Em entrevista coletiva, ministro da Justiça critica o 'desespero' da oposição e afirma que não há risco de perda do mandato da presidente
Preocupado com o avanço da tese do impeachment, o governo organizou uma entrevista coletiva nesta sexta-feira com o objetivo de responder à decisão
do Tribunal de Contas da União (TCU) que ameaça reprovar as contas do
governo em 2014 por causa de manobras fiscais. O que mais assusta o
Planalto é a interpretação de que o caso abre mais uma frente que pode
levar à perda do mandato de Dilma Rousseff. Desta vez, a oposição -
incluindo o senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, agiu
rapidamente para levantar a hipótese.
Lançando mão da retórica recorrente dos petistas, Adams também acusou os governos anteriores de atrasar repasses. "Não se queira compreender uma sistemática que dura quatorze anos como uma sistemática agora nesse momento topicamente em 2014 como ilegal e como violadora da LRF. Isso se torna, aí sim, um verdadeiro absurdo", afirmou. [nada impede que se governos anteriores, incluindo o do Lula, cometeram o mesmo crime, os responsáveis sejam devidamente punidos - ressalvados os casos eventualmente prescritos.] Ele confirmou que o governo deve apresentar embargos de declaração ao TCU ainda nesta sexta-feira.
Adams também afirmou que, mesmo mantido o posicionamento do TCU sobre as "pedaladas", não há crime a discutir: "Nem toda infração à Lei de Responsabilidade Fiscal é crime. O que há pode ser entendido com uma infração à lei que requer correção. Mas crime não é", afirmou ele.
O advogado-geral afirmou ainda que o governo tem evitado repetir a maquiagem até que o TCU tome uma decisão final. "Nós temos conversado com o Joaquim Levy para não haver essa prática até uma decisão definitiva", disse ele. O ministro disse não acreditar que o mecanismo tenha sido utilizado neste ano: "Eu acredito que não", afirmou.
Fonte: VEJA ON LINE
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