O Partido
dos Trabalhadores e as legendas que gravitam na órbita de Lula ainda não
notaram. Mas estão fabricando um adversário político de grande potencial. Ao
atacar Sergio Moro, o petismo e sua turma criam um pesadelo do qual talvez
tenham dificuldades para acordar mais tarde. Sergio Moro voltou ao Congresso.
Foi repetir na Câmara as explicações que dera dias atrás no Senado sobre as
mensagens que trocou com procuradores na época em que era juiz da Lava Jato. Os
deputados foram bem mais agressivos com Moro do que os senadores. O bloco
lulista equipou-se para constranger o interrogado.
Em termos jurídicos, a inquirição da Comissão de Constituição e Justiça
da Câmara, a exemplo do interrogatório do Senado, teve importância nula. A
relevância da sessão foi política. Os deputados trataram Moro como um ex-juiz
suspeito de parcialidade. Não se deram conta de que estavam diante de um
potencial candidato. O sistema político brasileiro, como se sabe, apodreceu. A
Lava Jato apressou o processo de degeneração. O PT mostrou-se incapaz de lidar
com o tema da moralidade. Ao apontar excessos de Moro, engrandece o algoz aos
olhos da plateia. Para medir o efeito da agressividade dos deputados é preciso
frequentar não o Congresso, mas o boteco. A reputação dos inquisidores de Moro
é a soma dos palavrões que inspiram na mesa do bar. Ali, o ex-juiz Moro vai
ganhando a cada ataque a aparência de uma alternativa eleitoral.
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