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quarta-feira, 27 de abril de 2016

Dilma admite que afastamento é inevitável, diz jornal

Nos bastidores do Palácio do Planalto, a presidente já trabalha com a possibilidade de ser afastada do governo e pretende desarrumar a casa para a chegada de Temer
A presidente Dilma Rousseff admitiu a aliados que seu afastamento temporário da presidência por 180 dias, o que depende da aprovação da admissibilidade processo de impeachment na Comissão Especial do Senado, tornou-se inevitável. Segundo apuração do jornal Folha de S.Paulo, a presidente decidiu traçar uma agenda para “defender seu mandato” e impedir que o vice Michel Temer “se aproprie” de projetos e medidas de seu governo.

A estratégia, que conta com o aval do ex-presidente Lula, tem o objetivo de manter a mobilização da base social do PT e reproduzir o discurso de que Dilma e “vítima de um golpe”.

A presidente pediu à sua equipe para “apressar” tudo que estiver “pronto ou perto de ficar pronto” para ser anunciado antes da comissão aprovar a admissibilidade do seu processo de impeachment, em votação prevista para o dia 6 de maio.

Segundo a Folha, Dilma não quer deixar para Temer ações e medidas elaboradas durante seu governo. Estão inclusas, por exemplo, licitações dos aeroportos de Salvador, Porto Alegre, Fortaleza e Florianópolis, concessões de portos e medidas tributárias como mudanças no Supersimples.

A ordem do Planalto é “limpar as gavetas” e deixar um governo “desorganizado” para Temer. Neste ritmo, Dilma ainda vai tentar instalar o Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI), anunciar a prorrogação da permanência de médicos estrangeiros no programa Mais Médicos, participar da Conferência Conjunta dos Direitos Humanos e entregar novas unidades do Minha Casa, Minha Vida no Pará.

Apesar de Dilma e Lula reconhecerem que o governo não tem forças para impedir a admissibilidade do processo no Senado, ambos acreditam que ela será inocentada ao fim do julgamento, no Plenário da Casa. Parlamentares do PT e o próprio ex-presidente Lula, porém, avaliam que após o afastamento de Dilma, o quadro vai ficar “muito difícil” e, mesmo que ganhe no julgamento, ficará sem condições de governabilidade.

Por outro lado, os 180 dias de Temer no poder terão forte presença de movimentos sociais nas ruas, greves e parlamentares petistas freando as ações do peemedebista.

Fonte: Folha de São Paulo

PT, já derrotado, se prepara para sabotagem em 2018

Dando a derrota como certa, PT se prepara para a sabotagem e para 2018

Lula, Dilma e os companheiros sabem que nada mais pode ser feito. Ações desesperadas já miram a próxima disputa

Dilma, Lula, o PT e a turma toda sabem que nada mais pode ser feito para salvar o mandato. Em meados do mês que vem, a presidente será afastada do cargo para não voltar. Ela sai, um novo governo se instala, e a política passa a ter um novo centro gravitacional. Dilma será, como ela mesma diz, carta fora do baralho.

Os companheiros, agora, cuidam de reunir os escombros do PT para “continuar na luta”. Para tanto, vale tudo, inclusive voltar à clandestinidade, mas desta vez no palácio presidencial. Foi o que fez Dilma na segunda à noite: fora da agenda oficial, recebeu no Planalto, além de Lula, os chefões da CUT, MST e MTST respectivamente, Vagner Freitas, João Pedro Stedile e Guilherme Boulos —, entre outros. [a segurança do bando de marginais petralhas e assimilados ficou a cargo de vinte cuspidores de elite - elite mesmo, capazes de acertar com uma cuspida uma caixa de fósforos a cinco metros de distância. Nada de inúteis tipo o ex-BBB e o Zé de Abreu.].]

E o que os capas-pretas ou capas-vermelhas foram fazer, de modo sorrateiro, na sede do governo federal? Várias coisas. Pediram, por exemplo, que Dilma preencha os cargos vagos no ministério, dada a fuga da base aliada, com quadros dos ditos “movimentos sociais”. A mulher vai ficar lá só mais uns 15 dias, mas eles não resistem a uma boquinha, nem que seja de duas semanas. Também cobraram que ela retire projetos que consideram contrários aos tais interesses populares. Então tá.

De tal sorte a batalha está perdida que Dilma está pensando em comparecer, no dia 1º de Maio, a um ato promovido por esses grupos contra o golpe — aquele que não existe. Vocês entenderam direito: aquela que ainda responde pela Presidência cogita ir a uma manifestação que tem como alvos, na prática, o Congresso, o STF e o vice-presidente da República. Se não comparecer, a presidente prometeu fazer um gesto que demonstre a sua adesão ao protesto. É um despropósito.

Em outras frentes, José Eduardo Cardozo, o advogado-geral da União, na sua luta incansável para se mostrar a cada dia mais patético, protocolou uma petição na Câmara pedindo a anulação da sessão da que autorizou o Senado a abrir processo contra Dilma. Ele sabe que não vai acontecer. Também foi ao encontro de senadores para ver se consegue evitar que, por maioria simples, o processo tenha continuidade, o que obrigará Dilma a se afastar.

Nesta terça, o MST, o mesmo que Dilma paparicou na segunda, organizou protestos em sete Estados contra o impeachment e invadiu uma fazenda no Rio Grande do Sul. Lula, não se sabe com que autoridade, reuniu-se com Renan Calheiros, o presidente do Senado, para discutir a possibilidade de antecipar eleições, o que é inconstitucional.

Aí você tem o direito de perguntar: “Por que tanto esforço, meu Deus? Isso vai dar em alguma coisa? A resposta: em nada. Dilma vai ser afastada por pelo menos 180 dias e será julgada pelo Senado. Então qual a razão de tanta gritaria, inclusive da própria presidente, que disse na Bahia, nesta terça, que estão tentando sentar na sua cadeira?

É simples! O PT se prepara para dar início à campanha presidencial de 2018. Vai se manter em mobilização permanente até lá. Todo mundo sabe que não é preciso reunir muita gente para gerar transtornos. Com Dilma fora do Palácio, o PT se sentirá à vontade para pôr a sua tropa na rua, inclusive contra a herança maldita deixada pela petista: desemprego, recessão e serviços públicos em colapso, como é o caso da Saúde.

É claro que há sempre a possibilidade de uma nova revelação da Lava Jato transformar supostos líderes da resistência em presidiários. Mas, enquanto isso não acontece, o PT já começa a juntar os cacos para construir uma nova pauta de reivindicação e de suposta libertação dos… oprimidos. Ainda não está claro que papel desempenharão nessa fase os companheiros empreiteiros.  As ações do petismo e das esquerdas evidenciam que já dão a derrota como certa. Agora se trata de reunir os fiéis para dar início a uma nova saga. Acho que, desta feita, no entanto, vão quebrar a cara.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

 

Bahia em perigo - Versão piorada

Dilma quer ser presidente de outra república

A Bahia me deu, a Bahia me deu os votos para me eleger presidenta da República. Foram 54 milhões de votos em todo o Brasil. Mas a Bahia me deu, desses milhões de votos, seguramente uma parte muito grande deles. Então, eu tenho esse carinho, esse agradecimento pela Bahia. Além disso, a Bahia me deu também, naquele domingo, dia 17, através da sua bancada, o maior número de votos por estado da Federação. Então, agradeço também aos 24 deputados federais que tiveram a coragem e a dignidade de votar contra o golpe”.

Dilma Rousseff, nesta terça-feira, em outra discurseira do programa Minha Casa, Minha Vida, espalhando a suspeita de que, depois de despejada do Planalto, planeja candidatar-se a presidente da República da Bahia.

 Stédile compara Dilma à viúva de tango
“Michel Temer é o nosso Mauricio Macri”.
João Pedro Stédile, líder do MST e comandante do exército que por enquanto só mobilizou o pelotão dos lançadores de cuspe, em entrevista ao The Real News, admitindo que, como está ocorrendo na Argentina, o Brasil vai começar a sair do buraco depois do despejo da versão piorada de Cristina Kirchner.

 

STF pode dar golpe fatal em Tesouro e sistema financeiro

Se a Corte aceitar a reclamação de estados contra a incidência de juros compostos nas suas dívidas — prática universal — tornará ainda mais séria a já grave crise fiscal

Todo o desenrolar da política fiscal nos últimos tempos em boa parte da Federação, mais as pressões por uma nova renegociação de dívidas de estados e grandes municípios com o Tesouro, e a evolução desse imbróglio até aqui têm sido desastrosos.

E pode piorar, a depender da decisão que o Supremo Tribunal Federal (STF) deverá tomar hoje sobre liminares concedidas a estados, inicialmente o de Santa Catarina, que impedem, nesta repactuação, o uso de juros compostos, uma prática financeira universal. Caso vença a tese de que a União só pode aplicar juros simples nas dívidas públicas de demais entes federativos, surgirá, num Tesouro já muito abalado, um rombo adicional de R$ 300 bilhões, estima o governo. Mesmo menor, já será trágico. Significa aprofundar a crise fiscal de forma talvez irreversível, rumo a uma situação de ruptura.

Também o sistema financeiro ficará abalado, porque em todos os seus segmentos — créditos, dívidas, investimentos —, e como em qualquer lugar do mundo, usam-se os juros compostos. Haverá, por óbvio, devedores recorrendo à Justiça. É uma longa sucessão de equívocos, desde o desregramento fiscal na Federação a uma renegociação de dívidas mal encaminhada pelo governo Dilma, de que se aproveitam estados para fazer esta contestação no STF, como se não soubessem do risco que existe para todos decorrente de uma eventual vitória do veto aos juros compostos, na sessão plenária da Corte.

A crise fiscal tem responsáveis conhecidos: Lula e Dilma, além de governadores que aproveitaram a frouxidão fiscal para também explodir os gastos. No domingo, O GLOBO mostrou o ponto a que chegou a festa da gastança em estados: entre 2009 e 2015, descontando-se a inflação, portanto em termos reais, o Rio de Janeiro aumentou a folha de salários do funcionalismo em 69,6%, apenas um pouco à frente de Santa Catarina (64,8%); Tocantins elevou a sua em 55,9% etc. Este é apenas um indicador da má gestão fiscal de estados.

Instaurada a recessão, devido à própria política fiscal sem medidas, veio a queda da arrecadação tributária, e se tornou impossível para estados e municípios pagar contas que, por lei, não se pode cortar salários, previdência e benefícios.


A primeira grande rodada de renegociação de dívidas foi fechada em 1997, ainda no primeiro governo FH. Ali acertaram-se contrapartidas, juros e tudo o mais. Com o tempo, passou a haver algum consenso de que os juros precisariam ser revistos — pois haviam sido estabelecidos em outro momento da economia —, para que a dívida remanescente não ficasse impagável.

Sem força política, tampouco convicção da importância do equilíbrio fiscal, o governo aceitou que as novas taxas — IPCA mais 4% ou Selic, o que for mais baixo retroajam, num ataque ao espírito da Lei de Responsabilidade Fiscal.  O julgamento no STF sobre os juros é muito importante. Mas apenas parte de uma história nada edificante. Sobre como não fazer.

Fonte: Editorial - O Globo
 

Eduardo Paes e sua realidade própria

O prefeito do Rio vive num mundo que é só dele ou acha que os outros devem acreditar na sua marquetagem

A“ciclovia mais bonita do mundo” foi inaugurada em janeiro por um prefeito seguro de si, capaz de dizer que “todo governante tem inveja de mim. Parte da estrutura desabou na semana passada, duas pessoas morreram, e quando Eduardo Paes reuniu a imprensa para tratar do desastre disse o seguinte: “É óbvio que se essa ciclovia tivesse sido feita de forma perfeita, nós não teríamos essa tragédia, nem esse absurdo. Obviamente você tem problemas aí”.

É óbvio que se Kennedy não tivesse ido a Dallas, não teria morrido.  A manipulação do óbvio ululante é uma arma de dois gumes. No caso da tragédia da ciclovia, há outras obviedades, todas chocantes. É óbvio que se funcionários da prefeitura de Paes tivessem colocado cones de trânsito nos acessos à ciclovia, interditando-a, ninguém teria morrido. Defeitos estruturais são coisa para especialistas, mas ressaca é um fenômeno visível a olho nu. Guarda-vidas interditam trechos de praias. A Ponte Rio-Niterói fecha quando os ventos colocam em risco o trânsito. 
 
Quem se revelou incapaz de perceber o óbvio não foi a audiência de Paes, mas sua prefeitura. Diante do óbvio, seu herdeiro presuntivo, o secretário Pedro Paulo Teixeira, espancou a lógica e disse o seguinte:  “A ressaca não é um fenômeno novo, mas a incidência, naquele ponto, não há duvida de que foi um evento novo”. Ganha uma viagem a Saturno quem souber o que ele quis dizer. Talvez ache que nos eventos velhos a ressaca não atingia aquele ponto do litoral. 

Deixem-se de lado detalhes da empreitada da ciclovia entregue à família de outro secretário de Paes, com seus custos e aditivos. Pedro Paulo tornou-se nacionalmente conhecido por ter batido na mulher. É óbvio que era um assunto privado, apesar de ela ter dado queixa à polícia, uma instituição pública. Não foi o primeiro astro da equipe de Paes a encrencar-se. O secretário da Ordem Pública, Rodrigo Bethlem, disse à ex-mulher que coletava R$ 100 mil mensais em propina. Ela gravou. O ex-“xerife do Rio” saiu de cena e tempos depois Paes disse que “se cruzar com ele, dou uma bordoada”.

Ainda não cruzou, mas em 2013, acolitado por guarda-costas, meteu-se numa briga de restaurante com um mal-educado que o insultara. Talvez seja por isso que as pessoas que lidavam com seu nome numa planilha da empreiteira Odebrecht apelidaram-no “nervosinho”.
Há um Eduardo Paes moderno e outro, arcaico. Juntos, formam um personagem com toques perigosamente trumpescos. O moderno resolveu multar os cariocas que jogam lixo no chão. O arcaico foi a um evento em Sepetiba, comeu uma fruta e atirou longe a sobra. Flagrado num vídeo, disse que jogou o lixo para um assessor, que estaria metros adiante. Acreditasse quem quisesse.

Recentemente, teve um piti num hospital público quando foi buscar atendimento para um filho. Teria dito o seguinte a uma médica: “A senhora está demitida. Não quero mais ouvir sua voz. Aqui não estou falando como cidadão, mas como seu patrão. Não quero mais que você trabalhe para mim”. Ele realmente acha que é patrão dos servidores e não empregado dos eleitores.

É óbvio que, em tese, Paes sabe se comportar. O problema é que às vezes, sob pressão, acha que pode se comportar como quiser. Ele diria que isso “é coisa de pobre”.


Fonte: Estado de São Paulo - Elio Gaspari, jornalista

terça-feira, 26 de abril de 2016

Eles perderam em 35, em 64 e agora perderão de novo

Árbitro pode ser denunciado por apoio a Bolsonaro em postagem e desabafa
O árbitro Marcelo de Lima Henrique corre o risco de ser denunciado no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por conta de uma postagem no Facebook em que elogia o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e reforça o 'não apoio a boiolices'.
 Marcelo de Lima Henrique criticou os incentivadores de 'boiolices'
O post de Marcelo de Lima Henrique aconteceu após a votação da Câmara para abertura (ou não) do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, realizada no dia 17 de abril.

Durante a votação, Bolsonaro resolveu homenagear o coronel Carlos Brilhante Ustra, conhecido [acusado com base em denúncias não provadas e os acusadores são sempre os porcos da esquerda.]  torturador na época da ditadura militar. Tal gesto irritou o deputado ex-BBB do PSOL-RJ, que minutos depois deu uma cusparada em Bolsonaro.

E foi exatamente sobre este episódio que Marcelo de Lima Henrique escreveu nas redes sociais, o que pode prejudicá-lo caso venha a ser condenado.  "Votei e votarei no Jair Bolsonaro para qualquer cargo. PSOL, PT, PC do B nunca terão meu voto. Prefiro votar em louco do que em ladrão, incentivador de boiolices (homossexualidade é uma coisa e eu respeito as pessoas. Boiolice é outra parada para ficar claro estou editando este post), maconheiro e inimigos da família. Cada um com seu cada um. Não sou politicamente correto, não apoio boiolices (homossexualismo é outra coisa e eu respeito), viciados, pederastas feministas e machistas...", postou o juiz.

Diante das palavras do árbitro, o presidente da comissão de arbitragem do STJD, Sergio Corrêa da Silva, encaminhou ao STJD cópias da postagem feita por Marcelo de Lima Henrique.

Entrevistado pelo UOL Esporte, o árbitro disse não ter se arrependido sobre a postagem, voltou a deixar claro seu apoio a Bolsonaro e sua revolta contra a 'boiolice' e ainda comentou sobre a conversa com Sérgio Corrêa e a possibilidade de ser punido pelo STJD.

 UOL Esporte: Sobre o que publicou, se arrependeu?

Marcelo de Lima Henrique: Eu sou um cara que tenho opiniões, eu vivo, sou um cidadão e tenho opiniões, posições políticas, não gosto de ficar em cima do muro. Como eu falei: 'para de boiolice', nada contra homossexual porque eu não sou maluco, eu não tenho nada contra, muito pelo contrário. A gente vive hoje num mundo todo diversificado. Mas na votação me indignou uma pessoa cuspir no rosto da outra, é uma coisa indignante, uma coisa repugnante e isso foi como se fosse uma cusparada na minha cara. Eu tenho as minhas opiniões pessoais, concordo que sou uma pessoa pública até, nem era pra ser tanto porque eu estou ali para servir o futebol como a imprensa serve, como o gandula serve o futebol... Fiz a postagem para mim, normal, não me sinto desconfortável e não tenho que pedir desculpas para ninguém não, não vejo nenhum erro, não tem nenhuma conotação homofóbica  contra homossexuais, está muito bem explicado ali e depois no final eu até evitei a publicação e coloquei entre parênteses, boiolice é uma coisa, homossexual é outra coisa, nada a ver. 

Hoje você tem que ser politicamente correto, se você não falar o que todo mundo quer ouvir você passa a ser errado, você tem que aceitar tudo e tem coisas que eu não aceito. Cada um tem a sua opinião, se eu falasse que era a favor do PT viria uma enxurrada de pessoas me criticando também, como eu critico todo mundo que não tem posição política. Então, eu encaro de maneira natural, conversei com o Sergio Correa sim, ele falou que foi encaminhado para o STJD para analisar... Mas eu tenho certeza que eu não feri ética nenhuma, apenas coloquei as minhas posições e vou ter até o final da minha vida. O problema é que a pessoa escuta o que ela quer, ela entende o que ela quer. Não tem preconceito nenhum ali, tem a minha opinião com um ato que aconteceu e que eu repugno dentro de campo, isso é cartão vermelho, é conduta violenta, é um ato repugnante. 

Uma pessoa cuspir na outra é uma coisa podre, isso está passando dos limites, é pior que um soco na cara, e aí você não pode expressar a sua opinião, tem que ficar quieto que se você for a favor de um ou de outro... Mas eu tenho as minhas opiniões políticas independente se eu sou árbitro ou militar, eu tenho as minhas opiniões pessoais, e o que eu coloquei lá eu sou tudo contra o que é radical, está bem claro ali, machistas, feministas, pederastas, está tudo bem claro. Se eu fosse uma pessoa de preconceito contra machistas, contra feministas... Agora, se todo mundo for radical a esse ponto e não puder falar mais nada aí então acaba o mundo, fecha a porta e vamos embora, vamos só aceitar o que está se impondo aí e vamos ver como fica daqui a 30 anos.

UOL Esporte: O que o Sergio Correa falou pra você?
Marcelo: Ele só falou: 'Marcelo, eu recebi este e-mail de um jornalista que assina a matéria do globo.com e eu repassei para ser avaliado pelo STJD, para ver se cabe uma denúncia ou não'. Eu falei: 'Tranquilo, sem problemas'. A comissão recebe denúncias todos os dias, então este jornalista por algum motivo dever ter se ofendido ele está no seu direito também, ele é um cidadão, mas eu tenho certeza que não vai passar disso, seria um total absurdo a gente não poder dar a opinião de qualquer assunto. Em nenhum momento o Sergio Correa deu opinião, ele só me passou de uma maneira formal, sem crítica, não teve juízo de valor. Para mim ele não falou nada, só me comunicou o fato.

UOL Esporte: Você teme alguma represália, ficar fora de escala, por exemplo?
Marcelo: A comissão nacional trabalha com critérios técnicos bem definidos, é uma comissão bem democrática e eu não estou aqui para causar problemas para a entidade, não. Eu faço o meu trabalho honesto e transparente. Agora isso não cabe a mim te dizer, não, pelo o que eu conheço das pessoas que dirigem a comissão ali, pela postura deles, isso aí não afeta em nada a vida do árbitro, a vida do árbitro é dentro de campo e tomando alguns cuidados éticos fora de campo. Eu não vejo ter ferido a ética em nada aí... Agora, se o cidadão comum não puder opinar em nada, então eu vou ter que rasgar o meu título de eleitor, não posso mais opinar.

UOL Esporte: Votei e votarei no Bolsonaro, é isso mesmo?
Marcelo: Sim, votei e votarei e farei campanha de graça pra ele, eu acho que a nossa família está em corrosão. Ele tem a maneira dele e a filosofia, porém nós temos que ir atrás de defensores da família, não da família caretona, não, mas da família que queira o bem que agrega, que leva os filhos na escola pra estudar, que quer combater a violência. Hoje em dia a gente vê muita gente passando a mão na cabeça pra arrumar voto. Ah, o Bolsonaro vai resolver? Não sei, mas é uma tentativa, eu não posso ficar com milhares de pessoas que apoiam essas coisas que a gente está vendo aí, eu vou atrás de uma pessoa que se identifica comigo até pelo meu perfil militar, tem o meu perfil, é filho de nordestino, então a gente quer que a coisa sempre ande de maneira correta. É defensor da família brasileira. Não é o salvador da pátria, não, mas é uma perspectiva minha. Votei e pretendo votar nas próximas, sim.

 
 

Freio de arrumação



Vai aumentar a instabilidade no Congresso. Brasília e Curitiba programam novas ações, cujo desfecho deve ocorrer depois da decisão do Senado sobre Dilma
Vai aumentar, e muito, o clima de instabilidade no Congresso. É o que preveem autoridades encarregadas dos inquéritos sobre corrupção na Petrobras e outras empresas estatais. 

Baseiam-se no conteúdo de novas delações e de farta documentação coletada no país e, também, recebida como resposta a 87 pedidos de cooperação enviados a 28 países.  Como o tempo do sistema de justiça raramente coincide com o calendário da política, mais provável é que o desfecho das ações em planejamento em Brasília e Curitiba ocorra no fim de maio, depois da decisão do Senado sobre o destino de Dilma Rousseff. 

Sobram motivos para alguns aliados do atual e do eventual futuro governo adormecerem preocupados com quem vai bater à porta na manhã seguinte. Em dúvida, consulte-se Rodrigo Janot, procurador-geral da República. 

Sexta-feira passada, em Boston, ele disse a pesquisadores das universidades de Harvard e MIT: “O mensalão foi brincadeira comparado à Lava-Jato. O olhar retroativo sobre os fatos de 2010 a 2012 revela essa origem criminosa. Estou convencido, com os fatos de hoje, de que é uma operação conjugada. O mensalão é parte do iceberg que depois veio a ser descoberto. Nem todo. Acho que esse iceberg ainda tem partes a serem descobertas. Hoje, temos certeza.”

A procuradoria deve encerrar abril conduzindo 49 inquéritos contra políticos no Supremo Tribunal Federal, onde não cabem recursos. O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é o campeão em suspeitas de formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro, entre outros crimes. Já foi denunciado duas vezes. O Supremo decidiu processá-lo num caso e, agora, vai resolver sobre o seu afastamento da presidência da Câmara. Será personagem em mais duas denúncias previstas para os próximos dias. 

O ambiente vai piorar, e muito, antes de começar a melhorar. Uma boa definição para esse desastre político foi dada pelo poeta sergipano Carlos Ayres Britto, ex-presidente do Supremo. Ele recorreu à expressão típica do sertão para freadas bruscas como forma de organizar a carga nos paus de arara: “O momento é de freio de arrumação nas ideias, nos valores e nos métodos da sociedade brasileira. E quando esse freio de arrumação é dado, historicamente, quem não estiver com o cinto de segurança da decência, da transparência pública, do dever cumprido, vai se machucar seriamente.”

São eloquentes as 93 sentenças do juiz Sérgio Moro, de Curitiba. As condenações já somam 999 anos. Dos réus, 65 fizeram acordos. Desses, 51 (78% do total) estavam em liberdade. Outros 14 preferiram delatar e voltar para casa usando tornozeleira eletrônica. É o caso de Fernando “Baiano” Soares, coletor de propinas do PMDB de Eduardo Cunha, que deve depor hoje na Comissão de Ética da Câmara.  O respaldo dos tribunais superiores a 96% dos procedimentos processuais tem ajudado o bom humor dos procuradores. Depois das inúmeras menções a Deus na votação do impeachment na Câmara, alguém teria procurado o chefe da procuradoria: 

— O senhor vai ter de investigar Deus. É impossível que uma pessoa mencionada tantas vezes não mereça ser investigada.
— Eu respondi — conta Janot. — Olha, não provoque. Vai que Ele resolva fazer uma colaboração premiada. Esse Cara sabe tudo... 

Fonte: José Casado – O Globo