Análise: Aposta nas Forças Armadas
não deu certo e Temer precisou ceder mais
Aliados recomendaram fazer acordo para acabar de
vez com a greve dos caminhoneiros
[Forças Armadas bem equipadas, bem armadas, devidamente treinadas são excelentes elemento dissuasório - especialmente entre nações, quando havendo guerra, podem exercer as atividades para as quais são especialmente treinadas;
para ações de polícia, o componente dissuasivo é muito reduzido, especialmente se todas as ações do 'Comandante Supremo' deixam claro que é apenas um blefe, uma atitude de alguém que está desorientado e que jamais ordenará o uso eficiente das tropas.]
O
presidente Michel Temer contava com a força da ação das Forças Armadas, mas ao
longo deste domingo foi convencido pelos aliados políticos a ceder e a fazer um
acordo que acabasse de vez com a paralisação dos caminhoneiros, que já dura
sete dias e provocou um colapso no país. O
presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), participou diretamente das
conversas. Ele esteve com Temer e no final do dia ainda recebeu os ministros da
Fazenda, Eduardo Guardia, e do Planejamento, Esteves Colnago. Na prática, Temer
acabou cedendo à proposta do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia
(DEM-RJ), que incluiu a proposta de zerar a PIS/Cofins do óleo diesel no
projeto de reoneração da folha salarial, que foi ao Senado, e criou um impasse.
— Assina logo um acordo com validade imediata e encerra essa greve — comentou
um dos conselheiros de Temer.
Temer
cedeu porque sua estratégia de apostar na Garantia da Lei e da Ordem (GLO) não
deu o resultado esperado. Os caminhoneiros continuaram parados. O
presidente chamou inclusive o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles para
negociar. Após o
anúncio, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, comemorou o
entendimento. — Espero
que os caminhoneiros voltem a trabalhar a partir de amanhã — disse Maia, que
também entrou em contado com a equipe econômica.
O
presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), ajudou a negociar o acordo.
Ele reuniu Guaria e Colnago e propôs a edição de Medidas Provisórias para o
acordo ter efeito imediato. — O
objetivo da negociação era a redução do preço do diesel — disse ele.
Mas uma
vez, a equipe econômica terá que buscar de onde tirar os recursos para tapar o
rombo no Orçamento. O governo reduziu em R$ 0,46 o litro do óleo diesel,
equivalente a 0,41 do PIS/Cofins e R$ 0,045 da Cide. [o risco é que acabe sobrando para os consumidores da gasolina - não custa nada adicionar (seja na marra ou seja disfarçando de empréstimo compulsório - para não ser pago como não o foi o estabelecido no governo Sarney) os 0,41 do PIS/Cofins ao que já é cobrado na gasolina.
O mais desagradável é que até demos algum crédito ao governo Temer; mas, agora com esse vai e volta o descrédito é total.
Mas, apesar de todos os inconvenientes do governo Temer, o Brasil precisa que ele permaneça até 1º Janeiro 2019.
O pior que pode acontecer para o Brasil e os brasileiros é que conforme a Constituição se Temer sair assume o Maia, aí será o desastre dos desastres.]
O Globo
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