Sindicombustíveis explica que atraso na chegada de álcool anidro para mistura faz com que preço do litro suba até R$ 0,20. Manifestações em frente à Distribuidora da Petrobras atrasam entrega em postos, e filas se espalham por toda a cidade
As cinco reduções de preços anunciadas pela Petrobras para a gasolina,
depois do início da greve dos caminhoneiros, de pouco serviram para o
consumidor, que viu dia a dia o preço subir nas bombas, quando conseguiu
combustível para abastecer. E a tendência, segundo o Sindicato do
Comércio Varejista de Combustíveis do DF (Sindicombustíveis -DF), é que o
valor suba ainda mais nos próximos dias, devido à falta de álcool
anidro. De acordo com o sindicato, a gasolina vendida nos postos
tem em sua composição 27% de álcool, que é mais barato. Como os
caminhões não estão chegando ao DF para que a mistura seja feita nessa
proporção, o produto passou a ser vendido com adição de apenas 18%. Com
isso, o combustível fica mais caro.
O diretor do Sindicombustíveis, Daniel Costa, explica que a gasolina A (pura) vem de São Paulo para Brasília por duto subterrâneo, já o álcool anidro, depende das rodovias para chegar aos locais. “Só vem por via terrestre. Os caminhões estão retidos nas rodovias”, afirmou. Ele admite a falta de álcool para a mistura, o encarecimento do produto por isso, mas tranquiliza a população de que não vai faltar gasolina. Apesar de garantir que, assim que a situação do álcool anidro for normalizada, a percentagem da mistura retornará a 27%, não consegue especificar quando ocorrerá queda nos preços, mesmo a Petrobras tendo baixado o valor nas distribuidoras. Só calcula o aumento, causado pela mistura menor de álcool anidro. A mudança causará elevação do preço entre R$ 0,18 a R$ 0,20, dependendo de cada empresa que vende o produto.
O diretor do Sindicombustíveis, Daniel Costa, explica que a gasolina A (pura) vem de São Paulo para Brasília por duto subterrâneo, já o álcool anidro, depende das rodovias para chegar aos locais. “Só vem por via terrestre. Os caminhões estão retidos nas rodovias”, afirmou. Ele admite a falta de álcool para a mistura, o encarecimento do produto por isso, mas tranquiliza a população de que não vai faltar gasolina. Apesar de garantir que, assim que a situação do álcool anidro for normalizada, a percentagem da mistura retornará a 27%, não consegue especificar quando ocorrerá queda nos preços, mesmo a Petrobras tendo baixado o valor nas distribuidoras. Só calcula o aumento, causado pela mistura menor de álcool anidro. A mudança causará elevação do preço entre R$ 0,18 a R$ 0,20, dependendo de cada empresa que vende o produto.
Ontem, o abastecimento nos postos não estava normalizado e havia muitos
estabelecimentos sem gasolina ou etanol para vender. As filas se
espalharam por toda a cidade. O Sindicato dos Empregados em Postos de
Serviços de Combustíveis e Derivados do DF (Sinpospetro-DF) estimou que
somente 30% dos estabelecimentos na capital tinham produto para vender.
Em pesquisa feita pelo Correio em postos da Asa Sul, Asa Norte, EPTG e
SIG, o valor variava de R$ 4,69 até R$ 4,99. Ontem, novas manifestações
em frente da Distribuidora da Petrobras, no Setor de Indústria e
Abastecimento (SIA), atrasaram as escoltas que levariam combustível aos
postos. Segundo a sócia da área de defesa da concorrência do L.O
Baptista Advogados, Patricia Agra, o aumento é normal e esperado nessa
situação. “Preços subirem por falta de produto é normal”, afirma. A
preocupação da advogada, no entanto, é a respeito da possibilidade de
alguns empresários fazerem aumentos abusivos embasados na crise que
afeta o país. “É difícil dizer qual é o preço justo”, comenta. Ela
defende que o Procon e o Cade precisam estar presentes nas ruas para
evitar a combinação de preços, o que é caracterizado como cartel.
Sem saída
O técnico em secretariado Romildo da Silva, 46 anos, se queixa dos preços abusivos. “Cheguei a pagar R$ 8 no litro em Águas Lindas. Era isso, ou eu não teria como chegar ao trabalho”, lamentou. Ontem, mesmo contrariado, ficou mais de uma hora para abastecer em um posto do Sudoeste, onde o litro da gasolina estava sendo comercializado a R$ 5. “Não tive saída, infelizmente. Eu estava acostumado a pagar menos de R$ 4,50, e ficava no máximo 10 minutos no posto. Espero que os preços voltem ao normal quando tudo acabar”, comentou.
O Procon informou que a formulação dos preços da gasolina é um processo complexo que leva em conta outros fatores além da porcentagem de álcool anidro presente na composição. Segundo assessoria de imprensa, o órgão está nas ruas com mais intensidade desde quinta-feira (24/5) a fim de checar a existência de aumentos injustificáveis. (Colaboraram Augusto Fernandes, Sarah Peres e Walder Galvão, especiais para o Correio)
* Estagiário sob supervisão de Rozane Oliveira.
Correio Braziliense
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