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domingo, 9 de julho de 2023

IMC - Índice de Massa Corporal - Racista? - Ideias

Eli Vieira - Gazeta do Povo

Saúde

Associação Médica Americana critica o uso do IMC para indicar obesidade, citando “prejuízo histórico” e “racismo”

Críticas à dependência do índice de massa corporal (IMC) na saúde surgem na Associação Médica Americana, acendendo debates sobre obesidade, discriminação e novas métricas.| Foto: Eli Vieira com Midjourney

Resumo da reportagem

  • Entidade médica americana importante critica o uso do IMC para diagnóstico de obesidade, especialmente a mórbida, citando fatores que podem distorcer a interpretação.
  • Conselho técnico da entidade alega que o IMC já foi usado para fazer “exclusão racista”.
  • A mudança de atitude pode ser mais um fruto da influência do ativismo identitário dentro da ciência e da medicina.

Um novo relatório do Conselho de Ciência e Saúde Pública da Associação Médica Americana (AMA), apresentado no mês passado na reunião anual da entidade, em Chicago, ofereceu críticas ao uso do Índice de Massa Corporal (IMC) para conclusões a respeito do sobrepeso e da obesidade.

Para o conselho da AMA, a interpretação do IMC, que é calculado com a massa em quilogramas dividida pela altura em metros elevada ao quadrado, pode ser afetada por fatores como “várias comorbidades, questões de estilo de vida, gênero, etnicidades, fatores de mortalidade medicamente importantes determinados pela herança familiar, duração de tempo que uma pessoa passa em certas categorias de IMC e a acumulação esperada de gordura que vem com o envelhecimento”. Especialmente a interpretação do que significa ter um IMC classificado como “mórbido”.

“Além disso”, acrescentou o relatório, “o uso do IMC é problemático quando é para diagnosticar e tratar indivíduos com transtornos de alimentação, porque não captura toda a gama” desses distúrbios. Entre os motivos citados para mudar as diretrizes estão “o prejuízo histórico [causado pelo] IMC” e “o uso do IMC para exclusão racista”.

Não é afirmado que o IMC é inútil, mas que ele pode ser complementado com medidas da gordura visceral (dos órgãos internos), índice de adiposidade corporal, composição do corpo, massa relativa de gordura, circunferência da cintura e fatores genéticos ou metabólicos.

O conselho reconhece que o IMC “é correlacionado significativamente com a quantidade de massa de gordura na população em geral”, mas afirma que o índice perde a capacidade de fazer previsões quando aplicado em indivíduos. Por essa razão, “o IMC não deve ser usado como critério único para negar reembolso em seguros de saúde”.

IMC racista?
As recomendações podem ter sofrido influência do ativismo identitário, cuja expressão entre ativistas contrários à “gordofobia” com frequência acusa os médicos e cientistas de exagerarem os riscos da obesidade. Este mês, o Journal of Ethics, revista de ética da AMA, publicou um artigo de Sabrina Strings, professora de “Estudos Negros” na Universidade da Califórnia em Santa Barbara. Ela afirma em seu resumo que “o IMC é uma continuação das normas supremacistas brancas de corporeidade” e que a medida é parte de uma “causa branca de saúde e beleza” que é “pseudocientífica” e “ajudou a forjar concepções opressivas da gordura como um indicador de má saúde e qualidade racial ‘baixa’”.

A Fundação Contra a Intolerância e o Racismo (FAIR), uma organização americana que faz oposição ao identitarismo e à sua abordagem dos problemas sociais, criticou o relatório da AMA. “A obesidade não é consertada pelos magos da DEI [sigla para programas de diversidade, equidade e inclusão, que introduzem identitarismo em empresas e na academia] na AMA que dizem que medidas de IMC são ‘racistas’”, rebateu a entidade, via Twitter. “Os pacientes querem médicos que os inspirem a prosperar para a melhor saúde, não que promovam ‘adoçantes’ artificiais como as novas falsas medidas que distorcem a verdade”.

Veja Também:

Sobrepeso e obesidade apresentam riscos à saúde
O conselho da AMA reconhece que o IMC referente a cada faixa etária é o “padrão ouro” para aferir obesidade em crianças.

Os efeitos da obesidade infantil foram evidenciados numa revisão de pesquisa publicada em 2003 por John Reilly, professor de ciência do exercício e saúde pública na Universidade de Strathclyde em Glasgow, Escócia, e sua equipe. Eles analisaram 65 trabalhos de alta qualidade. Avaliando cinco fatores de risco para o coração e o sistema circulatório, constatou-se que 58% das crianças obesas entre cinco e dez anos possuem pelo menos um desses fatores, como o colesterol alto. Um quarto dessas crianças obesas possuíam dois ou mais desses fatores. 
Em comparação com crianças não obesas, as obesas possuem 43 vezes mais chance de apresentar três fatores de risco cardiovascular.

A obesidade infantil também aumenta a probabilidade de problemas psicológicos e psiquiátricos, além de aumentar o risco de asma, diabetes de ambos os tipos, e tem impactos sociais, como renda mais baixa no futuro.

Excesso de peso e obesidade foram repetidamente ligados a uma inflamação crônica do corpo. Isso pode explicar em parte por que indivíduos com IMC alto são mais susceptíveis à Covid-19: o excesso de peso já sobrecarrega o sistema imunológico.

A prevalência de obesidade na idade adulta é alta: até 70% das crianças obesas e 85% dos adolescentes permanecem obesos ao amadurecer.  
Essas pessoas têm o dobro do risco de morrer nas três primeiras décadas da vida adulta quando comparadas àquelas com IMC de 19, dentro do intervalo considerado saudável. 
O excesso de peso é caracterizado por um IMC maior que 25, e a obesidade, a partir de 30 (obesidade mórbida, a partir de 40)
O IMC não é o único método para medir obesidade, entretanto. 
Existem outros métodos, como a razão entre a circunferência da cintura e do quadril, que são úteis especialmente para pessoas que pesam mais por outras razões, como os fisiculturistas.
 
Uma década após o estudo dos pesquisadores escoceses, os endocrinologistas americanos Rexford Ahima e Mitchell Lazar, da Universidade da Pensilvânia, publicaram uma atualização na revista Science. Eles confirmaram que a obesidade é um fator de risco para os problemas já citados, além de câncer, apneia do sono, doença hepática gordurosa, artrite e outros, levando a deficiências e maior mortalidade.  
Um IMC muito baixo, de 18,5 ou menos, também está ligado a doenças relacionadas à desnutrição.

Pode haver saúde no sobrepeso, mas é raro
Ahima e Lazar destacaram um aspecto intrigante: em um estudo com milhões de indivíduos, a obesidade leve não foi ligada a uma maior taxa de mortalidade, e até mesmo o sobrepeso foi vinculado a uma taxa de mortalidade menor. 
 Estes resultados causaram espanto na comunidade científica na época, contudo, existem questionamentos metodológicos sobre a forma como os IMCs foram agrupados, além de omissões de fatores como perda de peso e histórico médico.

Não é completamente inesperado que um IMC dentro da faixa do sobrepeso possa estar associado a um estado de saúde, uma vez que o IMC é um instrumento que considera apenas o peso, sem levar em conta a composição de gordura no corpo, se essa gordura é visceral (localizada entre os órgãos, principalmente na região abdominal) ou subcutânea (imediatamente abaixo da pele). 
O ponto crucial trazido por Ahima e Lazar é que cerca de 10% das pessoas classificadas com sobrepeso e tecnicamente obesas (mas com IMC abaixo de 40) parecem saudáveis porque se exercitam e têm boa tonicidade muscular, possuindo mais gordura subcutânea do que visceral. Ou seja, esses casos são exceções, e não um pretexto para autodiagnóstico ou inatividade física. 
E mesmo esses casos não estão isentos de riscos.
 
 Eli Vieira, colunista - Gazeta do Povo - Ideias
 
 

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Os jihadistas de gênero estão descontrolados - Revista Oeste

Brendan O'Neill, da Spiked

O ativismo trans se tornou quase uma caça às bruxas para mulheres desobedientes 

Manifestantes seguram cartazes com os dizeres "decapitem as TERFS" e "eu como TERFS..." durante protesto em Glasgow, Reino Unido | Foto: Reprodução/Twitter Manifestantes seguram cartazes com os dizeres "decapitem as TERFS" e "eu como TERFS..." durante protesto em Glasgow, Reino Unido | Foto: Reprodução/Twitter

Imagine se políticos britânicos conhecidos fossem fotografados em uma manifestação em que alguém estivesse segurando um cartaz dizendo “Cortem as  cabeças de pessoas de cor”. Uma manifestação em que houvesse expressões explícitas e horríveis de violento desprezo por pessoas negras que supostamente têm opiniões erradas. Uma manifestação em que fosse dito que pessoas dessas minorias étnicas não deveriam ser apenas executadas, mas comidas também. “Eu como pessoas de cor” estaria em um dos cartazes. Haveria um furor, e com razão. É improvável que esses políticos mantivessem o cargo por muito tempo.

Bem, o equivalente sexista desse cenário de fato aconteceu em Glasgow, no último sábado. Políticas foram vistas diante de cartazes de protesto que fantasiavam sobre atos de violência preconceituosa, não em relação a negros desobedientes, mas em relação a mulheres moralmente desobedientes. TERFs, que é como elas como são conhecidas na sigla em inglês, significa “trans-exclusionary radical feminist” — ou feminista radical transexcludente —, mas na verdade quer dizer bruxa, vadia, megera, gagá. Qualquer um que já tenha visto ativistas trans radicais dispararem o termo “TERF” não tem dúvidas sobre a ameaça misógina que está por trás desse xingamento de quatro letras. No entanto, apesar de haver preocupações sobre o que aconteceu em Glasgow, não houve a reação que seria de se esperar.

As figuras presentes incluíram Kirsten Oswald e Kaukab Stewart, respectivamente do Parlamento britânico e do Parlamento escocês, membros do Partido Nacional Escocês. Elas estavam em um ato pró-trans em que as pessoas estavam manifestando apoio ao projeto de lei de reconhecimento de gênero de Nicola Sturgeon e indignação à decisão do governo de Westminster de bloqueá-lo. Oswald e Stewart foram fotografadas com sorrisos largos enquanto um homem atrás delas brandia um cartaz dizendo “Decapitem as TERFs”. Outro dizia “Eu como TERFs e conservadores”. JK Rowling resumiu essa cena perturbadora com sua típica concisão: “Políticas maravilhosamente gentis e progressistas posando orgulhosas diante de cartazes pedindo que mulheres sejam decapitadas e comidas”.

Oswald e Stewart afirmam não ter visto os cartazes (talvez “uma nova forma de cegueira temporária tenha surgido entre a classe política escocesa”, comentou Rowling). Elas afirmam odiar o que os cartazes diziam. Tudo bem. Vamos dar às duas o benefício da dúvida. Com certeza não vamos cancelá-las, ainda que o cancelamento seja, inquestionavelmente, o destino que recairia sobre o político que fosse fotografado ao lado de um cartaz que dissesse “Decapitem as pessoas de cor”. Já temos cancelamento suficiente.

Mas existe uma pergunta muito importante que Oswald, Stewart e os demais apoiadores de Sturgeon naquele ato de Glasgow precisam responder: vocês podem não ter visto os cartazes, mas ninguém notou a febre de ódio contra as mulheres que se tornou uma característica crucial da ideologia transgênero? 
Ninguém percebeu a bile misógina vertendo não só da manifestação em Glasgow de que vocês participaram alegremente, mas também de boa parte do lobby trans? 
Como vocês podem não saber que, apesar de “Decapitem as TERFs” ser novidade, houve muitas explosões de fúria com toques de violência direcionados às TERFs nos últimos anos, tanto na internet quanto fora dela? 
Não ver dois cartazes cheios de ódio é meio que perdoável; não enxergar que o ativismo trans agora parece consistir de pouco mais que homens furiosos gritando “bruxa” para mulheres que cometeram a temeridade de discordar deles, não.

A ideia fundamental do movimento trans contemporâneo — de que “mulheres trans são mulheres” — é em si misógina

Precisamos falar sobre o ódio pelas TERFs. Ele está fora de controle. É a forma mais veemente de preconceito no Reino Unido neste momento. Nos últimos dias, não só vimos homens com ilusões de gênero em Glasgow dizendo “Decapitem as TERFs”, mas também vimos a revista Reduxx revelar a identidade de um ativista trans escocês — um homem — que escreveu tuítes violentos e horríveis sobre alguém avançar com o carro em uma reunião de mulheres críticas da teoria de gênero organizada por Kellie-Jay Keen, para talvez vermos as TERFs “explodindo como sacos de lixo cheios de feijões assados no seu para-brisa”. O mesmo jihadista de gênero falou em matar Rosie Duffield com uma arma e JK Rowling com um martelo.

Manifestante segura cartaz escrito "Eu jogo Terfs no sol"
Manifestante segura cartaz escrito “Eu jogo TERFs no sol” - 
 Foto: Reprodução
Um pouco abaixo na escala mental anti-TERF, também temos uma vereadora do Partido Nacional Escocês em Dundee colocando o feminismo radical na mesma conta que o nazismo. Em um ato pró-trans, ela disse que precisamos nos posicionar contra o “ódio” (diga isso para os seus camaradas!) porque “vi em primeira mão quando viajei… para um lugar chamado Auschwitz”. 
 Usar as atrocidades do Holocausto para demonizar mulheres por simplesmente não quererem homens em seus refúgios, esportes e vestiários? 
Todo dia vemos um novo fundo do poço nesse lobby. Alguns meses atrás foi relevado que o secretário de igualdade do Partido Nacional Escocês, que foi fotografado com Sturgeon, tinha escrito tuítes dizendo que queria “quebrar a cara de algumas TERFs”. Em 2021, um pesquisador do mesmo partido foi suspenso de Westminster quando foi revelado que ele havia compartilhado um tuíte defendendo a violência armada contra feministas radicais.
 
Um partido político que abriga homens que sonham em agredir mulheres, cujos representantes eleitos são vistos ao lado de placas que pedem a decapitação de mulheres, cujos vereadores comparam mulheres que defendem os direitos de seu sexo com as pessoas que supervisionaram o massacre em escala industrial dos judeus da Europa tem um problema muito sério, não tem? “BRUXA, BRUXA, BRUXA!”, uma ativista trans gritou para uma feminista radical em uma manifestação em Edimburgo, em 2021, resumindo a confusão sexista que a Escócia se tornou sob a tirania de gênero de Nicola Sturgeon. 
No ano passado, Sturgeon publicou um pedido público de desculpas pelos julgamentos das bruxas que abalaram a Escócia entre os séculos 16 e 18. Mas quando vai se desculpar pela caça às bruxas modernas que ela mesma claramente ajudou a facilitar?
 
O ódio sexista é uma realidade cotidiana para as mulheres que questionam a ideia de que é possível mudar de sexo. Veja os trechos em que multidões de homens mascarados gritando “escória maldita” e “lixo” para Kellie-Jay Keen e suas amigas TERFs. Veja as ameaças de estupro e morte que JK Rowling recebe toda semana. Você é a próxima”, um delinquente disse quando ela expressou tristeza pelo ataque a Salman Rushdie. Ou a intimidação de baixíssimo nível que ocorre em praticamente toda reunião das TERFs
Vai sempre haver grupos de homens do lado de fora de encontros das feministas radicais; homens horrorizados diante da ideia de mulheres conversando entre si sobre seus direitos; homens que têm a crença ridícula de que sentir sua “feminilidade” e usar batom faz deles mulheres também. Mulheres melhores, na verdade. Como tuitou India Willoughby no fim de semana, “Sou mais mulher do que JK Rowling algum dia vai ser”. Isso também é misoginia. A ideia de que um homem sim, India é um homemvive a feminilidade melhor que as mulheres é prova da visão depreciativa das mulheres que é cultivada pela seita trans.

Qualquer movimento que atraia tantas pessoas intolerantes realmente precisa se repensar. Qualquer ativista que ajude a trazer de volta a moda de chamar mulheres de bruxas realmente precisa fazer uma séria reflexão. Porque a questão é: ainda que sejam exceções no culto trans que chamam mulheres de bruxas, fazem ameaças de morte e gritam “chupe meu pau de mulher”, essas grosserias só expressam com mais desprezo e ferocidade a misoginia que é inerente ao ativismo trans moderno.

A ideia fundamental do movimento trans contemporâneo — de que “mulheres trans são mulheres” — é em si misógina. 
Sua redução da condição da mulher de um fenômeno biológico, social, relacional a uma roupa que qualquer um pode vestir, até mesmo pessoas que têm pênis, é profundamente sexista.  
Ela desumaniza as mulheres. E nega a especificidade de suas experiências. Ela torna a condição da mulher uma sensação, algo trivial. Então, sim, ao dizer que para se tornar uma mulher basta passar três meses usando um vestido, Sturgeon está contribuindo com a misoginia que alimenta a ideologia de gênero do século 21.

O mantra “mulheres trans são mulheres” fundamenta a volta do pensamento misógino. Existe um rastro visível desse grito mainstream para os gritos nas margens de “puta” para qualquer mulher que afirme que mulheres trans não são mulheres, que ser mulher é mais do que uma sensação e uma imagem. O ódio violento pelas TERFs talvez venha basicamente de indivíduos instáveis on-line, mas ele expressa o sexismo e a intolerância que são a chave fundamental do ativismo trans de modo mais amplo, e em especial sua crença de que um homem pode ser uma mulher. Precisamos de uma reação firme contra o ódio pelas TERFs e em defesa do que está sendo ameaçado por essa nova caça às bruxas os direitos das mulheres, a liberdade de expressão e a verdade científica. 

Brendan O’Neill é repórter-chefe de política da Spiked e apresentador do podcast da Spiked, The Brendan O’Neill Show.
Ele está no Instagram: @burntoakboy

Leia também “O auge da histeria climática”

Brendan O'Neill, da Spiked - Revista Oeste


segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Arthur Lira se reúne com Luiz Fux no Supremo em esforço para derrubar liminar sobre orçamento secreto - Malu Gaspar

O Globo 

CONGRESSO

O presidente da Câmara, Arthur Lira, vai se reunir hoje com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, para discutir a decisão da ministra Rosa Weber de suspender os pagamentos de emendas de relator, também conhecidas como do orçamento secreto. A reunião deve ter também um representante do Senado, já que o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, está em Glasgow participando da COP-26.

Lira passou o final de semana procurando ministros da corte para dizer que a decisão é uma interferência indevida nos assuntos do Legislativo. O presidente da Câmara também tem cobrado apoio de alguns ministros mais próximos na votação em plenário a respeito da decisão da ministra, que ocorre de forma virtual das 0h de terça-feira até as 23h59 de quarta. 

As emendas do orçamento secreto são distribuídas entre os parlamentares da base e todas assinadas pelo relator, sem que se saiba exatamente quais os critérios para a escolha dos parlamentares beneficiados e para a aplicação do dinheiro. Os R$ 16,8 bilhoes deste ano são divididos entre Câmara (R$ 11 bilhões, administrados por Lira e R$ 5,8 bilhões a cargo do Senado). 

Na decisão tomada na sexta-feira, Rosa Weber não só determinou a suspensão dos pagamentos como também deu 24 horas à Câmara para explicar a tramitação das emendas e a forma como de decidiu quanto seria enviado, para onde e em nome de que parlamentar. Segundo a  ministra, as emendas de relator criaram dois regimes de distribuição do dinheiro do orçamento: o regular, em que o "dono" de cada emenda fica registrado; e o "sistema anônimo de execução das despesas decorrentes de emendas do relator", que é o orçamento secreto

Na prática, as emendas se tornaram moedas de troca no Congresso. São distribuídas a parlamentares da base a cada votação em troca de votos a favor do governo, por meio de de negociação com Arthur Lira e alguns de seus aliados. Para a ministra, tanto a falta de transparência como a diferença de regimes de pagamento são inconstitucionais porque violam os princípios constitucionais da “publicidade e da impessoalidade dos atos da Administração Pública e com o regime de transparência no uso dos recursos financeiros do Estado”. 

Nas conversas com os ministros e outros aliados, no final de semana, Lira tem dito que as emendas de relator não ferem a Constituição e que estão regulamentadas há anos pelo próprio Congresso. Mas a aposta de interlocutores dos ministros do Supremo  neste final de semana é a de que a votação no plenário será apertada, o que renderá dificuldades extras para Lira. Por essas contas, haveria pelo menos cinco votos favoráveis à liminar entre os dez membros da corte. 

Embora o presidente da Câmara tenha interlocutores próximos no Supremo,  como o ministro Gilmar Mendes, o clima para ele não é dos melhores na corte desde a aprovação da PEC da Imunidade, a emenda constitucional que proíbe a prisão cautelar por decisão monocrática, ou seja, de um único ministro do tribunal. Foi o que ocorreu com o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), preso por decisão de Alexandre de Moraes.

A aprovação do Código Eleitoral, com dispositivos que enfraquecem o TSE, e a decisão de Lira de levar ao plenário a PEC do voto impresso geraram ruído no Supremo. Segundo relatos de ministros, Lira havia se comprometido a arquivar a proposta caso ela fosse rejeitada na comissão especial criada para avaliar o assunto. A comissão de fato rejeitou a proposta, mas Lira a enviou ao plenário mesmo assim. A PEC foi derrubada no plenário.

[Comentário: A IMPUNIDADE DA IMAGINAÇÃO FÉRTIL DA MÍDIA MILITANTES.
Curioso: quando a mídia militante imagina diálogos entre ministros do Supremo, parlamentares, interlocutores próximos, e apresenta  apresenta narrativa que deixa a impressão de desentendimentos entre Judiciário e Legislativo, nenhum partideco, ministro do Supremo, membro do MP considera que a narrativa, fruto da imaginação, seja  'fake news';
porém, se a mesma imaginação fértil que acomete a citada mídia acometer um apoiador do presidente Bolsonaro e  notícia de teor semelhante for veiculada, o 'imaginador' será preso sob acusação de: prática de fake news, ato atos antidemocráticos, atos contra a Constituição e o Estado Democrático de Direito.] 
 

Malu Gaspar, colunista - O Globo


terça-feira, 2 de novembro de 2021

Hipócritas unidos jamais serão vencidos: desfile de exageros na COP26 - Vilma Gryzinski

Mundialista

 Declarações apocalípticas e engarrafamento de jatinhos mostram que muitos querem pegar carona na onda salvacionista

Mesmo quem acha a  pregação exagerada e catastrofista, tem que concordar: o nível de conversa mole, já muito alto, atingiu novos patamares com a conferência climática em Glasgow.

Um exemplo estarrecedor: Justin Welby, o arcebispo de Canterbury, ou Cantuária, principal autoridade eclesiástica da Igreja Anglicana, teve que pedir desculpas pela “ofensa causada aos judeus” quando disse que a inação dos líderes mundiais levaria a um genocídio muito maior do que o provocado pelo nazismo. “Estava tentando enfatizar a gravidade da situação com que nos defrontamos na COP26”, alegou. Detalhe: antes de se tornar padre, ele foi executivo da indústria petrolífera.

Por que um religioso que segue todo o manual politicamente correto faria uma comparação dessas?  Porque está havendo uma espécie de competição de declarações apocalípticas sobre a situação ambiental do planeta.

“Chega de tratarmos a natureza como um vaso sanitário”, exaltou-se António Guterres, o secretário-geral da ONU que fala constantemente que a humanidade é “viciada em combustíveis fósseis”, como se usar transportes, alimentar-se, aquecer-se e desfrutar da ampla cadeia de produtos provenientes do petróleo fosse uma escolha doentia resultante da toxicomania, não da necessidade.

Boris Johnson, o primeiro-ministro que quer parecer mais verde do que Greta, comparou a situação climática a uma “máquina do fim do mundo” como nos filmes de James Bond. Outra comparação absurda, embora menos ofensiva do que a do arcebispo. Ele também justificou o uso de um jatinho particular para a viagem a Glasgow.

Tal como o príncipe Charles, Boris está usando “combustível de aviação sustentável”, uma mistura de gasolina comum de avião com materiais reciclados a partir de óleo de cozinha e outros. Custa cinco vezes mais.

Pelo menos Boris e Charles estão fazendo um esforço, o que não pode ser dito sobre os outros 50 aviões particulares que estão congestionando as pistas de Glasgow e arredores. No total, são esperados 400 aviões. De Jeff Bezos a Evo Morales, ninguém quer voar em aviões comerciais. Só  os quatro utilizados pela comitiva de Joe Biden, mais o helicóptero Air Force One e mais 85 veículos geram mil toneladas de dióxido de carbono.

É hipocrisia ir para uma conferência ambiental com seu próprio jatinho? Sem dúvida, se for para pegar carona no marketing que a imagem de preocupação com o meio ambiente gera. 
Ninguém, obviamente, imagina o presidente dos Estados Unidos pegando um avião de carreira da American Airlines. 
Mas por que o príncipe Albert de Mônaco não pode dar um bom exemplo? Ou sua ausência causaria danos ambientais irreparáveis?
Jeff Bezos foi para a Escócia direto da festa de aniversário no iate de Bill Gates, em águas cristalinas da Turquia, ao qual chegou de helicóptero.
De que adianta ser o homem mais rico do mundo – ou o segundo entre os mais mais, lugar que alterna com Elon Musk – se você não pode viajar no seu próprio Gulf Stream? A hipocrisia pode ser a homenagem que o vício presta à virtude, mas ser ambientalmente virtuoso exige muito mais do que promessas vazias e jatinhos cheios.
 
 Vilma Gryzinski, colunista - MUNDIALISTA - VEJA 

sábado, 11 de setembro de 2021

Defesa da vida - Defesa do aborto e do meio ambiente juntos fazem sentido? - Gazeta do Povo

Cristina Graeml

É inacreditável a hipocrisia de alguns ambientalistas que se dizem tão preocupados com a vida na Terra, dedicam seus dias a discutir possíveis soluções para problemas como desmatamento, queimadas, poluição, lixo e as ameaças de tudo isso à flora, fauna e aos humanos (o que não só é legítimo, como muito bem-vindo), mas, de forma absolutamente incoerente, defendem o aborto.

Querem salvar o planeta para salvar o homem, mas defendem matar seus descendentes, os seres humanos mais indefesos, aqueles que ainda nem nasceram, estão na barriga da mãe e não têm voz para se defender sozinhos.  Esta é a pauta absurda que dezenas de “ambientalistas” querem levar para discussão na próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), que será realizada em novembro em Glasgow, na Escócia. Estão propondo que parte dos fundos de combate a mudanças climáticas seja destinada para programas de aborto.

ONGs pró-aborto infiltradas no ambientalismo
Matéria publicada na Gazeta do Povo na última quinta (2), traz o alerta para o absurdo que pode vir a tomar conta de algumas discussões da maior reunião de ambientalistas este ano, a COP26, daqui a dois meses, em Glasgow, na Escócia. ONGs vão sugerir que fundos de combate a mudanças climáticas sejam usados para financiar programas de aborto.

O primeiro absurdo aí é misturar defesa do meio ambiente, e portanto da vida, com morte. É consenso que florestas, rios, mares e a atmosfera devam ser preservados para que esteja garantida a própria sobrevivência das espécies e, portanto, a vida no planeta. Misturar isso com defesa de morte programada ou, para ser bem direta, assassinato de seres humanos, não é apenas desonesto, mas uma flagrante incoerência, para dizer o mínimo.

Tirar dinheiro que pode ajudar na preservação da vida para promover morte é algo inaceitável. É um crime duplo, já que reduz a possibilidade de preservar o planeta e a vida na Terra para bancar a morte de seres humanos.  A reportagem lembra que essa reunião vai acontecer depois da divulgação do último relatório da ONU sobre o clima, que lançou um “alerta vermelho para a humanidade”, nas palavras do próprio secretário-geral da ONU, Antônio Gutierrez.

Era de se esperar que os ambientalistas estivessem empenhados em achar soluções para desativar esse alerta e já chegassem à reunião, em novembro, com propostas palpáveis, que convencessem governos a arregaçar as mangas e começar o serviço que já deveriam estar fazendo há muito tempo. Garantir redução nas emissões de carbono, na poluição e maior combate a desmatamento, queimadas e matança de animais deveria ser a razão única de uma reunião mundial em prol do meio ambiente. Mas eis que aparecem com a “brilhante” ideia de usar dinheiro de combate ao que chamam de mudanças climáticas para financiamento do aborto.

Defesa da vida
Tenho artigos e vídeos publicados em defesa da vida, desmontando argumentos batidos do feminismo radical - como “lugar de fala” e “meu corpo minhas regras” -, como se tudo fosse uma questão de autonomia da mulher, quando na verdade há dois corpos em questão e um deles ainda em formação, sem voz para se defender.

Sempre me pergunto por que não dão “lugar de fala” a quem se dispõe a fazer o papel de advogado dos bebês ou aos pais, que têm 50% de responsabilidade na concepção e do DNA dessas vidas em formação. E por que, propositalmente, ignoram que a mulher tem a opção de se proteger para não engravidar, em vez de deixar para decidir depois que já engravidou. A única resposta que me ocorre é má fé.

Neste artigo não quero me aprofundar na argumentação em defesa da vida, mas recomendo a leitura, na página das Convicções da Gazeta do Povo, de artigo exclusivo sobre o tema, explicando por que este jornal defende a vida desde a concepção.  E sugiro fortemente que você assista, caso ainda não tenha visto, a entrevista que gravei semanas atrás com Hanna Zanin, ativista da Rede Nacional em Defesa da Vida e da Família. É uma jovem de 32 anos, mãe de quatro filhos, que luta contra o genocídio promovido pela indústria do aborto.

COP26 e o “ambientalismo” abortista
O propósito deste artigo é dar mais visibilidade a um tema que figurou entre as notícias da semana aqui da Gazeta esta semana e pode ter passado despercebido a muitos leitores, em meio a tantos títulos mais chamativos com os absurdos da política e da tirania do Judiciário brasileiro. A mim pareceu de extrema preocupação a proposta absurda de algumas ONGs para a pauta da COP26. Ao mesmo tempo, acho relevante escancarar a hipocrisia de parte desses supostos ambientalistas para termos mais noção de que não há só santos nessas reuniões do clima ou mesmo na defesa do meio ambiente.

Há, pelo contrário, muito interesse comercial e más intenções. E, do lado de cá, muita gente embarcando na onda errada ao sair defendendo determinadas pautas sem estudar o assunto e sem se informar direito para saber onde está pisando. Seguem dois parágrafos da reportagem.

"No final do mês de agosto, mais de 60 organizações promotoras do aborto enviaram uma carta ao Governo do Reino Unido em que pedem para incluir o financiamento para "contracepção" em seu orçamento de 11 bilhões de libras (quase 79 bilhões de reais na cotação atual) para o clima."

"Noticiada pelo jornal britânico The Guardian, a carta foi endereçada a Alok Sharma, presidente da COP26, e solicitou que as regras de elegibilidade de financiamento sejam alteradas para permitir que projetos relacionados a remoção de barreiras à saúde reprodutiva (eufemismo amplamente usado para designar o aborto) possam receber os fundos destinados ao clima."

Repare na malícia, na estratégia suja dessas ONGs. Escrevem uma carta para o presidente da COP26, a reunião de Glasgow, na Escócia, já pedindo alteração nas regras para financiamento de ONGs que se dizem defensoras do meio ambiente, permitindo a inclusão de entidades pró-aborto. E aí fingem que querem parte do dinheiro para “contracepção”, como se fosse para comprar pílulas e camisinhas, mas já na frase seguinte se entregam, porque o termosaúde reprodutiva” é sempre usado por abortistas na tentativa de disfarçar seu apoio ao crime de matar bebês no ventre das mães.

Insisto que mesmo que fosse para evitar gravidez indesejada, o que é que isso tem a ver com defesa do meio ambiente? Tem cabimento ONGs abortistas se infiltrarem na discussão sobre mudanças climáticas e defesa do planeta e ainda quererem roubar parte do dinheiro destinado à fiscalização de ataques a áreas protegidas ou a programas de despoluição de rios e oceanos?

Espero, sinceramente, que esse tipo de pedido seja ignorado pela organização da COP26 e que as ONGs que verdadeiramente se preocupam com a vida na Terra se manifestem contra isso e não permitam o desvio de verbas destinadas à defesa do planeta para quem promove morte.

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Presidente da COP 26 reconhece práticas sustentáveis do agro brasileiro e Brasil recordista em energia renovável

Durante visita a Embrapa Cerrados, o britânico pediu que o Brasil divulgue o sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o mundo 

Em vídeo publicado no Twitter, Alok Sharma, presidente da Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP 26), disse que a tecnologia dos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta aplicados no Brasil é o tipo de inovação que o mundo precisa. Estou falando aqui da Embrapa Cerrados, nos arredores de Brasília, onde tecnologias inovadoras e de baixo carbono estão ajudando a aumentar a produtividade agrícola brasileira ao evitar o desmatamento prejudicial e criando empregos verdes para os brasileiros”, afirma.

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Durante visita ao centro de pesquisas, Sharma esteve acompanhado por Peter Wilson, embaixador do Reino Unido; por Fernando Camargo, secretário de Desenvolvimento Rural e Inovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); por Celso Moretti, presidente da Embrapa; e por Sebastião Pedro da Silva Neto, chefe-geral da Embrapa Cerrados.

O britânico, que irá presidir a Cop 26 em outubro e novembro deste ano em Glasgow, na Escócia, também pediu “ao Brasil que apresente este trabalho pioneiro e traga outros países para esta jornada”. A fala reconhece as ações realizadas pela agropecuária brasileira e a estratégia do governo federal, por meio do Mapa, para divulgar as técnicas de produção de baixa emissão de carbono do país.

Brasil atinge dezena de recordes na produção de energia renovável
Pela primeira vez, força gerada pelos ventos foi capaz de abastecer 102% da Região Nordeste durante 24 horas. O Brasil bateu dez recordes de produção de energia de fontes renováveis na Região Nordeste no último mês. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 9, pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Foram quatro recordes de geração eólica média e quatro de geração instantânea, além de dois recordes de energia solar.

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O Ministério de Minas e Energia destacou o índice registrado em 22 de julho, quando, pela primeira vez, a força gerada pelos ventos foi capaz de abastecer 102% da Região Nordeste durante 24 horas. Só naquele dia foram produzidos mais de 11 mil megawatts médios de energia eólica. De acordo com o ONS, esse tipo de energia hoje representa 10,9% da matriz elétrica brasileira, e a expectativa é que chegue a 13,6% ao fim de 2025.

Já em 30 de julho, foi registrado o novo recorde de geração de energia solar, com o acúmulo de 682 megawatts médios em apenas 24 horas. Essa quantidade corresponde a 5,8% da demanda da Região Nordeste. Atualmente, a energia solar representa 2% da matriz nacional, com expectativa de atingir 2,9% até o fim deste ano.

Com informações da Agência Brasil