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sábado, 19 de agosto de 2023

Falta governança - Carlos Alberto Sardenberg

Da reforma ministerial em andamento, sabe-se de certo mesmo apenas o nome dos dois deputados do Centrão que serão ministros: Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e André Fufuca (PP-MA). Para que ministérios, há informações e não informações circulando nos bastidores
Também há incerteza sobre os empregos dados aos ministros atuais que perderão seus postos. [há suspeitas de que um, ou uma,  dos que serão descartados nunca foram recebidos pelo apedeuta ignorante que finge presidir o Brasil.]
 
Há, pois, intensas negociações, mas procurará em vão quem tentar encontrar algum debate, sequer uma menção à capacidade dos indicados e às políticas que desenvolverão nos cargos. Qual o problema? — se poderia dizer. Se não se sabe para que ministério vai o deputado, como discutir capacidades e programas de governo? E assim ficamos: primeiro escolhe-se o nome, depois o cargo, e aí se vai ver o que ele poderá fazer. Governança zero, mas — quer saber? — não é isso que importa nesse sistema
As negociações envolvem verbas e cargos incluídos nos ministérios, além da capacidade do indicado de conseguir, no Congresso, verbas e votos para o governo.
 
Há países em que o nome do ministro importa pouco. São, em geral, aqueles com sistema parlamentarista e uma administração pública profissional, que funciona na base de regras, e não conforme a simples vontade do ministro. 
Claro que o ministro leva para o cargo a orientação política e ideológica de seu partido, vencedor das eleições: gastar mais em educação ou em obras; ampliar ou não a rede pública de saúde; subsidiar ou não carros elétricos; explorar petróleo ou não; e assim por diante. [aqui nem um rascunho de plano de governo o presidente apedeuta conseguiu traçar - nem ele nem a multidão de ASPONES que ele aglomerou no que chama ministério.]
Mas os programas são tocados por profissionais de carreira. Em poucas palavras: o primeiro-ministro e seus ministros nomeiam poucas dezenas de assessores diretos. 
 
Aqui, são milhares de nomeações.
O que até facilita as negociações, não é mesmo? O partido tal indica o ministro, mas o secretário executivo vai para outro, o diretor financeiro para um terceiro, e assim segue. De novo, a preocupação com governança passa longe. 
Alguns partidos mais poderosos levam o ministério inteiro — de porteira fechada, se diz, quando o novo ministro indica toda a cadeia de administração. 
Claro, não é por capacidade e por programas, mas pela quantidade de apoio que pode assim arranjar para o presidente.
 
Se determinado político pode ir para qualquer ministério, seguem-se duas possibilidades: ou ele sabe tudo de governo, e pode tocar qualquer parada, ou não sabe nada, e aí não importa mesmo onde esteja. Dá nisto: acontece um apagão, técnicos desaparecem, e ministros políticos ocupam espaços para apresentar especulações
Ou nisto: o governo anuncia um PAC e depois vai procurar recursos para tocar as obras e programas. 
E nesse PAC há políticas contraditórias, como acontece no caso da exploração de petróleo. 
 
O Brasil precisa de muitas mudanças para se tornar um país rico, de renda per capita elevada. Por exemplo: reforma tributária, de modo a simplificar o sistema; educação pública de qualidade; abrir a economia para os negócios privados, nacionais e estrangeiros; aumentar o financiamento do SUS.  
Mas precisa também diminuir o tamanho do governo para torná-lo mais eficiente — capaz de fazer mais, melhor com menos gente. Boa governança já ajudaria bastante.

Petróleo verde
Por falar em governança: a Noruega vive um dilema parecido com o nosso. Tem uma agenda ambiental — é o maior financiador do Fundo Amazônia — e produz petróleo. Garante a segurança energética da Europa. 
E a empresa produtora é estatal. Exporta cerca de US$ 180 bilhões por ano
Uma contradição, mas há governança no modo como lidam com isso. 
Parte-se de um ponto: o mundo ainda se move e produz com petróleo
Só que isso vai destruindo o meio ambiente. A proposta deles: aplica-se o dinheiro do petróleo nas políticas de transição para energias verdes. Por exemplo: o governo subsidia os veículos elétricos. 
São isentos de impostos e não pagam pedágio. Hoje, 80% dos carros novos vendidos são elétricos. Em dois anos, serão todos. 
É só um exemplo. Pode-se discordar, mas tem lógica aí.
 
 


sábado, 29 de fevereiro de 2020

Sucessão de equívocos - Merval Pereira

O Globo

Orçamento impositivo -  Sucessão de equívocos

Toda essa desavença entre Executivo e Legislativo pelo orçamento da União surgiu de um raciocínio equivocado do ministro Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Não me refiro ao palavrão que gerou a convocação da manifestação do “fod*-se”, mas à idéia de que se o Congresso quer mudar as regras do presidencialismo, que aprove o parlamentarismo.

[A democracia direta não pode, nem deve, ser implantada no Brasil. Mas, mesmo assim, o recurso eventual a consulta popular, - via  plebiscitos, referendos -  não deve ser extirpado das alternativas de exercício eventual do Poder pelo Povo, de forma direta.
Certas peculiaridades da 'constituição cidadã', propositadamente 'engessada', tornam obrigatório que mudanças mais profundas sejam objeto de referendo.
Mas, o Brasil não pode se transformar em uma República plebiscitária.]

A separação dos poderes, criada na Constituição americana em 1789, é característica do presidencialismo. Existia na teoria, principalmente pela famosa obra de Montesquieu “O espírito das leis”, e de forma incipiente na Inglaterra A primeira república constitucional do mundo moderno é considerada a dos Estados Unidos, com a base de que quem dá os rumos é o Congresso. No presidencialismo, um deputado, um senador, não tem chefe, muito menos poderia ser subordinado ao chefe de outro Poder, o Executivo. Por isso, para que um parlamentar americano seja ministro, precisa renunciar ao seu mandato, e não apenas licenciar-se, como acontece no Brasil.

O que não tem a ver com o presidencialismo é a democracia direta, baseada em plebiscitos ou referendos, e em convocações de manifestações para pressionar o Legislativo ou o Judiciário. Essa é a maneira usada pelos bolivarianos que tanto Bolsonaro combate.  A disputa entre Executivo e Legislativo em torno do Orçamento tem origem nas colônias americanas da Inglaterra, que se rebelaram por quererem ter representantes presenciais no Parlamento em Londres, em vez de uma representação apenas virtual como queriam os ingleses. A frase “No taxation without representation” (Nenhuma taxação sem representação) tornou-se o símbolo de um movimento de autonomia das 13 colônias americanas que culminou, anos depois, em 1776 na fundação dos Estados Unidos.

No Brasil, o orçamento sempre foi uma peça de ficção dominada pelo Executivo, tanto que ele era considerado “autorizativo”, isto é, o Executivo poderia liberar as verbas que quisesse. Há quem considere que a aprovação do orçamento impositivo no que se refere às emendas dos deputados e senadores e das bancadas, como existe hoje, pode trazer um benefício: acabar o “é dando que se recebe” com relação às emendas parlamentares, provocando uma redefinição de forças no Congresso porque parlamentares deixariam de se alinhar automaticamente com o governo só para liberar suas emendas.

Este é o estranhamento do governo Bolsonaro, que pretende representar a “nova política”, mas se espanta quando o Congresso ganha autonomia de gastos. Um efeito colateral da demonização que Bolsonaro faz da política partidária. Os parlamentares assumiram o controle do Orçamento querendo ser independentes do Executivo.  Se o governo tivesse uma base parlamentar sólida, não haveria problema, pois essa maioria controlaria o Orçamento de acordo com um programa de governo estabelecido em consonância com o presidente eleito.

 Como estamos em ano eleitoral, essa disputa pelas verbas públicas se acirrou. Ontem, a Secretaria de Governo anunciou que somente liberará até março 30% das emendas impositivas, o que parece a deputados e senadores uma retaliação à posição majoritária de derrubar os vetos do presidente Bolsonaro, alargando o controle do Orçamento pelo Legislativo.  Como o prazo máximo de liberação de verbas para obras antes das eleições municipais é julho, e o governo pode liberar as emendas até dezembro, temem os políticos que elas ficarão retidas pelo Executivo, sem poderem ser usadas a tempo de impactar as eleições.

Se o veto for derrubado na semana que vem, R$ 30,1 bilhões em emendas serão liberados pelos próprios parlamentares neste ano. O problema não é o volume de dinheiro à disposição do Congresso. Nos Estados Unidos, o orçamento é totalmente impositivo e controlado pelo Congresso, que pode alterar integralmente a proposta do Executivo. É claro que não acontece a toda hora, mesmo quando o presidente eleito não tem a maioria na Câmara, como é o caso hoje de Trump. Mas a Câmara tem poder para negar verba extra ao presidente, e nesse caso paralisa os serviços públicos federais.

A alternativa que a Câmara e o Senado no Brasil encontraram para sobreviver à campanha de demonização da negociação política, depois dos escândalos de corrupção revelados pela Operação Lava Jato, foi assumir o controle das reformas estruturais de que o país precisa, e, ao mesmo tempo, controlar o Orçamento para ter condições de atender às necessidades de eleitores em seus Estados e municípios.  O que vai ficar agora sob o escrutínio da opinião pública é o que farão com essa dinheirama. 


Merval Pereira, jornalista - O Globo


quarta-feira, 23 de agosto de 2017

É verdade que Sérgio Moro ganha mais de R$ 100 mil por mês? Informação se espalhou pelo Whats

Desde a noite de sábado (19) tem causado rebuliço nas redes sociais versões diferentes da mesma história: o juiz federal Sérgio Moro, responsável em primeira instância pela Operação Lava Jato em Curitiba, ganha mais de R$ 100 mil ... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/confere/ultimas-noticias/2017/08/23/juiz-sergio-moro-ganha-mais-de-r-100-mil-por-mes.htm?cmpid=copiaecola

Desde a noite de sábado (19) tem causado rebuliço nas redes sociais versões diferentes da mesma história:  o juiz federal Sérgio Moro, responsável em primeira instância pela Operação Lava Jato em Curitiba, ganha mais de R$ 100 mil por mês, o que estouraria o teto do funcionalismo público.

Na semana passada a presidente do STF e do CNJ  mandou que todos os tribunais divulgassem os salários  dos seus  magistrados. Também foi divulgado o caso de um juiz de Mato Grosso que recebeu em julho mais de R$500 mil de salário.


Contracheque de Moro em julho mostra ganhos de pouco mais de R$ 28 mil...

(...) 

Já no demonstrativo de dezembro valor foi inflado com adicionais de final de ano...  

Em dezembro do ano passado, por exemplo, Moro recebeu R$ 102.151,58: os R$ 28.947,55 de subsídio mensal, mais R$ 5.261,73 de verbas indenizatórias e R$ 83.379,50 de vantagens eventuais. A este total subtraiu-se R$ 7.992,53 de contribuição para a previdência, R$ 7.435,53 de Imposto de Renda e outros R$ 9,14, referentes ao estouro do teto constitucional nas verbas sujeitas a ele.


 
 

Em dezembro do ano passado, por exemplo, Moro recebeu R$ 102.151,58: os R$ 28.947,55 de subsídio mensal, mais R$ 5.261,73 de verbas indenizatórias e R$ 83.379,50 de vantagens eventuais. A este total subtraiu-se R$ 7.992,53 de contribuição para a previdência, R$ 7.435,53 de Imposto de Renda e outros R$ 9,14, referentes ao estouro do teto constitucional nas verbas sujeitas a ele.

Em dezembro do ano passado, por exemplo, Moro recebeu R$ 102.151,58: os R$ 28.947,55 de subsídio mensal, mais R$ 5.261,73 de verbas indenizatórias e R$ 83.379,50 de vantagens eventuais. A este total subtraiu-se R$ 7.992,53 de cont... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/confere/ultimas-noticias/2017/08/23/juiz-sergio-moro-ganha-mais-de-r-100-mil-por-mes.htm?cmpid=copiaecola
Contracheque de Moro em julho mostra ganhos de pouco mais de R$ 28 mil... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/confere/ultimas-noticias/2017/08/23/juiz-sergio-moro-ganha-mais-de-r-100-mil-por-mes.htm?cmpid=copiaecola

Sérgio Moro ganha mais de R$ 100 mil por mês? ... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/confere/ultimas-noticias/2017/08/23/juiz-sergio-moro-ganha-mais-de-r-100-mil-por-mes.htm?cmpid=copiaecola