Com paralisação, Polícia Civil enfrenta PMs, Governo e Justiça - Poder Judiciário tem que se impor (decisão judicial não se discute, se cumpre e depois se contesta via canais apropriados) aplicar (e cobrar) multas, não pagar dias parados e se necessário requisitar apoio de tropas federais
Apesar de o Judiciário
considerar a greve ilegal, agentes mantêm a radicalização do movimento e
ainda fazem protesto diante do Estádio Nacional de Brasília Mané
Garrincha, palco da estreia da Seleção Brasileira nas Olimpíadas [houve clara afronta da Polícia Civil a uma determinação judicial, o que não pode ficar impune.
As reivindicações da PCDF procedem totalmente, mas, não podem utilizar um momento delicado para exigirem atendimento - aí a legítima reivindicação para a ser extorsão.]
Quem esteve no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha ontem à
tarde para celebrar a estreia da Seleção Brasileira nas Olimpíadas se
deparou com uma manifestação de policiais civis. Apesar de proibido pela
Justiça, o protesto reuniu cerca de 1 mil servidores da corporação,
que radicalizaram o movimento de luta por reajuste salarial. Os agentes
decidiram enfrentar o Judiciário e o governo, interrompendo o
atendimento em várias delegacias. Além disso, o grupo responsável pela
atuação em caso de ataques terroristas se retirou do hotel onde estão
hospedadas as delegações estrangeiras, o que ampliou a repercussão do
movimento. O governo aguarda o fim da greve para voltar a negociar com a
categoria, mas mudou de estratégia: a partir de agora, o GDF analisará
os pleitos de PMs e bombeiros com as demandas dos policiais civis.
Cerca de 1 mil policiais civis se reuniram ontem em frente ao Estádio
Mané Garrincha, onde o Brasil empatou sem gols com a África do Sul:
provocação e constrangimento
O
protesto em frente ao estádio foi pacífico, mas houve momentos de
tensão, especialmente quando a cavalaria se aproximou dos grevistas. Nos
bastidores, o clima entre PMs e policiais civis é de conflito direto.
[em uma situação dessa natureza é imprudência o uso da Polícia Militar para conter os policiais civis. A solução adequada é o uso de tropas federais - CAVALARIA = tanques; com o uso de blindados os policiais civis serão convencidos a agir antes de tudo como policiais e cuidarão de antes do confronto, da provocação, cumprirem o DEVER de manutenção da Ordem Pública. Afinal, nenhum policial civil do DF tem vocação para repetir o gesto daquele chinês da Praça Celestial, Pequim, China.
Colocar a Polícia Militar no enfrentamento com policiais civis pode resultar em mortes - o que ninguém quer. Nessas situações, só o uso de FORÇA TOTAL - Forças Armadas - resolve sem um disparo] Como a concessão do aumento pleiteado a todas as categorias da
segurança pública é praticamente inviável por causa da crise
financeira, as corporações se veem como inimigas na briga pelo reajuste
salarial.
Delegados e agentes da Polícia Civil aprovaram a paralisação de 48
horas em assembleias realizadas na tarde da última quarta-feira. Pouco
depois, o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) recorreu à
Justiça, e o desembargador Sebastião Coelho declarou a greve ilegal. “A
deflagração de um movimento grevista por parte de policiais na data do
primeiro jogo olímpico realizado na cidade não é consentâneo com o
exercício da greve como instrumento legítimo de pressão. Não é possível
que a segurança da população seja utilizada como moeda de troca nessa
negociação”, argumentou o magistrado.
O
desembargador mencionou, ainda, os riscos de atritos com a PM.
“Eventual reunião de policiais civis nas cercanias do estádio nos dias
de realização de partidas de futebol tem potencial para desencadear
confronto entre forças de segurança, uma vez que outras polícias e até a
Força Nacional estarão presentes para garantir a normalidade do
evento”. A multa fixada foi de R$ 500 mil por dia de jogo e R$ 200 mil
para datas sem partidas no estádio. O juiz também determinou a
aplicação de multa de R$ 500 mil, caso houvesse manifestação no
estádio. [o que a Justiça não pode transigir é na cobrança das multas.
Foram estabelecidas, os policiais não cumpriram a Ordem Judicial e cabe a Justiça o DEVER de cobrar até o último centavo.]
Não estão descartados cortes de
salário pelos dias não trabalhados. A Promotoria de Justiça Militar do
MPDFT acompanhou ontem o protesto dos grevistas. O promotor Nísio
Tostes classificou a paralisação e a manifestação no local do jogo como
um ato de “extrema irresponsabilidade”. “Qualquer reivindicação
salarial é permitida, mas deve ser feita dentro das regras
constitucionais”, explicou. O MP atuou para identificar os
participantes do movimento paredista e não descarta sanções aos
envolvidos na paralisação.
Os policiais civis
reivindicam a isonomia salarial com a Polícia Federal, que teve aumento
de 37% em três parcelas proposto pelo Executivo federal. O GDF se
dispôs a pagar 7% no próximo ano, 10% em 2018 e 10% em 2019, mas a
oferta foi rejeitada pela categoria. Os policiais militares e bombeiros
também reivindicam reajuste de 37% e ameaçam com Operação Tartaruga
caso as negociações não avancem. “Quando fizeram um movimento parecido
no ano passado, houve um grande número de processos, inclusive com
condenações. Quem quiser entrar nessa aventura é bom contratar
advogados, pois, certamente, haverá processo contra todos que aderirem a
esse tipo de operação”, comentou o promotor Nísio.
Impacto
Os
crimes cometidos no perímetro do estádio deveriam ter sido registrados
na 5ª DP (Área Central). Mas o Correio esteve no local às 17h e o
encontrou fechado. A unidade montada dentro da arena funcionou
normalmente. A secretária de Segurança Pública e
da Paz Social, Márcia de Alencar, afirmou ontem que a greve da Polícia
Civil não terá impactos graves no planejamento dos Jogos Olímpicos. “A
paralisação estava prevista em todos os cenários de crise. Já houve
reforço no plano de contingência com as outras forças. Teremos um
reflexo na questão de serviços ordinários e nas investigações, mas esse
não é um ponto que envolve a questão das Olimpíadas”, explicou. “A
Secretaria de Segurança Pública tem muito respeito pela Polícia Civil e
reconhece a sua importância. Majoritariamente, o contingente de
segurança das Olimpíadas é formado por PMs, bombeiros e agentes do
Detran”, ponderou.
O comandante da Polícia
Militar, coronel Marco Antônio Nunes, também minimizou o impacto da
greve. “A segurança não ficará desfalcada. Temos uma força reserva para
esse tipo de cenário, que foi previsto”, reforçou. Sobre a disparidade
entre policiais civis e militares, Nunes preferiu amenizar o caso.
“Eles estão no movimento deles, e nós estamos trabalhando. A PM não faz
greve. Independentemente de qualquer coisa, as duas polícias são
irmãs. Não existe disputa”, finalizou o oficial.
Ameaça
Quem
está à frente das negociações com a Polícia Civil é o chefe da Casa
Civil, Sérgio Sampaio. Depois que os agentes radicalizaram o movimento, o
governo retirou a proposta apresentada à categoria, mas o Buriti quer
retomar as conversas com a PCDF. “A gente espera que a Polícia Civil
aja com responsabilidade e retorne o quanto antes ao trabalho, para que
possamos retomar as negociações. Até porque a greve foi considerada
ilegal”, comentou Sampaio.
Fonte: Correio Braziliense
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