A volta do prisioneiro vip
Quatro são acusados de dar mordomias a Dirceu na Papuda
Condenado a trinta anos e nove meses de prisão por corrupção e
lavagem de dinheiro na Lava-Jato, o ex-ministro José Dirceu começou a
cumprir sua pena na sexta-feira 18, na penitenciária da Papuda, em
Brasília. Formado em direito, o petista pediu à Justiça autorização —
negada — para ficar em uma cela especial. Dirceu está numa cela comum,
equipada apenas com dois beliches e em companhia de mais três criminosos
— situação bem diferente de sua primeira temporada na Papuda, quando
ocupou uma sala de 23 metros quadrados, com TV, micro-ondas, chuveiro
elétrico e acesso a telefone celular. Mesmo sem as mordomias de antes, o
ex-ministro pediu para continuar encarcerado na capital, com o objetivo
de ficar mais próximo de sua família, que reside em Brasília.
Com motorista - Carro da Secretaria de Segurança Pública, dirigido por
um agente de polícia: flagrado levando a filha de Dirceu para uma visita
ao pai (Sergio Lima/Folhapress/Fátima Meira/Futura Press/Folhapress)
[isso foi nos tempos de Agnelo - ex-governador petista e durante seu governo foi construído o estádio de futebol mais caro do mundo.]
O relatório afirma que, embora as regalias se estendessem a todos os mensaleiros, o que incluía, entre outros, os petistas José Genoino e Delúbio Soares, ficou nítido que o maior beneficiário era Dirceu. “As visitas ao ex-ministro ocorriam, normalmente, fora do horário de expediente. Lá compareciam políticos, advogados e familiares”, confirma uma testemunha. Por isso, três delegados e um agente foram acusados de corrupção e improbidade administrativa. Desta vez, os privilégios sumiram.
Publicado em VEJA de 30 de maio de 2018, edição nº 2584
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