde, educação, lazer, esportes etc. O problema, como se percebe, é muito mais do que um caso de polícia. Um plano nacional de segurança envolve necessariamente diversos setores do Estado e não apenas do Executivo. Não pode se resumir a dotações orçamentárias, a distribuição de forças especiais e a construção de novos presídios. Assim, será como enxugar gelo. E essa não é uma questão de ideologia ou de direitos humanos. É uma questão de civilidade e de um pouquinho de inteligência.

Fonte: Editorial - Mario Simas Filho -  diretor de redação da revista ISTOÉ