MPF questiona Gabinete da
Intervenção sobre o funcionamento da refinaria de Duque de Caxias
Após diligências, procurador expediu
questionamentos, com prazo de 24 horas para resposta, ao interventor federal
[o MPF e seu viés intervencionista
muitas vezes desagrada, mas, apresenta uma vantagem:
-
faz perguntas que o governo está devendo resposta à população há vários dias?]
Integrantes
do Ministério Público Federal (MPF) estiveram, na manhã desta segunda-feira ,
na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc) para identificar o atual estágio da
mobilização da categoria dos caminhoneiros e verificar as medidas que vêm sendo
adotadas pelos órgãos estatais para a garantia de acesso ao local e de
distribuição de combustível à população do Estado do Rio de Janeiro. Após as
diligências, o procurador da República Julio José Araujo Junior tentou, sem
sucesso, fazer contato com o interventor federal. Em seguida, expediu ofício
com alguns questionamentos, com prazo de 24 horas, para resposta.
A medida
visa acompanhar a situação do abastecimento na região, já que, apesar do
aparente clima de tranquilidade, o MPF identificou alguns fatos que causaram
estranheza. Os questionamentos do MPF ao interventor federal são:
I – Quais
medidas estão sendo adotadas para impedir as obstruções que ainda vêm sendo
realizadas, mesmo após o anúncio de acordo, e diante do caráter estratégico do
abastecimento?
II –
Considerando a participação de outras categorias e setores, como o das vans,
quais medidas serão adotadas?
III –
Considerando a importância dos meios pacíficos de solução de controvérsias, mas
tendo em vista o papel do Estado na defesa estratégica da refinaria, por que
não há clareza quanto ao quantitativo de caminhões a serem liberados e à sua
destinação?
Diversos
fatos chamaram a atenção da diligência do MPF. Primeiro, a mobilização já não
mencionava qualquer pauta reivindicatória dos caminhoneiros, mas tão somente o
lema “intervenção militar já”, sendo que a terça-feira seria, segundo os
manifestantes, crucial para o desfecho do movimento. Outro
ponto de estranheza foi que, no local, havia uma carreata de vans, que estaria
lá para prestar algum tipo de auxílio ao movimento. O MPF também questiona a
forma como o acesso de caminhões à Reduc, já que a equipe da diligência
presenciou um impedimento à entrada de caminhão por meio de barreira humana e
verificou a organização das vans para auxiliarem em eventual obstrução no
local.
O Globo
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