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segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Saiba o que pensam os três principais líderes da extrema-direita alemã

Desde 1949, a Alemanha não via representantes de um partido de extrema-direita nacionalista chegarem ao Parlamento. Porém, essa realidade mudou: o Alternativa para a Alemanha (AfD, em alemão) agora é a terceira força política após as eleições legislativas de domingo. A chanceler alemã, Angela Merkel, ganhou sua quarta eleição, mas se viu enfraquecida pela dificuldade de formar uma aliança de governo, com o pior resultado dos conservadores em décadas.

O AfD havia definido em um congresso em abril uma posição mais radical para a campanha das eleições legislativas de setembro, rejeitando a proposta de uma guinada ao centro da então líder do partido, Frauke Petry. Petry estava convencida de romper com o discurso de extrema-direita e proibir manifestações racistas, o que foi recusado pelos delegados do partido. Ela já havia surpreendido ao anunciar que não queria encabeçar as listas de formação para as eleições, deixando o AfD em uma situação complicada.

Frauke Petry, co-presidente do AfD, (à dir.) e os principais candidatos do partido Alexander Gauland e Alice Weidel participam de uma entrevista coletiva em Berlim - Michael Sohn / AP

Alexander Gaulan é uma das principais figuras dos radicais do AfD e é muito apreciado pela base. Ele é conhecido por suas declarações polêmicas, como quando lançou ataques, no ano passado, contra um jogador negro da seleção nacional de futebol, Jérôme Boateng. Até o momento, Gauland conseguiu resistir aos ataques de Petry e impediu a expulsão de dirigentes do partido que fizeram declarações polêmicas sobre o nazismo. 
Já Alice Weidel é uma ex-executiva do setor bancário. Faz parte da direção do AfD, partido que insiste na defesa da família e dos casais tradicionais. Weidel foi uma das responsáveis por elaborar o programa econômico liberal e antieuro do AfD, e também se destaca por seu discurso duro sobre a imigração.
O AfD defendeu nas legislativas um programa anti-islã e anti-imigração. Entre os pontos deste programa, estão impedir a reunificação das famílias de refugiados presentes na Alemanha, retirar a nacionalidade alemã dos imigrantes culpados de delitos "importantes" e declarar o Islã incompatível com a cultura alemã. O partido capitalizou o temor vinculado à chegada de mais de um milhão de solicitantes de asilo em 2015-2016.
O partido foi fundado em 2013 como uma opção contra os planos da União Europeia para resgatar a Grécia e salvar o euro, mas passou a adotar posições contrárias a entrada de imigrantes e à disseminação do islamismo em seu programa.

Fonte: O Globo


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