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terça-feira, 29 de maio de 2018

Hora de pausa na greve para o país sobreviver

Caminhoneiros iniciaram o movimento grevista há oito dias, numa iniciativa reconhecida pela imensa maioria dos brasileiros como legítima em função da alta do diesel e da dificuldade para repassar esses custos aos preços. Todas as reivindicações foram atendidas, embora uma ainda esteja pendente de aprovação, a isenção do Pis/Cofins. Mas como o transporte é vital para quase todos os cidadãos do país, os líderes desse movimento precisam entender que está na hora de parar e voltar ao trabalho.

Se a intenção é fazer protesto político, ou por outras causas que não a redução do diesel, essas iniciativas devem ficar para outras manifestações, quando as pessoas tiverem alimentos em suas casas e combustível para deslocamento.  Esse movimento grevista prejudica principalmente os mais pobres. Não podemos esquecer que 60% dos brasileiros têm renda de até 1 salário mínimo e, se considerarmos até dois salários mínimos, é mais de 70% da população do país. Esses números têm sido lembrados pela economista Zeina Latif, doutora pela USP e economista-chefe da XP Investimentos. Somos um país pobre e com essa greve, os pobres sofrerão ainda mais. 
Os problemas continuarão nos próximos meses porque a alimentação já ficou mais cara e continuará subindo, especialmente no segmento de carnes. Até dias atrás, as pessoas conseguiam comprar um quilo de frango por cerca de R$ 4 ou perto disso em supermercados com preços mais acessíveis. Mas, com a paralisação, faltará frango no Brasil e em vários países que compram o produto daqui.  É bom lembrar sempre que temos no país mais de 1 bilhão de aves e 20 milhões de suínos necessitando de alimentos. Cerca de 64 milhões já morreram em função dos bloqueios e os demais estão em restrição alimentar desde o início da mobilização. Mesmo que não morram, muitos não poderão ser vendidos normalmente porque ficarão fora do padrão. 
Após oito dias de paralisação, falta quase tudo no país e os riscos são crescentes. Por isso, é importante que os que estão liderando essas barreiras pensem nas restrições que estão causando a milhares de famílias e voltem ao trabalho. Esse movimento não deve ser misturado ou apoiado para fazer outros tipos de protestos, contra a corrupção ou mais problemas. Essas críticas devem ser feitas em outras iniciativas ou, no momento reservado a isso, que é a eleição, quando o cidadão pode escolher os governantes. 

Mortandade de aves
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em nota divulgada no início da noite de ontem, informou que os problemas continuam gravíssimos para o setor de aves e suínos. A mortandade de aves continua no país. Ontem já eram quase 70 milhões de mortes. Além disso, cerca de 120 milhões de toneladas de carne de frango e carne suína deixaram de ser exportadas desde o início da greve. Os animais mortos estão sendo colocados em composteiras nas propriedades, mas não há mais espaço. O risco ambiental e de saúde pública é crescente, alertam os produtores.   “Não é mais possível esperar”.
Levantamento feito pela ABPA junto a seus associados apurou que, além de bloqueios de caminhões, há relatos de ameaças a motoristas que querem deixar a paralisação. Entre caminhões com rações, insumos para produção de alimentação animal como milho e soja, além de outros produtos estão sendo impedidos de circular em mais de 300 pontos de 22 Estados do país. A associação afirma que todos os esforços estão sendo feitos por avicultores, técnicos do setor e empresas para amenizar os impactos da greve.   A situação é alarmante. A continuidade dos bloqueios para produtos alimentícios, rações e animais são um grave risco ao país e exigem uma ação forte e imediata do governo. Não é mais possível esperar – alerta a ABPA. 

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Produção suspensa
Não apenas as agroindústrias estão com a produção parada. A Olsen, de Palhoça, fabricante de equipamentos médicos e odontológicos, informou ontem que, por falta de componentes, suspendeu a produção por 16 dias. A empresa está reprogramando entregas e mantém plantão para as áreas comercial e de pós-venda. O fundador e presidente da empresa, Cesar Augusto Olsen, diz que esse movimento dos caminhoneiros poderá ser propulsor de mudanças que considera necessárias para que a indústria brasileira consiga elevar o patamar de competitividade no mercado nacional e internacional.
— Situações de ruptura como esta podem impulsionar a velocidade das mudanças que tanto defendemos, mas que nunca acontecem. A classe política tem uma excelente oportunidade de justificar tudo aquilo que sempre promete em cima dos palanques, mas depois da eleição relega e posterga. O Brasil não pode mais esperar – argumentou Cesar Olsen.   

Preços mais salgados
Uma pesquisa da Ticket em todo o país, feita no final de semana sobre os impactos da crise causada pela greve dos caminhoneiros, apurou que em Santa Catarina 34% dos consumidores enfrentaram alta de preços de frutas, verduras e legumes devido à paralisação e 21% não registraram problemas.  

MATÉRIA COMPLETA, NSC Total

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