Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador videogame. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador videogame. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 11 de abril de 2023

Segurança pública - Justiça frouxa deixa bandidos nas ruas - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia

[Pedimos permissão ao ilustre articulista para expressar nossa opinião de que é estranho, no Brasil atual, uma matéria criticando a Justiça soltar bandidos.
No Brasil atual é bem mais fácil manter inocentes presos.]

“Polícia prende, Justiça solta” tem se tornado uma frase adequada para descrever o que vem ocorrendo em tribunais Brasil afora.| Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Eu tenho falado aqui sobre as causas da invasão da creche e a morte de quatro crianças por um desviado mental, um monstro, que pulou um muro com uma machadinha.  
Monstro que já tinha passado pela polícia várias vezes, só que estava na rua. 
Eu tenho salientado que não é o videogame, não é a televisão, não é arma de fogo, não é ódio, não é nem falta de polícia, é falta de lei e justiça.
 
A Gazeta do Povo mostrou que, por exemplo, agora em 13 de março, o Tribunal de Justiça de São Paulo mandou soltar um sujeito que já tinha sido condenado por roubo, extorsão, desobediência, desacato... A polícia mandou que ele parasse, e ele fugiu de carro. 
Houve uma perseguição de 20 minutos pelas ruas de São Paulo, inclusive com helicóptero. 
Ele bateu em vários carros, abandonou o seu veículo, na fuga pegou um bebê que ele viu pelo caminho, foi preso e o tribunal mandou soltar. Sabem qual a razão da soltura dele? Foi legítima defesa, “autodefesa” instintiva. Que bonito, todo criminoso tem “autodefesa instintiva”, não?

Outro caso: uma juíza plantonista havia mandado prender um sujeito encontrado pela polícia com um computador, que ele usava para entrar no sistema digital da polícia de São Paulo e repassar informações para o PCC. Encontraram toda essa conexão no computador dele, e ele confessou que recebia para passar as informações ao PCC

Sabem o que a juíza do caso decidiu, agora em 16 de março? Relaxar a prisão, porque não havia provas suficientes para manter a pessoa presa.
Veja Também:

    A busca pelos motivos do massacre na creche de Blumenau

Ex-governador petista sabota o agro na China

Agroindústria desprezada enquanto o MST ganha liberdade para invadir
No campo o crime corre solto, passam por cima do direito de propriedade, com violência, e agora mesmo João Pedro Stédile, o “general” do Lula, [na verdade o troço quando o ex-presidiário não era ex, virou  'general da banda', com o rabo entre as pernas.] como ele já mencionou uma vez, anunciou que em abril haverá muitas invasões em busca de uma reforma agrária. Como assim?  
Nunca se distribuiu tanto título de terra como no governo anterior. 
Nunca tantos ficaram proprietários de sua terra, podendo dar garantias ao banco, podendo garantir a sucessão para os seus filhos. 
Mas Stédile diz que vai haver invasão em busca da reforma agrária, pegando o latifúndio improdutivo. Isso já não existe mais no Brasil, o que está disponível está plantado, em toda parte, basta perguntar para quem anda por aí.
 
Essa falácia faz parte do governo Lula, que completou 100 dias, mas parece uma velharia de 100 anos: as novidades dele são todas coisas velhas
E não fez nada ainda pela agroindústria. Esse era um tema que deveria ter sido discutido na campanha eleitoral, mas não foi; 60 milhões de pessoas votaram nele mesmo não tendo discutido programas, e agora ele está aí, procurando programa; pega programa velho e dá uma renovada para ver se funciona, já que não funcionou o PAC da Dilma.
 
A agroindústria não é só emprego, não é só imposto, é o beneficiamento do produto agrícola que é exportado para o exterior, com esse acréscimo do trabalho brasileiro. 
Faz parte da garantia, não só na produção de maquinário, de insumos para produzir alimentos, como no beneficiamento desses alimentos. 
Essa agroindústria já responde por quase um terço do PIB brasileiro, e o presidente ainda não lembrou dela.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


domingo, 14 de março de 2021

O vírus noturno - Guilherme Fiuza

Gazeta do Povo


Nove da noite, rua Dias Ferreira deserta. Para quem não conhece, Dias Ferreira é uma rua no Leblon com vários restaurantes e alguns bares. Não dá para dizer que é um reduto da boemia carioca. Seria uma espécie de tangente burguesa do Baixo Leblon, alguns passos na diagonal em direção ao mar. Ali sim, um reduto boêmio. Para quem conhece, dá no mesmo: é como se não conhecesse. Nada disso está mais lá.

Sim, tem uns bares e restaurantes na área. Mas o espírito se mandou. Não vamos culpar o coronavírus. Esses caretas do politicamente correto já vinham expulsando a poesia dali há um bom tempo. Narcisismo e vaidade sempre andaram misturados com a boemia – mistura eventualmente escandalosa. Mas quando havia talento, coração e poesia na esquina, valia a pena. Aí foi chegando esse narcisismo primário, pueril, avarento, dessas caras enfiadas em iPhone para teclar frases imortais de porta de banheiro. O banheiro é a igreja de todos os bêbados, explicou Cazuza. Era. Hoje é no máximo testemunha da mediocridade dos nerds.

Essa gente moralista metida a descolada não gosta de ninguém. Não gosta de encontro. Não gosta de liberdade. Seu prazer é o julgamento. Sua alegria é patrulhar o próximo. Claro que uma epidemia estaria destinada a ser a apoteose desses pobres coitados. E quando lhes deram de presente o tal “fique em casa” o slogan mais reacionário da história – eles explodiram de felicidade. Finalmente era possível patrulhar qualquer um, em qualquer circunstância, com essa monstruosa ética de videogame: viver é botar vidas em risco.

Estão por aí, de peito estufado no zoom, macaqueando a tal em-pa-tia e se dizendo es-tar-re-ci-dos com o coleguinha que foi fotografado, exposto e execrado por andar de bicicleta, sem máscara! Esses avarentos sempre sonharam com isso. Sempre ambicionaram ser a polícia moral do mundo, os carrascos inteligentinhos de bons modos metendo o dedo na cara do próximo para gemer lições de vida de Facebook. E o Leblon?

O Leblon acabou. Nove da noite na Dias Ferreira hoje dá para ouvir uma folha seca batendo no asfalto. Vários camburões cheios de homens armados e guardas vagando com cassetetes maiores que tacos de beisebol para cumprir o toque de recolher decretado pelo prefeito Eduardo Paes, aquele que vivia posando de chapéu para dar uma de folião da Portela. Só se for a folia dos fantasmas.

Os sambistas de verdade estão por aí aglomerados nos ônibus todos os dias, porque isso não incomoda os patrulheiros da quarentena vip a quem o prefeito obedece – e a quem os enlatados nos ônibus servem. Todo mundo sabe que o vírus é noturno. Por isso o tiranete metido a malandro da Portela transformou a noite carioca em cemitério. A ex-capital da alegria e da liberdade virou uma cidade fantasma, acovardada diante da sanha ditatorial de uma casta de idiotas que não seguem ciência alguma e não salvam vida de ninguém.

Onde estão os libertários do Rio de Janeiro para gritar contra a opressão?  
Para dizer que um povo digno não confunde cuidados sanitários com ditadura? 
Para dizer que empurrar cidadãos para dentro de casa como ratos sob pretexto de proteção à saúde é uma violência mentirosa? Sumiram todos. 
Os cariocas indomáveis viraram, como os cidadãos de diversas outras localidades, cachorrinhos de madame. E madame está avisando que não vai largar a coleira.
 
Guilherme Fiuza, colunista - Gazeta do Povo - VOZES 
 

domingo, 19 de junho de 2016

Menino encontrado carbonizado foi morto por amigo após briga por videogame, diz polícia

Após investigação, a Polícia Civil do DF apreendeu, em flagrante, o adolescente J.S.J., de 15 anos, suspeito de matar Maurício Costa Souza, de 11 anos. Na manhã deste domingo (19), a vítima foi encontrada carbonizada nos fundos de um barraco na Quadra 17, no Setor de Chácaras Santa Luzia, próximo à cerca do Parque Nacional, Favela Estrutural. Segundo a 8ª DP, o crime, ocorrido na tarde de ontem, foi motivado por um desentendimento por causa de um aparelho de videogame.


 Foto: Josemar Gonçalves

De acordo com a Polícia Civil, durante a briga, o autor degolou a garganta da vítima, que foi jogada em um local onde se queima lixo, e coberto por um colchão velho. O padrasto do adolescente infrator foi conduzido à delegacia por ter sido abordado por policiais portando crack para consumo próprio. Ele foi autuado por uso e porte de drogas e liberado após assinatura do termo de compromisso de comparecimento à Justiça.
O adolescente foi encaminhado para a Delegacia da Criança e do Adolescente, onde deverá responder pelo ato infracional análogo ao crime de homicídio.


  Foto: Josemar Gonçalves

Entenda o caso
O corpo de Maurício, que estava amarrado com um arame, foi localizado em frente ao barraco de um amigo, a 100 metros de onde morava. Lá, a polícia encontrou vestígios de sangue e uma arma. A área passa por perícia. O adolescente, amigo da vítima, saiu algemado do local. Agentes da 8ª Delegacia de Polícia, que investiga o caso, informaram que, além do adolescente, um adulto também foi detido.


  Foto: Josemar Gonçalves
A família informou que deu falta de Maurício por volta das 15h de ontem, após ele ter pedido para sair para jogar bola.  Hoje, o pai teria ido procurá-lo no barraco onde o amigo da vítima morava. Ao chegar ao local, o pai encontrou apenas o padrasto do adolescente.
“Ele disse que meu filho não estava lá, mas apontou para um corpo queimado, na frente do barraco”, disse Francisco de Assis, que identificou a criança pela bermuda que usava. “Não só mataram o meu filho, mas cortaram seu pescoço e o queimaram. É muita maldade”, desabafou o pai, que disse desconhecer envolvimento da criança com drogas.


Fonte: Jornal de Brasília


terça-feira, 28 de julho de 2015

Como amar a crise

A crise justifica tudo

Não tenho dinheiro por causa da crise, me separei por causa da crise, o Brasil perdeu de 7 a 1 por causa da crise

Não aguento mais a crise. A crise está enchendo o saco. Só se fala em crise. Quando a crise vai acabar?  Nunca? O Brasil é uma crise? Talvez, mas antes as crises eram analógicas, isoladas. Esta crise é épica, digital.  A crise preenche as redes sociais — a crise é on-line. Que restará do Brasil quando acabar a crise? Apenas um grande vazio sem assunto? Que faremos sem ela? Talvez tristeza pura porque a crise nos dava uma torta alegria de viver, um motivo para termos esperança. E se acabar também a esperança?

A crise é politica mas é também existencial. Estamos todos em crise.  A crise justifica tudo. Não tenho dinheiro por causa da crise, me separei por causa da crise, o Brasil perdeu de 7 a 1 por causa da crise — “Meu bem, desculpe, não consigo. É a crise”.  A crise é uma novela de suspense: quem vai ser o corrupto de amanhã? Para os acusados políticos a crise nunca existiu; eles sempre negaram tudo: nego, nego, não fiz, é invenção do Janot e do Sérgio Moro. A crise para eles é apenas uma alucinação nossa. Quem melhor explica a crise são os motoristas de táxi; eles dizem: “A vaca vai pro brejo, sempre foi assim...”. Discordo do doce chofer — nunca antes foi assim, e mais: a vaca já foi para o brejo. A partir do brejo, podemos sair da lama. Como vão prender tanta gente no final da crise? Esse é o perigo da crise: ser um rio sem foz, tão extensa e lenta que pode não dar conta de tantos processos. 

Com o passar do tempo, talvez digamos: “que crime esse cara cometeu mesmo?”  A crise também é uma ilusão para o governo. Não houve nada, tudo culpa da outra crise, a internacional. “Somos vítimas da crise de 2008 até agora”. Pela crise conhecemos pessoas que estavam escondidas nos subterrâneos de Brasília. Ou nos esgotos. Surgiram carantonhas horrendas onde está estampada a caricatura da corrupção. Temos de tudo: máscaras, bonecos de engonço, mamulengos, temos um desfile de caras, de bocas, de mãos trêmulas, de risos e choros constrangidos, temos as vaidades na fogueira, os falsos clamores de honradez, os falsos testemunhos, vemos a lama debaixo das dignidades, vemos as sujeiras escorrendo sob as frestas da lei — um reality show sobre o Brasil. 

A crise mostra que há ladrões de dois tipos: os intensivosos que roubam às vezes, pois a ocasião faz o ladrão e os extensivos, que roubaram e roubarão sempre não por necessidade, mas por tesão. [tem os que roubam por ideologia, com destaque para os petistas e a maldita esquerda, os primeiros sendo líderes absolutos da roubalheira no Brasil.] Não se emendam depois de 20 anos: começam com Fiat Elba e terminam com Lamborghinis de 5 milhões. A crise mostra que a cumbuca é sem fundo. A corrupção excita muito — quando se abrem as malas de dólares, os bordéis se enchem. Há pouco soubemos que foram gastos mais de US$ 150 mil nos prostíbulos de Brasília. A crise só foi boa para as prostitutas.

A crise limpa muita gente; ser contra a corrupção, por exemplo, nos faz mais puros, mais honestos, mesmo que tenhamos pegado um troco aqui e ali, que ninguém viu. A crise nos lava mais branco. A crise testa nossa honestidade — será que eu aceitaria uma gorjeta de US$ 10 milhões? A crise mostra que consciência social no Brasil é medo da polícia. A crise estremece o Congresso; a arrogância deu lugar ao tremor. A crise é democrática — atinge todo mundo, até os presidentes do Congresso. Você vê a crise no medo dos ricos, no rosto dos tristes viajantes de ônibus, a crise enfeia as pessoas, a crise engorda, emagrece, mata. A crise contamina e estimula a criminalidade, pois se todos roubam, por que não podemos nós? A crise cria balas perdidas e assassinatos a faca. A crise acabou com a Petrobras, porque como cantávamos antigamente: o petróleo é nosso — eles se gabam.

Por isso, por esta pletora de horrores, temos de encontrar algum lado bom da crise. A crise é boa para nos dar a sensação de que a vida muda, que a História anda. A crise nos tira o sono e nos faz alertas. A crise nos inclui na vida política; vivíamos sonolentos e na sombra e agora saímos nas ruas a bater panelas. A crise é uma aula — quase um videogame. A crise é um thriller em nossas vidas. A crise nos permite ver a verdade de cabeça para baixo. Ensina que a verdade é o contrário de tudo o que alegam os depoentes. A verdade é tudo o que os políticos negam.

A crise também é cultura. A crise é Brecht, Shakespeare, Nelson Rodrigues.

A crise nos ensinou que os “revolucionários” no poder são tão escrotos quanto os “reacionários”. Qual a diferença entre Sarney e Vaccari? A crise nos mostra que um ex-proletário metido a guia do povo pode virar um deslumbrado com jatinhos e uísque 30 anos e que sabe e sabia de tudo. Ele criou a crise pela ignorância e pelo narcisismo. A crise nos ensina que presidentes têm de estudar e ter competência. A crise é boa porque acaba com a mistificação do PT, que era o partido dos “puros”. A crise acaba com os fins justificando os meios, ou seja, como pensavam e pensam: podemos ferrar a Petrobras em nome de uma “revolução”.

A crise mostra que o Brasil progride enquanto dorme. A crise nos ensina que a miséria nasce nos intestinos das classes altas. A crise prova que as pessoas não são “cumpanheiros” ou militantes, mas seres narcisistas, compulsivos, agressivos, invejosos, fracassados e com problemas sexuais. A crise é mais Freud do que Marx. A crise mostra que a esquerda velha não tem projeto, mas um sonho que virou pesadelo. A crise nos diploma como cientistas políticos. A crise não é uma crise, mas uma “mutação” histórica. Nunca mais seremos os mesmos. A crise acaba com o angustiante futuro e nos devolve o doce presente. A crise também foi boa para nos dar uma porrada na cara, para deixarmos de ser bestas.

Fonte: O Globo - Arnaldo Jabor