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sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Em cinco tempos...

1) Anteontem dona Dilma afirmou que vê luz no fim do túnel. Suas palavras geraram dúvida sobre sua capacidade  de enxergar. Luz? Que luz? Vinda de onde ou do quê? Chico Caruso, o gentleman de sempre, resolveu nossa ansiedade e explicou que luz era essa!
É o dragão, amigos! O monstro da inflação que expele labaredas de fogo que, atenção!, além de jogar luz sobre a boca do túnel, adverte para o perigo que corremos ao tentar percorrer o trajeto predeterminado e encerrar a travessia.

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Mas dona Dilma, coitada, animada com a viagem, só viu o clarão, não viu o perigo. Ela anda tão preocupada em chegar ao destino final que não se deu conta do risco que a aguarda e em vez de desistir desse túnel, insiste em ir até o fim.  De nada adiantou o alarme estridente soar quatro vezes. O do TCU, com um som nítido, claro, com a sonoridade de uma filarmônica regida por Herbert von Karajan, foi pouco para os ouvidos da protoestadista que nem pensa em apear do trem.

O do TSE, ainda que não com tantos metais, soou alto e forte, mas dona Dilma e seu vice fizeram ouvidos moucos e não responderam a esse aviso.

O do STF foi num tom de apito estridente, daqueles sons agudos, que entram em nossos ouvidos e chegam a doer. Mas dona Dilma é feita de outro material e a ela o som não incomodou.

Por fim, o alarme da banda do Congresso que, disciplinada, inovou. Com muitos buracos em sua formação, em uma mudez ensurdecedora que intriga quem está diante de uma banda com os instrumentos calados, o maestro regeu a banda silente. Mas foi esse o alarme que mais assustou: ele adverte para o que está sucedendo agora e avisa que o amanhã não será melhor...

2) Parece que dona Dilma é mesmo um coração valente, que isso não foi tirado da cartola do seu marqueteiro. Caso contrário, antes que o trem fosse tomado por aventureiros de maus bofes, ela saltaria e num beau geste diria ao povo que o faz por amor ao Brasil!

E seria lembrada para sempre como aquela que se sacrificou por amor ao seu povo e à sua terra. Renunciar ao Poder é atitude para poucos, para almas grandes e corações não só valentes, como generosos e sábios. “Sejamos mais sábios do que a serpente que fica tempo demais deitada ao mesmo sol” disse Friedrich Nietzsche.

3) E os presidentes de nossas Casas Legislativas? Eduardo Cunha e Renan Calheiros? Não é espantoso que esses senhores tenham alcançado o posto que alcançaram? Que tenham em suas mãos o poder fantástico que detêm? Vocês não se impressionam com isso?
Eles não são umas figuras incríveis?

4) E a nossa gentilíssima Oposição? Como são delicados! Ou seria anemia? Que tal uma vitamina poderosa, daquelas de rótulos prateados? E que comam mais feijão preto, por favor!

5) Vocês leram o brilhante artigo História Sem Tempo’, de Demétrio Magnoli e Elaine Senise Barbosa, na página 17 de O Globo de ontem, 8/10, sobre o que fez o ex-ministro da Educação, Janine, o Breve?

O professor demitido por dona Dilma criou uma Base Nacional Comum que visa menosprezar a História em nosso país. O importante, para ele, é descontaminar o Brasil de suas heranças europeias. Abaixo Edward Gibbon, Sergio Buarque de Holanda, Caio Prado Junior, José Murilo de Carvalho, David Hume, Eric Hobsbawn, Jules Michelet e outros que enriqueceram a Humanidade.

Passaremos a estudar o que for escrito por autores inovadores que receberão a chancela de autenticidade política do MEC!  Era o que nos faltava!

Fonte: Maria Helena Rubinato - Blog do Noblat 
www.facebook.com/mhrrs


 

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