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terça-feira, 30 de novembro de 2021

Século cancelado - Vozes

Guilherme Fiuza 

Confirmado: o século 21 veio demonstrar como a fascinante cultura de massa pode acabar mal. Os parâmetros de sucesso foram parar num ajuntamento de “likes” – que eventualmente reconhecem valores reais, mas frequentemente consagram imposturas. Em 2001 se despediu do mundo um ser especial que sempre desconfiou da cultura de massa (mesmo ela tendo-lhe dado tudo). Há 20 anos morria George Harrison, o beatle retraído, poupado de viver o século que confirmou toda a sua desconfiança.

Para quem gosta da mentira e de m ...: Volume 1 - Biografia de Lula torna o leitor cúmplice de uma farsa político-intelectual
OMS diz que ainda não está claro se variante ômicron causa doença mais grave

George estava no centro do primeiro fenômeno, ou pelo menos o mais visível, de conexão mundial pela mídia. A beatlemania saiu da Inglaterra para bater recordes de audiência na TV dos Estados Unidos e se espalhar “em tempo real” pelo planeta como nem o cinema americano tinha chegado perto. Com menos de 25 anos de idade, o garoto pobre e tímido de Liverpool já estava rico – e desconfiado do próprio fenômeno que o enriquecera.

Foi o primeiro (e talvez o único) dos “quatro fabulosos” a querer deixar de ser “fab”, ou pelo menos se libertar do que ele considerava a escravidão da beatlemania. Não renegava as conquistas que o fenômeno lhe trouxera. Também se encantou e se divertiu. Mas nunca deixou de olhar para aquilo tudo de esguelha. Para além dos méritos, havia algo incômodo na forma epidêmica de propagação. O arrastão mecânico da cultura de massa. E Harrison nem conheceu o iPhone.

Morreu no dia 29 de novembro de 2001, de câncer no pulmão. Dois anos antes, já com a doença diagnosticada, foi esfaqueado no peito, em sua casa em Londres, por um invasor também proveniente de Liverpool. A exemplo do que aconteceu com John Lennon, assassinado por um fã, Harrison colhia a parte amarga do legado estelar – a tal máquina de sucesso da qual ele tinha suas desconfianças. “Me ajude a escapar desse zoológico”cantou George em “Old brown shoe”, uma de suas grandes canções pelos Beatles que não teve a fama merecida.

É uma canção de amor híbrida e enigmática, como era frequentemente o seu autor, na qual ele buscava o amor certo, ressalvando que o certo é apenas metade do que é errado. São as complexidades da vida que a cultura de massa tende a embotar – e tudo o que deu errado nesse século 21 cheio de moralismo e patrulha é parte do que é certo, ou era para ser, no avanço tecnológico que uniu os povos. Uniu desunindo, talvez dissesse George.

Ele foi o primeiro do grupo a dizer que não queria mais dar shows no auge das turnês que lotavam estádios ao redor do mundo. Não é qualquer um que cogita uma renúncia dessa monta. George Harrison parecia ter uma antena especial para as armadilhas bem apessoadas da humanidade. “O mundo nos usou como desculpa para enlouquecer”, disse ele depois da beatlemania, ao mesmo tempo sério e sorridente, como era sua persona pouco óbvia. Que espaço tem no século 21 um homem pouco óbvio? Nesse mar de cartazes toscos afetando virtudes de fachada?

É bastante significativo que o guitarrista tenha partido em 2001
. George Harrison cancelou o século 21.

Guilherme Fiuza, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Rede Globo lança campanha para exaltar suas qualidades e recebe chuva de dislikes

A briga de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra a rede de televisão Globo continua. Após a Globo publicar um vídeo institucional na última quarta-feira (15) defendendo o padrão Globo de qualidade, uma campanha foi feita por apoiadores para que dessem dislike no vídeo. A campanha teve grande adesão e nesta quarta-feira (22) O vídeo “Globo: Qualidade Também é Respeito” tinha mais de 400 mil dislikes e cerca de 8 mil likes.

No vídeo, estão presentes jornalistas conhecidos como Willian Bonner, Renata Vasconcelos, Maju Coutinho, e da teledramaturgia, como Jonathan Azevedo e Débora Bloch, falando frases de impacto sobre o famoso “padrão Globo de qualidade”, destaca O IG Gente.
O vídeo divulgado faz uma defesa da “brasilidade” da emissora, enfatizando que ela produz conteúdo para “todos os brasis”.
Sobre a quantidade de dislikes em seu vídeo, a Globo se pronunciou com a nota abaixo:
“A Globo entende que no momento em que o mundo todo se volta para o combate às informações falsas e às mensagens de ódio, o respeito nas relações e às opiniões se mostra mais relevante do que nunca. Por isso, seguirá trabalhando para levar ao país inteiro informação e entretenimento de qualidade e credibilidade.”

Em tempo: Basta olhar eventualmente o 'JN' para identificar quem mais produz fake news no Brasil.
A emissora em geral e o 'JN' - Jornal Nacional, particularmente, perderam inteiramente a credibilidade ao juntar-se à facção do STF, parte do Congresso Nacional e à velha e tradicional imprensa corrupta para derrubar o governo e trazer de volta a corrupção que enlameou o país nos últimos anos.

Blog Rota 2014 - Transcrito em 23 julho 2020


sábado, 27 de julho de 2019

Golpes em aeroporto e ostentação fake nas redes: o histórico de ‘Vermelho’ - Brasil - Veja

Brasil - Veja

Descrito por conhecidos como alguém 'extremamente inteligente', Walter Delgatti já acumulava seis processos na Justiça por estelionato e furto


Conhecido na cidade e Araraquara pelo apelido de Vermelho, ou “Vermeio”, pelo cabelo e a barba ruivos, Walter Delgatti Neto, 30 anos, um dos presos na Operação Spoofing, é comparado por pessoas próximas a Marcelo Nascimento da Rocha, o golpista que fingia ser herdeiro da Gol, interpretado por Wagner Moura no filme VIPs, e Frank Abagnale Jr., famoso golpista americano interpretado por Leonardo DiCaprio em Prenda-me se for Capaz.

Vermelho e o irmão, Wisllen Francisco Delgatti, o “Vermelhinho”, 28 anos, foram criados pela avó Otília, 82 anos, desde crianças, quando a mãe deles, Silvana, separou-se do pai, Valter, e se casou com outro homem. Vermelho e Vermelhinho não têm contato com a mãe. O pai de ambos morreu em novembro de 2018, aos 56 anos, de infarto.  Hoje famoso em todo o Brasil por ter hackeado figuras importantes da República, Vermelho já era figura notória nas delegacias de Polícia Civil de Araraquara por sua extensa ficha criminal. O rapaz soma seis processos na Justiça por crimes de estelionato, furto qualificado, apropriação indébita e tráfico de drogas, nos quais ele acumula duas condenações.

Pessoas próximas a Delgatti observam uma curiosidade: a dificuldade de encontrar algo em seu nome, uma vez que patrimônio como carros, casas e contratos de aluguel ficam sob propriedade, ao menos oficial, de outras pessoas, não raro do próprio irmão Wisllen. “Ele é o demônio”, “extremamente vaidoso, habilidoso e inteligente”, disse a VEJA um conhecido.

Segundo conhecidos, Delgatti gostava de ostentar — mas não tinha cacife para tanto. Os carros de luxo que dirigia eram, em sua maioria, veículos danificados por batidas. Todos arrematados de leilão ou diretamente comprados em oficinas. Conforme uma pessoa próxima, que o conhece há mais de quinze anos, Vermelho até fazia montagem de fotos de lugares onde não foi com o objetivo de se exibir e ganhar likes em redes sociais.

Walter Delgatti Neto tinha o costume de dar festas de arromba no apartamento onde morava em uma região nobre da cidade, próxima ao estádio da Fonte Luminosa, e se divertia esvaziando extintores de incêndio do condomínio, segundo um morador. VEJA questionou o irmão e a avó de Delgatti sobre a atividade exercida por ele para manter o padrão de vida, que incluía carros de luxo como BMW Z4, Hyundai Santa Fé e um Land Rover. Nenhum dos dois soube responder. A avó, Otília, disse que vive da aposentadoria como tecelã e de uma pensão.

Em maio de 2017, já dono de uma ficha corrida de acusações, Vermelho foi à delegacia registrar um boletim de ocorrência por difamação e calúnia contra dois colegas da faculdade de direito, lá de Araraquara. Segundo ele, os jovens estavam o chamando na sala de aula de “hacker que desvia contas de terceiros”. Procurada, a defesa atual de Delgatti não quis se pronunciar. 

Confira a coletânea de “sucessos” de Delgatti:
Acusação de estupro pela ex-cunhada
Foi acusado de estupro em março de 2015 pela então cunhada, que à época tinha 17 anos e morava com o irmão dele, Wisllen. Ela disse inicialmente que Vermelho mostrou fotos do irmão com outras mulheres e, em meio ao seu nervosismo, ofereceu-lhe um comprimido para se acalmar. A jovem tomou o medicamento e relatou ter ficado fora de si depois disso. Segundo a então adolescente, Walter fez sexo com ela sem preservativo e filmou a cena de violência sexual. Vermelho disse ter feito sexo consensual e admitiu ter filmado para mostrar o vídeo para Wisllen, com o intuito de provar que a jovem “dava em cima dele”.

(...)

“Pessoa influente” e “amigos no fórum”
Quando a polícia foi à casa de Vermelho cumprir um mandado de busca na investigação sobre o suposto estupro, em abril de 2015, ele não atendeu à porta, que precisou ser arrombada. Acordado pelos policiais, Vermelho disse – sarcasticamente – que estava esperando por eles. A equipe quis saber como ele tinha a informação, ao que  Delgatti informou ter recebido o mandado escaneado com dois dias de antecedência. Vermelho afirmou ser uma “pessoa influente”, ter amigos na promotoria, no Fórum e entre policiais, e se gabou por “conhecer bem” uma juíza da cidade. Mostrou aos policiais uma ordem contra seu irmão que havia recebido de “fonte sigilosa”.

“Investidor” com conta na Suíça e furto de cartão
Nesse mesmo dia do mandado de busca e apreensão, ainda no apartamento, Vermelho disse aos policiais que era um “investidor” e tinha conta em um banco da Suíça, por isso viajava muito à Europa. Questionado sobre seu trabalho e a origem de seu dinheiro, ele não disse nada e alegou que o apartamento era alugado por um ex-sócio seu. O imóvel estava mobiliado com artigos que Vermelho comprara com um cartão de crédito furtado de um escritório de advocacia, tudo foi apreendido pela polícia.


Remédios controlados e receitas falsas
Ainda no cumprimento do mandado, policiais encontraram uma cesta de vime cheia de medicamentos controlados, como Valium e Bromazepam, um calhamaço de papel azul semelhante ao de receitas médicas, receitas em nome de outras pessoas, carimbos, guilhotina, impressora e scanner. Suspeito de falsificar receitas para comprar medicamentos em farmácias e revendê-los, ele foi preso em flagrante e responde a processo por tráfico de drogas. Pessoas próximas também relataram que ele vivia de falsificar ingressos de show e festas.

(...)

A arma de air soft
No mesmo mandado de busca, os policiais buscaram uma pistola, possivelmente 9mm, que aparecia co
m Delgatti em fotos no Facebook, mas não a encontraram. Ele disse que só tinha uma arma de air soft, mas que falava a todos que era de verdade porque tinha medo de ser assaltado por causa de seus carros de luxo. Vermelho afirmou, no entanto, que sabia atirar com armas de verdade e participava de um clube de tiro em São Paulo “com um amigo”, filho deputado estadual Coronel Telhada. O deputado e o filho dele, o capitão da PM Rafael Telhada, dizem não conhecer Vermelho.


Delgatti (à direita) com o irmão em viagem na Suíça, onde ele disse ter conta (Foto/Reprodução)

Leia em Veja, MATÉRIA COMPLETA


 


quarta-feira, 24 de julho de 2019

Seguidores da Jô ou Josiane - a filha, sem noção, da brega Maria da Paz (a verdade sobre eles)

Folha de S. Paulo - Ronaldo Lemos

O fim dos likes no Instagram?


O modelo de likes ficou obsoleto; há outras formas de medir popularidade

Levantou poeira na semana passada o experimento do Instagram de ocultar os likes que um conteúdo recebe.  O Brasil está entre os países em que o teste está sendo realizado. Parece coisa pequena, mas o impacto de uma mudança como essa pode ser gigantesco. A justificativa seria "tornar o Instagram um lugar onde as pessoas sintam-se confortáveis para se expressar", além de "remover a pressão sobre o sucesso de cada post". Esses pontos fazem sentido. Mas a questão é mais profunda.

A organização da internet em likes tem levado a um estado geral de inflamação da rede, que, por sua vez, resvala na sociedade.

Na busca por likes, vale tudo. Por exemplo, surgiu toda uma indústria para vender curtidas artificiais em qualquer rede social. No Instagram, mil likes em uma foto custam hoje por volta de R$ 35. No atacado, 50 mil likes custam cerca de R$ 900. Em outras palavras, quem tem dinheiro pode artificialmente ser "famoso" na rede. Mesmo celebridades recorrem a esse tipo de recurso, tendo em vista a concorrência acirrada (e a ideia de que "todo o mundo está fazendo, então vou fazer também").  Mais do que isso, grupos políticos que querem dar aparência de "popularidade" a uma determinada ideia também fazem o mesmo: compram likes para artificialmente dar a impressão de que o "povo" está apoiando sua mensagem, criando uma forma perversa de propaganda oculta, que se tornou comum.

A compra de likes não é o único problema. Há estudos científicos que mostram que conteúdos apelativos e mesmo mentirosos geram mais "engajamento" e se espalham mais rápido e amplamente na rede.   Em outras palavras, na busca por likes, acabamos todos incentivados a produzir conteúdo cada vez mais extremo, reforçando um círculo vicioso inflamatório.

É nesse contexto que a medida do Instagram é um bom passo inicial. Mas há também razões comerciais.  O fato é que o modelo de likes para organizar conteúdos na rede ficou velho. Ele teve um impacto explosivo nos anos 2000 e em boa parte desta década. Mas, com o surgimento de ferramentas como inteligência artificial, o modelo do like começa a ficar obsoleto. Há muitas outras formas de medir popularidade e organizar conteúdos que não precisam mais do like. Outra questão é a desigualdade. Likes são um tipo de capital que se distribui de forma profundamente desbalanceada nas redes sociais. Um pequeno percentual de celebridades acumula volumes gigantescos de engajamento, sobrando pouco para os usuários comuns.

Essa questão distributiva começou a se tornar ruim para o negócio e a abrir flancos para a entrada de concorrentes. Um exemplo é o aplicativo de vídeos Kwai, surgido na China e que começa a se popularizar em outros países, incluindo o Brasil. Sua promessa é justamente acabar com o desnível entre celebridades e usuários comuns. Essa fórmula tem funcionado tão bem que começa a ser copiada por outras redes sociais. A obsolescência dos likes é só um sintoma de uma temporada de mudanças mais profundas que irão sacudir o território das redes sociais. Obviamente, com efeitos para toda a sociedade.

 

Folha de S. Paulo