Ao atender a ligação da vizinha octogenária que queria saber onde
encontrar combustível, Ramiro Cruz Jr., de 34 anos, comemorou: “Eu não
disse para senhora que eu ia parar o País… Ah, no posto Shell, lá você
encontra gasolina”. Ramiro é um dos ativistas pró-intervenção militar que
estiveram ao lado dos caminhoneiros e, segundo palavras do próprio,
atuaram para “catequizar e dar conhecimento aos motoristas de caminhão”.
O que ele chama de catequizar é, principalmente, defender a queda do
governo e uma intervenção militar. Pré-candidato a deputado federal pelo PSL (partido do presidenciável
Jair Bolsonaro) e coordenador do movimento Despertar da Consciência
Patriótica, Cruz trabalhou com caminhões – primeiro, ajudando na
administração da transportadora do pai; depois, como caminhoneiro
autônomo. Esse período de forte envolvimento com a classe teria feito
com que ele estreitasse laços com os dois lados da operação. Ou seja,
patrões e empregados.
Hoje, ele participa de mais de 50 grupos de WhatsApp voltados
exclusivamente aos caminhoneiros e suas causas, mas garante que não
cumpre ordem de ninguém. Além disso, criou o próprio grupo, o UnaTrans
(que ainda pretende oficializar e transformar em associação). Por meio
desses grupos, ele mantém uma comunicação minuto a minuto com vários
caminhoneiros – transmitindo vídeos, textos e áudios que, em sua grande
maioria, pregam a continuidade da greve, elogiam o período militar e
criticam quase toda a classe política. Em sua página do Facebook, Cruz compartilha vídeos apoiando os
grevistas e escreve textos de forte teor triunfalista: “A vitória está
próxima! Caminhoneiros + Povo x Legalidade x Legitimidade = Queda da
Bastilha brasileira!!! Não vamos afrouxar, que venha a Força Nacional de
Segurança e o escambau a quatro, aqui é facão no toco e não arredaremos
pé um só milímetro, pois somos o povo e o povo se uniu…” Ele nega apoio
do PSL ou de Bolsonaro. [uma coisa é certa: caso esse baderneiro, agitador, apoie o deputado Bolsonaro, é conveniente que o presidenciável dispense tal apoio - com esse cara apoiando, Bolsonaro pode desistir da candidatura, perderá ainda no primeiro turno.
O próprio estilo do individuo é totalmente inadequado para quem quer apoiar alguém - Ramiro tem mais perfil de petista sabotador.]
Como Ramiro, outros personagens trabalham nos bastidores para incutir
a ideia intervencionista na cabeça dos caminhoneiros. O jornal O Estado de S. Paulo
conversou com um ex-líder da categoria que contou como era assediado
constantemente por simpatizantes da intervenção militar. Eles buscam
representantes do setor para encampar a ideia de que o melhor para o
Brasil é a entrada do Exército no poder. Muitas vezes, a proposta é
abrir mão das pautas originais para focar nesse tema. Nas conversas de WhatsApp, isso pode ser verificado com clareza.
Mesmo depois de o governo aceitar os pedidos, os motoristas de caminhão
continuavam irredutíveis em finalizar a greve. O argumento é que o
“grande objetivo”, que é um Brasil melhor – e não mais o preço do diesel
-, não foi alcançado. Durante os nove dias de greve, os caminhoneiros
acreditavam na tese de que passados sete dias e seis horas da greve o
Exército poderia assumir o poder.
Na manhã de terça-feira, 29, a ficha de que uma intervenção militar
não vai ocorrer começou a cair. “Cadê o Exército? O prazo acabou. Vai
terminar tudo em pizza outra vez?”, questionava um participante dos
grupos de WhatsApp. Decepcionados, eles se voltaram contra o Exército.
Nas mensagens, diziam que os militares eram “vendidos” e que “estavam
com o governo”. Isso não significa, porém, que desistiram da batalha. Eles passaram a
focar em esforços para fazer o presidente Michel Temer renunciar. Para
isso, decidiram atacar a população que não está se engajando nos
protestos. “Nós estamos parados, temos família e contas para pagar. Mas
queremos o fim da corrupção, queremos um Brasil melhor. Então todos
temos de ir para as ruas. Não é justo lutarmos sozinhos”, destacava um
caminhoneiro, no WhatsApp. [o 'excesso de inteligência desses 'caminhoneiros', permite a fácil e correta dedução de que são agitadores a serviço da corja lulopetista.]
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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