O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar
na manhã desta quinta-feira determinando que o presidente da Câmara dos
Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) seja suspenso de seu mandato
parlamentar e, consequentemente, da presidência da Casa legislativa. De
acordo com a decisão, Cunha continua deputado e com foro privilegiado,
mas está com o mandato suspenso.
[Zavascki decidiu ser Juiz SUPREMO para atender ao pedido de Janot e a falta de instrumento legal o Juiz SUPREMO trocou a toga pelo paletó de Legislador SUPREMO e assumindo poderes que nem nos tempos do A-5 (tão criticado nos dias atuais)o presidente da República, chamado pejorativamente de ditador, possuía, criou virtualmente a figura de SUSPENSÃO do mandato do deputado.
Voltando à condição de Juiz Supremo Zavascki, já dispunha do meio legal para SUSPENDER um mandato parlamentar, determinar que aquela suspensão alcançava a prerrogativa do parlamentar atingido de ser presidente da Câmara que ficava também suspensa.
E, solenemente, exarou o CUMPRA-SE.
Não olvidemos que em momento algum Cunha foi interrogado, teve o direito de se defender, de conhecer do que era acusado, sequer foi notificado de que seria julgado em sessão secreta da qual só Juiz SUPREMO participava.
Nós, brasileiros do povo, os que só pagam a conta ficamos com receio:
- se a moda pega e um juiz singular, de primeiro grau, simplesmente durante uma audiência, determina sem razão nenhuma que uma das partes seja presa imediatamente.]
A liminar de Teori Zavascki atende a um pedido do procurador-geral da
República Rodrigo Janot, que em dezembro pediu o afastamento do
parlamentar por considerar que há indícios suficientes de que o
peemedebista tem utilizado o cargo de congressista para travar
investigações contra ele e envolvendo o bilionário escândalo de
corrupção do petrolão. Uma das fases da Operação Lava Jato, denominada
Catilinárias, foi deflagrada no final do ano passado para colher provas
contra políticos suspeitos de atuar para blindar as apurações do
petrolão.
A assessoria de Cunha informou que ele já foi notificado sobre a decisão.
Ao pedir o afastamento do deputado, Janot defendeu que a medida era
crucial para "garantir a ordem pública", a regularidade das
investigações e a atuação normal das investigações do Conselho de Ética e
Decoro Parlamentar. O Ministério Público diz que as suspeitas contra
Eduardo Cunha são "anormais" e que as acusações contra ele de manter
dinheiro de propina em contas secretas na Suíça e de ter recebido
propina de operadores do esquema do petrolão podem acarretar a perda do
mandato. Ao todo, Rodrigo Janot diz ter reunido onze situações em que
Eduardo Cunha usou seu mandato para travar ou pelo menos atrasar as
investigações da Lava Jato.
Desde o ano passado, o MP tinha montado uma ofensiva em busca de
provas cabais da atuação de Eduardo Cunha para travar a Operação Lava
Jato, intimidar desafetos, utilizar aliados em prol de seus interesses e
direcionar processos de criação de leis em benefício próprio. Na peça
enviada ao ministro Teori Zavascki, o chefe do Ministério Público narra
em detalhes cada momento em que Eduardo Cunha, segundo as palavras dele,
transformou a Câmara em um "balcão de negócios" em benefício de suas
conveniência.
"Eduardo Cunha tem adotado, há muito, posicionamentos absolutamente
incompatíveis com o devido processo legal, valendo-se de sua
prerrogativa de Presidente da Câmara dos Deputados unicamente com o
propósito de autoproteção mediante ações espúrias para evitar a apuração
de suas condutas, tanto na esfera penal como na esfera política.
Eduardo Cunha transformou a Câmara dos Deputados em um 'balcão de
negócios' e o seu cargo de Deputado Federal em mercância, reiterando as
práticas delitivas. Eduardo Cunha recebia valores, seja por doações
oficiais, para si ou para os Deputados que o auxiliavam (também este o
motivo pelo qual possui tantos seguidores), ou por meio de pagamentos
ocultos", resume.
A seguir, os 11 episódios em que o Ministério Público diz que Eduardo
Cunha usou o mandato de deputado federal e a presidência da Câmara em
proveito próprio.
Obstrução de investigações e pressão a desafetos:
Segundo o Ministério Público, Eduardo Cunha utilizou correligionários
para apresentar dois requerimentos perante a Comissão de Fiscalização
Financeira e Controle da Câmara como forma de pressionar o lobista Julio
Camargo, delator da Lava Jato e responsável pela acusação de que o
peemedebista recebeu 5 milhões de dólares em propina. Em 2011, a
ex-deputada Solange Almeida, aliada de Cunha, solicitou ao Tribunal de
Contas da União (TCU) e ao então ministro de Minas e Energia, Edison
Lobão (PMDB-MA), informações muito similares às que o doleiro Alberto
Youssef indicou em seu depoimento: dados de contratos, auditorias,
aditivos e licitações que envolviam "o Grupo Mitsui com a Petrobras ou
qualquer das suas subsidiárias no Brasil ou no exterior". Os
requerimentos comprovariam, na avaliação do Ministério Público, que
aliados de Cunha fizeram pressão política sobre a Mitsui e o lobista
Julio Camargo depois de supostos atrasos no pagamento de propina.
Pressão ao Grupo Schahin: Em episódio semelhante aos
requerimentos apresentados pela deputada Solange Almeida, o
procurador-geral Rodrigo Janot disse que Eduardo Cunha utilizou sua
influência política junto a aliados para intimidar o Grupo Schahin. A
PGR aponta que Cunha utilizou deputados para encaminhar requerimentos
envolvendo a Barragem de Apertadinho (RO) e, com isso, pressionar para
que houvesse pagamento de propina Grupo Schahin. Em depoimento, Milton
Schahin disse que o doleiro Lúcio Funaro atuava em nome de Cunha na
estratégia de pressão ao Grupo Schahin. A relação entre Eduardo Cunha e
Funaro também é reforçada pelo fato de estar registrado em nome da
empresa C3 Produções Artísticas e Jornalísticas, do deputado e da esposa
dele Cláudia Cruz, dois cargos de luxo pagos com cheques das empresas
Cingular e Royster, de Funaro.
Pressão e convocação da advogada Beatriz Catta Preta na CPI da Petrobras:
O Ministério Público acusa Eduardo Cunha de ter trabalhado para a
convocação da advogada criminalista Beatriz Catta Preta na CPI da
Petrobras depois de um dos clientes dela, o lobista Julio Camargo, ter
revelado que pagou propina de 5 milhões de dólares ao deputado por
contratos de navios-sonda com a Petrobras. "Relevante notar que um dos
atos que antecedeu as investidas contra Catta Preta foi justamente a
oitiva que Julio Camargo realizada no dia 10 de junho de 2015, no qual
revela que Eduardo Cunha foi uma dos beneficiários da propina paga em
razão da aquisição dos navios-sonda da Samsung", relata o MP.
Contratação da empresa de investigação Kroll: No
embasamento do pedido de afastamento de Eduardo Cunha, o MP diz que a
Câmara dos Deputados contratou a empresa de espionagem Kroll
exclusivamente para investigar delatores da Operação Lava Jato e, se
encontrasse inconsistências nos depoimentos deles, colocar em xeque a
credibilidade das revelações trazidas pela Operação Lava Jato. Sobre a
atuação da Kroll, diz o Ministério Público: "chama a atenção o fato de
nenhum político ter sido incluído na lista e 75% dos alvos serem
colaboradores da Justiça. Não que os colaboradores estejam 'blin-dados'
de serem investigados, mas salta aos olhos o direcionamento dado à
empresa contratada".
Direcionamento da CPI da Petrobras contra o Grupo Schahin e contra Alberto Youssef:
Utilizando aliados na fracassada CPI da Petrobras, Eduardo Cunha
instruiu deputados a pressionar e constranger o Grupo Schahin, mais uma
vez por meio do doleiro Lúcio Funaro. "No exato dia da instauração da
CPI da Petrobras, Funaro enviou e-mail afirmando que o Grupo Schahin
seria convocado", diz o Ministério Público. Para a acusação, o
direcionamento contra a empresa, que não integrava o Clube do Bilhão de
empreiteiras da Lava Jato, por exemplo, evidencia o uso do poder de
Eduardo Cunha na perseguição a desafetos. "Os fatos narrados visam tão
somente demonstrar o desvio de finalidade dos parlamentares mencionados
ao exercer a relevante função fiscalizadora ínsita ao Poder
Legislativo".
Apontado como um dos principais delatores da Operação Lava Jato, o
doleiro Alberto Youssef teve a família utilizada como forma de pressão
na CPI da Petrobras. Nos trabalhos da comissão, o então deputado Celso
Pansera (PMDB-RJ), atual ministro de Ciência e Tecnologia, apresentava
requerimentos de convocação de quebra de sigilo contra as filhas, a
ex-mulher e a irmã do delator. Pansera foi classificado por Youssef como
"pau mandado de Cunha". "Este requerimento de convocação da filhas de
Alberto Youssef e de sua ex-mulher teve o único objetivo de intimidar o
Colaborador que revelou em depoimento formal à Justiça e ao Ministério
Público que Eduardo Cunha foi um dos beneficiários da propina da
Petrobras", explica o MP.
Projeto de lei para derrubar acordos de delação premiada:
Por meio do deputado aliado Heráclito Fortes (PSB-PI), Eduardo Cunha
teria pressionado pela apresentação de um projeto de lei que impede que
delatores corrijam informações ou acrescentem dados novos em depoimentos
já prestados. Para o procurador-geral, a iniciativa seria uma
retaliação ao lobista Julio Camargo, que em depoimento extra disse que
pegou 5 milhões de dólares em propina a Eduardo Cunha em uma transação
envolvendo a Petrobras e a Samsung Heavy Industries. Ao justificar
porque só citou o deputado federal em uma oitiva complementar, Camargo
disse que temia a atuação do presidente da Câmara.
Demissão de servidor que contrariou interesses: O
Ministério Público aponta ainda que Eduardo Cunha, utilizando sua
influência política, demitiu o servidor Luiz Antônio Souza da Eira,
então Diretor do Centro de Informática da Câmara dos Deputados, depois
de ele ter reconhecido que era de Cunha a autoria de requerimentos de
pressão de desafetos, como Julio Camargo.
Atrapalhar funcionamento do Conselho de Ética: A PGR
lista as tentativas de Cunha e aliados de barrar o andamento do
processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da
Câmara. Parlamentares do conselho levaram ao Ministério Público
evidências de que aliados do peemedebista tentaram travar as votações
com questões de ordem, de que Cunha demorou a ceder um auditório para
realizar a sessão inicial e abriu votações no plenário - a chamada ordem
do dia - antes do horário comum para forçar o encerramento da reunião
no colegiado. Um aliado de Cunha, o deputado Felipe Bornier (PSD-RJ)
chegou a anular a sessão por completo. Na última cartada, um recurso à
Mesa Diretora, o primeiro relator do caso, deputado Fausto Pinato
(PRB-SP), foi destituído do cargo.
Ameaças a Fausto Pinato, ex-relator do processo de cassação no Conselho de Ética:
Janot ligou a Eduardo Cunha as ameaças que o ex-relator do processo
contra o peemedebista no Conselho de Ética, deputado Fausto Pinato
(PRB-SP), contou ter recebido por meio de seu motorista, depois de
assumir o caso. O deputado disse que mantinha bom relacionamento geral,
mas passou a ser assediado depois de relatar a representação contra
Cunha. Um funcionário do gabinete de Pinato contou ter sido abordado em
Fernandópolis (SP), ao deixar a mulher e a filha do deputado em casa,
por dois motoqueiros que faziam menção ao processo e em mandar o
deputado "para o céu". O motorista depôs e confirmou o teor da denúncia.
Novas ameaças e oferta de propina a Fausto Pinato:
Pinato também afirmou ter recebido oferta de propina de desconhecidos. A
Polícia Federal apreendeu no bolso de um paletó e no escritório da
residência de Cunha boletins de ocorrência referentes às denúncias de
Pinato.
Oferecer o mandato como 'balcão de negócios' ao BTG e à OAS:
A PGR obteve cópias de mensagens em que Cunha, por e-mail e Whatsapp,
combina com Léo Pinheiro, executivo da OAS, e Manuel Ribeiro, também da
OAS, a aprovação de emendas em Medidas Provisórias (MPs) para beneficiar
os interesses da empreiteira. Apelidado de "escriba", Ribeiro era o elo
da OAS com Cunha e "elaborava os projetos e medidas para tramitar na
Câmara. O Ministério Público também obteve indícios de que Cunha atuava
em conluio com André Esteves, do BTG Pactual, a fim de ter favorecimento
a bancos em processo de liquidação. Rodrigo Janot apontou ao todo onze
MPs em que Cunha articulou para beneficiar as empresas, em detrimento do
interesse público. Segundo a PGR, Cunha pôs o mandato à disposição das
empresas pelo menos desde 2012 e usava influência em parlamentares
aliados para conseguir modificar os textos das leis. Em troca, obtinha
propina e doações eleitorais para si e para aliados. Um dos indícios é o
manuscrito com relato de que ele teria recebido 45 milhões de reais
para beneficiar o BTG.
Fonte: O Globo
{ministro Teori Zavascki, encerro lembrando a Vossa Excelência que só existe UM JUIZ SUPREMO, DEUS TODO PODEROSO e ao qual todos nós prestamos contas.
Não adianta a nenhum ser humano se arvorar de SUPREMO JUIZ, toda a sua autoridade se revelará nada.
Esse JUIZ SUPREMO, o ÚNICO REALMENTE TODO PODEROSO, detesta a injustiça, a prepotência, o orgulho, a arrogância e as suas sentenças não aceitam recursos.
DEUS, o SUPREMO JUIZ, administra a JUSTIÇA DIVINA, que as vezes tarda, mas nunca falha.]
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