Abalo sísmico - As prisões do líder do governo no
Senado e de um dos príncipes do mercado financeiro agudizam a crise em
várias frentes. No Congresso, votações importantes serão adiadas a ponto
de o Palácio do Planalto já temer não conseguir aprovar a nova meta
fiscal deste ano, o que o obrigaria a contingenciar nada menos do que R$
100 bilhões até dezembro. Se não fechar as contas do ano em ordem,
Dilma Rousseff começa 2016 extremamente vulnerável a um processo de
impeachment.
Linha de corte - Para cumprir a meta antiga de
superavit primário, de 1,1% do PIB, em apenas um mês, o governo sofreria
um verdadeiro “shutdown”: teria de dar calote na folha de pagamento e
suspender um volume brutal de benefícios sociais.
Manancial - Investigadores apontam que os locais de
busca mais profícuos foram os ligados a Diogo Ferreira, chefe de
gabinete do senador Delcídio do Amaral (PT-MS).
Sem flashes - Investigadores relataram que Delcídio
estava “acabrunhado” ao ser preso, pela manhã. “Estou com medo de ser
fotografado”, disse, a caminho da superintendência da PF.
Batismo - O Ministério Público Federal sugeriu nomear a
operação de Catilina –senador romano flagrado em atos criminosos. O
nome acabou não sendo divulgado.
Fora - A tendência na Executiva Nacional do PT é a de
expulsar Delcídio do partido, embora deva haver resistência de alguns
dirigentes.
Acordão - Ao longo do dia, integrantes do PT, do PMDB e
do PSDB articularam um plano para livrar o senador da prisão, mediante
voto fechado na decisão de plenário sobre a continuidade da detenção.
Esse cenário só foi alterado depois que o PT divulgou uma nota oficial
abandonando o correligionário.
Sou você amanhã - Em uma das reuniões para tratar do
destino de Delcídio, José Sarney fez um alerta aos que defendiam manter o
petista na prisão: “Cuidado. Isso abre um precedente…”.
Pecado capital - Ao citar ministros do Supremo na
conversa com o filho de Nestor Cerveró, Delcídio aguçou o espírito de
corpo do tribunal. A expectativa na corte é que ele não tenha vida fácil
nesta e em nenhuma outra decisão daqui para a frente.
Infecção - Os demais sócios do BTG Pactual devem agir
para isolar André Esteves, preso nesta quarta. O burburinho no mercado
financeiro é o de que eles tentarão comprar a participação do executivo
no banco para não contaminar a instituição.
Como está fica - A disposição dos investigadores, por
ora, é a de tentar manter Esteves preso seja pela prorrogação da prisão
temporária, seja pela prisão preventiva. A defesa, entretanto, vê
fragilidade nos argumentos.
De cinema Por seu perfil agressivo nos negócios, Esteves tem no mercado financeiro o apelido de Darth Vader.
Interligadas 1- A oposição se animou com um ponto da
conversa com procuradores sobre o afastamento de Eduardo Cunha: a PGR
disse ver vasos comunicantes entre a apuração que ela conduz e o
processo que corre no Conselho de Ética.
Interligadas 2 - Para os parlamentares, a obstrução em um caso pode, portanto, levar a decisões sobre o outro.
Quem diria - Quando virou alvo da Lava Jato, Cunha
chegou a reclamar de não ter recebido o mesmo tratamento de Delcídio por
parte da PGR que pedira o arquivamento do caso contra o petista.
Na marra - Betinho Gomes (PSDB-PE) vai entrar na PGR
com uma ação em que sustenta que o Banco do Brasil desobedeceu a CPI do
BNDES ao supostamente retardar o envio de informações à comissão. A
assessoria do banco diz não haver atrasos.
Fonte: Painel - Folha de São Paulo
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