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terça-feira, 19 de setembro de 2023

Estado fresquinho de direito - Alexandre de Moraes manda prender quem gosta de calor - Paulo Polzonoff Jr

Gazeta do Povo - VOZES

"Ensina-me, Senhor, a ser ninguém./ Que minha pequenez nem seja minha". João Filho.

Calor
Em Curitiba, a cidade com o clima mais civilizado do Brasil, ninguém foi preso. Até agora.| Foto: Reprodução
 
Quem me acompanha neste espaço sabe que nutro pelo ministro Alexandre de Moraes no máximo uma curiosidade meio mórbida - e divertidamente arriscada. 
Minha antipatia natural pelo comandante-em-toga, porém, se dissipou na manhã de ontem (18), quando o supremo ministro supremo (sic) fez o que é certo, belo & moral ao determinar a prisão de todos os brasileiros (e brasileiras) que gostam de calor.

O inquérito secreto contra esses abomináveis cidadãos que se deliciam com temperaturas acima dos civilizados e democráticos 22 graus foi aberto ainda na semana passada, diante das primeiras notícias de que uma onda de calor tomaria conta do país. “É inadmissível que os negacionistas e terraplanistas tenham permitido que o planeta chegasse a este ponto!!!!!!”, escreveu ele no seu tradicional estilo grita-quem-pode-mais. “Mas é mais inadmissível ainda que pessoas envenenem o debate público e abdiquem do bom senso declarando amor ao calor!!!!!!!!!!!”, concluiu, limpando o suor que já se acumulava sobre sua calva.

Em sigilo, e com a ajuda do ministro da Justiça e da Gordura Hidrogenada Flávio Dino, Alexandre de Moraes deu 48 horas para São Pedro explicar a onda de calor que, segundo a Procuradoria Geral da República, “tem o potencial de abalar as estruturas constitucionais do Estado fresquinho de direito, que garantem que haja calor apenas no verão e frio apenas no inverno”. 
O santo, porém, não foi localizado e é considerado foragido pelo adiposo ministro.

Incapaz de controlar tanto a onda de calor quanto a disseminação da notícia (excepcionalmente verídica) de que o fenômeno atingiria – como, de fato, atingiu – a República Popular e Democrática do Brasil, Alexandre, o Gélido, resolveu dirigir seus esforços justiceiros contra os que ele chamou de “golpistas e fascistas térmicos”. Isto é, todo aquele que goste de calor. Você gosta? Então foge que ainda dá tempo, leitor!

Prisões
Na manhã desta segunda-feira,
quando a temperatura em algumas cidades do Brasil já beirava os repulsivos 30 graus, a Polícia Federal deu início à Operação Fahrenheit 71,6.  
Os mandados de prisão foram redigidos com termos amplos que, de acordo com o novo entendimento do Supremo Tribunal Federal, e com a anuência do ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, permitem o encarceramento “de toda e qualquer pessoa que demonstrar entusiasmo ou mesmo afeto pelo calor insuportável que está fazendo hoje!!!!!!!!”.  
Os pontos-de-exclamação, você já sabe, são um oferecimento de Alexandre de Moraes. O estilo é o homem. Dizem.

O primeiro preso na operação foi um senhor que, de sunga e pochete, exibia desavergonhadamente seu apreço por esse calor nojento, golpista, fascista, terraplanista, negacionista e, já que estou no embalo, bolsonarista. Levado à delegacia, e mesmo depois de o escrivão lhe dizer que “outro que gostava de calor era o Hitler”, o meliante teve a ousadia de declarar seu apreço pela temperatura incivilizadamente alta, o que obrigou os policiais a ligarem o ar-condicionado na potência máxima.

Só na primeira hora do dia, e em diversas cidades do país, milhares de extremistas térmicos foram presos, multados, indiciados, acusados, julgados e, claro, condenados por crimes que vão de criofobia a golpe contra o Estado fresquinho de direito, passando pelo crime hediondo de declarar que "o calor é bom" e incitação à leseira. As penas podem superar os 30 anos de prisão. 
Principalmente para aqueles que forem autuados por porte ilegal de água de coco – que, como todo mundo sabe, é de uso exclusivo das Forças Armadas.

Além das prisões em massa e da verdadeira operação de caça internacional a São Pedro, Alexandre de Moraes determinou ainda que o governo federal apresente, nas próximas 72 horas, um plano nacional de distribuição de ares-condicionados a “pessoas em situação de vulnerabilidade térmica!!!!!!!!”. Abanando-se com um leque Hermès, Janja mandou Lula dizer que vai pensar.

Asterisco

* Este texto pertence à série "Fake News Que Gostaríamos que Fossem Verdadeiras"
No próximo número, você não pode perder a incrível história do Sindicato dos Jornalistas do Paraná, que anunciou que vai devolver aos profissionais, sem demora nem burocracia, todo dinheiro arrecadado por meio do novo imposto sindical.
 
Paulo Polzonoff Jr., colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 
 

domingo, 9 de julho de 2023

IMC - Índice de Massa Corporal - Racista? - Ideias

Eli Vieira - Gazeta do Povo

Saúde

Associação Médica Americana critica o uso do IMC para indicar obesidade, citando “prejuízo histórico” e “racismo”

Críticas à dependência do índice de massa corporal (IMC) na saúde surgem na Associação Médica Americana, acendendo debates sobre obesidade, discriminação e novas métricas.| Foto: Eli Vieira com Midjourney

Resumo da reportagem

  • Entidade médica americana importante critica o uso do IMC para diagnóstico de obesidade, especialmente a mórbida, citando fatores que podem distorcer a interpretação.
  • Conselho técnico da entidade alega que o IMC já foi usado para fazer “exclusão racista”.
  • A mudança de atitude pode ser mais um fruto da influência do ativismo identitário dentro da ciência e da medicina.

Um novo relatório do Conselho de Ciência e Saúde Pública da Associação Médica Americana (AMA), apresentado no mês passado na reunião anual da entidade, em Chicago, ofereceu críticas ao uso do Índice de Massa Corporal (IMC) para conclusões a respeito do sobrepeso e da obesidade.

Para o conselho da AMA, a interpretação do IMC, que é calculado com a massa em quilogramas dividida pela altura em metros elevada ao quadrado, pode ser afetada por fatores como “várias comorbidades, questões de estilo de vida, gênero, etnicidades, fatores de mortalidade medicamente importantes determinados pela herança familiar, duração de tempo que uma pessoa passa em certas categorias de IMC e a acumulação esperada de gordura que vem com o envelhecimento”. Especialmente a interpretação do que significa ter um IMC classificado como “mórbido”.

“Além disso”, acrescentou o relatório, “o uso do IMC é problemático quando é para diagnosticar e tratar indivíduos com transtornos de alimentação, porque não captura toda a gama” desses distúrbios. Entre os motivos citados para mudar as diretrizes estão “o prejuízo histórico [causado pelo] IMC” e “o uso do IMC para exclusão racista”.

Não é afirmado que o IMC é inútil, mas que ele pode ser complementado com medidas da gordura visceral (dos órgãos internos), índice de adiposidade corporal, composição do corpo, massa relativa de gordura, circunferência da cintura e fatores genéticos ou metabólicos.

O conselho reconhece que o IMC “é correlacionado significativamente com a quantidade de massa de gordura na população em geral”, mas afirma que o índice perde a capacidade de fazer previsões quando aplicado em indivíduos. Por essa razão, “o IMC não deve ser usado como critério único para negar reembolso em seguros de saúde”.

IMC racista?
As recomendações podem ter sofrido influência do ativismo identitário, cuja expressão entre ativistas contrários à “gordofobia” com frequência acusa os médicos e cientistas de exagerarem os riscos da obesidade. Este mês, o Journal of Ethics, revista de ética da AMA, publicou um artigo de Sabrina Strings, professora de “Estudos Negros” na Universidade da Califórnia em Santa Barbara. Ela afirma em seu resumo que “o IMC é uma continuação das normas supremacistas brancas de corporeidade” e que a medida é parte de uma “causa branca de saúde e beleza” que é “pseudocientífica” e “ajudou a forjar concepções opressivas da gordura como um indicador de má saúde e qualidade racial ‘baixa’”.

A Fundação Contra a Intolerância e o Racismo (FAIR), uma organização americana que faz oposição ao identitarismo e à sua abordagem dos problemas sociais, criticou o relatório da AMA. “A obesidade não é consertada pelos magos da DEI [sigla para programas de diversidade, equidade e inclusão, que introduzem identitarismo em empresas e na academia] na AMA que dizem que medidas de IMC são ‘racistas’”, rebateu a entidade, via Twitter. “Os pacientes querem médicos que os inspirem a prosperar para a melhor saúde, não que promovam ‘adoçantes’ artificiais como as novas falsas medidas que distorcem a verdade”.

Veja Também:

Sobrepeso e obesidade apresentam riscos à saúde
O conselho da AMA reconhece que o IMC referente a cada faixa etária é o “padrão ouro” para aferir obesidade em crianças.

Os efeitos da obesidade infantil foram evidenciados numa revisão de pesquisa publicada em 2003 por John Reilly, professor de ciência do exercício e saúde pública na Universidade de Strathclyde em Glasgow, Escócia, e sua equipe. Eles analisaram 65 trabalhos de alta qualidade. Avaliando cinco fatores de risco para o coração e o sistema circulatório, constatou-se que 58% das crianças obesas entre cinco e dez anos possuem pelo menos um desses fatores, como o colesterol alto. Um quarto dessas crianças obesas possuíam dois ou mais desses fatores. 
Em comparação com crianças não obesas, as obesas possuem 43 vezes mais chance de apresentar três fatores de risco cardiovascular.

A obesidade infantil também aumenta a probabilidade de problemas psicológicos e psiquiátricos, além de aumentar o risco de asma, diabetes de ambos os tipos, e tem impactos sociais, como renda mais baixa no futuro.

Excesso de peso e obesidade foram repetidamente ligados a uma inflamação crônica do corpo. Isso pode explicar em parte por que indivíduos com IMC alto são mais susceptíveis à Covid-19: o excesso de peso já sobrecarrega o sistema imunológico.

A prevalência de obesidade na idade adulta é alta: até 70% das crianças obesas e 85% dos adolescentes permanecem obesos ao amadurecer.  
Essas pessoas têm o dobro do risco de morrer nas três primeiras décadas da vida adulta quando comparadas àquelas com IMC de 19, dentro do intervalo considerado saudável. 
O excesso de peso é caracterizado por um IMC maior que 25, e a obesidade, a partir de 30 (obesidade mórbida, a partir de 40)
O IMC não é o único método para medir obesidade, entretanto. 
Existem outros métodos, como a razão entre a circunferência da cintura e do quadril, que são úteis especialmente para pessoas que pesam mais por outras razões, como os fisiculturistas.
 
Uma década após o estudo dos pesquisadores escoceses, os endocrinologistas americanos Rexford Ahima e Mitchell Lazar, da Universidade da Pensilvânia, publicaram uma atualização na revista Science. Eles confirmaram que a obesidade é um fator de risco para os problemas já citados, além de câncer, apneia do sono, doença hepática gordurosa, artrite e outros, levando a deficiências e maior mortalidade.  
Um IMC muito baixo, de 18,5 ou menos, também está ligado a doenças relacionadas à desnutrição.

Pode haver saúde no sobrepeso, mas é raro
Ahima e Lazar destacaram um aspecto intrigante: em um estudo com milhões de indivíduos, a obesidade leve não foi ligada a uma maior taxa de mortalidade, e até mesmo o sobrepeso foi vinculado a uma taxa de mortalidade menor. 
 Estes resultados causaram espanto na comunidade científica na época, contudo, existem questionamentos metodológicos sobre a forma como os IMCs foram agrupados, além de omissões de fatores como perda de peso e histórico médico.

Não é completamente inesperado que um IMC dentro da faixa do sobrepeso possa estar associado a um estado de saúde, uma vez que o IMC é um instrumento que considera apenas o peso, sem levar em conta a composição de gordura no corpo, se essa gordura é visceral (localizada entre os órgãos, principalmente na região abdominal) ou subcutânea (imediatamente abaixo da pele). 
O ponto crucial trazido por Ahima e Lazar é que cerca de 10% das pessoas classificadas com sobrepeso e tecnicamente obesas (mas com IMC abaixo de 40) parecem saudáveis porque se exercitam e têm boa tonicidade muscular, possuindo mais gordura subcutânea do que visceral. Ou seja, esses casos são exceções, e não um pretexto para autodiagnóstico ou inatividade física. 
E mesmo esses casos não estão isentos de riscos.
 
 Eli Vieira, colunista - Gazeta do Povo - Ideias
 
 

terça-feira, 19 de abril de 2022

A mórbida semelhança entre Mourão e Eduardo Bolsonaro

O vice-presidente Hamilton Mourão e o deputado Eduardo Bolsonaro são a mesma pessoa – isso, se os olharmos pela lente da perversidade com que tratam os casos de tortura no período da ditadura militar (1964-1985).

Nesta segunda-feira, 18, Mourão riu da possibilidade de se investigar as violações de direitos humanos ocorridas no regime, mesmo após a revelação de áudios de sessões do Superior Tribunal Militar, e que tratam das torturas.[Mourão sorriu da empolgação do jornalista ao perguntar sobre as 'revelações'. 

Comportamento normal já que todos os autores das manifestações estão mortos - se vivos estivessem, alguns já teriam ultrapassado os 100 anos de vida e outros seriam nonagenários.

Além do que uma leitura atenta mostra que as manifestações cuidavam apenas sobre acusações - alguns comentários até destacam a falta de provas. Já os vídeos abaixo são ricos em detalhes fornecidos pelo próprio assassino.]

É deboche, mas também covardia.

No início do mês, Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro e deputado mais votado da história do país em números absolutos, fez chacota da tortura imposta a uma mulher grávida, aos 19 anos. Depois, tentou desmoralizar a vítima. [não chegou ao deboche. Apenas expressou sentir pena pela cobra com quem a jornalista compartilhou seus aposentos quando esteve presa. Lembramos que ela foi presa para investigação em uma época em que os 'clementes', vídeos abaixo, agiam impunemente.]

É deboche, mas também covardia.

Dos dois.

[Importante: antes de emitir qualquer juízo sobre a 'inocência' que a mídia militante atribui aos terroristas covardes e assassinos, assistam os vídeos abaixo.

Após, julgue por si. Tem dezenas de outros, mas escolhemos os dois por retratar a opinião de um dos heróis da mídia.] 

Entrevista de um dos mais cruéis assassinos - matava até seus próprios companheiros

Tentar minimizar ou desmoralizar a vítima da tortura é nefasto. Mas também é um clássico das pessoas que não têm sentimentos humanos.

O líder deles – pai, presidente da República, [que, com as bênçãos de DEUS, iniciará um segundo mandato presidencial em 1º janeiro 2023 - dessa vez SEM pandemia e com mais votos] cabeça de chapa em 2018 e o mais perverso dos políticos brasileiros – disse a seguinte frase, dois anos antes de ser eleito: “O erro da ditadura foi torturar e não matar”.

Documento do “Projeto Brasil: Nunca Mais” revela o terror do período do regime militar no Brasil, especialmente nos anos de chumbo, e que alguns políticos, como o trio citado acima, teimam em criar narrativas mentirosas ou fake news.

                    Ex-guerrilheiro confessa execução - Terroristas assumidos

SAIBA MAIS:  Clemente, terrorista assassino, covarde, sucessor de Marighella, morre - que a terra lhe seja leve - Sit tibi terra levis

São seis páginas com o registro de de­núncias de tortura no regime militar: 1.843 pessoas fizeram 6.016 denúncias de tortura, sendo 4.918 contra homens e 1.098 con­tra mulheres.[o tal livro, apresenta como de hábito versões, narrativas, declarações; esquece das provas.

Foi graças a pronta ação de pessoal dedicado a cumprir a missão de combater terroristas, comunistas e outros vermes nocivos à nossa Pátria, com risco e até sacrifício da própria vida, que hoje não somos uma Venezuela, Cuba, Coreia do Norte e outros país que padecem dos males nefastos que os maus brasileiros - hoje considerados crianças inocentes - queriam impor ao Brasil.]

Os papéis listam também os torturados por faixa etária no país durante a ditadura: até 18 anos, 14; de 19 a 21, 199; de 22 a 25, 495, idade em que mais houve denúncias de tortura. A lista segue até mais de 61 anos, registrando 27 pessoas.

Discrimina também os tipos de tor­tura, enumerando uma a uma.

Preparem-se.

O documento inicia no 1, “aplicação de ácido no corpo”; e vai até o 310, “testículos amarrados”; passando por “estupro”, número 289; “enfiar cigarro aceso no ânus”, número 191; e “enfiar cabo de vassoura na vagina”, o 293

Um quadro divide as torturas por coações morais e psicológicas, físicas, violências sexuais, torturas com instrumentos, aparelhos mecânicos, aparelhos elétricos, contra sinais vitais e, por fim, atípicas.

É esse tipo de gente sádica, que realizava as torturas, que um presidente do Brasil exalta.

É esse tipo de violência contra brasileiros que um vice-presidente e um deputado federal zombam.

Matheus Leitão - Coluna em VEJA