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quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Bolsonaro recorre ao TSE. Mas não quero alimentar falsas esperançaS - Gazeta do Povo

Paulo Polzonoff Jr - VOZES
 
"Ensina-me, Senhor, a ser ninguém./ Que minha pequenez nem seja minha". João Filho.

Fracassomaníaco 

Enquanto no Catar a seleção francesa vai perdendo para a australiana, recebo uma mensagem de uma amiga. Ela informa que, como esperado, a campanha do presidente Jair Bolsonaro protocolou no TSE (Tribunal Socialista Eleitoral) uma representação pedindo uma investigação que, se levada adiante, em tese (e bota tese nisso!) poderia mudar o resultado da eleição. 
E o destino de um país por ora condenado à tragédia de um terceiro mandato presidencial de Lula.

Chamado de golpista desde que foi eleito, há quatro anos, o presidente Jair Bolsonaro continua jogando “dentro das quatro linhas”. -  Foto: Fotógrafo/Agência Brasil

Aí teve início uma conversa igualzinha àquela que deve estar até agora ecoando entre você e seus amigos e familiares nos lares, bares e redes sociais da vida. “E você por acaso acha que isso vai dar em alguma coisa?”, pergunto. Logo me arrependo do “por acaso”. Soou agressivo, como se a esperança insistente da amiga no "devido processo legal" fosse um sinal de loucura. Não é. A amiga é inteligente e sabe que a representação não vai prosperar. O Tribunal Soberbo Eleitoral jamais admitirá qualquer problema com o sistema de votação brasileiro.

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O diálogo ganha outros contornos quando, menos agressivo (espero), confesso não estar sabendo lidar com todos as promessas de reviravolta eleitoral que pontuaram o noticiário desde o começo de novembro. Por um lado, me incomoda a sensação de estar alimentando nos leitores uma esperança falsa de que as circunstâncias como um todo mudarão de um dia para o outro, graças a uma bala de prata, uma carta na manga, uma representação no TSE ou um gesto tresloucado. Por outro, quem sou eu para tirar a esperança das pessoas?! Ninguém.

Além disso, confesso agora, no exato momento em que a França empata o jogo, que parte de mim quer que eu esteja errado. Muito errado. Ridiculamente errado. Parte de mim quer que você, leitor, possa zombar deste texto desesperançado num futuro bem próximo, dizendo algo como: "perdeu, seu fracassomaníaco mané". Mas claro que você seria incapaz de uma indelicadeza dessas.

Fiapos de esperança
Penso no desespero que leva pessoas a se apegarem a qualquer fiapo de esperança diante dos quartéis, nas estradas e nas redes sociais. 
É admirável e ao mesmo tempo preocupante. 
Muita gente se manifesta apenas porque quer que sua ideia de mundo prevaleça. 
Mas entre os manifestantes também há muitos (entre os quais me incluo) cujo desespero tem outra tradução: medo de que o Brasil se transforma numa Argentina, numa Nicarágua ou numa Venezuela.

É um medo legítimo de quem teme ser incapaz de legar às gerações futuras a riqueza atual. E aqui não me refiro somente à riqueza financeira. Penso também na tradição e nos valores morais que correm, sim, risco num governo petista em conluio com o Judiciário. E sem data para terminar. De volta às dúvidas, porém. 
Como reconhecer e amenizar esse medo que assola milhões de brasileiros sem alimentar esperanças falsas e teorias da conspiração? Como ajudar as pessoas a não caírem num desespero que pode facilmente se transformar numa revolta crônica – inclusive uma revolta contra Deus?

Não tenho pretensão alguma de resolver este dilema com um único texto. Até porque eu mesmo não raro me pego alimentando esperanças ridículas pelas quais ainda sou obrigado a ouvir colegas me chamando de “golpista”. Seria mesmo mais fácil e sobretudo mais prazeroso acordar e descobrir que a bala de prata atingiu o alvo ou que a carta na manga era a mais alta do baralho ou que Alexandre de Moraes caiu do cavalo.

Mas talvez Deus, em sua infinita sabedoria, esteja dando ao povo brasileiro aquilo de que precisamos, e não o que queremos. Talvez de nós, neste momento conturbado da nossa história, Deus esteja exigindo o sacrifício da luta incansável e cotidiana pelos próprios quatro anos ou enquanto durar aquilo que já considero uma regime ditatorial socialista de facto.
[estamos diante de uma tarefa complicada, dificil. Já é pretensão excessiva a nossa modesta intenção de opinar sobre um texto do competente Polzonoff; situação agravada pela quase certeza de que o resultado do nosso esforço opinativo pode desagradar o ministro Moraes(cá entre nós  ... esta opinião está sendo digitada de um notebook, debaixo de uma árvore, em ÁREA MILITAR - terreno contíguo ao QG Ex, localizado no SMU - DF, única área onde estamos a salvo - nós e milhares de brasilienses - do supremo arbítrio do ministro Moraes.)
Vamos então à missão. Seja qual for a decisão do TSE - monocrática ou colegiada - dela cabe recurso ao STF.
 
O presidente da Corte eleitoral já cuidou de que os efeitos do seu despacho, exarado ontem na petição do PL, sejam imediatos =  após o transcurso dos 1.440 minutos, não sendo apresentadas os dados das urnas utilizadas no primeiro turno, a inicial estará indeferida, de forma automática e monocrática. 
Assim, caso o PL tenha optado pelo não fornecimento de dados, só resta enviar uma mensagem para um seu preposto em frente ao STF e este já ingresse com um recurso contra a decisão do TSE.. 
Nosso limitado saber jurídico nos  leva ao pensamento de ser tal recurso fundamentado  no cabimento de se contestar uma decisão sobre o pedido apresentado pela legenda e com fulcro em um dispositivo constitucional - artigo 14, § 10 - ser adotada de forma monocrática, sem olvidar o fato de exigir algo desnecessário, além de atendimento impossível em 24 horas.

Outra alternativa do Partido Liberal é juntar à petição de ontem declaração de que o rol das urnas, apresentado na inicial,  atende ao supremo decreto do ministro Moraes, visto que tais urnas foram utilizadas nos dois turnos. 
Ocorrendo indeferimento, resta recorrer ao STF.

Se a Suprema Corte negar seguimento ao recurso ou indeferi-lo, de imediato, estaremos constatando que no Brasil, a instância máxima do Poder Judiciário, nega, sem exame acurado, sem julgamento colegiado, uma solicitação realizada por parte competente e apoiado em artigo da Constituição Federal, só resta constatar  que no Brasil não vivemos em um 'estado democrático de direito' .
O 'estado democrático de direito',  é em nossa opinião leiga, quem sustenta todo o arcabouço legal que chamamos de LEIS.
Quando elas perdem a sustentação, passamos a um condição de anomia, onde tudo é possível.

É a nossa modesta opinião. É o que temos a dizer e também o máximo que sabemos.]
 
(Até o fim deste texto não só a seleção da França virou o jogo para cima da Austrália como também Alexandre de Moraes respondeu cinicamente à representação da campanha de Bolsonaro, argumentando que as urnas usadas no primeiro e segundo turnos foram as mesmas e dando 24 horas para a coligação apresentar a auditoria do primeiro turno. 
Do contrário, a representação será simplesmente ignorada. Isso se Alexandre de Moraes não decidir que o pedido de investigação é um ataque antidemocrático às instituições, claro).

Paulo Polzonoff Jr., colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 
 

sábado, 18 de agosto de 2018

Tite em entrevista critica Seleção da França esquecendo que os franceses podem ter cometido alguns erros, mas, ganharam o objetivo: a COPA FIFA 2018

Presidente do Flamengo [acertadamente]  se diz indignado por convocação de Lucas Paquetá: "A CBF não está nem aí para os clubes"

Tite convoca Hugo, Andreas Pereira, Arthur, Paquetá e Pedro

Ficaram fora Marcelo, Miranda e Gabriel Jesus

O técnico Tite fez a primeira convocação da seleção brasileira, depois da sexta colocação no Mundial da Rússia, nesta sexta-feira. A seleção faz dois amistosos em setembro, contra Estados Unidos (dia 7) e El Salvador (dia 11), nos EUA. Há novidades no time, que deve iniciar sua renovação para o próximo ciclo, até a Copa do Catar, em 2022. A seleção disputará a Copa América, no Brasil, em 2019, e as Eliminatórias para voltar ao Mundial.

[Convocação só atrapalha o Flamengo.

Quanto ao   Tite,  mostrando o quanto é sem noção,  critica seleção francesa, apontando falhas na Seleção Campeã do Mundo, COPA FIFA 2018.

Tite a França fez exatamente o que foi fazer na Rússia França e que o teu timinho não teve condições de sequer ficar entre os quatro primeiros: a SELEÇÃO FRANCESA foi a Rússia para vencer a COPA 2018 e venceu.

Cabe a você apenas nos obsequiar com o teu silêncio. Tua permanência no comando da 'seleção brasileira' apenas permitirá a repetição da m ... feita com a recontratação do Dunga.

Por favor, na hora das convocações esqueça o MENGÃO e desconvoque o Paquetá - quando você convoca um jogador do FLAMENGO atrapalha o MENGÃO. ]



Eduardo Bandeira de Mello manifesta descontentamento após pedir que times envolvidos na semifinal da Copa do Brasil não tivessem desfalques: "Eles só pensam em ter o jogador lá treinando"

Tentamos agir antes e solicitamos que nenhum dos clubes envolvidos na semifinal da Copa do Brasil tivesse jogador convocado. Eles ouviram, entenderam, e fizeram isso. Estamos completamente indignados. A CBF não está nem aí para os clubes, eles só pensam em ter o jogador lá treinando. - Ficamos felizes pelo Paquetá, claro. É um atleta que tem seu talento reconhecido, mas poderia ser convocado em outras oportunidades, como para a Copa do Mundo. Não um amistoso totalmente inexpressivo contra El Salvador, onde corre o risco de não ser nem escalado - completou.

 Globo Esporte



 

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Suleymane S., adotou um comportamento de confronto com uma torcida enlouquecida

Da marcha triunfal à rotina

Na França a associação de ‘ralé’ com ‘futebol’ tem causado um desconforto específico, mais autóctone

“Nenhum dos que estavam ali me defendeu. Mas, pensando bem, fazer o quê?” A pergunta que fica no ar foi feita por Suleymane S., protagonista da cena de racismo explícito ocorrida esta semana no metrô de Paris.

Ela durou pouco mais de dois minutos. Suleymane S., um franco-mauritano de 33 anos nascido em Paris, terminara o trabalho e aguardava na estação Richelieu-Drouot o metrô que o levaria de volta para casa. O trem chegou bastante lotado. Antes mesmo da abertura das portas, podia-se ouvir a cantoria de torcedores do time de futebol inglês Chelsea. Estavam a caminho do Parc des Princes para assistir às oitavas de final da Liga dos Campeões contra o Paris Saint-Germain.

Quando as portas do trem se abriram, só Suleymane andou em direção à muralha de hooligans para entrar no vagão. Os demais passageiros da plataforma preferiram aguardar. Foi ejetado pela linha de frente do bando aos empurrões e gritos de “Somos racistas, somos racistas, é isso aí”. Sem se alterar, tentou novamente cavar um espaço para entrar no vagão, mas justamente sua compostura calma parece ter exaltado ainda mais os ingleses. Foi expelido de volta à plataforma. Mesmo quem assiste ao vídeo no conforto de casa em outro país, outro continente, pode sentir o peso da humilhação pública daquele homem. Nenhuma das pessoas da plataforma fez qualquer movimento. Dos vagões adjacentes houve curiosidade, mas não reação.
 [RAW] Racist Chelsea Fans Prevent Black Man Boarding Paris Metro Train | VIDEO 

Sequer um impulso equivocado de solidariedade, como o apertar do botão de emergência.
É a vida que segue, um fait-divers desagradável. Não passaria disso não fosse o instinto do videojornalista Paul Nolan, que sacou o celular, filmou o essencial e o vídeo se tornou viral.
É provável que boa parte dos que presenciaram a cena estava entre os quatro milhões de participantes da marcha contra a intolerância e a liberdade de expressão do dia 11 de janeiro, em Paris. A comunhão nacional do “Nous sommes tous Charlie” ocorrera em repúdio a um duplo atentado terrorista que fizera 17 vítimas, enquanto no episódio desta semana não morreu ninguém, sequer ferimentos físicos houve. Mas 4.000.000 x 0?
[a comparação é desprovida de sentido:  o repúdio ao atentado terrorista contra o Charlie Hebdo é perfeitamente compreensível, já que a matança teve como motivo um comportamento jornalístico, de deboche  - portanto, inadequado - em relação ao islamismo.
Já a conduta dos torcedores do Chelsea, além de não representar crime na França, pode ser atribuída a um comportamento típico de torcedores fanáticos - inadequado,  mas que existe. Tanto que torcedores do Corinthians assassinaram, e permanecem impunes, uma criança boliviana em Orubo, Bolívia.
Convenhamos que  Suleymane S., adotou uma conduta de confronto com os torcedores ingleses - foi o único na plataforma a ter um comportamento belicoso contra os torcedores. Os demais passageiros preferiram esperar um outro trem - o que deixa evidente o caráter não racial da conduta dos ingleses.]


Poucos dias após a triunfal marcha de janeiro, o presidente François Hollande chegou a ser ovacionado de pé na Assembleia Nacional. Na ocasião, todos os deputados entoaram espontaneamente a “Marselhesa”, algo que não ocorria desde a assinatura do armistício que encerrou a Primeira Guerra Mundial em 1918. Desta vez, nenhum político francês de expressão se manifestou, nem era esperado que o fizesse. O episódio, além de corriqueiro, ficaria relegado à seção de Esportes na mídia.

De fato, ele foi considerado gravíssimo pelas instâncias mais altas do futebol mundial, engrossará a lista de crimes de xenofobia e violência racial no esporte e levará à nova revisão do rol de medidas coercitivas a hooligans. Ainda bem, pois a violência em campo, nas arquibancadas, no entorno dos estádios ou alhures só tem aumentado. Em Paris o caso Suleymane gerou a abertura de um inquérito por crime de “violência racial voluntária em um meio de transporte coletivo”, com a investigação a cargo do Serviço Transversal de Aglomeração em Eventos (STADE), uma unidade especial da polícia metropolitana. Os suspeitos já teriam sido identificados, todos convenientemente estrangeiros, hooligans e ralé.

Na França a associação de “ralé” com “futebol” tem causado um desconforto específico, mais autóctone, desde a publicação do livro “Racaille Football Club” , do jornalista Daniel Riolo. Nele, o autor disseca o DNA da seleção francesa que, em 2012, eliminada da Eurocopa, amargara o seu terceiro fracasso consecutivo em campeonatos de grande porte. 

O fracasso da equipe dos Bleus, formada à época por uma maioria de jogadores negros ou de origem árabe, vindos da periferia, levou o atual presidente da União dos Clubes Profissionais de Futebol da França, Jean-Pierre Louvel, a admitir: “Chega de hipocrisia. Todos os clubes adotam algum tipo de cota. Negá-lo seria absurdo”.

O dirigente reconhecia o que fora revelado pelo jornal eletrônico “Médiapart em 2011". Naquele ano, uma reunião da cúpula da Federação Francesa de Futebol discutira a adoção de cotas raciais nos centros de formação do país, com o objetivo de limitar o número de jogadores franceses negros ou de origem árabe. Para Laurent Blanc, à época presidente da federação e hoje técnico do PSG “se você tem 60% ou 80% de jogadores de origem africana, isso não é um mal em si... mas a vida social desse clube deixa de ser o que era”.

Um dos argumentos para justificar o projeto de cotas era a morfologia dos jogadores:  devido ao excesso de negros, considerados “mais altos, mais potentes e mais musculosos”, seria necessário abrir espaço para jogadores brancos, mais técnicos, de estatura mais baixa e mais ágeis.  Blanc acabou tendo de pedir desculpas e o projeto de cotas não se oficializou, mas, como admite o presidente da União dos Clubes, ele existe e negá-lo seria absurdo.

Souleymane S., o agredido no metrô, não é jogador de futebol. É contador numa firma e, por não falar inglês, não entendeu o que lhe gritavam os hooligans do vagão. “Só entendi que me repudiavam por causa da minha cor”. Em entrevista ao jornal “Le Parisien”, que o localizou no dia seguinte, contou não ter ficado tão surpreendido com o que lhe acontecera “pois vivo o racismo. Apenas nunca tinha me acontecido no metrô”.

Depois de agredido, aguardou o trem seguinte e foi para casa. Não contou nada à mulher nem aos três filhos. “Dizer o quê? Que o pai deles tinha sido ofendido por ser negro? Isso não leva a nada”, concluiu. Suleymane S. lembrava de uma pessoa que se aproximou dele na plataforma para dizer que ele fora corajoso. Mas lembra sobretudo que ninguém mais se mexeu. É a vida que segue, sem marcha republicana.

Por: Dorrit Harazim é jornalista - O Globo