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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

E agora, José?

Como todo o país já sabe, a crise política chegou a um ponto sem volta: tanto o Poder Executivo quanto o Poder Legislativo encontram-se acuados, paralisados e incapazes de cumprir seus papeis. O país está à matroca.

Em dois dos três poderes essenciais do governo não se vêem lideranças capazes de indicar um rumo, uma saída para o beco onde nos metemos. O Poder Judiciário, por outro lado, ou mais especificamente o STF, mantém alguma ordem e coerência, com a bela e firme fala da Ministra Cármen Lúcia, na quarta feira, a apontar uma direção clara em uma questão capital: o crime não vencerá a Justiça.

Mas os Poderes que devem enfrentar diariamente as tarefas de governar são os outros dois e a maioria dos seus integrantes só se ocupa da tarefa de, na melhor das hipóteses, sobreviver. Enquanto isso, o país afunda na recessão, a corrupção continua a campear e a inflação se expande apesar da estratosférica taxa de juros que o Banco Central determina, enquanto o PIB ameaça recuar dez por cento entre 2015 e 2017 e não há investimentos na economia produtiva.

A ausência de um caminho, de um vestígio de consenso no Congresso, de alguém que nos diga algo sobre o futuro causa perplexidade na sociedade civil e um clima de salve-se quem puder e de vale tudo na sociedade política. Em síntese, trata-se de uma situação perigosa em que a continuação do presente é inaceitável, além de virtualmente impossível, e não há planos para a construção do futuro. Não se fala em um modelo político alternativo.

Os analistas vão até esse ponto e aí se paralisam. Algumas pessoas, como eu, frisam que a situação, embora careça de uma solução visível, fácil e tranquila do ponto de vista institucional, não se presta a um tipo de saída que implique entregar às Forças Armadas a condução do País. Nem os próprios militares desejam que isso aconteça.

Além desse ponto não temos coragem de avançar ou conjecturar. Mas a consequência natural de que o Executivo e o Legislativo não tenham qualquer contribuição a dar para a construção do nosso futuro é que essa missão recai sobre a sociedade civil, em harmonia com a Justiça e com a Constituição

Cabe à sociedade civil provocar e liderar o debate sobre o nosso futuro político. A tarefa é difícil e cheia de escolhos. É preciso construir uma nova legitimidade. É preciso afirmar os objetivos em torno dos quais nós nos reuniremos. Exemplo:
* Reforma política, renovação completa dos partidos, eleições o mais cedo possível.
* Fiscalização e regulação das atividades públicas e empresariais; reforço da Procuradoria Geral da República, do Ministério Público, da Polícia Federal; criação de órgãos de controle da própria sociedade civil.
* Criação de grupos de articulação política com o propósito de desenvolver o debate propositivo.
* Identificação dos adversários: proto-fascistas, assassinos e linchadores do povo, “bancada da bala”, articuladores de golpes anti-democráticos, corruptos em geral.

Acima de tudo, é preciso evitar a violência e mais ainda qualquer fantasia juvenil de ação armada. Isso é o que os adversários da renovação querem que aconteça para esmagar o movimento que está por nascer em nome da justiça democrática.

Fonte: Blog do Noblat - José Viegas 

 

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