Entrevistei hoje o presidente do Banco Central
Alexandre Tombini e a primeira pergunta foi sobre o índice de atividade
econômica, que revelou queda de 4,1% em 2015. Ele lembrou que o IBC-Br
não é uma prévia do PIB, apurado pelo IBGE, mas admite que o resultado é
muito ruim, comprovando que a economia está em contração. Tombini acha,
contudo, que o país pode iniciar a recuperação até o final do ano. A
entrevista estreia nesta quinta-feira, às 21h30, na GloboNews.
Tombini entende que a atividade continua fraca neste começo de ano. A
projeção do BC para 2016 será revista depois da divulgação oficial do
IBGE, em março. Ele acha que no final do ano o país estará se
recuperando, com a inflação acumulada em 12 meses em queda. Mas, pelas
projeções de especialistas e de outras instituições, este deve ser outro
ano muito difícil. A OCDE revisou para -4% a sua previsão para o PIB
brasileiro.
A projeção não é a garantia de que algo de fato vai ocorrer. A
economia é dinâmica; novos fatores aparecem e podem mudar o quadro. Mas
alguns eventos são mais prováveis. Com a recessão, a inflação acumulada
em 12 meses, por exemplo, tem grande probabilidade de cair, após os
10,67% registrados em 2015. Tombini contou que espera essa
“desinflação”.
A recuperação do crescimento, entretanto, depende muito da confiança.
Ela é frágil e difícil de restabelecer. A confiança é algo subjetivo.
Tombini contou sobre um aspecto positivo da economia, que é o ajuste
externo. O déficit em transações correntes caiu quase pela metade em
2015, e deve zerar em pouco tempo. O dólar alto é outro ponto que pode
ajudar a estabilizar a economia. Com o produto importado mais caro, as
importações são substituídas por artigos nacionais, ativando a economia
local.
Na entrevista, que vai hoje ao ar às 21h30, ele fala da situação
internacional, o que é mais importante para o Banco Central, e o que
levou à decisão de manter os juros.
Fonte: Coluna da Miriam Leitão
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