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quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Dilma 2, a recaída

Todo mundo dizia que a desaceleração chinesa terminaria por derrubar o preço dos principais produtos de exportação

O governo Dilma 2 está cada vez mais parecido com o Dilma 1. Começou propondo uma guinada de política econômica, até deu início prático ao novo modelo comandado pelo ministro Joaquim Levy, mas tem tido sucessivas recaídas no modo Guido Mantega.

As últimas semanas mostraram três tipos de recaída: o recurso ao marketing; o improviso na gestão; e colocar a culpa de tudo em alguém lá fora, no momento, os chineses.

Uma quarta característica do Dilma 1, o otimismo, não pode ser praticada neste momento por razões óbvias. A situação econômica é muito pior e vem piorando. Não há cegueira que esconda isso. Mesmo assim, a presidente saiu para um tipo de otimismo invertido.

Ok, a crise é maior do que ela dizia ser. Também mais longa, de modo que não poderia prometer para o próximo ano “uma situação maravilhosa”. O que estaria abaixo de “maravilhosa”? Se for, digamos, “muito bonita”, também não dá para prometer. Sequer uma “bonitinha”. Simplesmente boa? Também não cabe.

Não tem como escapar de um ano difícil, mas, mesmo admitindo a qualificação, a presidente ressalva, de novo: não teremos “dificuldades imensas, como muitos pintam”.
Se não são imensas, seriam apenas grandes? E por aí vai. A técnica é fugir das palavras que descrevem a realidade: recessão e desemprego, com inflação e juros altos.

Esqueçam as maravilhosas e as imensas. O Brasil está em recessão, ficando mais pobre neste ano e um pouco mais em 2016. O desemprego é de 8,5%, com tendência de alta. A inflação, hoje na casa dos 9% ao ano, subtrai renda das famílias, que estão mais endividadas.

Fazer o quê? Aqui entra uma legítima argumentação Dilma/Mantega: é a economia internacional, no caso, a crise da China.  A China, nossa principal parceira comercial, entrou em desaceleração, oficialmente, digamos, em 2012. O país, que crescia a 9,5% ao ano, caiu para a faixa dos 7% — e o novo governo anunciou que esse era o “novo normal”, em um momento de mudança no modelo econômico.

Todo mundo sabia e dizia que a desaceleração chinesa terminaria por derrubar o preço dos principais produtos brasileiros de exportação, minério de ferro e soja. Em resumo, todo mundo sabia que a era CCC China, commodities e crédito/consumo — chegara ao fim não apenas para o Brasil, mas todos os emergentes.

Só agora, pelo menos três anos depois, a presidente Dilma percebeu isso? Duas questões: ela de fato não sabia ou sabia e tratou de esconder isso dos brasileiros? O que seria pior? A política de ajuste e reformas ortodoxas introduzida com a colocação de Levy no Ministério da Fazenda era uma confissão tácita de erro. Isso não foi admitido — ao contrário, era uma “continuidade” — mas, de umas semanas para cá, parece que a presidente começa a se arrepender.

Chamou os marqueteiros, o pessoal que não resolve nada, mas cria a tal agenda positiva. Por exemplo: cortar dez ministérios.
Quais? Ainda não se sabe, a estudar.
Economia de gasto? Alguns milhões.

Medida imediata? Colocar à venda uns prédios que estavam fechados há tempos, incluindo uma cobertura na Barra. Se vender tudo, dá uns 90 milhões de reais. Para se ter uma ideia: na preparação do Orçamento de 2016 parece que estão faltando R$ 90 bilhões para fechar as contas. Outra dos marqueteiros: inundar a mídia de propaganda oficial, mostrando um país, aqui sim, maravilhoso.

No recurso ao improviso (ou trapalhadas), o governo conseguiu arrumar R$ 15 bilhões para pagar a primeira parcela do 13º dos aposentados do INSS. Não faz duas semanas, o ministro Levy havia dito que não tinha o dinheiro, que só pagaria em novembro. Pegou mal, Lula reclamou, a presidente mandou pagar tudo agora. Se tem o dinheiro para isso, então o ministro Levy mentiu. Como ele é de uma franqueza até rude, pode-se entender o seguinte: não há dinheiro se a meta de fazer economia for a sério. Nesse caso, o aparecimento súbito dos R$ 15 bilhões indica que se caminha na direção contrária, de déficit.

Reparem: o governo arrumou um gasto imediato de R$ 15 bilhões e colocou um anúncio de venda de imóveis que podem dar uns R$ 90 milhões. Isso é um típico ajuste fiscal à Mantega.

DESTRUIÇÃO DAS FEDERAIS
A coluna da semana passada, sobre a longa greve das universidades federais, trouxe manifestações de professores inconformados com a situação. Como Rodrigo Paiva, da UFF, que contou: dos 70 professores do Departamento de Física, apenas três aderiram à greve. Os demais 67 não conseguem dar aulas porque a direção da universidade não faz as matrículas.

Outra: a UFF tem 3.100 professores. A greve foi decidida em assembleia com pouco mais de cem docentes.

Na Federal do Rio Grande do Sul, foi feita uma votação eletrônica, da qual participaram 1.247 professores. Greve rejeitada por uma maioria de 54,5%.

Fonte: Carlos Alberto Sardenberg, jornalista -
www.sardenberg.com.br

quinta-feira, 16 de julho de 2015

A crise de cada um

A reação dos políticos e partidos envolvidos mostra que eles não têm noção do que se passa no país

Perguntei aos ouvintes da CBN: como a crise afeta sua vida, seus negócios? Como tem reagido? Que boa notícia espera, considerando que a presidente Dilma quer que seus assessores saiam pelo país com uma agenda positiva?
Eis algumas respostas. Delas sai uma visão de conjunto.
Pegando pesado:
“Aposentado no serviço público, voltei a pegar bico em topografia e desenho de arquitetura de imóveis para regularizar Habite-se. Meu filho já quase não dorme. É médico, fica dobrando plantão". Guilherme, Juiz de Fora
 
“Trabalho com manutenção e assistência técnica de celular . Isso está em alta. Mas à noite trabalho de inspetor num colégio estadual e, nas horas vagas da madrugada e finais de semana, trabalho de taxista". John Lennon, João Pessoa, Paraíba

“Ressuscitei uma velha máquina de fazer laços e enfeites. Sou técnico em eletroeletrônica e professor de matemática. Conserto tudo e estou oferecendo aulas particulares". Nilson Gabriel, S.Paulo

Viração:
“Entrei para o mercado publicitário. Estou produzindo e vendendo ímãs de geladeira para pequenas empresas e produtos para festas. Comprei máquina de corte e impressora". Nelson França, Itaboraí-RJ

“Trabalho com fotografia e para não perder clientes procurei facilitar o pagamento em mais parcelas ou dar um desconto para pagamento à vista. No dia a dia, minha família e eu temos procurado poupar energia e água para reduzir os gastos. Até para ir ao cinema pensamos duas vezes. A boa notícia que queria ouvir é que o número de ministérios seria diminuído e os senadores não ganhariam aposentadoria a cada gestão". Bruna Verrati, S. Paulo

Cortando gastos, preservando escola das crianças:
“(Precavido), estou com quatro empregos desde 2011. Vendi o carro e uso transporte público. Não janto mais fora de casa. No supermercado, cortei todos os supérfluos. Apenas não cortei os gastos com a educação de minhas filhas. E investigo a vida dos políticos antes do voto". William, engenheiro, S. Paulo

As mulheres no ajuste doméstico:
“Me sinto um Levy de saias. Cortamos o excesso de luzes acesas, velas são lindas e funcionais, jamais comemos fora nem mesmo o usual expresso da esquina, roupas usadas estão ótimas. Cortar futilidades, investir em educação". Maria Rocha
Mau exemplo:
“Cortamos uma série de gastos (até tevê por assinatura). Mas ver a quantidade de ministério, de impostos pagos sem retorno e a corrupção... desanima qualquer um". Adelaide Soares, S.Paulo
Quando o governo ajuda:
“Trabalho com manutenção e vendas de extintores de combate a incêndio. Para arrecadar mais, o governo (passou a exigir) atestado do corpo de bombeiros, que cobra das empresas. Assim, as empresas precisam ter extintores carregados ou novos". José Severino, Pernambuco
Quando o governo atrapalha:
Trabalho em empresa pública. Gostaria de ouvir um ministro dando a notícia que os cargos comissionados, que servem ao loteamento dos partidos, seriam extintos. Isso diminuiria muito a despesa da empresa que eu trabalho e de muitas outras". Ricardo, Brasília
Desânimo:
“Sou sócia de uma distribuidora de bebidas. No começo do ano tinha dois motoristas e dois ajudantes, mas tive que demiti-los. Hoje tenho uma funcionária no escritório e uma nos serviços gerais. Mas vou encerrar as atividades em outubro. Estou desencantada". Elizabeth Carvalho, Manaus
Pegando no pé:
“Aos trancos e barrancos, tenho um loja de livros usados há 20 anos. Eu e meu filho estamos economizando até no pão. Não posso conversar com meu filho porque ele diz que sou culpada por ter votado no PT". Dulcinéia, Belo Horizonte
No batente:
“Tenho uma pequena oficina de metal mecânica. Driblar a crise tem sido um desafio. Mas passamos a vender no varejo on line, inclusive pequenas ferramentas. Desenvolvendo novos produtos, continuo na luta. E como se diz na CBN, segunda-feira, todo mundo trabalhando." Donisete Silva.

Resumo geral: as pessoas sentem a crise na sua vida e nos seus negócios. E tentam reagir na base do esforço pessoal, sem depender do governo. Melhor dizendo, apesar do governo.

Diante da pergunta que boa notícia espera de Brasília? — foi incontável o número de respostas simples: que caiam fora, todos.

É geral a irritação com os maus exemplos. Ouvintes e leitores sentem-se ofendidos com os três carros de luxo apreendidos na casa de Collor. Acham o fim da picada os reajustes que vereadores se concedem e as vantagens que se atribuem. Citam os 39 ministérios como um grande absurdo. E ninguém acredita que o governo não tem onde cortar gastos.

Lava-jato tem apoio universal. A reação dos políticos e partidos envolvidos mostra que eles não têm noção do que se passa no país. Nem sentem a crise, nem veem como o pessoal se mata para superá-la.

Fonte: O Globo - Carlos Alberto Sardenberg é jornalista

domingo, 15 de março de 2015

Protesto em Brasília - marcha de hoje com folga da do dia 13. Também a CUT, MST, PT, prometeram aos manifestantes profissionais SANDUÍCHE DE MORTADELA e enviaram PÃO COM MARGARINA

Imagens que não mentem

O número de manifestantes no DF contra Dilma  ultrapassa aos 50.000 e crescendo - mas, alguns manifestantes já começam a ir embora

Ver mais fotos

Esplanada dos Ministérios

A manifestação de hoje transformou o protesto petralha de sexta-feira em marchinha

sábado, 3 de janeiro de 2015

Governistas rejeitam pacote anticorrupção que Dilma apresenta fingindo ter interesse em que seja aprovado

Governistas rejeitam pacote anticorrupção de Dilma

Proposta citada por presidenta em discurso de posse deve encontrar resistência entre partidos de sustentação ao Planalto

A aprovação do "pacote anticorrupção" citado por Dilma Rousseff nesta quinta-feira, 1º, em seu discurso de posse deve encontrar resistência na própria base de sustentação ao governo. Dentro das bancadas aliadas à presidente no Congresso, há políticos que consideram a medida como uma ação de marketing. Outros dizem que ela deveria trabalhar para tornar efetivas as leis já existentes.

O pacote, que Dilma prometeu enviar ao Congresso no primeiro semestre deste ano, é composto por cinco projetos que, segundo ela, visam a "garantir processos e julgamentos mais rápidos e punições mais duras". "O que tem que ser feito é uma reforma política. É mais urgente que esse pacote. Não pode fazer alguns pontos e não fazer os outros", diz o líder do PP na Câmara dos Deputados, Eduardo da Fonte (PE).

Outro foco de ceticismo com relação à proposta de Dilma parte do PTB. Seu líder, Jovair Arantes (GO), afirma que a aprovação não é automática. "Claro que não. Nosso papel é estudar e votar. Aprovamos o que for importante. O que não for, a gente bota para trás", diz.

PP e PTB são dois partidos que ganharam ministérios no segundo governo de Dilma Rousseff numa tentativa da presidente de garantir sua governabilidade. Enquanto o PP emplacou o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, o PTB fez o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto.

Apesar da declaração de Dilma a favor das medidas, três das cinco propostas já tramitam no Congresso e não recebem apoio da presidente para serem aprovadas. Em outubro, após ela prometer o pacote em sua campanha eleitoral, o jornal O Estado de S. Paulo publicou um levantamento mostrando que aguardam aprovação do Legislativo as seguintes propostas: transformar em crime o enriquecimento não justificado de agentes públicos, transformar em crime a prática do caixa dois em campanha eleitorais e dar mais agilidade aos processos contra pessoas com foro privilegiado. Os projetos ainda não apresentados são: permitir o confisco de bens adquiridos de forma ilícita e agilizar processos sobre desvio de recursos públicos.

Mesmo no PMDB, contemplado com seis ministérios, existe um foco de resistência. O vice-líder do partido na Câmara, Lúcio Vieira Lima mostra que em seu partido também há resistência contra o pacote anunciado pela presidente. Ele afirma que os projetos em tramitação não vão para frente por falta de vontade política e joga a culpa no governo Dilma dizendo que "tem mecanismos que poderiam já ser aplicados e não são". Ele cita como exemplo a Lei Anticorrupção, em vigor desde janeiro de 2014, mas ainda sem regulamentação do Poder Executivo.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), deixa transparecer a forma como a presidente idealizou o pacote. Ele afirma que o governo não procurou sua base antes de anunciar a intenção de mandar os projetos para o Legislativo. Mesmo assim, disse acreditar não haver dificuldades para aprová-los. "Eu acho que, hoje, qualquer medida que venha a apertar o cerco à corrupção terá no Congresso uma tendência de aprovação", diz.
A oposição também se pronunciou sobre o assunto. O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP), que foi candidato a vice-presidente da República na chapa de Aécio Neves (PSDB), cita a mesma Lei Anticorrupção para dizer que Dilma já poderia ter colocado em prática medidas anticorrupção. "Ela poderia começar a fazer a parte dela", disse. Para o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), o anuncio do pacote é "uma tentativa de atenuar o desgaste" provocado pelo escândalo de corrupção da Petrobrás.

O deputado oposicionista Júlio Delgado (PSB-MG) lembrou que a aprovação do pacote também dependerá dos novos congressistas, que nunca exerceram mandatos no Congresso antes. "Se eles forem envolvidos pelo clima do Parlamento, não vai prosperar", disse, lembrando que mesmo com a comoção dos protestos de 2013, projetos já em tramitação não foram aprovados.

Fonte: Agência Estado