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quarta-feira, 19 de abril de 2017

PF investiga possível fraude na compra do Banco Panamericano pela Caixapar

 Operação Conclave cumpre 46 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira uma operação para investigar a aquisição de ações do Banco Panamericano, hoje chamado de Banco PAN, pela Caixa no ano de 2009. O banco foi posteriormente vendido ao BTG Pactual. O negócio gerou prejuízo ao banco público e os investigadores apuram se houve crime de gestão fraudulenta.

A operação foi batizada de "Conclave" e cumpre 46 mandados de busca e apreensão expedidos pela 10ª Vara da Justiça Federal. São cumpridos 30 mandados em São Paulo, seis no Rio, seis em Brasília, dois em Londrina, um em Recife e outro em Belo Horizonte. A Justiça determinou ainda o bloqueio de R$ 1,5 bilhão em contas bancárias dos investigados. Um dos alvos da operação é o irmão de Silvio Santos, fundador do Panamericano, Henrique Abravanel.

Segundo a PF, a compra das ações pode ter causado "expressivos prejuízos ao erário federal". A investigação identificou três núcleos criminosos: o de agentes públicos, responsáveis pelas assinaturas de pareceres e contratos, o de consultorias, contratadas para dar legitimidade aos negócios, e o de empresários, que conheciam a real situação das empresas.

TRANSAÇÃO NEGOCIADA NO PLANALTO
A venda do Panamericano para a Caixa, através da Caixapar, foi articulada em negociações no Palácio do Planalto na época, com a participação do ex-presidente Lula e de Sílvio Santos, fundador do PAN. Na época, a presidência do banco público estava a cargo de Maria Fernanda Ramos Coelho.

[RELEMBRANDO:
O Fundo Garantidor de Crédito cuja função é garantir as contas de pequenos depositantes de bancos quebrados ─ colocou uns sete bilhões no Panamericano. E Esteves, que investiu uns 500 milhões, ficou com o banco, tendo a Caixa como minoritária. [entendam, caso consigam,  não conseguimos: o Fundo Garantidor de Crédito, sob responsabilidade do 'governo' , investiu SETE BILHÕES, catorze vezes mais que o Esteves cujo aporte foi de QUINHENTOS MILHÕES, e a Caixa, a representante do 'governo' na operação ficou como acionista MINORITÁRIA.
 
A propósito: a operação foi feita no governo Lula e, coincidentemente, na mesma época o SBT apresentou um folhetim contendo uma versão absurda do combate aos porcos terroristas durante o Governo militar  - um amontoado de mentiras, versões descabidas e cujo único resultado foi apresentar o primeiro beijo gay, feminino, na TV.]

 A Caixa Econômica Federal comprou 49% do capital votante e 20,7% das ações preferenciais do Banco PanAmericano, por R$ 739,3 milhões, em dezembro de 2009. O controle do banco, no entanto, está nas mãos do BTG Pactual. Um ano após a operação, o banco controlado pelo governo federal descobriu que tinha comprado um banco quebrado e cheio de fraudes, conforme identificou o Banco Central.

Durante a intervenção no Panamericano, o BC descobriu que a direção do banco fraudava os registros de sua carteira de crédito, processo contábil que inflava em cerca de R$ 2 bilhões seu patrimônio. Investigações posteriores descobriram que as perdas causadas ao anco pelas operações fraudulentas chegavam a R$ 3,8 bilhões. Nesse rombo havia mais de R$ 1,4 bilhão em crédito que o banco havia vendido a outras instituições que foram mantidos em seus balanços.

Com a descoberta de uma fraude contábil em plena campanha eleitoral de 2010, o banco foi socorrido pelo Fundo Garantidor de crédito (FGC), que é mantido pelos bancos. Numa operação pouco usual, o FGC injetou R$ 2,5 bilhões no banco que ainda era controlado pelo empresário Silvio Santos. O socorro foi comemorado pelo BC, que de outra forma teria de liquidar o banco, ação que evidenciaria o péssimo negócio feito pela Caixa. E pelo governo Lula, que alardeou "a solução de mercado" dada ao caso.

Num arranjo pouco transparente, em seguida, o BTG se acertou com o FGC em 2011 e, por R$ 450 milhões, adquiriu o PanAmericano, que acumula prejuízos seguidos. André Esteves, fundador do BTG Pactual, preso na Operação Lava-Jato em 2015, participou da negociação. A fraude obrigou os sócios a fazerem novos aportes para salvar a instituição e a expectativa era que o Pan voltasse a ter lucro nos dois anos seguintes, o que não aconteceu.

O Ministério Público Federal denunciou o caso à Justiça em agosto de 2012, indiciando 17 réus. Entre eles, estavam o ex-presidente do banco, Rafael Palladino, e o ex-presidente do conselho de administração do banco, Luiz Sebastião Sandoval. O Banco Central chegou a condenar os administradores do Panamericano, e os impediu de seguir atuando no mercado financeiro.

De acordo com a denúncia, os ex-funcionários do banco teriam desviado milhões da instituição através da distribuição de bônus fraudulentos. A investigação do MPF identificou outras irregularidades. Por exemplo, lançamentos feitos à mão na contabilidade do Panamericano permitiram fraude de R$ 1,6 bilhão nas carteiras de crédito cedidas a outros bancos, e de R$ 1,7 bilhão na liquidação antecipada de contratos.


Saiba mais lendo O NOME DA CRISE

Fonte: O Globo



sábado, 21 de janeiro de 2017

Dono de avião era sócio de empresário André Esteves, solto por Teori

Carlos Alberto Filgueiras tem sociedade com BTG desde 2012

O empresário Carlos Alberto Ferreira Filgueiras, dono do avião que carregava o ministro Teori Zavascki e também morto no acidente de quinta-feira, era sócio do BTG Pactual na empresa Forte Mar Empreendimentos e Participações, dona do prédio ocupado pelo Hotel Emiliano na Praia de Copacabana, no Rio. Filgueiras tem 10% da empresa; os 90% restantes pertencem ao Development Fund Warehouse, um fundo de investimentos do BTG. O empresário, fundador do Grupo Emiliano, era amigo do ministro. 
 
Filgueiras era membro do Conselho de Administração da Forte Mar ao lado de Carlos Daniel Rizzo da Fonseca, um dos sócios do BTG. A assessoria do BTG confirmou a sociedade, mas disse que o banco não se pronunciaria.  Na condição de relator da Lava-Jato, Teori Zavascki tomou pelo menos uma decisão envolvendo o BTG. Em 25 de novembro de 2015, um dos sócios do BTG, o empresário André Esteves, foi preso pela Lava-Jato, acusado de participar de uma negociação que envolvia pagamentos à família do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para que ele não assinasse acordo de delação premiada. Na mesma operação policial o ex-senador Delcídio do Amaral foi preso.

Em 17 de dezembro, Teori libertou o banqueiro e determinou prisão domiciliar, depois que a defesa argumentou que a prisão havia sido decretada com base apenas nas declarações de Delcídio, que havia falado sobre a participação de Esteves. Em abril de 2016, Teori revogou a prisão domiciliar e permitiu que ele voltasse a trabalhar.

DECISÃO SEM TEORI
Filgueiras era também autor de pedido de trancamento no STF de uma ação, movida pelo Ministério Público Federal (MPF), em que era acusado de desmatar Mata Atlântica e construir ilegalmente na Ilha das Almas, em Paraty. Na mesma ação, o empresário era acusado de criar praias artificiais.  Nesse caso, o pedido foi distribuído para o ministro Edson Fachin, que negou o pleito.


Filgueiras e Teori viajavam juntos no avião do empresário, que caiu na última quinta-feira a dois quilômetros da cabeceira da pista, em Paraty. Cinco pessoas morreram. Além dos dois, o piloto Osmar Rodrigues, a massoterapeuta Maíra Panas e sua mãe, Maria Hilda Panas, morreram no acidente. O ministro se hospedaria na casa do empresário, a mesma que foi alvo da ação no STF. Os dois eram amigos há cinco anos. Segundo pessoas próximas ao ministro, eles se conheceram em 2013, durante período em que Teori se hospedou no Hotel Emiliano, em São Paulo, para acompanhar o tratamento de câncer da esposa, no Hospital Sírio Libanês. Ela faleceu naquele no mesmo ano.

Fonte: O Globo
 

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Teori envia denúncia de Lula à Justiça do Distrito Federal



Rodrigo Janot queria que investigações fossem transferidas para Sérgio Moro
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), transferiu para a Justiça Federal em Brasília o inquérito em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi denunciado por tentativa de atrapalhar as investigações da Lava-Jato. Ele teria participado de uma tentativa de silenciar o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, quando o executivo estava prestes a firmar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, queria que as investigações fossem transferidas para a 13ª Vara Federal em Curitiba, onde o juiz Sérgio Moro conduz os processos da Lava-Jato. Mas Teori ponderou que o caso não tem relação direta com os desvios da Petrobras. O ministro também explicou que os supostos crimes teriam ocorrido na capital federal, daí a remessa dos autos para a Justiça Federal de Brasília.

 “Tais fatos não possuem relação de pertinência imediata com as demais investigações relacionadas às fraudes no âmbito da Petrobras. Na verdade, dizem respeito à suposta prática de atos, pelos investigados, coma finalidade de impedir a vital colaboração premiada entre Nestor Cerveró e o Ministério Público, a qual se voltava a um plexo de investigações”, escreveu o ministro.

São alvo do mesmo inquérito o ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS), o ex-assessor dele Diogo Ferreira, o advogado Edson Ribeiro, o banqueiro André Esteves, o pecuarista José Carlos Bumlai, o filho dele, Maurício Bumlai. O grupo é acusado de ter cometido quatro crimes: integrar organização criminosa, patrocínio infiel, exploração de prestígio e lavagem de dinheiro.

Fonte: O Globo


sábado, 6 de fevereiro de 2016

Mesmo preso, Dillma mantém Delcídio na liderança do governo - Dilma mantém Delcídio, por entender que nenhum outro senador merece sua confiança

Preso, Delcídio continua sendo ‘líder’ de Dilma

Preso há dois meses e 12 dias por ordem do Supremo Tribunal Federal, Delcídio Amaral continua sendo o líder do governo Dilma Rousseff no Senado. A presidente não indicou um substituto. Tampouco preocupou-se em formalizar a destituição do encarcerado. Nos registros internos e no site do Senado, Delcídio ainda ocupa o posto de líder do conglomerado governista.

A demora de Dilma em escolher um substituto para Delcídio já lhe rende críticas. “Em política, não convém confiar em ninguém com mais de 30”, ironiza em privado um senador do PDT. “Não convém confiar sobretudo em alguém com mais de 30 dias de cadeia.Outro senador, do PT, o partido que ensaia a expulsão de Delcídio, afirma que a omissão de Dilma “ofende” os integrantes do bloco governista. “É como se não houvesse nenhum senador merecedor da confiança do Planalto”, explica.

Delcídio tornou-se sócio-atleta da Operação Lava Jato graças à gravação de uma conversa que manteve com Bernardo Cerveró, filho do petrodelator Nestor Cerveró. A fita registra uma conversa vadia. Para comprar o silêncio de Cerveró, Delcídio informa ao filho do ex-diretor da Petrobras que tinha acesso a quatro ministros do STF —com a ajuda do “Michel” e do “Renan”.

O senador esclarece na gravação que tinha como providenciar junto ao banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, um mensalão de R$ 50 mil para a família Cerveró, além de recursos para custear a fuga do patriarca à Espanha, depois que a quadrilha arrancasse um habeas corpus do STF, libertando o ex-diretor da Petrobras da cadeia.

Não é só na liderança do governo que a ausência de Delcídio é premiada. O preso continua recebendo salário mensal de R$ 33,7 mil. Embora sua morada provisória se localize atrás das grades, o senador recebe também o auxílio-moradia. Coisa de R$ 5,5 mil mensais. De resto, o gabinete do detento tornou-se uma superestrutura pendurada no bolso do contribuinte. Os 14 assessores de Delcídio custam ao Tesouro algo como R$ 300 mil por mês.

 

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

As prisões de Delcídio do Amaral, André Esteves e Bumlai provocam um terremoto em Brasília - Suas ondas se farão sentir por muito tempo no país



A prisão do líder do governo no Senado, do banqueiro André Esteves e de um operador petista acusado de agir em nome de Lula sacode a política brasileira

O senador Delcídio do Amaral encontrou seu destino de pijama. Ele vinha em papel, nas mãos dos policiais federais que batiam à porta do flat onde o senador se hospeda, em Brasília, ao raiar daquele dia que o Brasil jamais esquecerá. Os agentes carregavam uma ordem judicial inédita na história do país. Eleito ao cargo pelo Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso do Sul, líder no Senado do combalido governo Dilma Rousseff, confidente da presidente da República, articulador do cada vez mais difícil ajuste fiscal, Delcídio do Amaral Gómez, de 60 anos, recebeu com resignação, sonolento, sua sentença política de morte. 

Guiou a equipe da força-tarefa da Lava Jato pelos aposentos. Imediatamente, foi informado de que o local seria alvo de uma busca e apreensão. “Tudo bem, podem olhar”, disse. Abriu gavetas e até mencionou o conteúdo de alguns documentos às autoridades. Após a devassa, foi comunicado sobre a prisão. Reagiu com duas perguntas. Queria saber se a prisão era preventiva, que pode se estender por meses. Sim, era. Ato contínuo, perguntou sobre sua imunidade parlamentar. “Ordens do Supremo”, responderam os policiais, de posse do mandado judicial. 

Delcídio se aprumou, vestiu terno e gravata, entrou numa caminhonete que o aguardava no estacionamento do hotel e, às 8h15, já estava na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Tornava-se o primeiro senador no exercício do mandato a ser preso. Começava ali o dia 25 de novembro de 2015, um dia que soltou perigosamente o parafuso da política brasileira – mas, ao mesmo tempo, um dia que demonstrou a blindagem de aço da República contra pancadas institucionais.

O dia 25 de novembro começara cedo também no Rio de Janeiro. Lá, a PF prendia um dos maiores banqueiros do Brasil, André Esteves, controlador do BTG Pactual, acusado de integrar com Delcídio a organização criminosa que tentou melar a delação do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró – e até planejar a fuga do país do executivo. A Lava Jato prendeu também Diogo Ferreira, chefe de gabinete de Delcídio, e, dias depois, o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro. Um dia antes, na terça-feira, a Lava Jato, desta vez sob ordens do juiz Sergio Moro, prendera o pecuarista e operador do PT José Carlos Bumlai, acusado pelo delator Fernando Baiano de participar do petrolão usando o nome do ex-presidente Lula. A sequência de prisões neste ano, culminando com as do dia 25 de novembro, rumo a uma ordem hierárquica cada vez mais poderosa, assombra o Brasil. Estão presos, além do líder do governo no Senado, o operador do PT, o nono homem mais rico do país, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari, o ex-diretor do PT na Petrobras Renato Duque, o presidente da maior empreiteira da América Latina, Marcelo Odebrecht. Faltam beliches na PF para tanta gente VIP. [todos os presos citados possuem um ponto em comum: são amigos do Lula.]

A força-tarefa escolhera um nome para a operação: Catilina. Uma referência ao senador romano corrupto que conspirou contra a República e foi combatido por Cícero. “Eu tenho uma coisa muito importante aqui para decidir. Precisamos conversar”, disse o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, ao ligar para o ministro Dias Toffoli, na manhã da terça-feira. Preocupado, Toffoli, que preside a Segunda Turma da Corte, onde correm os procedimentos contra a maior parte dos réus da Lava Jato com foro privilegiado, apressou-se em chegar ao Tribunal antes da sessão, que se iniciaria às 14 horas, e foi direto ao gabinete de Teori. Informado, espantou-se e resumiu o caso: “Isso vai chacoalhar a República”. Por liturgia e como preparação para uma possível crise entre Poderes, o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, também foi avisado pessoalmente.


E como chacoalhou. A gravação, desde já eternizada na rica história da corrupção brasileira, feita por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, diz tudo. Ele estava hospedado em um quarto do hotel Royal Tulip, próximo ao Palácio da Alvorada, onde recebeu, no dia 4 de novembro, o senador Delcídio do Amaral, seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, e o advogado do pai, Edson Ribeiro. Bernardo gravou a conversa de uma hora e 35 minutos. Nela, os quatro falaram, principalmente, da delação premiada de Nestor Cerveró. Delcídio e o advogado Edson Ribeiro passaram a vislumbrar a possibilidade de uma fuga de Cerveró do país.


Discutiram com Bernardo os meios e até a rota: aventaram se a ida para a Espanha, de onde Cerveró tem um passaporte, seria mais viável via Venezuela ou Paraguai; se seria melhor ir de veleiro ou jatinho. A fuga seria possível, discutem, a partir de um habeas corpus que Ribeiro batalhava para Cerveró. Delcídio passa a comentar, então, seu espanto com algumas anotações que teriam sido feitas por Cerveró no documento referente à delação que faria – documento este que, segundo o senador, estava em posse do banqueiro André Esteves. Fica claro, ao longo da conversa, que havia um acerto prévio com Cerveró sobre um pagamento que, depois, Bernardo informou ser de R$ 50 mil mensais para seu pai e R$ 4 milhões no total para o advogado Edson Ribeiropara que ele não fechasse o acordo de delação. O senador ainda comentou que estava em contato com alguns ministros do Supremo e que pediria a ajuda de Renan Calheiros, presidente do Senado, para falar com o ministro Gilmar Mendes.


O relato da  gravação foi analisado pelos ministros do Supremo no começo da noite de terça-feira. Os cinco ministros da Segunda Turma se reuniram no gabinete de Teori. A reunião durou cerca de uma hora e terminou por volta de 19 horas. Durante a conversa, os ministros discutiram a possibilidade de haver questionamentos sobre a prisão, mas, diante das provas, não restou dúvida sobre a necessidade de prender Delcídio e os demais. Os ministros concordaram que se tratava, no jargão jurídico, de um flagrante de prática continuada de crime inafiançável. Entre os pares, o ministro Gilmar Mendes comentou ter ficado surpreso com a forma como o senador planejou o esquema para barrar as investigações e até para a fuga do ex-diretor. As provas mencionadas pelo procurador-geral, Rodrigo Janot, eram fortes. “Não parecia o comportamento de um senador, mas sim de um gângster”, disse aos colegas. Incomodou os ministros o fato de o senador ter usado o nome do STF para vender influência para o advogado e o filho de Cerveró. 

Os ministros discutiram ainda a possibilidade de a decisão ser colegiada, o que teria de ser feito então em uma reunião na própria noite de terça-feira. Se essa fosse a opção, a sessão teria de ser secreta, para que não houvesse vazamento da operação policial. No entanto, se fosse secreta, poderia levantar suspeita, ou mesmo a nulidade da decisão. Chegaram a um consenso de que seria melhor uma decisão monocrática de Teori ad referendum – ou seja, que ele tinha o consentimento e o apoio dos demais integrantes da Segunda Turma. Ficou decidido que seria marcada uma sessão aberta, apenas para chancelar a decisão de Teori, para as 9 horas do dia seguinte, quando a operação já estaria em curso e teria seus principais alvos localizados.

O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, responsável pela defesa de André Esteves, diz que considera a prisão do banqueiro “desproporcional”. “A prisão temporária foi decretada basicamente para que a busca e apreensão fosse feita e para ter a oitiva do André. Esses não são fundamentos necessários para uma prisão temporária. Foi uma desproporcionalidade”, diz Kakay. Ele nega que Esteves tenha tido acesso a documentos referentes à delação premiada de Nestor Cerveró: “Para nós, é importante deixar claro: o André nunca teve acesso a esse documento”. O advogado acredita que, se o Ministério Público quisesse investigar se Esteves teve acesso aos papéis, poderia, no máximo, fazer um pedido de busca e apreensão na casa do banqueiro. Kakay diz ainda que o banqueiro nunca teve qualquer tipo de contato com o advogado Edson Ribeiro, com Bernardo Cerveró ou com Diogo Ferreira, chefe de gabinete de Delcídio do Amaral. “Ele se encontrou com o senador Delcídio umas quatro ou cinco vezes, como encontra com vários senadores. Ele é um player no mercado financeiro, é normal que seja ouvido.”


Fonte:  ÉPOCA desta semana. Nas bancas a partir de sábado. Leia trecho da reportagem de capa: http://glo.bo/1IfgygG #Época
 
 http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2015/11/prisoes-de-delcidio-do-amaral-andre-esteves-e-bumlai-provocam-um-terremoto-em-brasilia.html 
 

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Governo teme que prisão de Delcídio barre aprovação de nova meta fiscal

Abalo sísmico - As prisões do líder do governo no Senado e de um dos príncipes do mercado financeiro agudizam a crise em várias frentes. No Congresso, votações importantes serão adiadas a ponto de o Palácio do Planalto já temer não conseguir aprovar a nova meta fiscal deste ano, o que o obrigaria a contingenciar nada menos do que R$ 100 bilhões até dezembro. Se não fechar as contas do ano em ordem, Dilma Rousseff começa 2016 extremamente vulnerável a um processo de impeachment.

Linha de cortePara cumprir a meta antiga de superavit primário, de 1,1% do PIB, em apenas um mês, o governo sofreria um verdadeiro “shutdown”: teria de dar calote na folha de pagamento e suspender um volume brutal de benefícios sociais.

Manancial - Investigadores apontam que os locais de busca mais profícuos foram os ligados a Diogo Ferreira, chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral (PT-MS).

Sem flashes -  Investigadores relataram que Delcídio estava “acabrunhado” ao ser preso, pela manhã. “Estou com medo de ser fotografado”, disse, a caminho da superintendência da PF.

Batismo - O Ministério Público Federal sugeriu nomear a operação de Catilina –senador romano flagrado em atos criminosos. O nome acabou não sendo divulgado.

Fora - A tendência na Executiva Nacional do PT é a de expulsar Delcídio do partido, embora deva haver resistência de alguns dirigentes.

Acordão - Ao longo do dia, integrantes do PT, do PMDB e do PSDB articularam um plano para livrar o senador da prisão, mediante voto fechado na decisão de plenário sobre a continuidade da detenção. Esse cenário só foi alterado depois que o PT divulgou uma nota oficial abandonando o correligionário.

Sou você amanhã - Em uma das reuniões para tratar do destino de Delcídio, José Sarney fez um alerta aos que defendiam manter o petista na prisão: “Cuidado. Isso abre um precedente…”.

Pecado capital - Ao citar ministros do Supremo na conversa com o filho de Nestor Cerveró, Delcídio aguçou o espírito de corpo do tribunal. A expectativa na corte é que ele não tenha vida fácil nesta e em nenhuma outra decisão daqui para a frente.

Infecção - Os demais sócios do BTG Pactual devem agir para isolar André Esteves, preso nesta quarta. O burburinho no mercado financeiro é o de que eles tentarão comprar a participação do executivo no banco para não contaminar a instituição.

Como está fica - A disposição dos investigadores, por ora, é a de tentar manter Esteves preso seja pela prorrogação da prisão temporária, seja pela prisão preventiva. A defesa, entretanto, vê fragilidade nos argumentos.

De cinema Por seu perfil agressivo nos negócios, Esteves tem no mercado financeiro o apelido de Darth Vader.

Interligadas 1-  A oposição se animou com um ponto da conversa com procuradores sobre o afastamento de Eduardo Cunha: a PGR disse ver vasos comunicantes entre a apuração que ela conduz e o processo que corre no Conselho de Ética.

Interligadas 2 - Para os parlamentares, a obstrução em um caso pode, portanto, levar a decisões sobre o outro.

Quem diria - Quando virou alvo da Lava Jato, Cunha chegou a reclamar de não ter recebido o mesmo tratamento de Delcídio por parte da PGR que pedira o arquivamento do caso contra o petista.

Na marra - Betinho Gomes (PSDB-PE) vai entrar na PGR com uma ação em que sustenta que o Banco do Brasil desobedeceu a CPI do BNDES ao supostamente retardar o envio de informações à comissão. A assessoria do banco diz não haver atrasos.

Fonte: Painel - Folha de São Paulo

 

Viva a Lava-Jato - urge a mudança política radical, mas, sem políticos, via intervenção militar constitucional, sendo a opção o: CAOS CAÓTICO


 Viva a Lava-Jato

A prisão do senador líder do governo, determinada pelo STF, jogou a crise um degrau acima 

[determinada pelo STF e confirmada pelo Senado, confirmação só obtida por  ter sido decidida em votação com voto aberto - fosse voto secreto, conforme desejava o presidente do Senado, Delcídio teria sido solto ontem mesmo.] 


Dizem que as crises políticas e econômicas, num dado momento, geram os líderes necessários para sua solução. Dizem também que é muito difícil antecipar quando esse momento está se aproximando, mas que a gente percebe quando chegou. Pois no Brasil de hoje, parece o contrário. O momento já está passando.

O senador Delcídio Amaral e o banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual, foram presos, por determinação do Supremo Tribunal Federal, sob a acusação de obstrução da Justiça. Mas as peças do processo mostram que essa denúncia, embora muito grave, é até menor diante dos casos que são ali mencionados.

Vamos reparar: o BTG Pactual não é um banco qualquer. É o maior banco de investimentos do país, tem projeção internacional e, nessa condição, está conectado a grandes negócios — a começar pela exposição na área de petróleo e gás — nos quais aparece associado a outros grandes bancos e grandes companhias nacionais e estrangeiras. O envolvimento de seu controlador nos meandros do petrolão oferece, sim, um risco sistêmico. E ameaça arrastar outras instituições financeiras e não financeiras.

Ponto importante: se confirmado o modo de atuação de André Esteves nesse episódio a operação nos bastidores da polícia, da Justiça e do governo, cujos indícios são avassaladores — a Lava-Jato terá apanhado um caso extremo de “capitalismo de amigos, dos negócios arranjados nas mesas políticas". Sim, a Lava-Jato já apanhou muitos casos assim. Empresários que fizeram delação premiada, como Ricardo Pessoa, contaram que ou entravam no esquema de corrupção da Petrobras/PT ou não tinham obras.

Mas o banqueiro André Esteves é muito mais que isso. Tem peso, talvez, até maior que o de Marcelo Odebrecht. E, para falar francamente, não é de hoje que os mercados olham com certa restrição para o modo de operação de Esteves. Se ele foi efetivamente apanhado, vão muita gente e muito negócio atrás. Que a política está toda comprometida, já se sabia. Piorou, é verdade. A prisão do senador líder do governo, determinada pelo STF, jogou a crise um degrau acima. Mais exatamente, jogou a crise para a praça ao lado, do prédio do Congresso para o Palácio do Planalto — onde, aliás, já estava parcialmente, conduzida pelos membros do PT apanhados na Lava-Jato.

Ou seja, já havia aí um ambiente de perplexidade política. Como se chegou a esse ponto? Repararam que todos os envolvidos na Lava-Jato já foram acusados, denunciados e... liberados em inúmeros outros casos? Como é possível que um Congresso funcione com tantos dirigentes envolvidos em casos graves de corrupção? E como foi possível que esses personagens estejam tanto tempo por aí?

Pois o fato novo de ontem é que se pode levar essa perplexidade para o mundo econômico, público e privado. Como foi possível que o país tenha suportado por tanto tempo esse modo de negócios nos quais há um assalto do setor privado sobre o público? O pior de tudo é que, pensando bem, não há com o que se espantar. Há uma cultura anticapitalista no país, difundida nos meios políticos, intelectuais e acadêmicos, nas escolas, na verdade, na sociedade toda. Empresários e banqueiros, estes principalmente, são todos uns ladrões — tal é a opinião rasa.

E parece que essa opinião é tão difundida que os próprios capitalistas nacionais aderiram a ela. Ok, vamos para a ressalva. Parte dos capitalistas nacionais parece ter pensado: se é tudo roubalheira, por que não? Ou seja, a cultura anticapitalista acaba produzindo um capitalismo de negócios escusos, que, ao final, confirma aquela cultura.

Temos, portanto, uma perfeita crise de valores, que paralisa a política e ameaça paralisar a macroeconomia. Só não paralisa os milhões e milhões de brasileiros que continuam comparecendo ao trabalho, cumprindo suas tarefas e tentando ganhar a vida honestamente. Para que estes não façam o papel de trouxas, está mais do que na hora de uma mudança radical na política um novo governo, uma nova força, uma nova composição, o que seja — mas que seja capaz de tocar o país. E que seja capaz, entre outras coisas, de reformar o capitalismo nacional. [essa mudança radical na política tem que ser rápida e não pode envolver políticos;  o que conduz a um único caminho: CONSTITUCIONAL e LEGAL = intervenção militar constitucional.
Feita a intervenção, se deputa o Congresso, o Judiciário - se necessário - e zeramos o jogo.
Isto ou o caos será total e poderá ser chamado - sem redundância e sim como forma de melhor definir -  de CAOS CAÓTICO.]

Quanto ao Judiciário, se havia alguma dúvida sobre sua conduta, parece que não há mais. Viva a Lava-Jato, que criou a oportunidade para que se lave tudo isso.


Fonte: Carlos Alberto Sardenberg, jornalista - O Globo

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

STF determina prisão do líder do PT, senador Delcídio Amaral - Delcidio costuma recomendar aos seus comparsas petistas o uso do LEXOTAN

PF prende senador Delcídio Amaral (PT-MS) e banqueiro André Esteves

Determinação foi dada pelo STF 

[cabe a pergunta: quem será o próximo dirigente do PT a ser preso? afinal, aquela organização criminoso, com nome e disfarce de ser partido político, exigem para ser seu dirigente que o candidato seja aprovado no exame de FOLHA CORRIDA.

Sem uma FOLHA CORRIDA de destaque, preferencialmente com muitos e variados delitos, o candidato é dispensado.

O deputado Zé Guimarães, líder do PT na Câmara, apresentou uma FOLHA CORRIDA fraca - o delito mais grave (ninharia sob a ótica petista) foi o transporte por um dos seus assessores de dólares do parlamentar, transporte efetuado na cueca.

Quase que o Zé não era aprovado para líder do PT. O que o salvou foi ser irmão do Zé Genuíno - outro bandido famoso das hostes petistas - que garantiu que o irmão pode aumentar a FOLHA CORRIDA, bastando que Dilma desse uma chance.]

O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), foi preso preventivamente na manhã desta quarta-feira no flat onde mora, em Brasília. O senador é acusado de ameaçar parentes do ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, e de ter oferecido a ele ajuda para fugir do Brasil e não revelar nada sobre o esquema de corrupção da Petrobras, segundo disse ao GLOBO uma fonte que acompanha o caso de perto. A prisão foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, que apontou o oferecimento de vantagem como, por exemplo, uma mesada de R$ 50 mil para a família de Cerveró e R$ 4 milhões a seu advogado.
Também foram presos o banqueiro André Esteves, do banco BTG Pactual, que teria participado do conluio pelo silêncio de Cerveró; e o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira Rodrigues. Já o advogado Edson Ribeiro, que trabalha para Cerveró, teve a prisão decretada, mas ainda não teria sido detido. Todos estão envolvidos na mesma acusação, de obstrução da Justiça.

Delcídio chegou de carro, às 8h15, à Superintendência da Polícia Federal em Brasília. O veículo preto em que estava foi seguido por outro, de escolta. Ele não foi algemado. Segundo a Polícia Federal, Delcídio ficará na superintendência e não há previsão de transferência para o presídio da Papuda. Ele foi alocado em uma sala no térreo do prédio principal, porque devido ao foro privilegiado tem direito a ficar numa sala de Estado-Maior. A sala tem cerca de nove metros quadrados. Caso a prisão seja mantida, será decidido a possibilidade de instalar a estrutura para que ele passe a noite na própria sala em que está ou se o senador será levado para a ala em que fica a carceragem de passagem.

A situação inicialmente era provisória, mas, por unanimidade, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), composta de cinco ministros, confirmou na manhã desta quarta-feira a decisão tomada na terça-feira pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato, de mandar prender o senador. O colegiado considerou gravíssima a acusação do Ministério Público Federal (MPF) de que o parlamentar tentava obstruir as investigações sobre o esquema de desvios de dinheiro da Petrobras.

Outro motivo que levou o ministro a mandar prender o senador foi o fato de que, em reunião com o advogado de Cerveró, Delcídio teria prometido a libertação do réu no STF. Ele disse que tinha conversado com Zavascki e com o ministro Dias Toffoli sobre a concessão de habeas corpus. E prometeu que pediria ao vice-presidente Michel Temer e ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que falassem com o ministro Gilmar Mendes sobre o tema. Para Zavascki, é impressionante “a desfaçatez com que se discute a intercessão política na mais alta corte brasileira”.

Perguntados se foram procurados por Delcídio para tratar de um habeas corpus para Cerveró, os ministros responderam:
- Não – disse Gilmar Mendes.
- Sobre este tema, nunca. Nunca conversei com ele (Delcídio) sobre este assunto disse Toffoli.
Já o ministro Teori Zavascki não quis comentar o assunto.

O GLOBO apurou que Bernardo, filho de Cerveró, entregou à polícia uma gravação de Delcídio oferecendo vantagens a Cerveró para ele não fazer a delação, homologada nesta semana. Delcídio é o primeiro senador da República preso em flagrante por conta da oferta para a fuga, que é um crime continuado.

A delação de Cerveró envolve outros políticos ligados ao PMDB. Apesar de Delcídio ser do PT, ele sempre foi considerado um político ligado ao PMDB dentro da estatal. Dois senadores foram citados por Cerveró aos procuradores da PGR.

Na manhã desta quarta-feira, a Polícia Federal fez buscas e apreensões no gabinete de Delcídio, no Senado Federal, e no gabinete da liderança do governo no Senado, já que ele é o líder do governo Dilma na Casa. O 25° andar do prédio, onde se localiza o gabinete do petista, está interditado e ninguém pode subir. Nesse mesmo andar também está instalada a Secretaria Geral do Senado. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi informado da ação da Polícia Federal no Senado às 6h30 desta manhã.

DELATOR: SENADOR RECEBEU PROPINA DE PASADENA
Delcídio foi citado em delação premiada de Fernando Baiano, que diz que o senador teria recebido entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão de propina na negociação da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.


Baiano afirmou ter sido autorizado por Cerveró a repassar sua parte de propina pela compra da refinaria a Delcídio. Segundo Baiano, o petista estaria pressionando o ex-diretor da estatal. O lobista afirmou ainda ter sido procurado por Cerveró em 2006 para acertar o pagamento. O ex-diretor reclamou com o lobista. Disse que se sentia “muito pressionado" pelo senador petista, que na época era candidato ao governo do Mato Grosso do Sul.

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* Colaboraram André de Souza e Renato Onofre - O Globo