Em resposta indireta à insinuação de Bolsonaro de que o Brasil poderia enfrentar militarmente os EUA, general Pujol lamenta que não esteja à frente de uma instituição de tamanho proporcional à extensão territorial brasileira
General Pujol (D) deixou claro que o Exército tem dificuldades
técnicas, que se manifestam em equipamentos e formação - (crédito:
Sergio Lima/AFP)
[o Brasil precisa e merece Forças Armadas com efetivo várias vezes superior ao atual, com melhores equipamentos e meios logísticos, incluindo de dissuasão. A previsão de gastos do Ministério da Defesa precisa ser elevada e executada.]
O comandante do Exército, general Edson Pujol, disse nesta sexta-feira
(13/11) que a Arma é uma das menores do mundo. A observação do militar
foi repleta de informações sobre a ausência de estrutura, frisando que
não possui capacidade condizente com o tamanho do país. O reconhecimento
das dificuldades técnicas do Exército vieram dias depois que o
presidente Jair Bolsonaro disse, em referência ao presidente eleito dos
Estados Unidos, Joe Biden – a quem criticara minutos antes no mesmo
discurso –, que quando acaba a "saliva" e a diplomacia, é o momento de
usar a "pólvora". Os EUA têm a mais poderosa força militar do planeta e,
de acordo com especialistas, somente Rússia e China seriam capazes de
fazer frente aos norte-americanos. [os especialistas se preocupam em dizer o que o entrevistador quer ouvir e esquecem dos fatos. Um deles: temos aversão aos comunistas, mas temos que reconhecer que de nada adiantou aos Estados ser a maior potência militar do planeta, perderam feio para os vietcongues.]
"(Para) as dimensões continentais, o tamanho da população e a importância que o nosso país detém nas nossas fronteiras, subsolos, águas territoriais, o nosso Exército é um dos menores do mundo. E ainda assim, pelo tamanho, um orçamento que é insuficiente", disse. Pujol frisou que se houver uma emergência, não adianta "colocar 100 bilhões de euros" na instituição, visto que leva tempo para adquirir equipamentos, munição e ainda capacidade para treinar os militares a fim de utilizar equipamentos de ponta.
"Nós levaríamos muito tempo para preparar nossos recursos humanos para utilizar. [O Exército] Não é a força armada com maior sofisticação. Tem material que preciso preparar um militar cinco anos para poder usar em combate", explicou. Conforme Pujol, se o país quer ter forças armadas "à altura do país, não pode pensar em recursos diminutos", que ano a ano vão reduzindo as condições de defesa.
O comandante ainda frisou que o Exército é um braço do Estado, e não do governo. "Não mudamos a cada quatro anos a maneira de pensar e em como cumprir as nossas missões ", afirmou.
Correio Braziliense
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