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domingo, 3 de setembro de 2017

INsegurança pública no DF e Entorno

Moradores do Entorno são obrigados a conviver com a insegurança

Última reportagem da série O Cinturão do Crime mostra como a criminalidade prejudica quem mora em Formosa, Planaltina de Goiás, Águas Lindas e Santo Antônio do Descoberto

A falta de planejamento urbano e o crescimento desordenado dos municípios goianos do Entorno são um dos principais motivos para a violência na região. Prefeituras não conseguem prever e ordenar as demandas da população, que só faz crescer. Bairros surgem sem que haja vagas no sistema público de ensino ou efetivo de segurança para dar conta desse boom. A falta de equipamentos públicos, espaços de convivência, escolas, hospitais e transporte, atrelado ao abandono das autoridades, é terra fértil para a proliferação do crime. Quem vive na região já se adaptou ao contexto de vulnerabilidade e, para conviver com tráfico, roubos, furtos e assassinatos, fazem silêncio. 
 
Na última edição da série O Cinturão do Crime, a reportagem do Correio visita os municípios de Formosa, Planaltina de Goiás, Águas Lindas e Santo Antônio do Descoberto (leia Cidades irmãs abaixo), para mostrar as consequências da criminalidade na vida dos moradores das localidades. Distantes 40km entre si, os dois primeiros municípios abrigam histórias de pessoas transformadas pela violência urbana. Sobreviventes lutam para se recompor, mas nem sempre resistir é uma opção.

Servidora licenciada da Prefeitura de Formosa, Marilene Pereira dos Santos, 50 anos, ficou devastada quando a droga tirou dela, em 15 dias de diferença, dois dos cinco filhos. O primeiro morreu aos 20, com 18 tiros de pistola, e o segundo, de 18, foi assassinado à queima roupa no sofá de casa. Dos três que restaram, um está preso e os outros ela tem pouco tem contato. A própria Marilene encontrou nas drogas uma forma de anestesiar a dor. Usou maconha, cocaína e não resistiu ao crack. Morou na rua, vendeu tudo e se endividou. Nunca se livrou do vício. Hoje, vive com um companheiro, também viciado, e escreve poemas para aliviar o fardo. “Vi na pedra a saída para a depressão. O meu refúgio foi o crack. Não sei nem como estou viva”, lamenta.
 
Vítima de latrocínio
A 40km dali, em Planaltina de Goiás, em um bairro pobre de terra batida, Daiane Cristina da Silva Xavier, 28 anos, chora ao lembrar da mãe, Lourdes Maria da Silva Xavier, 53 anos. Ela perdeu a vida durante um roubo à residência do irmão de Daiane, no Jardim Paquetá. Acompanhada da neta de 4 anos, Lourdete preparava-se para tomar um banho quando se deparou com o criminoso. Ele arrombou o lote pela porta dos fundos e, antes de fugir, esfaqueou a vítima, que morreu no local. “Ela não fazia mal a ninguém, mas foi assassinada mesmo assim. Minha filha de 4 anos presenciou tudo e ficou marcada de sangue”, recorda.

O assaltante foi preso horas depois, acabou solto, mas voltou para a prisão por ter cometido um estupro, também em 2013. As marcas da perda resistem em Daiane até hoje. Ela passou a ter medo de andar na rua e só deixa as filhas de 8 e 4 anos brincarem em frente à casa quando o marido está presente. Não conseguiu sequer completar o curso técnico de enfermagem que fazia.
 
 
 

 
 

 

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