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domingo, 26 de junho de 2022

A fraude da terra - O MST quer, hoje, o que sempre quis: invadir terra para receber verba do governo - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

O MST quer, hoje, o que sempre quis: invadir terra para receber verba do governo

O ex-presidente Lula já garantiu, entre as múltiplas promessas que está fazendo na campanha eleitoral para a Presidência da República, que o MST vai ter uma posição importante no seu governo.  
É um dos seus piores projetos, caso isso seja mesmo um projeto, e não uma peça de conversa fiada para tapear a esquerda mais primitiva que viaja no seu bonde – e para atender as neuroses da porção do público urbano que se assusta com os “pecados mortais” da produção rural brasileira. 
Essa gente tem certeza de que a soja e o milho estão destruindo a Floresta Amazônica
Acha que o agronegócio “envenena a comida” dos brasileiros, com a utilização de “agrotóxicos” e outros horrores da química. 
Está convencida de que os fazendeiros perseguem os índios. 
 
Suas terras são muito grandes, mecanizadas e consumidoras de tecnologia avançada – coisas que o “pequeno proprietário” e a “agricultura familiar” não podem ter. Na verdade, o agronegócio é o oposto do que os padres, os centros acadêmicos e os artistas de novela querem para o Brasil rural: um País de “pequenas propriedades”, dedicado à produção de coisas “orgânicas”, aos métodos naturais de cultivo e capaz de obter a aprovação da menina Greta e do ator Leonardo DiCaprio. O MST finge que está nessa balada.
Ex-presidente Lula discursa durante reunião Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Março de 2022, em Londrina, no Paraná.
Ex-presidente Lula discursa durante reunião Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Março de 2022, em Londrina, no Paraná. Foto: Ricardo Chicarelli/AFP

Tudo isso é uma falsificação completa. O agronegócio é o setor mais bem-sucedido da economia brasileira, e não precisa das ideias de Lula e do PT – chegou aonde está sem eles, e só prospera com eles de longe. Quanto ao MST, pode-se dizer com segurança que a última coisa que passa pela cabeça dos seus proprietários é fazer uma reforma agrária no Brasil.  

O MST quer, hoje, o que sempre quis: invadir terra para receber verba do governo, diretamente ou por meio de ONGs, em nome da solução do “problema social no campo”. Esse problema tem de existir sempre – sem ele, os dirigentes do MST não vivem. 
Eles não querem terra para o pequeno agricultor que não tem dinheiro, nem condições, para comprar um pedaço de chão.  
Querem se entender com o Banco do Brasil. 
Nada poderia provar isso com mais clareza do que a sua posição contrária à distribuição de títulos de propriedade que vem sendo feita pelo governo. Como assim?  
O objetivo do MST não é fornecer aos sem-terra justamente isso – terra para cultivar e legalização da sua propriedade? Não: o MST acha que a terra tem de ser “coletiva”.

No governo Dilma houve 1.000 invasões. No de Lula foram 2.000. No de Fernando Henrique foram 2.500inclusive a fazenda do próprio presidente. Em 2021, foram 11 e, ao todo, de 2018 para cá, apenas 24. Não é preciso dizer mais muita coisa.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo


terça-feira, 14 de junho de 2022

Isolamento internacional do Brasil é um faz de conta - J. R. Guzzo

De todos os grandes crimes de que o governo é acusado pelos partidos de esquerda, pelos formadores de opinião e pelos especialistas que a televisão chama para nos iluminar em mesas redondas depois do horário nobre, poucos deixam os acusadores tão assombrados quanto a “política externa”

É algo mais ou menos entre o genocídio e a rachadinha – é menos falado do que ambos, certamente, mas impressiona muito a parte da oposição nacional que se considera mais culta, inteligente e civilizada.

A política externa brasileira, dizem todos, é uma calamidade que conduziu o Brasil a um “completo isolamento” perante a comunidade das nações e fez de nós, os brasileiros, párias num mundo que não tolera mais, hoje em dia, o “populismo”, o “direitismo”, o “fascismo” e tudo o mais que marca esse governo que está aí.

No mundo dos fatos objetivos, porém, as coisas acontecem de maneira exatamente oposta à que é descrita pela oposição.  

Nada poderia comprovar isso de forma mais clara do que a seguinte realidade: nunca, como neste momento, o Brasil esteve tão próximo de entrar na OCDE, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a mais séria, prestigiada e relevante entidade internacional em operação atualmente no mundo.

A OCDE, com seus critérios extremamente rigorosos para a admissão de membros, é onde se juntam as democracias mais bem sucedidas do Primeiro Mundo, aquelas que demonstram competência comprovada em todas as questões-chave de boa governança e praticam o respeito pela liberdade econômica. 

Estar na OCDE é estar entre os países que mais deram certo num mundo cada vez mais errado. 

Não é uma ONU, ou coisa parecida. Lá vagabundo não entra.

O Brasil, se tudo der certo, e se as atuais estratégias administrativas e econômicas forem mantidas, deverá ser um dos próximos membros da OCDE. É preciso, para isso, cumprir toda uma longa série de exigências; ainda vai levar, segundo as estimativas de hoje, entre três e cinco anos para o país completar as condições que são requeridas para a admissão. Mas o ingresso do Brasil deixou de ser uma meta, ou um objeto de discursos: passou a ser um processo em andamento com possibilidades reais de sucesso.

É mais do que se conseguiu em qualquer época de política externa “equilibrada”, “globalista” e fiel ao “politicamente correto” – aquela época, já distante, em que
Leonardo DiCaprio não falava mal do Brasil, o presidente da França não dizia que a Amazônia “está em chamas” e a menina Greta nem sabia que a gente existia.

Hoje o Brasil é o bandido do mundo para as
classes intelectuais, os artistas, as ONGs, os cientistas de circunstância, as entidades de “defesa dos índios”, os executivos de multinacionais “inclusivas” e os despachantes de interesses ocultos. Mas sua agricultura e pecuária estão batendo todos os recordes de exportação, e se transformaram numa peça-chave para a segurança alimentar do mundo.

Não há nenhuma grande empresa global sem presença ativa no país. Os investimentos estrangeiros no Brasil, um elemento essencial na definição do grau de respeito desfrutado por qualquer país na comunidade internacional, foram de 50 bilhões de dólares no ano passado, com pandemia e tudo – 80% a mais, simplesmente, do que em 2020.

Veja Também: Justiça começa a reconhecer que exigência de passaporte sanitário é ilegal

Entrevistacom Paola Daniel, advogada e esposa do deputado federal Daniel Silveira, sobreo abuso de autoridade do ministro Alexandre de Moraes, que determinou bloqueiode sua conta bancária sem que ela seja parte de qualquer processo.

Em todo o mundo, o Brasil ficou em sexto lugar entre os que mais receberam capital estrangeiro em suas economias em 2021 abaixo apenas dos Estados Unidos e da China, como não poderia deixar de ser, e de Cingapura, Hong Kong e Canadá, longamente estabelecidos como grandes imãs do investimento mundial.

O Brasil, segundo os “especialistas”, estaria praticamente rompido com os Estados Unidos e o seu presidente Joe Biden. Na última cúpula dos países americanos em Los Angeles, presidida por Biden, o Brasil foi perfeitamente bem recebido; quem não estava lá, por desconvite, eram Venezuela, Cuba e Nicarágua, justamente os países deixados na geladeira pela atual política externa do Itamaraty. Há, enfim, a evolução da entrada na OCDE.

Isolamento? É melhor estar isolado assim do que integrado num mundo onde os países mais importantes são as mencionadas Venezuela, Nicarágua e Cuba, mais as ditaduras africanas, as organizações “palestinas” e grupos terroristas muçulmanos – um resumo de tudo que dá errado, destrói a democracia, gera pobreza e causa morte, e que tanto atrai o amor e o afeto da oposição brasileira.

J. R. Guzzo, colunista -  Gazeta do Povo – VOZES


domingo, 1 de novembro de 2020

A rede de intrigas dentro do Palácio do Planalto

Fofocas, dossiês e supostos grampos: a rede de intrigas no Palácio do Planalto

Disputa entre dois grupos por mais espaço no governo envolve ministros em fofocas, dossiês-fantasmas e até denúncias de supostos grampos contra Bolsonaro

Em outubro de 2018, o general Luiz Eduardo Ramos, então comandante militar do Sudeste, acompanhava ansioso a apuração dos votos da eleição presidencial. Confirmada a vitória de Jair Bolsonaro, ele se ajoelhou, fez uma oração e chorou copiosamente ao lado da esposa. Ele e o presidente eram amigos de longa data. Oito meses depois, o general foi convidado para assumir a Secretaria de Governo, um posto cuja principal e mais sensível atribuição é cuidar da articulação política. Na época, o presidente dava de ombros para o Congresso, relativizava a importância de acordos, desautorizava negociações e alimentava um ambiente conturbado que, em certo momento, chegou a ameaçar a continuidade de seu mandato. Ex-­asses­sor parlamentar do Exército, Ramos, com seu jeito afável, aceitou a missão de construir pontes com o Parlamento. Pragmático, convidou os partidos de centro para participarem do governo. Deu a eles cargos e verbas em troca de apoio político — uma parceria, em princípio, legítima, bem-sucedida, mas que, agora, está na raiz de uma barulhenta disputa de poder entre dois grupos.

No dia 21 de outubro passado, um importante assessor do presidente da República confidenciou a um amigo que Luiz Ramos estava com os dias contados no governo. O general, segundo esse assessor, guardava arquivos de áudios de conversas reservadas entre ele e Bolsonaro. O ministro teria feito isso com o intuito de registrar que suas ações, principalmente as que envolviam indicações políticas para cargos públicos, eram todas de conhecimento do presidente. Os arquivos em seu poder provariam isso.

Visto por outro ângulo, as gravações, se existissem mesmo, também trariam à tona um monumental escândalo e, sem sombra de dúvida, fulminariam a carreira do general. O fato é que esse enredo, narrado precisamente dessa maneira, chegou ao conhecimento da chamada ala ideológica do governo, grupo radical que disputa espaços nos ministérios, se opõe a acordos políticos com determinados partidos, prega o fechamento do Supremo Tribunal Federal e considera os militares como adversários.

Jair Bolsonaro já deu mostras de como reage a supostas conspiratas em seu governo. O antecessor de Ramos na Secretaria de Governo, general Santos Cruz, foi demitido sumariamente depois de ter sido acusado de criticar o presidente e um de seus filhos. A prova do crime era a reprodução de uma tela de telefone em que aparecia uma mensagem de Whats­App na qual ele tecia comentários desairosos sobre os dois. Santos Cruz negou, em vão, ser o autor do texto. Tempos depois, a Polícia Federal descobriu que a mensagem era uma montagem grosseira. O ex-­ministro não tem dúvida de que foi vítima de uma armação patrocinada pela ala radical do governo. A acusação contra Ramos segue o mesmo roteiro. O grupo chegou a discutir uma estratégia para levar a denúncia ao presidente. O problema é que, desta vez, não apareceu uma mísera evidência de que o grampo de fato existiu.

Em 22 de outubro, um dia depois de circular a informação sobre as gravações, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, um dos membros da ala ideológica, não gostou de uma notícia publicada pelo jornal O Globo segundo a qual ele estaria “esticando a corda” com a ala militar supostamente depois de ter recebido uma espécie de salvo-conduto do presidente da República. O ministro viu nela uma tentativa de intrigá-lo com Bolsonaro, responsabilizou Ramos pela informação e o chamou de “Maria Fofoca” em mensagem publicada numa rede social. A indelicadeza provocou uma daquelas crises que só servem para desviar a atenção das questões que importam e provocar desgastes ao próprio governo. Salles ganhou logo o apoio nas redes sociais do filósofo Olavo de Carvalho, guru dos bolsonaristas, e de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que Salles “resolveu destruir o próprio governo”. Ramos foi aconselhado a não reagir.

No fim de semana, por ordem do presidente, combinou-se um armistício. O ministro do Meio Ambiente ligou para Luiz Ramos, pediu desculpas pela grosseria e disse que se deixou levar por muitas coisas que ouviu nos últimos dias. Depois, publicou no Twitter uma retratação da briga. O chefe da Secretaria de Governo postou uma mensagem dizendo que uma “boa conversa apazigua as diferenças”. Mais tarde, divulgou uma foto dele lado do presidente no Palácio da Alvorada, antes de um passeio de moto. Nos bastidores, porém, as intrigas continuaram. Na noite da terça-feira 27, foi a vez de um militar procurar Ramos para avisá-lo de que “havia gente do governo” fazendo circular a informação de que um assessor do general estaria preparando um dossiê com denúncias graves contra ele. Intrigado com toda essa situação, o ministro levou o caso ao presidente da República, que manteve o tom apaziguador e disse que confia no trabalho do seu amigo de longa data. O tal dossiê também não apareceu.

Os termos usados por Salles para se dirigir a Ramos deixaram a ala militar bastante irritada. Um dos mais indignados é o vice-presidente, general Hamilton Mourão, que disputa com o ministro do Meio Ambiente o protagonismo da política ambiental. A Amazônia está sob o decreto da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e, portanto, aos cuidados do Ministério da Defesa, que disponibiliza uma tropa de mais de 3 000 soldados para conter a devastação. Enquanto isso, dizem os militares, Salles dedica-se a negar os problemas, a digladiar-se com as ONGs e até a comprar briga com celebridades, como aconteceu com o ator Leonardo DiCaprio. Outro personagem que demonstrou insatisfação com a postura de Salles foi o general Braga Netto, ministro-­chefe da Casa Civil, que assumiu o cargo com a missão de coordenar as ações e os principais programas do governo. A ala radical viu nisso uma perda de espaço e de poder. Em julho, a coluna Radar, de VEJA, revelou que a filha do general foi indicada para ocupar um cargo na Agência Nacional de Saúde Suplementar, com salário de 13 000 reais. A nomeação acabou cancelada. O general atribuiu o vazamento e a amplitude que a história ganhou à ação do grupo ideológico. Braga Netto também foi convidado pelo presidente para o passeio dominical de moto, o que foi visto como um sinal de prestígio da ala militar.

Desde o início do governo, Carlos Bolsonaro, o filho Zero Dois, acirra esse embate entre os dois grupos. Sem cargo ou delegação oficial, o vereador do Rio de Janeiro participa de reuniões de trabalho no Planalto, dá palpites e consegue até interferir em projetos. Uma dessas reuniões ocorreu durante as discussões sobre os decretos que flexibilizavam a posse e o porte de armas no país. O Exército, responsável pela fiscalização dos armamentos, defendia a criação de uma norma para rastrear armas e munições. Carlos, que participava do encontro, se pôs veementemente contra a medida, mas os militares não cederam. A contragosto do filho, a portaria foi editada, mas valeu apenas por um mês. 

(.........)

Em  VEJA, MATÉRIA na ÍNTEGRA

Publicado em VEJA, edição nº 2711,  de 4 de novembro de 2020


domingo, 3 de maio de 2020

A fila única para a Covid-19 está na mesa - Elio Gaspari

Folha de S. Paulo - O Globo

A fila única para leitos, com uso da rede privada, está na mesa 

Rede privada tem 15.898 leitos de UTIs, com ociosidade de 50%, e a rede pública tem 14.876 e está a um passo do colapso

Os barões da medicina privada mantiveram-se em virótico silêncio     

O médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto defendeu a instituição de uma fila única para o atendimento de pacientes de Covid-19 em hospitais públicos e privados. Nas suas palavras: "Dói, mas tem que fazer. Porque senão brasileiros pobres vão morrer e brasileiros ricos vão se salvar. Não tem cabimento isso”.

Ex-diretor da Agência de Vigilância Sanitária e ex-superintendente do Hospital Sírio-Libanês, Vecina tem autoridade para dizer o que disse. A fila única não é uma ideia só dele. Foi proposta no início de abril por grupos de estudo das universidades de São Paulo e Federal do Rio. Na quarta-feira, o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Zasso Pigatto, enviou ao ministro Nelson Teich e aos secretários estaduais de Saúde sua Recomendação 26, para que assumam a coordenação “da alocação dos recursos assistenciais existentes, incluindo leitos hospitalares de propriedade de particulares, requisitando seu uso quando necessário, e regulando o acesso segundo as prioridades sanitárias de cada caso.”

Por quê? Porque a rede privada tem 15.898 leitos de UTIs, com ociosidade de 50%, e a rede pública tem 14.876 e está a um passo do colapso.
O
ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (ex-diretor de uma Unimed) jamais tocou no assunto. Seu sucessor, Nelson Teich (cuja indicação para a pasta foi cabalada por agentes do baronato) também não. Depois da recomendação do Conselho, quatro guildas da medicina privada saíram do silêncio, condenaram a ideia e apresentaram quatro propostas alternativas. Uma delas, a testagem da população, é risível, e duas são dilatórias (a construção de hospitais de campanha e a publicação de editais para a contratação de leitos e serviços). A quarta vem a ser boa ideia: a revitalização de leitos públicos. Poderia ter sido oferecida em março. [a testagem da população, isoladamente, não resolve o problema - sequer mitiga. Além da imprecisão reconhecida dos testes rápidos o  risco de contágio permanece: o cidadão pode logo após ter o sangue coletado para o exame, se contaminar e a situação fica pior do que antes = ele por não saber sua condição de negativo ou positivo, tinha uma propensão a se cuidar mais -e, consequentemente, estava cuidando de não infectar outros;
mas recebendo um resultado negativo ele se considera livre, descuida dos cuidados, e por  estar contaminado se torna um perigo. 
Mas, grave mesmo é que a fila única se implantada pode ser furada; isso mesmo, os presos, incluindo os condenados tem prioridade total no atendimento público de saúde.]

(.....) Se o vírus tivesse sido enfrentado com a energia da Nova Zelândia, o silêncio teria sido eficaz. Como isso era impossível, acordaram no Brasil, com 60 mil infectados e mais de seis mil mortos.  Agência Nacional de Saúde ofereceu aos planos de saúde acesso aos recursos de um fundo se elas aceitassem atender (até julho) clientes inadimplentes. Nem pensar. Dos 780 planos, só nove aderiram. O silêncio virótico provocou-lhes uma tosse com a recomendação do Conselho Nacional de Saúde. A fila única é um remédio com efeitos laterais tóxicos. Se a burocracia ficar encarregada de organizá-la, arrisca só ficar pronta em 2021. Ademais, é discutível se uma pessoa que pagou caro pelo acesso a um hospital deve ficar atrás de alguém que não pagou. Na outra ponta dessa discussão, fica a frase de Vecina: “Brasileiros pobres vão morrer e brasileiros ricos vão se salvar.” Os números da epidemia mostram que o baronato precisa sair da toca.

A Covid jogou o sistema de saúde brasileiro na arapuca daquele navio cujo nome não deve ser pronunciado (com Leonardo DiCaprio estrelando o filme). O transatlântico tinha 2.200 passageiros, mas nos seus botes salva-vidas só cabiam 1.200 pessoas: 34% dos homens da primeira classe salvaram-se; na terceira classe, só 12%.

(.....)

Eremildo, o idiota Eremildo é um idiota e garante:
Essa epidemia é uma gripezinha, o programa Pró-Brasil era apenas um estudo e o amigo inglês de Paulo Guedes está pronto para oferecer 40 milhões de testes para o coronavírus.

Folha de S. Paulo - O Globo - Elio Gaspari, jornalista



segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Uma guerra particular - Fernando Gabeira

Em Blog


sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Um ano pela extrema direita - Fernando Gabeira

13.12.2019 Em Blog


Hoje, 13 de dezembro de 2019, até que aqui tudo bem. Em termos, quero dizer. Não decretaram o AI-5 nem massas se revoltaram, como no Chile, apesar dos apelos. O drama se fragmenta em morte de adolescentes em Paraisópolis e assassinato de índios guajajaras no Maranhão. As pessoas compram presentes e se preparam para o Natal, como o fizeram em dezembro de 1968. E os articulistas fazem o balanço de 2019.

sábado, 27 de julho de 2019

Golpes em aeroporto e ostentação fake nas redes: o histórico de ‘Vermelho’ - Brasil - Veja

Brasil - Veja

Descrito por conhecidos como alguém 'extremamente inteligente', Walter Delgatti já acumulava seis processos na Justiça por estelionato e furto


Conhecido na cidade e Araraquara pelo apelido de Vermelho, ou “Vermeio”, pelo cabelo e a barba ruivos, Walter Delgatti Neto, 30 anos, um dos presos na Operação Spoofing, é comparado por pessoas próximas a Marcelo Nascimento da Rocha, o golpista que fingia ser herdeiro da Gol, interpretado por Wagner Moura no filme VIPs, e Frank Abagnale Jr., famoso golpista americano interpretado por Leonardo DiCaprio em Prenda-me se for Capaz.

Vermelho e o irmão, Wisllen Francisco Delgatti, o “Vermelhinho”, 28 anos, foram criados pela avó Otília, 82 anos, desde crianças, quando a mãe deles, Silvana, separou-se do pai, Valter, e se casou com outro homem. Vermelho e Vermelhinho não têm contato com a mãe. O pai de ambos morreu em novembro de 2018, aos 56 anos, de infarto.  Hoje famoso em todo o Brasil por ter hackeado figuras importantes da República, Vermelho já era figura notória nas delegacias de Polícia Civil de Araraquara por sua extensa ficha criminal. O rapaz soma seis processos na Justiça por crimes de estelionato, furto qualificado, apropriação indébita e tráfico de drogas, nos quais ele acumula duas condenações.

Pessoas próximas a Delgatti observam uma curiosidade: a dificuldade de encontrar algo em seu nome, uma vez que patrimônio como carros, casas e contratos de aluguel ficam sob propriedade, ao menos oficial, de outras pessoas, não raro do próprio irmão Wisllen. “Ele é o demônio”, “extremamente vaidoso, habilidoso e inteligente”, disse a VEJA um conhecido.

Segundo conhecidos, Delgatti gostava de ostentar — mas não tinha cacife para tanto. Os carros de luxo que dirigia eram, em sua maioria, veículos danificados por batidas. Todos arrematados de leilão ou diretamente comprados em oficinas. Conforme uma pessoa próxima, que o conhece há mais de quinze anos, Vermelho até fazia montagem de fotos de lugares onde não foi com o objetivo de se exibir e ganhar likes em redes sociais.

Walter Delgatti Neto tinha o costume de dar festas de arromba no apartamento onde morava em uma região nobre da cidade, próxima ao estádio da Fonte Luminosa, e se divertia esvaziando extintores de incêndio do condomínio, segundo um morador. VEJA questionou o irmão e a avó de Delgatti sobre a atividade exercida por ele para manter o padrão de vida, que incluía carros de luxo como BMW Z4, Hyundai Santa Fé e um Land Rover. Nenhum dos dois soube responder. A avó, Otília, disse que vive da aposentadoria como tecelã e de uma pensão.

Em maio de 2017, já dono de uma ficha corrida de acusações, Vermelho foi à delegacia registrar um boletim de ocorrência por difamação e calúnia contra dois colegas da faculdade de direito, lá de Araraquara. Segundo ele, os jovens estavam o chamando na sala de aula de “hacker que desvia contas de terceiros”. Procurada, a defesa atual de Delgatti não quis se pronunciar. 

Confira a coletânea de “sucessos” de Delgatti:
Acusação de estupro pela ex-cunhada
Foi acusado de estupro em março de 2015 pela então cunhada, que à época tinha 17 anos e morava com o irmão dele, Wisllen. Ela disse inicialmente que Vermelho mostrou fotos do irmão com outras mulheres e, em meio ao seu nervosismo, ofereceu-lhe um comprimido para se acalmar. A jovem tomou o medicamento e relatou ter ficado fora de si depois disso. Segundo a então adolescente, Walter fez sexo com ela sem preservativo e filmou a cena de violência sexual. Vermelho disse ter feito sexo consensual e admitiu ter filmado para mostrar o vídeo para Wisllen, com o intuito de provar que a jovem “dava em cima dele”.

(...)

“Pessoa influente” e “amigos no fórum”
Quando a polícia foi à casa de Vermelho cumprir um mandado de busca na investigação sobre o suposto estupro, em abril de 2015, ele não atendeu à porta, que precisou ser arrombada. Acordado pelos policiais, Vermelho disse – sarcasticamente – que estava esperando por eles. A equipe quis saber como ele tinha a informação, ao que  Delgatti informou ter recebido o mandado escaneado com dois dias de antecedência. Vermelho afirmou ser uma “pessoa influente”, ter amigos na promotoria, no Fórum e entre policiais, e se gabou por “conhecer bem” uma juíza da cidade. Mostrou aos policiais uma ordem contra seu irmão que havia recebido de “fonte sigilosa”.

“Investidor” com conta na Suíça e furto de cartão
Nesse mesmo dia do mandado de busca e apreensão, ainda no apartamento, Vermelho disse aos policiais que era um “investidor” e tinha conta em um banco da Suíça, por isso viajava muito à Europa. Questionado sobre seu trabalho e a origem de seu dinheiro, ele não disse nada e alegou que o apartamento era alugado por um ex-sócio seu. O imóvel estava mobiliado com artigos que Vermelho comprara com um cartão de crédito furtado de um escritório de advocacia, tudo foi apreendido pela polícia.


Remédios controlados e receitas falsas
Ainda no cumprimento do mandado, policiais encontraram uma cesta de vime cheia de medicamentos controlados, como Valium e Bromazepam, um calhamaço de papel azul semelhante ao de receitas médicas, receitas em nome de outras pessoas, carimbos, guilhotina, impressora e scanner. Suspeito de falsificar receitas para comprar medicamentos em farmácias e revendê-los, ele foi preso em flagrante e responde a processo por tráfico de drogas. Pessoas próximas também relataram que ele vivia de falsificar ingressos de show e festas.

(...)

A arma de air soft
No mesmo mandado de busca, os policiais buscaram uma pistola, possivelmente 9mm, que aparecia co
m Delgatti em fotos no Facebook, mas não a encontraram. Ele disse que só tinha uma arma de air soft, mas que falava a todos que era de verdade porque tinha medo de ser assaltado por causa de seus carros de luxo. Vermelho afirmou, no entanto, que sabia atirar com armas de verdade e participava de um clube de tiro em São Paulo “com um amigo”, filho deputado estadual Coronel Telhada. O deputado e o filho dele, o capitão da PM Rafael Telhada, dizem não conhecer Vermelho.


Delgatti (à direita) com o irmão em viagem na Suíça, onde ele disse ter conta (Foto/Reprodução)

Leia em Veja, MATÉRIA COMPLETA