Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Dizem
os estudiosos da língua portuguesa e historiadores que, nos tempos do
Império, quando o Brasil estava em conflito com a Inglaterra em razão do
tráfico transatlântico de escravos africanos (a Inglaterra era
abolicionista, enquanto o Brasil era escravagista), as autoridades
brasileiras fingiam ceder às pressões dos ingleses para acabar com a
venda de escravos, tomando medidas de “mentirinha” para dizer que
combatiam a escravidão, apenas “para inglês ver”.
Agora,
vemos a história se repetir. Na última quarta-feira (01), o presidente
Lula anunciou a aplicação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e
aeroportos do Rio de Janeiro e de São Paulo, com previsão de término em
maio de 2024.
A decisão de Lula vem na esteira de uma escalada
gigantesca de violência e de criminalidade no país que seu ministro da
Lacração, também conhecido como ministro da Justiça, Flávio Dino, parece
incapaz de resolver.
O cúmulo da violência foram as
imagens assustadoras de mais de 30 ônibus sendo queimados no Rio de
Janeiro após uma briga generalizada entre milicianos e traficantes que
disputam território na Zona Oeste do Rio, que se seguiu à morte de um
dos chefes da milícia, o “Faustão”, deixando a cidade em caos. Alguns
dias antes, o Brasil assistiu horrorizado a milicianos executarem um
grupo de médicos na Barra da Tijuca.
O que é a GLO? É
uma operação militar de competência exclusiva do presidente da
República, que, por meio de decreto, convoca as Forças Armadas nos casos
em que há um esgotamento das forças de segurança pública tradicionais,
como as polícias civis e militares e as guardas municipais. É uma medida
excepcional e que deve ser implementada em graves situações de
perturbação da ordem, para que as Forças Armadas auxiliem a volta da
normalidade.
Dos vários problemas da GLO de Lula, o principal deles é justamente o
fato de que a medida é absolutamente ineficaz para atingir o objetivo
anunciado pelo lacrador Dino
De acordo
com a nossa legislação, a GLO só pode ser decretada de forma episódica,
em área previamente estabelecida e por tempo limitado, para
desenvolvimento de ações preventivas e repressivas de combate à
criminalidade. A GLO de Lula ficou restrita apenas aos portos e
aeroportos de São Paulo e do Rio de Janeiro, e a justificativa do
governo, dada pelo ministro Flávio Dino, foi de que era preciso
“asfixiar” a logística financeira e operacional das facções e
organizações criminosas.
Dos vários problemas da GLO
de Lula, o principal deles é justamente o fato de que a medida é
absolutamente ineficaz para atingir o objetivo anunciado pelo lacrador
Dino,já que as atividades principais das milícias e do narcotráfico não
ocorrem, em regra, nos portos e aeroportos, mas sim nas comunidades
dominadas pelo crime, onde tanto o tráfico quanto a milícia fazem as
vezes de Estado - um Estado paralelo - e subjugam e oprimem a população
do local.
O próprio Estado do Rio de Janeiro não
pediu ajuda ao governo federal por uma dificuldade em combater o crime
nos portos e aeroportos, mas sim por causa da incapacidade das forças de
segurança de conter o tráfico de drogas nas comunidades e os ataques
violentos das milícias por toda a cidade do Rio. O Estado de São Paulo,
governado por Tarcísio de Freitas (Republicanos/SP), sequer pediu ajuda
ao governo federal, mas também foi incluído no pacote.
Um
segundo problema da GLO é de que é contraproducente, pode fomentar o
crime organizado que busca coibir: ao decretar a medida apenas em portos
e aeroportos do Rio de Janeiro e de São Paulo, o governo apenas obriga
as grandes facções criminosas a levarem suas atividades delituosas para
os portos e aeroportos de outros Estados, levando o crime para novos
lugares, o que obriga o tráfico a criar novas estruturas criminosas,
agora em outros Estados, o que apenas vai dar mais capilaridade ao
crime.
Logicamente, nenhum grande líder de facção,
milícia ou organização criminosa continuará a traficar armas, drogas e
movimentar dinheiro nos portos e aeroportos com forte presença das
Forças Armadas, agora que é público onde estarão - os criminosos apenas
evitarão esses locais e farão tudo isso em outros Estados.
Só isso é o
bastante para perceber que a GLO de Lula, além de ineficaz, é burra,
pois dissemina o mal que objetiva combater.
Além de a
GLO de Lula ser ineficaz e contraproducente, há sinais de viés
político-eleitoral. De fato, o governo não explicou por que decretou a
GLO apenas nos portos e aeroportos de São Paulo e do Rio de Janeiro, mas
não da Bahia, por exemplo, que hoje é o estado mais violento do Brasil
e, por coincidência (ou não), é governado pelo PT há 20 anos.
A Bahia
tem o pior índice do país em número de assassinatos, com mais de 6.659
homicídios em 2022.
As quatro cidades mais violentas do país estão todas
na Bahia: Jequié, Santo Amaro, Santo Antônio de Jesus, Simões Filho e
Camaçari.
Por que Lula não decretou GLO também na Bahia, governada pelo
companheiro Jerônimo Rodrigues?
Em São Paulo, onde
Lula decretou GLO, a taxa de homicídios é uma das menores do país: são
8,4 mortes por 100 mil habitantes, enquanto que na Bahia a taxa é de 50
homicídios por 100 mil habitantes, índice comparável a países com altas
taxas de violência, como a Venezuela e a Jamaica.
É coincidência o fato
de Lula ter decretado GLO apenas nos dois maiores Estados do país,
liderados por governadores de direita e que representam potenciais
ameaças para a reeleição de Lula em 2026?
Além
da GLO de Lula ser ineficaz, contraproducente e enviesada, ela está em
rota de colisão com o próprio fato de o governo Lula não ter qualquer
intenção de adotar medidas estruturais, com base em evidências e em
experiências internacionais, que realmente ajudariam a enfrentar de
forma sistêmica a criminalidade organizada, como uma ampla reforma nas
leis penais e processuais penais do país, que hoje garantem a impunidade
dos criminosos.
O governo Lula também não enfrenta, e nem tem intenção
de enfrentar, a leniência do Poder Judiciário com o crime.
Não
está na prioridade de Lula, por exemplo, a aprovação da prisão em
segunda instância, que colocaria na cadeia não só os milicianos,
traficantes, ladrões e homicidas das facções criminosas como também os
grandes criminosos de colarinho branco - dentre eles, figurões políticos
do Congresso Nacional e empresários que vivem não de inovação e de
competitividade, mas do pagamento universal de suborno como estratégia
vencedora de negócios.
Como disse, a história no Brasil se
repete, só que, dessa vez, o governo Lula está tomando medidas de
“mentirinha” para combater o crime, fingindo que trabalha enquanto a
imprensa finge que não vê, e quem está sendo feito de trouxa, palhaço e
de iludido não são os ingleses, mas os brasileiros honestos,
trabalhadores e de bem que sofrem diariamente com a violência e o crime.
No teatro de Lula, a GLO serve apenas para brasileiro ver.
Por ter ignorado a voz da sensatez, Alexandre de Moraes desconhece a importância do comedimento
Foto: Shutterstock
Ennio Bastos de Barros tinha nome, jeito, cara e modos de juiz de Direito. Coerentemente, ele comandava a comarca de Taquaritinga nos tempos em que minha turma já encerrara a primeira infância mas ainda estava longe da adolescência.
O uniforme coletivo era o imposto a todos os menores de 11 anos nas horas do dia em que não estávamos na escola ou dormindo: camiseta com a cor do time do coração, barata demais para incluir o distintivo no peito e um número nas costas, e aquele detestável calção improvisado pela mãe ou por alguma tia com a amputação, milímetros acima do joelho, das pernas de uma calça de adulto derrotada pelo tempo.
Não havia no bando de moleques nenhum caso de polícia, tampouco delinquentes mirins em gestação.
Mas, por via das dúvidas, convinha adotar medidas preventivas que nos mantivessem fora da mira dos homens da lei.
O jogo de futebol na rua de terra, por exemplo, era interrompido assim que despontava na esquina da General Glicério com a Rio Barbosa, perto das 2 da tarde, aquele homem de terno e gravata, semblante grave, cada fio de cabelo em seu lugar, caminhando em direção ao fórum.
Entrincheirados sob a parreira no corredor que levava ao quintal a casa dos meus pais, tanto os inocentes de carteirinha quanto os pecadores compulsivos, que nunca escapavam de pelo menos 80 ave-marias e 30 padre-nossos a cada escala no confessionário, uniam-se na reverência silenciosa.
(...)
Se tivesse um pouco mais de juízo, o promotor que acusava culpados e inocentes com a mesma convicção furiosa talvez virasse ministro do Supremo Tribunal Federal. Prender gente era a coisa que mais apreciava. Em contrapartida, o antigo juiz da comarca se sentiria tão à vontade no Pretório Excelso destes tempos estranhos quanto um Winston Churchill no Ministério do governo Lula.
Primeiro nos fóruns de pequenas cidades interioranas, depois como desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, enfim como advogado, o jurista morto em fevereiro de 2017 sempre soube mostrar como é(e como age)um magistrado de nascença.
Essa linhagem só tem vagas para quem condena ou absolve com base nos fatos — e somente nos fatos —, toma decisões amparado nos autos do processo, obedece sem hesitações ao que a lei determina, sabe que para quem julga a parcialidade é o oitavo pecado capital, ama a verdade acima de todas as coisas e tenta teimosamente transformar em 11º mandamento uma cláusula pétrea — “Todos são iguais perante a lei” — esquecida no baú das utopias constitucionais. Não é pouca coisa.
Se ainda estivesse entre nós, o grande juiz certamente reprovaria o desempenho dos ministros que controlam o Supremo Tribunal Federal
Mas não é tudo. Juízes de nascença também aprendem ainda no berçário a tratar com carinho o idioma nacional.
Autor de vários livros, bom orador, Ennio Bastos de Barros não se limitou a escrever e falar com exemplar elegância.
Também fez o que pôde para impedir que a língua portuguesa fosse submetida a medonhas sessões de tortura por promotores de Justiça e advogados.
Em março de 1968, por exemplo, ele trabalhava na 10ª Vara Cível de São Paulo quando recebeu um texto produzido pelo defensor do réu de uma ação de despejo. Inconformado com o que considerou uma prova veemente do “primarismo palmar” do bacharel, o magistrado resolveu que era hora de conter a disseminação de crimes contra o idioma praticados por doutores semialfabetizados.
(...)
Se ainda estivesse entre nós, o grande juiz certamente reprovaria o desempenho dos ministros que controlam o Supremo Tribunal Federal. Mas é improvável que se surpreendesse com o que anda fazendo Alexandre de Moraes há mais de quatro anos.
O magistrado vocacional o conheceu em novembro de 1997,quando o promotor de 29 anos apenas esboçava o estilo que seria aperfeiçoado depois da chegada ao STF.
À frente de um grupo de integrantes do Ministério Público, Moraes convocou uma entrevista coletiva para comunicar que havia denunciado Paulo Maluf por improbidade administrativa. Durante o falatório, responsabilizou Maluf pela compra superfaturada de frangos durante sua passagem pela prefeitura de São Paulo.
Advogado do ex-prefeito, o desembargador aposentado foi à réplica: “Ao dar como certo o que ainda lhe caberá provar, o promotor não guarda o necessário comedimento”.
Segundo os dicionários, comedimento quer dizer austeridade, autocontrole, circunspecção, compostura. Todos os termos combinam com Ennio. Nenhum rima com Moraes, confirmou a reação do impetuoso promotor: “Nenhuma ameaça vai impedir que o Ministério Público continue seu trabalho técnico de defesa do patrimônio público”, caprichou na redundância. Em público, de novo. Enxergando ameaças imaginárias, como sempre. Maluf acabou ganhando a causa.
(...)
O desempenho do centroavante rompedor do Timão da Toga atesta que Moraes preferiu ignorar a voz da razão. Essa decisão infeliz condenou o jovem promotor nada comedido a tornar-se um ministro cinquentão sem compostura.
Julgamento para descriminalizar o porte de maconha para uso pessoal no Brasil - Foto: Carlos Moura/STF
Preciso falar
novamente sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o julgamento sobre a
liberação do porte de maconha.
Trata-se de assunto que diz respeito às
famílias brasileiras.
Saiu o voto da presidente do STF, ministra Rosa
Weber, e o placar registra 5x1. Basta mais voto pra dar maioria pró porte de maconha.
A
ministra Rosa Weber alegou que votava a favor do porte de maconha por
respeitar a decisão do indivíduo que decide ser viciado em droga.
No
entanto, sendo assim, não se respeita a família dele, não se respeita a
saúde pública, não se respeita a prova médica e científica de que a
maconha é uma fábrica de esquizofrênicos. Esta é a manifestação do
Conselho Federal de Medicina, da Associação Brasileira de Psiquiatria,
entre outros. Todo mundo sabe disso.
A maconha não é
apenas a porta para outras drogas, ela própria é uma distribuidora da
sinapse, da comunicação entre as células, os neurônios do cérebro. Não
tem volta atrás quando mexe com sistema nervoso.
Mas a ministra Rosa
Weber diz que respeita o indivíduo.
Eu sou mais pelo voto do ministro Cristiano Zanin que certamente se baseou na lógica que rege a ciência do direito: se a
venda de droga é crime, a compra também é. Compra e venda é pacto entre
duas pessoas e elas estão na mesma situação legal.
Estreia de Zanin no ativismo judicial do STF O ministro Zanin é o relator do caso que poderá incluir os guardas municipais no artigo 144 da Constituição Federalque trata do Sistema Nacional de Segurança Pública.
Se forem enquadrados, os guardas municipais passarão a fazer parte do Sistema que hoje reúne a Polícia Militar, a Polícia Civil, o Corpo de Bombeiros, a Força Nacional, a Polícia Rodoviária Federal e até a Polícia Ferroviária Federal.
O
fato é que se os guardas municipais ainda não compõem o Sistema
Nacional, a competência para incluí-los é do Congresso Nacional, que tem
poderes constituintes.
E esta inclusão precisa ser apreciada e obter
uma maioria de 60% em duas votações na Câmara, além de outras duas
votações no Senado. Não é um ministro do Supremo, sem autorização do
povo, sem um mandato do povo, que pode aumentar a
Constituição, acrescentando mais alguma coisa.
Isso tem sido uma repetido desde o começo do governo Bolsonaro. Pelo menos 60 vezes, desde 2019, alegando que faltou alguma lei, se faz coisas incríveis.
Esse
ativismo cresceu no governo Bolsonaro para dar mais poderes ao Poder
Judiciário.
É o que estamos vendo hoje, sem reação do Poder Legislativo.
É importante frisar que a reação esperada tem que vir do Senado, em
especial do presidente do Senado, que é o único órgão capaz de julgar,
restringir, sancionar a Suprema Corte. Afinal, o STF não tem acima dele
nenhuma corregedoria, nem Conselho Federal de Justiça.
Lula a serviço da China O presidente Lula retorna ao Brasil depois da reunião de língua portuguesa de São Tomé e Príncipe.
Só pra lembrar: em uma determinada época, a China foi altamente prejudicial à indústria calçadista brasileira.
Eles faziam calçados baratíssimos - que tinham até papelão - em navios que estavam vindo pra cá. Chegavam aqui e o calçado estava pronto. Depois, passou a fazer concorrência ao comércio brasileiro e assim segue atualmente. O varejo chinês está entrando no varejo brasileiro.
O
presidente do Brasil deveria defender os interesses do Brasil, não os
interesses da China. No entanto, o que se vê em seus pronunciamentos é
uma fala recorrente sobre acabar com o dólar.
Em uma das falas mais
recentes, Lula disse que não negociaria mais com dólar e que faria
negócios com o parceiro argentino com a moeda chinesa, o yuan.
Lula quer investimentos na África O presidente Lula também tem dito que vai estimular o agro na África.
É importante lembrar que a África tem vastíssimas regiões de cerrado, semelhantes a de Mato Grosso, Tocantins, Goiás, Minas Gerais.
O Cerrado é um importante potencial da agricultura brasileira.
Aliás, não é só um potencial, mas já tem demonstrado com a crescente produção agrícola na região.
O
ponto é que a China é quem tem interesse em produzir grãos na África. A
produção africana ficaria mais perto da China, que economizaria com o
frete mais barato.
E sendo assim, a China deixará de comprar o grão
brasileiro.
Imagino que presidente Lula percebe isso, mas fica esse
registro.
Lula está dizendo que o Brasil vai investir
muito na África. No entanto, nos primeiros sete meses deste ano, o
investimento estrangeiro direto no Brasil, de capital de risco, caiu
32%.
Então, nós é que estamos precisando de investimento e não é para
investir na África. [o 'estadista' tem que chamar atenção,precisa de plateia, e como lhe faltam predicados para tanto, só lhe resta falar asneiras, vomitar mentiras. Desacreditado ele já está, portanto, nada tem a perder = nós, os brasileiros, é que estamos nos 'f ... o', mesmo os que não fizeram o L.]
A novilíngua artificial usada pela Agência Brasil é pura
propaganda ideológica — e imposições linguísticas eram a forma como se
escravizavam povos no passado
A linguagem neutra vem tomando o lugar da língua portuguesa em círculos da elite política, no marketing e em discussões autorreferentes universitárias. Só não está na boca do povo.
O uso de uma língua artificial e inexistente tem levantado um debate sobre a sua legalidade: pode um governo utilizar canais oficiais com uma língua diversa da do seu povo?
A determinação de um novo gênero por coação, de cima para baixo, sem nenhuma participação popular, ignorando a língua oficial do país — aquela, ehrr, falada pela população — não parece condizer com a lei, com a cultura e nem com a lógica.[A Constituição Federal estabelece: "Art. 13. A língua portuguesa é o
idioma oficial da República Federativa do Brasil."]
A celeuma ganha contornos ainda mais graves por não se tratar de uma língua neutra, como é apresentada: trata-se de uma linguagem ideológica. Alguém que diga “eleites” — ou todes, amigxs, delus, deputad@s — não está apenas trocando um significante por outro, supostamente mais “inclusivo”: está fazendo propaganda política. Você, eu, todes sabemos em quem ele vota, o que ele quer destruir e o que quer implantar no lugar. É uma linguagem ideológica, como qualquer linguista de meia pataca saberia reconhecer.
Termos não são neutros:“companheiro” significa coisas distintas na boca de um militar, de um casal sem laços matrimoniais e do senhor Luiz Inácio Lula da Silva. No Brasil, recentemente, a Justiça quis proibir a bandeira nacional(falando em “multas pesadíssimas”), até com projetos de lei(é preciso dizer que veio de um petista?).Qualquer menção da administração passada até à pátria rendia censura dos tribunais, alegando que o “uso político” (sic) feria a impessoalidade da administração.
Gramaticalmente imprestável, resta à linguagem supostamente neutra o seu papel de propaganda político-ideológica constante
Como algo infinitamente mais propagandístico pode ser considerado legal — ainda mais conspurcando o tesouro cultural mais igualitariamente distribuído que é a língua? Um governo tem o direito de ditar à força uma novilíngua?Lembrando sempre que a Constituição assevera que “A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil” — e não alguma linguagem neutra ideológica.
Complicando a complicada gramática portuguesa Na novilíngua do romance de Orwell, as pessoas eram impedidas de pensar em qualquer coisa fora dos ditames do que o Partido queria. Apesar do clichê, não é algo nada diferente da adoção de uma linguagem ideológica.
Até mesmo dizer “homem e mulher” deixa de ser uma descrição da realidade para adentrar supostamente o reino da dúvida e da discussão conceitual (algo proibido se a questão for a ética e os experimentos de mercado das big pharma, por exemplo).
Discutir qual é o porcentual de pessoas que alegam ser “trans” é matéria proibida, que gera censura e processos.
Mas, com os olhos naquela verdade esquecida antes da censura atual, é curioso pensar que o fenômeno trans era praticamente inexistente há menos de uma década. Ninguém nunca ousou afirmar que uma marca de gênero na língua pudesse ser “ofensiva” por quem assume características dos dois gêneros (não deveria ser o contrário?).
Óbvio que a pergunta sobre “por que de repente tantas pessoas alegam ser trans” tem uma resposta óbvia — e que não deve ser explicitada.
De toda forma, sendo um porcentual bem restrito (data maxima venia) da sociedade, por que toda uma língua precisa se adaptar para não “ofender” pessoas que nunca pensaram em se ofender com a língua até meia dúzia de anos atrás, antes de pessoas poderosas garantirem que elas precisam se ofender? A imposição de novas normas gramaticais que se pretendem “inclusivas”, na prática, é apenas exclusão de uma comunidade linguística de mais de 200 milhões de pessoas falantes da língua que nunca se preocuparam em dominar as novas determinações do alto comando estatal de pensamento.
Gramaticalmente, marcar adjetivos com finalização em -e não é capaz de gerar o efeito de “neutralidade de gênero” pretendido pelos promotores da ideologia de gênero. Simplesmente porque as temíveis marcas de vogais tônicas com -a e –o não são marcas “puras” de gênero em português.
Como explica a professora de português Cristiane Bassan,o gênero é muito mais definido pelo artigo que acompanha a palavra do que pela vogal temática do substantivo: “O motorista. Termina em A, e não é feminino. O poeta. Termina em A, e não é feminino. A ação, a depressão, a impressão, a ficção. Todas as palavras que terminam em -ção são femininas, embora terminem com O”.
Portanto, ao tentar criar um “terceiro gênero neutro” em português, não se cria um gênero a mais, distinto de marcas femininas ou masculinas — e sim só se faz propaganda ideológica. Ainda mais porque a marca de -e escolhida (por quem?) para uso, que já está em adjetivos como grande, não indica nenhum “terceiro gênero”.“Boa parte dos adjetivos da língua portuguesa pode ser tanto masculina quanto feminina, independentemente da letra final: feliz, triste, alerta, inteligente, emocionante, livre, doente, especial, agradável etc.”, continua a professora. “Terminar uma palavra com E não faz com que ela seja neutra. A alface. Termina em E e é feminina. O elefante. Termina em E e é masculino. Como o gênero em português é determinado muito mais pelos artigos do que pelas vogais temáticas, se vocês querem uma língua neutra, precisam criar um artigo neutro, não encher um texto de X, @ e E.”
A linguagem neutra tem uma característica perigosa, além de flagrantemente irreal: ela é imposta
Tentar criar um gênero neutro por coação é um imperialismo cultural que não faz cócegas na língua portuguesa. A própria marca de masculino ou feminino varia de língua para língua: o pronome plural do inglês they, muito usado por impositores da linguagem neutra, possui marca de gênero em português (eles/elas). O sueco possui uma primeira pessoa do plural com marca de gênero (den), e uma sem marca (det).
Pior: as palavras têm gênero, não as coisas — e esta lição deveria ser uma obviedade, ainda mais para “estudiosos”. A palavra “a criança” não faz nenhuma marca entre feminino e masculino. Dizer “meu amor”, “meu tesouro” tampouco é exclusivo para homens — e “minha paixão” também não o é para mulheres. Línguas com o gênero neutro, como latim, alemão ou es eslavas também não fazem referência a “transgêneros” em pronomes como it, es ou o artigo das. Os artigos, que marcam tanto o gênero do português (inclusive o número: sabemos que “os menino”, apesar do erro gramatical, está no plural), são livres de marcas no inglês, com the servindo para tudo. A palavra “garota”, em alemão, por ser um diminutivo, está no gênero neutro: das Mädchen. E assim por diante.
O gênero privilegiado no português é, justamente, o feminino. Como explica a advogada e professora de português Lara Brenner Queiroz: “Quem argumenta assim desconhece que o gênero gramatical masculino não corresponde só e obrigatoriamente a pessoas do sexo masculino, mas também a um público misto ou genérico, caso em que o gênero gramatical masculino passa a ter um caráter neutralizador do ponto de vista sexual — ou seja, quando se diz, por exemplo, que ‘O brasileiro lê pouco’, não se está querendo dizer que só os brasileiros do sexo masculino leem pouco, e sim que ‘brasileiros e brasileiras’ leem pouco”.
Em palavras como moço e moça, monge e monja, cantor e cantora, oficial e oficiala, freguês e freguesa, juiz e juíza, alemão e alemã, judeu e judia, a única marca de gênero clara está no sufixo - a do feminino — cada uma das masculinas possui um final diferente, explica Lara Brenner. Sobre o caso em questão, a professora Lara Brenner é assertiva: “Dizer ‘parlamentares eleites’, segundo o próprio argumento de quem milita a favor disso, exclui os gêneros feminino e masculino da mesma forma como se argumenta que ‘todos’ exclui os neutros e femininos”. Num mundo ideológico que tanto quer diferenciar gênero de sexo, principalmente a partir dos terríveis experimentos de John Money, do fraudulento relatório Kinsey e do livro Gender Troubles, da feminista Judith Butler, faltou explicar a diferença entre sexo e gênero… gramatical, que nada tem a ver com performances sociais típicas de homens ou de mulheres.
Explica Lara Brenner: “’Sexo’ é o conjunto de características físicas e biológicas que distingue o sistema reprodutor. ‘Gênero biopsicossocial’, uma invenção da modernidade — a qual até então se dava muito bem com a definição de sexo biológico —, é a condição humana resultante do papel sexual socialmente assumido por um indivíduo que, num corpo de homem, se sente como mulher, e vice-versa. ‘Gênero gramatical’, por sua vez, é a categoria linguística que não passa de uma propriedade formal da gramática e nada tem a ver com a confusão anterior. Em vez de gêneros masculino e feminino, poderiam tranquilamente se chamar gêneros A e B”.
Para os proponentes da ideologia de gênero e os “múltiplos” gêneros humanos, ainda se ganha de brinde mais um problema, como aponta a professora Lara Brenner: “Ao forçar a ligação direta e obrigatória entre o gênero sexual e o gênero da palavra, cria-se o seguinte problema: se afirmam atualmente que há dezenas de gêneros biopsicossociais além do masculino e do feminino (como queer, agênero, andrógeno, gênero fluido, bigênero etc.), deveria haver, por uma questão de paridade, uma terminação para cada um dos gêneros”. Algo que o artificial -e não é capaz de realizar, a não ser unindo todos em uma maçaroca homogênea.
A língua como propaganda Gramaticalmente imprestável, resta à linguagem supostamente neutra o seu papel de propaganda político-ideológica constante.
No entanto, linguagem da propaganda constante é marca do totalitarismo. Livros de ficção que lidaram com o tema sempre mostraram o papel da linguagem: 1984, de George Orwell, tem a infame novilíngua, enquanto Laranja Mecânica, de Anthony Burgess, é inteiro escrito em uma língua artificial, para não comentar a linguagem de boletim de ocorrência, quase ouvindo as teclas da máquina de escrever, de O Processo, de Franz Kafka. Estudos históricos também existem, como LTI – Lingua Tertii Imperii, de Victor Klemperer, o maior estudo sobre a linguagem do Terceiro Reich, assim como as obras de Jean-Pierre Faye, principalmente Introdução às Linguagens Totalitárias.
Todos mostram um processo duplo. Em primeiro lugar, a imposição top-down de uma linguagem artificial em substituição à natural (o ódio ao natural é a clave fundamental de nosso século). Qualquer filósofo, botânico ou matemático percebem rapidamente como temos mais contato com a realidade quanto mais orgânica — e mesmo antiga — for nossa linguagem descritiva: exatamente o que se perde com as linguagens artificiais. Depois, toda a linguagem passa a ser mediada — e é onde mora o extremo perigo.
O historiador Orlando Figes conta como era difícil na União Soviética ter de lidar com qualquer questão das humanidades, já que elas são conhecidas como ciências do espírito (Geisteswissenschaften) no mundo civilizado — e a palavra “espírito” havia sido cancelada, permitindo-se apenas falar em materialismo. Já a militarizada linguagem do Terceiro Reich — que começou a ser utilizada na Alemanha ainda no século 19 — tratava vitórias esportivas com condecorações do Exército.
Será que devemos fazer um experimento top-down, com a imposição lenta e gradual de uma linguagem afastada da realidade, e que acabe sempre precisando ser mediada por uma autoridade para ser validada — e não apenas aceita a priori como óbvia e descritiva? Se queremos entender por que tantas pessoas, principalmente jovens, são defensoras aguerridas (kämpferisch?) da censura, começamos a entender num piscar de olhos. Numa Blitzkrieg.
Imperialismo linguístico Impérios eram criticados por ter governos — e leis — dos quais o povo não tinha sequer conhecimento — como a famosa “oclusão parlamentar” do Império Austro-Húngaro e suas 11 línguas, quando croatas ou tchecos faziam longos discursos apenas para atrapalhar. Um certo Adolf Hitler desacreditou no parlamentarismo ao admirar o espetáculo. Alguns anos mais tarde, usaria a língua falada nos Sudetos, que ficaram com a Tchecoslováquia, para inaugurar a Guerra mais mortífera que o mundo já viu.
A linguagem neutra tem uma característica perigosa, além de flagrantemente irreal: ela é imposta. Uma gramática normal segue o uso de uma comunidade linguística, inspirando-se em seus zênites, como escritores, poetas e filósofos. Uma língua imposta é “criada” por meia dúzia de iluminados que passam a obrigar comunidades linguísticas com milhões de falantes a abdicarem de uma língua por uma língua “inclusiva”, com uma nova gramática que inclua o “eleites”, significa aceitar uma imposição. E aceitar uma imposição — o Brasil recente o sabe — significa aceitar todas.