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terça-feira, 28 de novembro de 2017

Demografia aumenta pressão sobre Previdência



A informação do IBGE de que o peso do grupo de idosos na população cresce de forma acelerada, enquanto cai o de crianças, pressiona pela reforma

Neste relançamento do debate sobre a reforma da Previdência, com a inevitável decisão do governo de retomar o tema no Congresso, dado o agravamento crescente da situação das contas públicas, tem ganhado destaque o aspecto das injustiças sociais que o sistema de seguridade carrega. Principalmente na comparação entre as regras para a aposentadoria do assalariado da iniciativa privada e as benevolências para com o servidor público.

Os números que demonstram esta disparidade são irrefutáveis: enquanto a aposentadoria média paga pelo INSS é de R$ 1.240,00, na esfera do serviço público federal, por exemplo, são pagos benefícios, também médios, de R$ 7.583; no Ministério Público, R$ 18.053; R$ 26.302, no âmbito do Judiciário, e R$ 28.547, aos servidores do Legislativo. É um mundo à parte do Brasil real.

Mas não são apenas as questões das injustiças sociais e do crescimento sem controle das despesas previdenciárias, e seu reflexo pernicioso nas contas públicas, que requerem a reforma do sistema como um todo — do INSS, do empregado no setor privado, mas também do funcionalismo.

Exerce grande pressão sobre a Previdência o processo de envelhecimento da população, como acontece em todo o mundo: à medida que aumenta a parcela dos idosos e reduz-se, proporcionalmente, a de jovens, um processo universal, liga-se o mecanismo de insolvência dos sistemas. Pelo simples fato de que se elevam as despesas enquanto inibe-se a fonte de financiamento representada pela entrada de jovens no mercado de trabalho. E como, felizmente, os avanços na medicina prolongam cada vez mais a vida, os fundos de seguridade precisam se precaver, com alterações de regras. É inescapável.

Estatísticas do IBGE divulgadas na sexta-feira são mais um alerta para a necessidade urgente da reforma: de 2012 a 2016, a população de idosos, de 60 anos e mais, aumentou em 16%. Já a de crianças — até 13 anos —, encolheu 6,7%. Não se pode ter mais dúvida da mudança do perfil demográfico do país, motivação irrefutável de reformas previdenciárias.

Demógrafos projetam, por exemplo, que, em 2050, o grupo na população com 60 anos de idade e acima disso representará 33% da população, ou o dobro de 2016. Este envelhecimento demográfico e a pressão sobre a Previdência eram previstos pelos especialistas na década de 80. O problema é que o tempo passou, nem tudo que era necessário foi feito, e agora este processo se acelera, conforme detecta o IBGE.

E ainda existe no Congresso quem não considere ser urgente a reforma que estabelece idades mínimas para a aposentadoria de homens e mulheres — 65 e 62 anos. Não se deve ter dúvidas de que quanto mais se retardar o que já deveria ter sido feito, mais duras terão de ser as medidas. Ou reformas precisarão ser feitas de forma frequente, o que nem sempre é possível devido à política. Vai-se pagar um preço em turbulências na economia e consequentes inflação e desemprego.

Editorial - O Globo







Encarcerado há quase três meses, Joesley Batista - o açougueiro herói de Janot - aprendeu p valor do silêncio.

Joesley ficará em silêncio diante de questionamentos da CPMI, confirma advogado

O empresário Joesley Batista ficará em silêncio em oitiva da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, em andamento nesta terça-feira, 28. O anúncio foi confirmado pelo seu defensor, o advogado Ticiano Figueiredo, assim que o presidente da CPMI, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), passou a palavra ao proprietário da JBS.

A orientação é de que ele invoque a garantia constitucional do silêncio”, resumiu o defensor ao falar pelo empresário. Figueiredo esclareceu também que, assim que o Supremo Tribunal Federal (STF) rever a suspensão do acordo de delação premiada firmado entre Joesley e a Procuradoria-Geral da República (PGR), o empresário voltará a colaborar. 

O anúncio da defesa frustrou as expectativas da CPMI, que esperava ao menos uma fala inicial de Joesley. Isso porque o irmão de Joesley, o empresário Wesley Batista, chegou a fazer ao menos uma explanação prévia, antes de se calar, quando esteve presente na comissão.

A defesa do empresário tentou, na semana passada, sem sucesso, cancelar o depoimento de Joesley. No pedido, os advogados já haviam indicado que o dono da empresa de frigoríficos usaria o direito ao silêncio e, portanto, não responderia aos questionamentos feitos pelos parlamentares.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

 


 


Justiça mantém bloqueio de R$ 16 milhões de Lula [para ser completa e justa e garantir a segurança da sociedade, tem que encarcerá-lo, ainda que via prisão preventiva.]

A Oitava Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), com sede em Porto Alegre, rejeitou um recurso da defesa de Luiz Inácio Lula da Silva para que fosse revertida a decisão do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba que, em julho, determinou um bloqueio de R$ 16 milhões em bens do ex-presidente. 

O relator do caso no TRF4, desembargador João Pedro Gebran Neto, já havia rejeitado anteriormente o pedido de levantamento do bloqueio, por entender que a via escolhida para o recurso, um mandado de segurança, não era adequada.  Logo em seguida, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, entrou com um agravo para que a questão fosse julgada pela Oitava Turma do TRF4, o que ocorreu nesta terça-feira.

O desbloqueio dos bens foi negado por unanimidade pelos três desembargadores que compõem o colegiado: além de Gebran Neto, Victor Luiz dos Santos Laus e o presidente, Leandro Paulsen. Eles entenderam que a defesa de Lula tentou pular instâncias e deveria primeiramente solicitar a liberação dos bens ao próprio Moro.  Em julho, ao determinar o bloqueio, Moro entendeu que a medida seria necessária para reparação de danos à Petrobras em razão da condenação do ex-presidente a nove anos e meio de prisão no caso do apartamento tríplex no Guarujá (SP).

Entre os recursos, além de imóveis e carros, constam R$ 606,7 mil em contas bancárias e mais de R$ 9 milhões em planos de previdência.  No pedido feito ao TRF4, o advogado de Lula, Cristiano Zanin, disse que o bloqueio é ilegal e que a suspensão deve ser anulada para garantir a subsistência do ex-presidente. “O próprio juiz [Moro], ao julgar embargos de declaração opostos contra a sentença pela defesa de Lula, reconheceu que nenhum valor proveniente de contratos da Petrobras foram dirigidos ao ex-presidente”, escreveu o defensor. [o salafrário do Lula recebe pensão de ex-presidente; 
se milhões de brasileiros - que não são analfabetos como Lula é, nem  são criminosos condenados pela Justiça, Lula é um condenado - sobrevivem com menor de mil reais/mês, a subsistência do sentenciado Lula não corre risco.]

Agência Brasil 
 

Ideologia de gênero: o ponto-chave da questão

Não adianta argumentar contra a ideologia de gênero na base do “homem nasce homem, mulher nasce mulher”. Na prática, essa premissa está embutida em todo o discurso LGBT e nada pode contra ele. Nenhum homem desejaria tornar-se mulher se não reconhecesse que nasceu homem. 

Nem muito menos poderia ser homossexual sem identificar-se com o sexo em que nasceu. O ponto-chave da questão está a léguas desse tópico. O ponto-chave é o confronto entre o que um sujeito deseja parecer e o que outro consegue perceber — é a ânsia criminosa de destruir a percepção humana, obrigando cada pessoa a ver não o que ela vê, mas o que outros querem que ela veja.


Obrigar um ser humano a fingir que enxerga uma mulher quando está de fato enxergando um homem, ou vice-versa, é a mais requintada violência psicológica que se pode imaginar. É destruir a confiança instintiva que ele tem no seu aparato de percepção, é assassinar a sua psique, é negar e suprimir a sua identidade, é reduzi-lo a mero instrumento dos desejos de um outro. É rebaixá-lo a uma condição inferior à do escravo, que, forçado à obediência exterior, conserva a sua liberdade de perceber, sentir e pensar.

Um legislador tem de ser infinitamente perverso para desejar impor isso como obrigação legal.  Se um outro tem o poder de obrigar você a vê-lo como ele deseja ser visto, independentemente de como você o vê na realidade, ele tem DOMÍNIO TOTAL sobre a sua psique. Você é um nada, e ele é tudo.

Qual a violência maior: chamar de homem um homem que deseja ser mulher, ou obrigar quem enxerga um homem a admitir que enxerga uma mulher? Qual dos dois bens em questão merece mais a tutela da Justiça: o desejo ou a percepção? A frustração do desejo produz incômodo e frustração, a repressão da percepção produz a dissonância cognitiva, a divisão da personalidade.

Haverá ainda, entre os legisladores e juristas brasileiros, um número suficiente de cérebros capazes de fazer essa avaliação comparativa?

Entre as celebridades, professores universitários e “formadores de opinião” em geral, parece que não há.

TODO o discurso esquerdista, hoje em dia, consiste em dar a alguma pretensão absurda e desumana os ares de uma obviedade à qual ninguém pode razoavelmente se opor. Quase sempre isso se opera mediante a substancialização de algum termo formal e vazio erigido em símbolo e imantado de valor emocional. Alguns ouvintes, diante disso, são imediatamente vencidos pelo fascínio, outros sentem uma incomodidade que se expressa em explosões indignação irracional — tal a diferença entre massas esquerdistas e direitistas –, mas nem uns nem outros conseguem apreender a forma lógica da armadilha em que caíram.
*
A “ideologia de gênero” é uma filosofia para inteligências lesadas pela exacerbação idolátrica do desejo.

MSM - Olavo de Carvalho
 

Candidatos do esquema global

Desde que Roberto Marinho morreu (agosto, 2003), o Grupo Globo (antiga Organizações Globo) não acerta uma. Lá se vão quase 15 anos, mas o grupo, aferrado aos ditames e interesses do “politicamente correto”, navega na contramão do que pensa a população brasileira, como se sabe, de natureza notoriamente conservadora.

Já assinalei aqui, muitas vezes, que o povo brasileiro, na sua imensa maioria, acredita em Deus, repudia o aborto, o casamento gay, o fanatismo ambientalista, etc. etc., além de ter se manifestado, em referendo, favorável ao livre comércio de armas e à compra de munições.

Nos últimos tempos, no plano da catequese política, o esquema da Rede Globo foi derrotado nas suas pretensões  inúteis de triturar o presidente eleito dos EUA, Donald Trump. Já no caso do plebiscito inglês, torcendo os fatos  em favor da embananada União Europeia e contra a criação do vitorioso Brexit, o esquema se ferrou de véu e grinalda (tal como a social democrata Angela Merkel, a “Dama de Alumínio”).  Na campanha pela Prefeitura do Rio de Janeiro, circuito interno, o pessoal do esquema, sempre arrojado, apostou suas fichas nas enfadonhas arengas do comunista Freixo (acolitado pela dupla Gil & Caetano) que, tal como previsto, terminou surrado pelo inodoro pastor Crivella. De fato, até o cambaleante Temer, encostado nas cordas do ringue, conseguiu vencer o Grupo Globo na sua campanha pró impeachment presidencial – em que pese a ferrenha atuação dos seus jornais, rádios e rede de TV.

No momento, o Grupo Globo atravessa o seu inferno astral, vitimado pelas contradições do mundo “politicamente correto”. Por exemplo: em data recente, um galã das novelas (rebarbativas)  da TV Globo foi posto em quarentena por assédio sexual a uma figurinista da emissora – assédio em que valia tudo, inclusive apalpadelas na “genitália” da mulher.
Por sua vez, William Waack, âncora do Jornal da Globo, o mais  “austero” da casa, foi posto de escanteio por fazer comentário tipificado, nos dias atuais, como racista: em Washington, durante a campanha de Trump, em entrevista ao vivo entrecortada por buzinaços, o jornalista deixou escapar em “off”: “É coisa de preto”.

No escândalo do Caso Fifa, a adensar o inferno astral, um ex-executivo da empresa Torneos e Competencias, que fazia mediação entre as competições e as emissoras interessadas em sua transmissão, acusou a TV Globo de pagar propina a dirigentes em troca de direitos de transmissão. Em nota, contestando a acusação feita num Tribunal de Nova York, o Grupo assegurou que jamais negociou ou pagou propina. E informou que “se colocará plenamente à disposição das autoridades americanas para que tudo seja esclarecido” – exatamente como fazem Lula, Temer e tutti quanti diante das acusações do juiz Moro.

Hoje, às vésperas da campanha presidencial de 2018, em que procura detonar a todo custo o candidato Jair Bolsonaro, considerado uma “ameaça”, o esquema Global, em artigos, comentários e entrevistas seletivas, inventa presidenciáveis que possam derrubar o Deputado Federal mais votado do Rio de Janeiro (já que Lula, condenado em primeira instância, pode – e deve – curtir nove anos e meio de cadeia.
Assim, ora promovendo Marina Silva, a Tigresa de Papel, ora badalando o aposentado Joaquim Barbosa, chegou mesmo a compor a “chapa ideal”: Marina de Presidente e Joaquim, de Vice – ou vice e versa. No mesmo diapasão, se incensa a sombria figura de Henrique Meirelles, um sujeito que mente adoidado e que vive ameaçando trazer a CPMF de volta.

Mas a grande onda, que a mídia cultiva como flor de estufa em notas e e comentários diários, é a figura de Luciano Huck, o animador de programa de “brincadeirinhas de auditório” da TV Globo. Óbvio, ninguém de bom senso pode levar a sério a piada de mau gosto. Nem ele próprio. No fundo, tudo não passa de mero jogo de marketing para o inviável candidato viajar na maionese e faturar mais comerciais. Mas é bom lembrar que o comunista Roberto Freire (nomeado procurador do Incra pelo general Médici, o “cruel ditador”), depois de uma “sabatina”, garantiu que o animador é um “brioso social-democrata” e abriu as portas do seu PPS (antigo PCB) para o candidato de voz fanha e nariz de tucano.

Enquanto as eleições não chegam, o pessoal do esquema intensifica sua peçonha diária contra o candidato Bolsonaro, que sobe nas pesquisas. Semana passada, O Globo descobriu que o candidato é contraditório: posando de liberal, Bolsonaro teria votado contra o Plano Real e reformas “progressistas”. Pior: votou contra a privatização da Petrobras e, por não concordar com a venda da Vale do Rio Doce por preço de banana, afirmou que FHC, mentor da façanha, “merecia um tiro”.

Vamos por partes. Antes de tudo é preciso dizer que o mitológico Plano Real não passou de uma fraude  programada. Na conversão da moeda, em 1994, a mercadoria que valia, por exemplo, Cr$ 30,00 passou a custar Cr$ 100,00, visto que a antiga moeda, substituída pelo real, foi desvalorizada em cerca 70%. Por sua vez, num passe de mágica, o dólar passou a valer (artificialmente) menos que o real – o que elevou os juros aos cornos da lua e, mais tarde, alimentou a inflação e o desemprego em dois dígitos, tornando FHC, no segundo mandato, objeto da ira e do deboche popular. Sendo apontado  por isso como principal responsável pela vitória eleitoral de Lula, o Chacal.

No que se refere à postura de Bolsonaro quanto a manutenção do monopólio da Petrobras, a empresa  foi simplesmente considerada como  princípio ativo do nacionalismo econômico dos militares que tiraram o Brasil da merda, de Castelo Branco a Figueiredo, passando por Médici e Geisel. Mais radical, em sentido inverso, foi Roberto Marinho que, nos anos 1950, promoveu ostensiva campanha contra a estatização do petróleo.
Ia falar sobre o “populismo” imputado ao candidato Bolsonaro, mas deixo a tarefa para depois.

PSNo caso do animador da Globo, a recente retirada de sua candidatura não anula o espaço global gasto na promoção do falso candidato. Nem invalida as minhas observações, pelo contrário, as confirmam.

Ipojuca Pontes, cineasta, jornalista, e autor de livros como ‘A Era Lula‘, ‘Cultura e Desenvolvimento‘ e ‘Politicamente Corretíssimos’, é um dos mais antigos colunistas do Mídia Sem Máscara. Também é conferencista e foi secretário Nacional da Cultura.