O que há por trás da saída de Mariz? Nada, a não ser o adequado comportamento ético. Na área jurídica, presidente segue em boas mãos
Eduardo Carnelós é o novo advogado de
Michel Temer na segunda denúncia apresentada por Rodrigo Janot e que tem
como, digamos, âncora a delação do patriota Lúcio Funaro. Vocês sabem: é
aquele rapaz que participou de uma espécie de competição, definida pelo
ex-procurador-geral, com Eduardo Cunha para saber quem topava acusar
com mais virulência o presidente. Funaro fez mais pontos. Como jamais
participou do círculo de relações de Temer, então Janot dá a sua segunda
grande contribuição ao direito: a “Delação Terceirizada”, como a
definiu Carlos Andreazza.
Tudo o que o doleiro diz tem como
referência coisas que Cunha lhe teria contado… NOTA: A outra grande
contribuição desse monstro, em sentido literal, das lentes jurídicas é a
“Denúncia Preventiva”. Ao pedir a extinção da ação contra Romero Jucá,
Renan Calheiros e José Sarney — cujas respectivas prisões ele havia
pedido — porque a PF não encontrou sinais de que tivessem atuado para
obstruir a investigação, conforme constava da denúncia, o doutor saiu-se
com esta: “Eles só não cometeram o crime porque denunciei antes”.
Eis o homem cujo trabalho Luiz Fux,
Roberto Barroso e Celso de Mello consideram exemplar. Ainda vou sugerir
que esses ministros leiam seus votos num estádio. Sendo a favor da
torcida, serão aplaudidos… Mas volto ao ponto. Carnelós assume, nesse caso, a tarefa
que estava a cargo de Antonio Claudio Mariz de Oliveira, que dele abriu
mão por imposição da ética profissional. Por quê? Ele já foi advogado,
em outro caso, de Funaro. Aqui e ali se pergunta: ”Mas ele se lembrou de
ser ético só agora? O que há por trás disso?”
Nada! Por trás das perguntas é que há
mentalidade conspiratória. Todas as petições apresentadas por Mariz
antecedem a formalização da denúncia de Funaro, que nem se sabia se
haveria ou não. Cumpre notar que o pedido de suspensão de tramitação de
uma eventual segunda denúncia foi apresentado antes de as acusações do
doleiro serem formalizadas. E, pois, não havia por que Mariz se afastar.
Agora, sim! Afinal, ele teria de advogar contra um ex-cliente, o que
fere o Código de Ética.
Carnelós é um dos mais respeitados
criminalistas do país. Temer continuará em boas mãos. Não vou dizer que a
tarefa é fácil porque nada é fácil num ambiente em que, em se tratando
de homem público, é preciso enfrentar a “presunção de culpa”, setores da
imprensa empenhados em depor o presidente e a sujeição voluntária do
jornalismo ao Ministério Público Federal. Fato é que a denúncia é notavelmente
estúpida e inepta. Com a reconhecida competência de Carnelós, acho que
isso ficará evidenciado.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo
[Já que estamos falando das patuscadas de Janot - mais conhecido pelo vulgo de Rodrigo Enganot, leia mais dois POSTs:
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