Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
A identificação de um dos suspeitos foi confirmada pela SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), que afirmou que a Justiça decretou a prisão preventiva. O sujeito é considerado foragido. O crime é investigado pelo SHPP (Setor de Homicídios e de Proteção à Pessoa) de Mogi das Cruzes, que realiza diligências para tentar elucidar a motivação o crime. O inquérito policial está sob sigilo judicial, por isso, outras informações não foram confirmadas pela secretaria
O CRIME Pedrinho Matador foi morto aos 68 anos, em 5 de março, um domingo, na rua José Rodrigues da Costa, em Mogi das Cruzes. Segundo a Polícia Militar, ele foi baleado por volta das 10h, em frente à casa de uma irmã. Pedrinho ainda foi atendido pelo Samu, mas morreu no local.
Um veículo Gol preto, que estaria envolvido no transporte dos suspeitos, foi localizado. Ainda não está claro qual o motivo do crime. Pedro Rodrigues Filho morava em Itanhaém, no litoral paulista, mas tinha familiares em Mogi das Cruzes.
Ele foi atingido por tiros e depois degolado. Um dos autores do crime utilizava uma máscara do personagem Coringa, segundo relato de uma testemunha. Pedrinho Matador carregava R$ 750 no bolso quando foi assassinado. "Para mim foi uma dor maior do que quando eu perdi meu pai. Eu me sentia protegida pelo Pedrinho como eu não me sentia protegida pelo meu pai", disse Iza Toledo, 52, psicanalista de Pedrinho Matador.
Ela escreveu a biografia "Serial Killer (?) Eu Não Sou o Monstro", que conta a história de Pedro.
Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.
O poder acumulado por Alexandre de Moraes é algo a ser estudado com afinco no futuro pelos cientistas políticos que mergulharem nesse período sombrio de nossa nação.
Como deixaram um ministro supremo mandar tanto?
Que tipo de subserviência colocou tanta gente como capacho de uma só pessoa?
Durante o voto no STF sobre a graça concedida pelo presidente Bolsonaro ao deputado Daniel Silveira, Alexandre simplesmente interrompia o seu colega André Mendonça como se fosse seu superior, num tom arrogante e intimidatório. "É jurista?", queria saber Alexandre sobre as fontes usadas pelo seu par - supostamente igual em poder.
Sim, um dos mencionados era jurista, inclusive foi colega do próprio Moraes. Mas este não passou recibo: "Mas nesse momento era candidato a deputado aliado de Bolsonaro". É isso um argumento... jurídico? O próprio Alexandre não foi filiado ao PSDB de Geraldo Alckmin?
E quando foi o próprio Alexandre quem utilizou a imprensa como fonte, como quando mandou a Polícia Federal realizar busca e apreensão na casa de empresários grandes por conta de uma matéria de fofoca num site que usou um print de uma conversa particular no WhatsApp?
Ali a imprensa - o site Metrópoles, sem muita credibilidade - era a voz da verdade?
Os arroubos cada vez mais frequentes, o tom pedante, o autoritarismo incontrolável e a imensa quantidade de decisões claramente inconstitucionais saltam aos olhos, inclusive de juristas.
Mas poucos, é verdade, têm a coragem de se manifestar em público.
Por que tanta gente teme Alexandre?
Por que sua caneta concentrou esse imenso poder arbitrário, sem qualquer freio?
São as perguntas que caberão aos estudiosos no futuro responder. Há teses, claro. Paula Schmitt, jornalista séria, acha que muito jornalista deu guinada ideológica e saiu dos ataques ao petismo e ao abuso de poder supremo para sua defesa depois da Vaza Jato, quando uma quantidade inesgotável de conversas particulares caiu nas mãos do STF.
Outros acham que existe uma proximidade do ministro com a turma do PCC.
Há ainda aqueles que garantem que o"sistema" podre está por trás de cada passo do ministro, que jamais faria tudo que fez até aqui sem esse respaldo.
Não tenho a resposta, apesar de ser um dos alvos do ministro.Após denunciar em corte internacional o inquérito ilegal de que é relator, vítima, investigador, procurador e juiz, acabei eu mesmo sendo arrastado para ele, aparentemente pelo "crime" de opinar de forma crítica contra tanto abuso.
Só sei que esse poder todo é assustador, como é temerário o enorme silêncio cúmplice de tantos. "O poder sem limites fere o Estado de Direito", disse o próprio Alexandre ao votar contra o indulto concedido por Bolsonaro. Não sei se há ironia ou escárnio, ou se o ministro sequer percebe o quão escandalosa é esta fala vindo de quem vem.
Em seu editorial de hoje, o Estadão sobe o tom e chama o tal inquérito infinitamente elástico de"inquérito do fim do mundo", como o próprio ministro supremo Marco Aurélio Mello havia chamado. O jornal tucano diz: "STF usa inquéritos sobre ‘fake news’ e milícias digitais como pretexto para investigar até suspeita sobre cartão de vacinação de Bolsonaro. Nenhum juiz dispõe de competência universal".
"Too little, too late", diriam os americanos. Essa denúncia vem tímida demais, tarde demais. Para um jornal que, para se livrar de Bolsonaro, acabou passando pano para esse estado de exceção criado pelo STF em geral e o ministro Alexandre em particular, esse tipo de crítica tardia soa oportunista. Talvez parte da imprensa tenha se dado conta de que alimentou demais o monstro que pode devorá-la.
Não foi por falta de aviso. Lá atrás, diga-se de passagem, quando ainda era conveniente a essa turma chamar gente como eu de "blogueiro bolsonarista" e depois aplaudir o uso desse poder arbitrário para nos perseguir e nos calar.
Primeiro pegaram o Allan dos Santos, mas eu não gostava dele mesmo...
[Pedimos permissão ao ilustre articulista para expressar nossa opinião de que é estranho, no Brasil atual, uma matéria criticando a Justiça soltar bandidos.
No Brasil atual é bem mais fácil manter inocentes presos.]
“Polícia prende, Justiça solta” tem se tornado uma frase adequada para descrever o que vem ocorrendo em tribunais Brasil afora.| Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
Eu tenho falado aqui sobre as causas da invasão da creche e a morte de quatro criançaspor um desviado mental, um monstro, que pulou um muro com uma machadinha.
Monstro que já tinha passado pela polícia várias vezes, só que estava na rua.
Eu tenho salientado que não é o videogame, não é a televisão, não é arma de fogo, não é ódio, não é nem falta de polícia, é falta de lei e justiça.
AGazeta do Povo mostrou que, por exemplo, agora em 13 de março, o Tribunal de Justiça de São Paulo mandou soltar um sujeito que já tinha sido condenado por roubo, extorsão, desobediência, desacato... A polícia mandou que ele parasse, e ele fugiu de carro.
Houve uma perseguição de 20 minutos pelas ruas de São Paulo, inclusive com helicóptero.
Ele bateu em vários carros, abandonou o seu veículo, na fuga pegou um bebê que ele viu pelo caminho, foi preso e o tribunal mandou soltar. Sabem qual a razão da soltura dele? Foi legítima defesa, “autodefesa” instintiva. Que bonito, todo criminoso tem “autodefesa instintiva”, não?
Outro caso:uma juíza plantonista havia mandado prender um sujeito encontrado pela polícia com um computador, que ele usava para entrar no sistema digital da polícia de São Paulo e repassar informações para o PCC. Encontraram toda essa conexão no computador dele, e ele confessou que recebia para passar as informações ao PCC.
Agroindústria desprezada enquanto o MST ganha liberdade para invadir
No campo o crime corre solto, passam por cima do direito de propriedade, com violência, e agora mesmo João Pedro Stédile, o “general” do Lula, [na verdade o troço quando o ex-presidiário não era ex, virou 'general da banda', com o rabo entre as pernas.] como ele já mencionou uma vez, anunciou que em abril haverá muitas invasões em busca de uma reforma agrária. Como assim?
Nunca se distribuiu tanto título de terra como no governo anterior.
Nunca tantos ficaram proprietários de sua terra, podendo dar garantias ao banco, podendo garantir a sucessão para os seus filhos.
Mas Stédile diz que vai haver invasão em busca da reforma agrária, pegando o latifúndio improdutivo. Isso já não existe mais no Brasil, o que está disponível está plantado, em toda parte, basta perguntar para quem anda por aí.
Essa falácia faz parte do governo Lula, que completou 100 dias, mas parece uma velharia de 100 anos:as novidades dele são todas coisas velhas.
E não fez nada ainda pela agroindústria. Esse era um tema que deveria ter sido discutido na campanha eleitoral, mas não foi;60 milhões de pessoas votaram nele mesmo não tendo discutido programas, e agora ele está aí, procurando programa; pega programa velho e dá uma renovada para ver se funciona, já que não funcionou o PAC da Dilma.
A agroindústria não é só emprego, não é só imposto, é o beneficiamento do produto agrícola que é exportado para o exterior, com esse acréscimo do trabalho brasileiro.
Faz parte da garantia, não só na produção de maquinário, de insumos para produzir alimentos, como no beneficiamento desses alimentos.
Essa agroindústria já responde por quase um terço do PIB brasileiro, e o presidente ainda não lembrou dela.
Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.
Há anos o NYT se vende como jornal sério e imparcial, enquanto demonstra claro viés esquerdista em suas reportagens. O jornal contribuiu de certa forma para a cultura do cancelamento, ao retratar comentaristas conservadores como "extrema direita"responsáveis por "discursos de ódio".
Gente moderada como Ben Shapiro foi tratada dessa maneira absurda por vários comentaristas do NYT, alimentando o clima persecutório que levou aos "cancelamentos" de muitos direitistas.
Mas como a direita sempre alegou, essa perseguição ideológica fanática não ficaria restrita aos conservadores, pois a visão totalitária sempre demanda mais.
Quem alimenta corvos acaba com os olhos arrancados. Quem planta vento colhe tempestade.
E é justamente o que está acontecendo agora com o próprio NYT.
O jornal, milagrosamente, publicou uma matéria até razoável sobre cirurgias em transgêneros,mostrando o lado científico da coisa, o medo dos pais, os riscos de mutilar jovens etc.
A turma woke não curtiu...
Cerca de 200 colaboradores e ex-colaboradores do New York Times assinaram uma carta aberta condenando o jornal por sua cobertura. Na carta endereçada ao editor do Times, os colaboradores dizem que têm "sérias preocupações sobre o viés editorial nas reportagens do jornal sobre pessoas transgênero, não-binárias e de gênero não conforme".O NYT tem viés?! Não creio!
A lista de signatários inclui alguns jornalistas proeminentes do Times, como a colaboradora de opinião Roxane Gay, o repórter cultural J. Wortham e o ex-repórter Dave Itzkoff. Contou com um número muito maior de escritores, como Ed Yong do The Atlantic e Jia Tolentino do The New Yorker, que contribuem apenas ocasionalmente, e outros como os atores Lena Dunham e Cynthia Nixon. Na carta, eles dizem que o Times tratou a cobertura da diversidade de gênero "com uma mistura assustadoramente familiar de pseudociência e linguagem eufemística e carregada", e reportagens recentes omitiram as associações de algumas fontes com grupos anti-trans.
A carta também se concentra em um artigo da revista do New York Times sobre crianças que estão questionando sua identidade de gênero, no qual a autora Emily Bazelon explorou o que chamou de "questões delicadas" que foram transformadas em "dinamite política" pela direita.
A taxa de arrependimento de adultos no passado que tiveram mudança de gênero foi muito baixa, ela escreveu. Mas na sociedade de hoje, ela perguntou: "Quantos jovens, especialmente aqueles que lutam com sérios problemas de saúde mental, podem estar tentando se livrar de aspectos de si mesmos de que não gostam?"
Os críticos do NYT alegaram que sua reportagem poderia servir de combustível para o preconceito da "extrema direita" e para a intolerância. Mas enquanto o NYT trouxe dados científicos, a carta dos críticos traz apenas apelos emocionais e rótulos, tentando interditar o debate.
Essa não tem sido a tática da esquerda radical faz tempo?
A intimidação não tem surtido efeito, e o próprio NYT não tem sido instrumento disso no passado recente?
Ao menos o jornal rebateu com alguma coragem, alegando que faz jornalismo isentoenquanto os críticos são militantes com uma causa. "Nosso jornalismo se esforça para explorar, interrogar e refletir as experiências, ideias e debates na sociedade – para ajudar os leitores a entendê-los. Nossas reportagens fizeram exatamente isso e estamos orgulhosos disso", disse o porta-voz do NYT.
Cada vez mais "progressistas" e democratas se dão conta do clima insuportável de censura na sociedade por pressão da "woke mob".
É o caso do comediante Bill Maher, que tem comparado essa turma com os comunistas soviéticos, com toda razão.
O pêndulo extrapolou demais. A liberdade de expressão está ameaçada.A imprensa mal consegue reportar riscos ou problemas pessoais nessas questões identitárias. A asfixia é plena. Mas finalmente começa a haver reação, até mesmo de quem ajudou a alimentar o monstro.Menos mal...
O Supremo Tribunal Federal rasga a Constituição da qual
deveria ser o guardião diariamente, é verdade, mas é um STF muito “fofo”
Edifício-sede do Supremo Tribunal Federal com iluminação nas cores da bandeira LGBT, no dia 20 de junho de 2022 | Foto: Nelson Jr./SCO/STF
Nosso Supremo Tribunal Federal cada dia dá mais provas de, na atual composição, ter se transformado num partido político, num órgão inquisidor, num Estado policialesco, num grêmio estudantil, qualquer coisa, menos um tribunal de última instância responsável pela proteção da Constituição. São tantos exemplos que até mesmo os veículos de comunicação da velha imprensa, que têm passado pano para o abuso de poder supremo, começam a demonstrar preocupação.
Primeiro foi o jornal carioca O Globo,que publicou um editorial alertando para os riscos do arbítrio de alguns ministros. O editorial começa atacando Bolsonaro, seu passatempo preferido, mas depois acrescenta que “outro risco” para a democracia está na politização do STF, um risco que “tem passado despercebido”, segundo o jornal. Na verdade, esse risco não tem passado despercebido, e basta lembrar do 7 de Setembro,quando milhões foram às ruas pedir justamente respeito à Constituição. Os “bolsonaristas”apontam para esse perigo faz tempo, mas acabam sendo demonizados pelo próprio jornal como “golpistas”.
A mídia militante ajudou a alimentar esse monstro,e agora parece se mostrar preocupada, pois deve ter se dado conta de que pau que bate em Francisco também dá em Chico: ninguém está a salvo do arbítrio supremo! Por isso o editorial passa a elencar alguns casos de abuso de poder e atuação politizada do STF, como se não fossem justamente os pontos criticados desde sempre e com veemência pela direita no país.
O Globomenciona o ativismo legislativo também como um problema, apesar de não enxergar nada errado em si nas decisões. Ora bolas!Os meios importam, e, se a decisão foi tomada de forma indevida pelo Supremo, e não pelo Poder Legislativo, isso está errado em si e é temerário. No caso, o jornal “progressista” aplaude o resultado dessas decisões, e por isso alivia na crítica à forma como elas foram tomadas.
O editorial conclui com muito otimismo e ingenuidade, numa clara incoerência em relação ao que critica antes. Os casos de “acertos” são bem menos relevantes do que os absurdos que o próprio jornal elenca. Contar com a “sabedoria” desses ministros para “manter” uma atitude exigida de juízes com tanto poder é uma piada de mau gosto.
O jornal faria mais se lembrasse do papel institucional do Senado para conter tantos abusos.
Deveria ter pressionado o presidente Rodrigo Pacheco para agir, uma vez que há vários pedidos robustos de impeachment de ministros engavetados.
Além de O Globo, a Folha de S.Paulo também criticou algumas medidas abusivas do STF, mas cheia de “dedos”. Foi o caso da prisão de dois “bolsonaristas” por perturbação de sossego alheio após um ato em frente da casa do ministro Alexandre de Moraes. A dupla foi condenada a 19 dias de prisão. “Atropelo”:é assim que a Folha chama o fato de alguém ter sido condenado à prisão por perturbação de sossego, depois de ficar 49 dias em prisão preventiva por conta do “crime”. Isso num país que não deixa preso nem mesmo traficante pego em flagrante!
Nossa velha imprensa ainda parece tímida demais para realmente condenar as práticas bizarras desse STF politizado
O irônico é que a Folha já publicou sessões sobre o que o jornal pensa sobre certos assuntos, e eis o que consta sobre ativismo jurídico: “Nos últimos anos, em especial nos momentos de desgaste das instâncias políticas, o Judiciário tem assumido um protagonismo perigoso, tomando decisões que caberiam ao Legislativo ou ao Executivo. O voluntarismo de magistrados se manifesta desde a primeira instância e chega às sentenças monocráticas de ministros do Supremo Tribunal Federal. Mesmo quando os julgamentos parecem acertados, tais práticas não devem ser encorajadas, em nome da preservação dos freios e contrapesos da democracia”.
Mas, pasmem!, nossa velha imprensa ainda parece tímida demais para realmente condenar as práticas bizarras desse STF politizado.
Teria isso alguma relação com o fato de ser Bolsonaro o principal alvo desse ativismo? Pergunta retórica, claro.
Já vimos até ministro se considerar o bem e a democracia encarnados para derrotar o populismo, o Mal, no caso o atual presidente.
Eles nem sequer tentam esconder o ódio que sentem por Bolsonaro. Segundo Paulinho da Força, o ministro Gilmar Mendes estaria até mesmo colaborando com conselhos para a campanha de Lula.
E, segundo o PCO,um partido radical de esquerda, o ministro Alexandre de Moraes teria o claro intuito de impedir a reeleição de Bolsonaro.
Qualquer brasileiro minimamente preocupado com nossas instituições republicanas deveria colocar o abuso de poder do STF como sua prioridade hoje. É a maior ameaça à democracia, de longe.
Mas a demonização do bolsonarismo, como se fosse de fato uma grande ameaça fascista, serve para blindar esses ativistas disfarçados de ministros. Eis o intuito do estigma criado pela mídia, como explica Flávio Gordon: “Fulano é bolsonarista, logo, contra ele tudo é permitido — eis o silogismo consagrado nas redações, nos estúdios, nos palcos e nos tribunais do Brasil de nossos dias”. O monstro vem sendo alimentado por aqueles que se dizem “democratas” ou até “liberais”, mas que, por ódio patológico ao presidente ou por interesses obscuros e ambição desmedida, agem como cúmplices desse ativismo indecente do STF, que soltou Lula e o tornou elegível num malabarismo tosco, enquanto faz de tudo para perseguir Bolsonaro.
O atual STF virou uma extensão do PT, participa de “lives” com influencers bobocas antibolsonaristas,seus ministros fazem palestras o tempo todo,não largam os holofotes da mídia, participam até de bate-papo sobre legalização das drogas.
Mas fiquemos tranquilos! No mês do“orgulho LGBT”,nosso Supremo demonstrou incrível “consciência social” e apreço pela “inclusão”.
O prédio ficou todo iluminado com as cores do arco-íris, para provar como nosso STF está atento às causas“progressistas”, como é “moderno”.
Ele rasga a Constituição da qual deveria ser o guardião diariamente, é verdade, mas é um STF muito “fofo”. É um “ativisme supreme” que visa a agradar a “todes”. Ufa!
No
último sábado, 11 de junho, o jornalista Allan dos Santos, exilado nos
EUA desde 2020, esteve presente na motociata organizada em Orlando por
apoiadores do presidenteJair Bolsonaro,
então em viagem ao país para participar da Cúpula das Américas.
Em sua
12.ª conta no Instagram – pois as anteriores foram censuradas por ordem
judicial –, Allan publicou um vídeo desafiando o ministro Alexandre de Moraes,
que, ávido por vingança, move contra o jornalista uma implacável
perseguição de natureza não apenas política como pessoal. “O Xandão não
queria que eu participasse de motociata no Brasil. E aí o que Deus faz?
Traz a motociata pra cá”, ironizou o fundador do portal Terça Livre.
Bolsonaro durante motociata realizada em Orlando, na Flórida (EUA), no último dia 11. - Foto: Alan Santos/Presidência da RepúblicaAgindo sempre como lavanderia do STF, e firmemente imbuída da missão de prejudicar Bolsonaro “fingindo fazer jornalismo” (como admitiu em 2018 Fernando de Barros e Silva, então diretor de redação da revista Piauí),
a autoproclamada imprensa “profissional” – do tipo que trata
pejorativamente por “blogueiros” os novos concorrentes surgidos com a
internet – pareceu mais furibunda que o próprio Moraes.
Diante do
ocorrido, dedicou-se à prática de seu esporte preferido, numa jogada
ensaiada que tem se repetido à exaustão: a estigmatização estratégica
dos alvos políticos da corte antibolsonarista, de modo a legitimar toda e
qualquer ação perpetrada contra eles pela militância togada.
Foi
então que Allan dos Santos passou a ser invariavelmente descrito como
“foragido”da Justiça, uma pessoa cuja presença na motociata
comprometeria o presidente da República. Ilustrativo dessa postura
foram, por exemplo, os textos que Josias de Souza publicou em sua coluna
no UOL. Num deles, intitulado “Allan dos Santos une Biden e Bolsonaro na cruzada de desmoralização do STF”,o blogueiro antibolsonarista(viu como é bom, Josias?) repreende o
presidente americano por permitir que Allan permaneça “na vizinhança do
Mickey Mouse sem ser incomodado”. Em seguida, confronta-o com a
alternativa entre conceder asilo político ao jornalista brasileiro ou enviar o “fugitivo” para uma cadeia no Brasil. Se Biden
nada fizer, diz o blogueiro do UOL, isso só pode significar uma adesão
sua “à cruzada de Bolsonaro para desmoralizar o Supremo, o TSE e Moraes”. Como se vê, a gravidade da síndrome do antibolsonarismo psicótico não deve ser subestimada.
O
esporte preferido da autoproclamada imprensa “profissional” tem sido a
estigmatização estratégica dos alvos políticos da corte
antibolsonarista, de modo a legitimar toda e qualquer ação perpetrada
contra eles pela militância togada
Mas Josias de Souza não se limitou a pressionar o presidente americano a juntar-se à causa antibolsonarista. Noutro artigo,
resolveu também dar um ultimato aos militares brasileiros,impondo-lhes
um prazo de quatro meses para “optar entre a Constituição e Bolsonaro”.
A tese do articulista é que, ao pôr em dúvida o sistema eleitoral
brasileiro, o presidente Jair Bolsonaro prepara um golpe de Estado, e
que, ao ecoar “as críticas infundadas do presidente às urnas”, as Forças
Armadas estariam embarcando na aventura golpista.
A exemplo de Josias de Souza –que, antes de ser pautado pela psicose antibolsonarista, chegava até a manifestar razoável preocupação com o crescente autoritarismo do STF –, também Vera Magalhãesexasperou-se diante das imagens de Allan dos Santos na motociata. “Evento do presidente da República no exterior com um foragido da Justiça posando para selfies. Chegamos a mais este ponto” – tuitou a ferrenha antibolsonarista.
[A jornalista Vera deve ter tido severo ataque no seu equilíbrio emocional, quando leu que no jornal O Globo, no qual se encontra prestando serviços, Editorial,expressando preocupação com o ativismo do Supremo.] E, de modo geral, foi assim que o grosso da imprensa tratou o colega de
profissão politicamente não alinhado: como um criminoso de alta
periculosidade, um “foragido da Justiça”. Simples assim.
Mas
essa é mais uma das tantas mentiras repetidas pela blogosfera
antibolsonarista, ambiente que inclui a maioria dos veículos da imprensa
autoproclamada “profissional”. Em primeiro lugar, a fim de
estigmatizá-lo como “foragido”, essa imprensa precisou inverter a ordem
temporal dos fatos, como se Allan tivesse viajado aos EUA depois
de decretada a prisão preventiva, com o objetivo calculado de fugir da
cadeia. Na verdade, Allan já estava nos EUA quando Alexandre de Moraes
determinou a prisão, tanto que a ordem foi acompanhada de um risível
pedido de extradição para o Brasil,obviamente ignorado pelas
autoridades americanas, já que nada do que fez o jornalista exilado
consta como crime no tratado de extradição assinado entre os dois países (e, de resto, tampouco na legislação brasileira, hoje substituída pela vontade dos ministros supremos).
Pior
ainda, os blogueiros antibolsonaristas jamais mencionam o fato de que o
decreto de prisão – bem como todas as demais medidas de força tomadas
contra o jornalista e a sua empresa –tem um vício insanável de origem,
pois decorre de um inquérito ilegal: o de número 4.781, conhecido como
“inquérito das fake news” e, graças justamente às suas ilegalidades, apelidado pelo ex-ministro Marco Aurélio Mello
de “inquérito do fim do mundo”.
Que o inquérito é ilegal não é difícil
de constatar. Se mesmo um leigo (como eu) consegue notar a aberração de
um inquérito aberto pela autoproclamada vítima, que assume também as
funções da promotor e juiz, o que dizer dos juristas honestos,
obviamente horrorizados com tamanha teratologia jurídica?(Sobre o
assunto, aliás, recomendo o livro O Inquérito do Fim do Mundo,
em especial os capítulos 2 e 3, nos quais a juíza Ludmila Lins Grilo e o
procurador de Justiça Marcelo Rocha Monteiro, respectivamente, expõem
didaticamente as muitas ilegalidades do inquérito).
Cabe lembrar que, um mês após a sua abertura por Dias Toffoli,a então procuradora-geral Raquel Dodge determinou o arquivamento do
inquérito, alegando que o procedimento violava o devido processo legal e
o sistema penal acusatório consagrado na Constituição de 1988, segundo o
qual o Ministério Público é titular exclusivo da ação penal. Sendo
assim, o inquérito jamais poderia ter sido aberto de ofício (sem
provocação) pelo STF. “O sistema penal acusatório é uma conquista antiga
das principais nações civilizadas, foi adotado no Brasil há apenas 30
anos, em outros países de nossa região há menos tempo e muitos países
almejam esta melhoria jurídica. Desta conquista histórica não podemos
abrir mão, porque ela fortalece a justiça penal” –observava Dodge em
sua manifestação pelo arquivamento,
uma prerrogativa exclusiva do Ministério Público. Contudo, como se
sabe, a ordem de arquivamento foi ignorada por Alexandre de Moraes,
relator do inquérito.
Recorde-se também que, na
qualidade de titular da ação penal, a PGR manifestou-se contrariamente à
prisão do fundador do Terça Livre. E, mais uma vez, a manifestação foi
ignorada por Alexandre de Moraes. Tendo, pois, começado ilegalmente, o
inquérito assim prossegue até hoje, estendendo-se de modo indefinido, a
fim de servir de instrumento de intimidação e perseguição política, tal
como a que sofre Allan dos Santos.
Os
militantes de redação estão sendo forçados a contorcionismos cada vez
mais dramáticos para sustentar a mentira e manter a pose de bastiões de
uma “democracia” marcada por censura, presos políticos e exilados
Ademais
de reiteradamente estendido em termos de prazo, o inquérito do fim do
mundo – e outros que lhe são correlatos, como o “inquérito das milícias
digitais” (outrora “inquérito dos atos antidemocráticos”) – baseia-se em
acusações estrategicamente genéricas e subjetivas, a maioria das quais
referentes a crimes nem sequer tipificados em lei, e instituídos a
golpes de retórica chinfrim.
Foi nesse terreno, aliás, que a imprensa
autoproclamada “profissional” desempenhou um papel crucial, agindo quase
que em parceria com o STF, ao criar e repetir incessantemente os
estigmas (“blogueiro bolsonarista”, “miliciano digital”, “disseminador
de fake news”, “antidemocrático” etc.) com que, na ausência de
qualquer materialidade delituosa, os inquéritos têm sido bizarramente
fundamentados.
STF e imprensa “profissional”têm
sabido explorar bem essa mutualidade de matriz antibolsonarista mútuo,
cada qual visando aos seus interesses próprios. Por um lado, os supremos
inquisidores(agentes de um sistema inquisitório, e não mais
acusatório) apoiam-se na narrativa midiática para dar ares de legalidade
e legitimidade à perseguição política contra os estigmatizados,
confiantes de que, aos olhos da opinião pública formatada pelo establishment
midiático, os “bolsonaristas” são cidadão de segunda classe, párias
sociais contra os quais passa a valer tudo. Por outro, ao colar o rótulo
de “bolsonarista” em quem bem entenda (e, para ser bolsonarista, basta
não ser antibolsonarista), essa imprensa consegue indicar aos
inquisidores os alvos a serem incluídos nos inquéritos.
Ao
caracterizar Allan dos Santos como “blogueiro bolsonarista”, por
exemplo, o objetivo é privar-lhe das garantias legais – entre elas a do sigilo de fonte – reservadas aos jornalistas, um procedimento que até mesmo o esquerdista Glenn Greenwald, desafeto de Allan,julgou temerário.
A imprensa “profissional” faz isso por razões tanto de ordem
político-ideológica, por ser majoritariamente formada por militantes de
esquerda, quanto de ordem mercantil-monopolista, para esmagar a
concorrência, livrando-se de novos veículos como o Terça Livre,que, até
ser fechado por obra de Alexandre de Moraes, tinha mais audiência que
boa parte dos meios de comunicação tradicionais.
É
claro que, conquanto circunstancialmente interessante, a parceria com o
poder absoluto acaba legando a essa mesma imprensa um fardo difícil de
carregar no longo prazo, sobretudo na medida em que os abusos de
autoridade vão se tornando mais escandalosos e menos legitimáveis,
forçando os militantes de redação a contorcionismos cada vez mais
dramáticos para sustentar a mentira e manter a pose de bastiões de uma
“democracia” marcada por censura, presos políticos e exilados. A
percepção incipiente desse fardo talvez explique, por exemplo, o ambíguo
editorial que O Globo publicou hoje, 15 de junho.
Com
o título “Ativismo do STF representa risco preocupante”, o texto
principia por negar qualquer fundamento às críticas de Bolsonaro à
corte, apenas para, em seguida, apontar a politização do STF – ou o jogo
“fora das quatro linhas da Constituição”, como costuma dizer o
presidente – como um risco à democracia. “A Corte, que deveria manter-se
equidistante e alheia às paixões, parece a cada dia mais contaminada pelo noticiário, como se devesse prestar contas à opinião pública, não à lei ou à Constituição” – escreve o editorialista.
Terá sido um surto de má consciência de O Globo?
Não sei. Sei que, apesar de tardia, a preocupação da imprensa
“profissional”com a contaminação do STF pelo noticiário seria deveras
salutar caso viesse acompanhada do interesse complementar pela
contaminação do noticiário pelo antibolsonarismo da corte. Como não vem,
resta a impressão de que o inusitado editorial de O Globo,
antes que expressão de um zelo sincero pelo bom funcionamento das
instituições republicanas, revela um desejo de apagar as pistas da
participação do jornal na criação do monstro, no exato instante em que,
com apetite cada vez mais incontrolável, a criatura ameaça estender seus
tentáculos para além do bolsonarismo, até então o solitário boi de
piranha da juristocracia que se agiganta sobre a nação.
A recentíssima decisão do
Plenário do Supremo Tribunal Federal no julgamento da Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635 pode criar um
precedente gravíssimo no enfrentamento da criminalidade ao usurpar a
competência constitucional dos órgãos da Administração Pública
vinculados ao Poder Executivo.
Ela mantém restrições a incursões
policiais em favelas do Rio de Janeiro durante a pandemia e as
condiciona à apresentação de um plano ao STF.
A
decisão dos ministros do STF revela o absoluto desconhecimento da
atividade policial e, ainda, reforça o estigma de que as ações dos
policiais do estado do Rio de Janeiro não estariam revestidas de nenhum
planejamento. E destaca, em sua essência, um suposto sentimento desses
agentes de segurança de total desprezo pela vida dos cidadãos.
A
história recente do país já nos revelou o desastre que foi o Poder
Judiciário tentar se apresentar como o ator principal do "combate à
corrupção", especialmente no caso da criminalidade do "colarinho
branco".De início, relembremos, o STF referendou diversas medidas que,
até então, só aumentaram o poder de um determinado grupo de juízes e
membros do Ministério Público, tendo como resultado o próprio tribunal
reconhecer que boa parte daquelas medidas deveria ser anulada, porque
desrespeitaria diversos direitos e garantias fundamentais. Alimentaram
um "monstro", que se autodenominou "lava jato", para, ao final,
reconhecerem que esta esteve em absoluta dissonância com a ordem
jurídica do nosso país, como bem assentado no brilhante voto do ministro
Gilmar Mendes.
Mais uma vez, ao colocar-se como ator principal de
um tema extremamente complexo, de absoluto desconhecimento dos
ministros da mais alta corte do país, é certo que o resultado da decisão
trará efeitos perversos e irreversíveis, que tendem a piorar a situação
da segurança pública do Rio de Janeiro, que já se encontra
insustentável.
Primeiro, porque estamos tratando de agentes de
segurança que são mal remunerados, com uma escala de trabalho exaustiva,
submetidos à pressão dos superiores hierárquicos.
Não por outro motivo,
o número de policiais afastados por doenças psiquiátricas é recorde.
Somado a essa informação macabra, temos o número significativo de
suicídios e mortes no exercício da atividade policial.
Segundo, de
um lado a sociedade exige policiamento ostensivo, investigações que
revelem a autoria e materialidade da prática de crimes em tempo real e,
ao mesmo tempo, cobra punições a esses mesmos agentes de segurança no
primeiro alarido da imprensa.
Exigem o emprego de força policial, mas,
quando algo dá errado, são os primeiros a exigir uma punição sumária.
O
resultado dessa equação é o afastamento gradual dos agentes policiais
das atividades diárias nas ruas, o que, no curto e médio prazos, nos
levará ao caos total, pois eles são a última barreira entre a
criminalidade e a sociedade, queiramos ou não.
A bem da verdade, o
agente de segurança pública não espera o reconhecimento da sociedade ou
dos superiores hierárquicos, não almeja o enriquecimento pessoal,
confia, cada dia menos, que em algum momento possa ser respeitado e que
não seja punido pelo simples exercício de sua atividade, prevista na
ordem jurídica de nosso país.
Nunca me acomodei num desses divãs porque, para pensar, prefiro a
cadeira do computador. Outro dia, porém, estarrecido e irritado diante
do que vejo consolidar-se como prática política no cotidiano nacional,
escrevi que tais conflitos e arreglos estavam a me exigir um divã e um
papo com psicanalista.
Uma ideia
puxa outra e isso me levou a perceber que essa era uma necessidade comum
a todos nós, brasileiros. A nação precisava de um divã para compreender
as tumultuadas relações com que, querendo ou não, estava envolvida até o
fundo da alma. E o divã era bem adequado a isso, principalmente para
compreendermos como se caracterizam, em nosso subconsciente, estes três
elementos: Pátria, Nação e Estado.
A Pátria é a
mãe. Amada e amável, gentil, generosa, pródiga em riquezas naturais. Na
célebre definição de Rui, “não é um sistema, nem uma seita, nem um
monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a
tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos
antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade”.
A Nação
somos nós, herdeiros dessa tradição, fé, consciência e idioma; herdeiros
da cultura, valores e verdades aprendidos no lar.
O Estado é
essa criatura, esse ente político, que se vai tornando abominável.
Criatura, sim, porque bem antes dele surgir na história havia a pessoa
humana, gregária, havia a comunidade, e foi nela que nasceu o Estado.
Discutam os filósofos os fatores causais e instrumentais desse
nascimento, mas sua finalidade é servir. E se alguma dúvida houver,
lembremo-nos: o Estado brasileiro tem a forma a ele conferida pela
sociedade num processo legislativo em que os constituintes agiam como
seu representante.
Se a Pátria
é a boa mãe e se nós somos seus filhos,o Estado brasileiro, então, é o
pai ou padrasto de maus costumes e mau caráter, que abusa de seu poder,
que cerceia direitos fundamentais, que não ouve os que estão sob sua
autoridade, que avança sobre seus bens. Gastador, perdulário, desonesto e
injusto, cuida prioritariamente de si mesmo e descumpre o único papel
que lhe corresponde: servir à nação.
Capturados
nesse triângulo psicológico, habituamo-nos a reverenciar o Estado e
aqueles que o encarnam, como entes ou entidades superiores. Falamos a
eles olhando para cima, numa reverência que convalida seu poder e sua
conduta. Errados, estamos! A relação foi invertida.O Estado não existe
para ser o monstro que nos sufoca. Se sua função é servir, a soberania
popular deveria fazer a sociedade ver o Estado na perspectiva segundo a
qual o Estado a vê:de cima para baixo, com o devido respeito pela
importância dos papéis que desempenha. A soberania, contudo, desculpem
informá-los, é popular.
Há que emergir desse drama quase freudiano, dessa tumultuada relação “familiar” em que nós, os brasileiros, fomos capturados.
Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto,
empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de
dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o
totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do
Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
A ameaça da covid serviu para camuflar o vazio de quem foi criado numa redoma emocional de privilégios e justificativas rasas
O paranaense Mário era o tipo de pessoa que viajava todos os fins de semana para percorrer trilhas ou passear em alguma praia. Estava sempre pronto a rechear a mochila e cair na estrada. Até que veio a pandemia de covid-19. Apavorado com o que via na TV, Mário se trancou no apartamento. Por quase um ano. Amigos e parentes traziam comida e remédios e deixavam os pacotes do lado de fora. Quando partiam, Mário colocava a máscara, abria cuidadosamente a porta, empunhando a garrafinha de álcool como uma arma. Antes de levar as encomendas para dentro do apartamento, borrifava cada embalagem, e cada produto. Quando abria as janelas, procurava não respirar muito fundo. Um ano depois de se trancar, pegou covid — a qual, por sua vez, se revelou uma gripe chata. Mas Mário ainda não teve coragem de voltar a suas trilhas.
Mário é um nome fictício que representa muitos casos reais. Afinal, além daquela bolinha vermelha cheia de farpas conhecida como Sars-CoV-2, outra pandemia se alastrou pelo Brasil e pelo mundo:
- um surto de pânico que em muitos casos se revelou tão perigoso e prejudicial quanto a própria covid.
A hashtag #ficaemcasa, a campanha de terror de boa parte da mídia, a indecente exploração política da doença, os relatos (verdadeiros ou não) que se espalhavam nas redes sociais pariram um monstro. Quem escapou da covid quase morreu de medo.
O psiquiatra Giovani Missio ficou particularmente interessado pelo fenômeno do isolamento. Observando seus pacientes, percebeu que todas as questões de ordem emocional — transtornos de estresse pós-traumático, de ansiedade generalizada, do pânico, hipocondria, transtorno obsessivo-compulsivo, depressão — pioraram muito com o isolamento forçado por prefeitos e governadores querendo “salvar vidas”.
“Se considerarmos ainda que apenas uma em cada nove pessoas com problemas de saúde emocional busca atendimento”, declarou o doutor Missio a Oeste, “poderemos concluir que existe uma quantidade enorme de pessoas sofrendo mais com as consequências do isolamento do que diretamente com a pandemia.” Situações surpreendentes começaram a surgir no seu consultório. “Me marcou o caso de um casal de idosos, sem nenhuma história prévia pessoal ou familiar de problema emocional e que passou a apresentar sintomas graves de depressão, após 90 dias de total isolamento, no início da pandemia. Houve uma dificuldade muito maior que a esperada em conseguir uma melhora com o tratamento, dado que eles mantinham o isolamento absoluto, sem contato com nenhum conhecido, vizinho ou familiar. Outra paciente, que já estava bem, com dois anos sem precisar de tratamento, voltou a apresentar um quadro de transtorno do pânico depois de oito semanas de home office e isolamento social”.
Um caso exemplar desse clima de histeria ocorreu na redação doJornal Nacional, na Rede Globo. Em 9 de julho a apresentadora Renata Vasconcellos tossiu no estúdio. Foi imediatamente mandada para casa. Era uma “forte gripe”, declarou Renata. Uma semana depois, ela ligou para o âncora e editor William Bonner avisando que estava pronta para voltar. E, na ligação, tossiu de novo.
“Não pode”, declarou Bonner a jornalistas. “O resfriado não passou totalmente. A gente tem um protocolo aqui segundo o qual, enquanto tiver sintoma do resfriado, da gripe, o que for, você não volta. Você pode passar para alguém.” A partir de agora, aparentemente, quem soltar um mísero espirro na redação do Jornal Nacional poderá ser imediatamente isolado por uma equipe de descontaminação e mandado em carro lacrado para casa.
O Brasil parece ter sido especialmente atingido por esse pânico. Um ano atrás uma equipe da Universidade Federal do Paraná participou de uma pesquisa internacional sobre o grau de medo provocado pela covid-19. Concluiu-se que 53% dos 7.430 brasileiros entrevistados revelavam “alto nível de medo”. Como comparação, o estudo mostrou que esse “alto nível de medo” tinha alcançado 22,7% dos pesquisados em Cuba e apenas 16,6% na Bielorrússia.
Algumas pessoas passaram a desenvolver um tipo de culto inconsciente à covid-19
No Brasil, a parcela etária mais afetada estava entre os 18 e os 29 anos, assustados com a possibilidade da morte prematura e de infectarem os pais. O estudo registrou que, quando pensavam em covid-19, a grande maioria dos entrevistados relatava que sentia “medo, desconforto, ansiedade e sensação de morte”. Outros, em menor número, desenvolviam reações psicossomáticas — “suor nas mãos, taquicardia e insônia”.
Ninguém pode negar que toda a experiência da covid-19 foi e é assustadora. É normal que causasse muito medo. Mas existiram outros fatores que potencializaram a pandemia de pavor e se alimentaram dele. O medo é, como sabemos, uma arma fundamental para qualquer tirania. A psicóloga Adriana de Araújo, autora de O Segredo para Vencer o Medo, garante que a sensação em si pode ser muito útil. “O medo é um sentimento natural, quando está em proporção adequada dentro de nós, e com isso consegue nos proteger”, diz Adriana. Mas, quando foge ao controle, pode nos prejudicar de duas maneiras importantes: 1) impedindo-nos de “fazer uma leitura saudável da vida e dos fatos” e 2) “privando-nos profundamente da capacidade de ação e tomada de escolhas”.
Uma parcela mais elitista da população foi além do simples medo. Algumas pessoas passaram a desenvolver um tipo de culto inconsciente à covid-19. Foram apelidadas de “coronalovers” nas redes sociais. A pandemia serviu para que projetassem alguns sonhos ocultos e revelassem suas reais condições psicológicas.
1) Imaturidade— A geração “floco de neve” está assumindo seu papel na sociedade, o de se esconder debaixo da cama e esperar a chuva passar. O sociólogo britânico Frank Furedi, autor de A Cultura do Medo, define muito bem a situação: “Vivemos numa cultura em que o medo está sempre no ar. Somos avisados a todo momento: não seja um herói. Não se permite mais que crianças saiam de casa para brincar. Toda alegria e aventura que existe em brincar fora de casa, onde as crianças começam a aprender sobre suas forças e fraquezas e interagir umas com as outras, já não é possível sem a supervisão de adultos. Que tipo de mensagem estamos passando aos jovens quando eles imaginam que qualquer pessoa acima dos 17 ou 18 anos é uma ameaça em potencial à sua vida?”. Para essa turma snow flake, a pandemia se tornou uma capa para a falta de coragem e de vontade. A ameaça da covid serviu para camuflar o vazio de quem foi criado nessa redoma emocional de privilégios e justificativas rasas. Mas a grande maioria dos jovens brasileiros teve de frequentar ônibus lotados, rezando para não perder o emprego. Para esses, o fantasma da covid ficou de um tamanho mais próximo ao real.
2) Ideologia— Coronalovers, em geral, definem-se “de esquerda”. E a esquerda, especialmente a brasileira, imagina o socialismo como um regime no qual ninguém precisa trabalhar, pois o Estado dá tudo aquilo de que a gente precisa. É a imaginária fábrica estatal de leite e mel que nunca acabam, alimentada pela magia das boas intenções. Mas o Brasil real continua capitalista. E o capitalismo só cresce e distribui riqueza na insegurança do risco e do esforço individual. Prossegue Frank Furedi: “‘Risco’ se tornou sinônimo de perigo. Em outros tempos, as pessoas se arriscavam, sorriam e comemoravam ter-se arriscado, como uma maneira de ganhar maturidade. Hoje, arriscar-se é quase sempre associado a um ato de irresponsabilidade”. A pandemia despertou essa fantasia insustentável —a de um país inteiro em casa, de pijamão, assistindo a filmes no streaming, ganhando ajuda emergencial ou salário em troca de nada, só se levantando do sofá para gritar na janela “Bolsonaro genocida” nos momentos combinados pelo Instagram. É uma fantasia frágil, parte de uma estratégia política tosca que poderá enfrentar momentos difíceis quando a pandemia estiver sob controle.
A covid-19 continua solta, é perigosa, e as medidas básicas para que seja controlada devem continuar sendo levadas a sério. É uma doença que pode matar ou deixar sequelas graves.
Mas sentir pavor paralisante de um vírus justificava-se na miséria abjeta de 1350, durante a peste negra(que também se originou na China e durou quatro anos). Agora o medo não pode ter o mesmo tamanho. Temos o que não havia na Idade Média: ambulâncias, respiradores, antibióticos, comunicação instantânea, redes de médicos e hospitais, máscaras cirúrgicas, laboratórios, anestésicos, equipamentos para avaliação clínica. Mortes por covid ocorrem, como também ocorrem em acidentes, nos crimes e nas doenças ainda sem cura. Mas não temos mais cadáveres em decomposição empilhados no meio da rua ou fome generalizada como nos tempos medievais. No conforto do século 21, esse apego exagerado ao medo não mais se justifica.
Não se trata aqui de enviar adolescentes para lutar contra a máquina nazista na 2ª Guerra.Ou de arriscar a vida combatendo um surto de ebola no coração da África. Ou de se alistar na primeira onda de colonização de Marte. Contra a covid-19, nossas lutas e vitórias serão bem mais simples: voltar a abraçar nossos amigos e parentes, comer um pastel na feira, torcer por nosso time num estádio de futebol, dançar numa festa. Para que essas coisas voltem a acontecer um dia, temos de nos vacinar contra o medo antes mesmo de vencer o vírus.
É ininterrupto o satanismo de 'vídeo game' contra o monstro do Planalto
Sem querer estragar o videogame de satanismo contra o Lúcifer do Planalto, vamos dar uma olhada nas circunstâncias reais. Até porque Bolsonaro vai passar, como passaram Lula, FHC e outros(e se ficam por aí como almas penadas fazendo lobby pendurados em mordomias de ex-presidentes é outra conversa). É até compreensível que você precise de um Lúcifer cenográfico para vender a sua fantasia de resistência e dar substância ao seu placebo moral. Mas, sem querer cortar a onda, vamos falar um pouco da realidade que teima em subsistir por trás da sua exuberante cenografia de revolução infantojuvenil.
Um presidente não é nada. No máximo é um símbolo. O que interessa para os que não têm tempo para indignação de videogamesão as ações de um presidente. Portanto, o seu governo. Não é fácil analisar um governo — nem mesmo os próprios presidentes são capazes de fazê-lo com a devida abrangência. Mas há os sinais principais de uma gestão, e aí se pode ter, desde que não se troque honestidade por panfletagem, uma boa pista sobre o que representa um presidente para o país.
Muitos achavam o candidato Bolsonaro um político caricato, aparentemente representando um segmento restrito e gerador de polêmicas. Normal. A maioria da população viu nele outra coisa — uma boa possibilidade de representação — e o elegeu presidente. Ponto. Ou melhor, vírgula. Era preciso então ver que tipo de representação seria essa. Olhar para o novo governo com honestidade. É o que muita gente continua se recusando a fazer, preferindo estacionar na caricatura pregressa do presidente. Vamos dar uma olhada na gestão do governo federal 2019-2020, falando baixo para não atrapalhar o fetiche sadomasô.
Problemas não faltam. No momento em que o Supremo Tribunal Federal age ostensivamente de forma política, sempre forçando o ambiente na direção das pautas demagógicas do petismo e congêneres(a maioria da Corte foi indicada por Lula e Dilma), Bolsonaro indica um ministro aparentemente afinado com essas diretrizes. É cedo para uma avaliação consistente, mas não é cedo para desconfiar de que foi uma má escolha.
O mesmo acontece em relação ao procurador-geral da República — aí ressalvando-se que o presidente tinha opções limitadas. Ainda assim, o procurador-geral por ele indicado investiu tão rápida e acintosamente contra a Operação Lava Jato, ao menos no discurso e nas ações iniciais, que se tornou absolutamente legítimo esperar más consequências dessa escolha.
Os líderes do governo no Congresso também foram escolhas duvidosas. Um quer porque quer parar tudo no meio do caos pandêmico para fazer uma Constituição nova.
Outra saiu e aderiu ao satanismo de videogame contra o monstro do Planalto.
Mas nada é significativo nessa avaliação sem olhar para resultados. E o principal resultado na relação do governo com o Congresso é a aprovação em menos de um ano da reforma da Previdência — aquela que dez entre dez especialistas sérios diziam ser o passo essencial para o país reabrir seu futuro. E que uma vez aprovada passou a ser considerada por nove entre dez especialistas mais ou menos sérios como uma coisa trivial, caída do céu.
A reforma da Previdência não caiu do céu. Foi formulada e proposta pela equipe comandada pelo ministro Paulo Guedes (que também não caiu do céu), depois de ampla campanha de esclarecimento no Brasil e no exterior — ação geradora do apoio político fundamental para o prosseguimento de um projeto complexo e dependente de sacrifícios. Aí a reforma passou a ser negociada ponto a ponto com o Parlamento — o que realmente é de estranhar, em se tratando de um governo fascista diabólico. A resistência de videogame ouviu falar de democracia, mas não ligou o nome à pessoa.
A relação com a maior parte da imprensa é péssima e o presidente faz questão de ser hostil a vários dos veículos de comunicação tradicionais. Também é fato que os referidos veículos enviesaram seu noticiário para descredenciar o presidente, chegando a insistir em teses bizarras como a da eleição fraudada por manipulação de WhatsApp. Ainda assim a liberdade de imprensa esteve em plena vigência nesses dois primeiros anos e o governo não exerceu nem incitou a embargos ou censuras. Sempre que apareceu de algum gueto referência a cerceamento de instituições — em alusões a medidas autoritárias como o famigerado AI-5 — o presidente desautorizou imediatamente, sem nenhuma brecha para interpretações indiretas. “Quem fala em AI-5 está sonhando”, disse Bolsonaro.
O governo teve o seu poder de comandar o enfrentamento da pandemia cassado pelo STF — que decidiu ser dos Estados da federação a autoridade pela política de segurança sanitária. Houve todo tipo de abuso, como o desvio de verbas emergenciais — o chamado Covidão, que acarretou o afastamento do governador do Rio de Janeiro e a prisão da secretária de Saúde do Amazonas. Claro que quando o colapso se consumou em Manaus a resistência cenográfica acordou para o problema e correu para o seuvideogame satânico contra o culpado por todos os males da nação.
Já o cronograma do programa de vacinação conduzido pelo Ministério da Saúde é bastante questionável, considerando que as vacinas disponíveis se encontram em fase experimental, sem ter por exemplo estudos suficientes com idosos(ver Anvisa) — justamente os mais vulneráveis e que justificariam uma campanha de imunização emergencial. O governo cedeu às pressões políticas em favor de vacinas incipientes.
Foram dois anos sem escândalos de corrupção envolvendo o governo federal. Como termo de comparação, só no primeiro ano de Dilma Rousseff foram seis — acarretando a queda do número equivalente de ministros. A grande imprensa fez um bom trabalho denunciando as negociatas, mas não transformou Dilma em alvo permanente. Um dos principais escândalos de 2011 envolveu o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), atualmente recebendo um choque de gestão e transparência comandado pelo ministro Tarcísio Gomes de Freitas — uma das várias escolhas técnicas de Bolsonaro para o primeiro escalão.
Há incertezas sobre o programa de desestatizações — e o andamento da pauta de privatização da Eletrobras vai mostrar se o governo está firme nessa agenda (depois de mais de R$ 150 bilhões em ativos desestatizados) ou se está sendo travado pela máquina, o que seria uma derrota importante. É continuar observando o melhor possível, para apontar os erros e os acertos.
Não é um vídeo game. E, se você estiver em busca de estética, vá ver uma série e pare de sofrer.