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sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Comandante do Exército diz que Arma é uma das menores do mundo

Em resposta indireta à insinuação de Bolsonaro de que o Brasil poderia enfrentar militarmente os EUA, general Pujol lamenta que não esteja à frente de uma instituição de tamanho proporcional à extensão territorial brasileira


General Pujol (D) deixou claro que o Exército tem dificuldades técnicas, que se manifestam em equipamentos e formação - (crédito: Sergio Lima/AFP)

[o Brasil precisa e merece  Forças Armadas com efetivo várias vezes superior ao atual, com melhores equipamentos e meios logísticos, incluindo de dissuasão. A previsão de gastos do Ministério da Defesa precisa ser elevada e executada.]

O comandante do Exército, general Edson Pujol, disse nesta sexta-feira (13/11) que a Arma é uma das menores do mundo. A observação do militar foi repleta de informações sobre a ausência de estrutura, frisando que não possui capacidade condizente com o tamanho do país. O reconhecimento das dificuldades técnicas do Exército vieram dias depois que o presidente Jair Bolsonaro disse, em referência ao presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden – a quem criticara minutos antes no mesmo discurso –, que quando acaba a "saliva" e a diplomacia, é o momento de usar a "pólvora". Os EUA têm a mais poderosa força militar do planeta e, de acordo com especialistas, somente Rússia e China seriam capazes de fazer frente aos norte-americanos. [os especialistas se preocupam em dizer o que o entrevistador quer ouvir e esquecem dos fatos. Um deles: temos aversão aos comunistas, mas temos que reconhecer que de nada adiantou aos Estados ser a maior potência militar do planeta, perderam feio para os vietcongues.]

"(Para) as dimensões continentais, o tamanho da população e a importância que o nosso país detém nas nossas fronteiras, subsolos, águas territoriais, o nosso Exército é um dos menores do mundo. E ainda assim, pelo tamanho, um orçamento que é insuficiente", disse. Pujol frisou que se houver uma emergência, não adianta "colocar 100 bilhões de euros" na instituição, visto que leva tempo para adquirir equipamentos, munição e ainda capacidade para treinar os militares a fim de utilizar equipamentos de ponta.

"Nós levaríamos muito tempo para preparar nossos recursos humanos para utilizar. [O Exército] Não é a força armada com maior sofisticação. Tem material que preciso preparar um militar cinco anos para poder usar em combate", explicou. Conforme Pujol, se o país quer ter forças armadas "à altura do país, não pode pensar em recursos diminutos", que ano a ano vão reduzindo as condições de defesa.

 O comandante ainda frisou que o Exército é um braço do Estado, e não do governo. "Não mudamos a cada quatro anos a maneira de pensar e em como cumprir as nossas missões ", afirmou.

 Correio Braziliense 

 

domingo, 15 de março de 2020

A esquerda tentando “comer o mundo pelas beiradas” - Sérgio Alves de Oliveira


Não me perdoo da bobagem que fiz, mas  que  na  época me “deu na telha”. Lá pelos anos 60,em plena juventude, especialmente após a “intervenção” dos militares, em 31 de março de 1964, que depôs  o Governo de Jango Goulart, e o  seu projeto comunista de poder , comecei a  ter curiosidade e a me aproximar da  linha ideológica de esquerda, ”pensando” que seria melhor, não só para o Brasil, mas também  para o mundo.   Cheguei a escrever um livro,em 1984, nesse sentido, sempre valorizando a esquerda, que levou o  título  “Que Rumo Tomar? Socialismo?Capitalismo?Ambos?

Mas apesar dos seus inúmeros feitos, enquanto governaram (de 1964 a 1985),  os militares acabaram devolvendo o poder aos políticos, em 1985, apesar dos prognósticos pessimistas, dos então Presidentes Ernesto Geisel, e por último  João Figueiredo,que acertaram “em cheio”, sobre a “tragédia” que iria acontecer com a devolução do poder a essa gente.

Pois “não deu outra”. Com a posse de José Sarney, na Presidência,em 1985 ,do MDB, em eleição indireta, que  na ocasião  era “vice” na chapa encabeçada por Tancredo Neves, que morreu antes de assumir, a esquerda, que estava  de  “quarentena”, durante o Regime Militar, começou a se agitar, retomando  a trajetória esquerdista/comunista , interrompida ,”parcialmente”, pelo episódio cívico-militar, de  31 de março de 1964. Muito espertamente,o Governo Sarney preparou uma grande   armadilha e fraude contra o povo brasileiro, na  busca dos  votos necessários  para eleger uma Assembléia Nacional Constituinte, que iria escrever uma  nova Constituição ,para que fizessem o que “eles” queriam,cujo objetivo  tinha inspiração nitidamente  esquerdista, estabelecendo muitos direitos e “assistencialismos” ,para poucas obrigações e “recursos”correspondentes , o que geraria, com certeza, uma “conta” absolutamente impagável, como realmente aconteceu.

A “armadilha” montada para captar os votos dos “incautos” chamou-se “Plano Cruzado”, de 1986, que foi uma “improvisação” econômica, que no máximo   conseguiu  colocar galinha  barata na mesa  do povo  durante alguns poucos meses. Ora, com isso a vitória do partido do Sarney ,o  MDB, foi estrondosa,elegendo a maioria dos constituintes que escreveram essa “merda”, que não passa de um “manual esquerdista ”, mas que  comanda  os brasileiros desde 1988, até hoje, 2022, [sic] e que ninguém teve tutano nem  coragem de mandar para o “quinto-dos-infernos”, como merecido, nem os “novos” militares no poder.

O desastre moral, político, social e econômico do Brasil  começou por aí, em 1985,prosseguindo com Itamar Franco (que  substitui o Presidente Collor, impichado), que “construiu” o FHC, dando-lhe o Ministério da Fazenda,  através do relativo sucesso do “Plano Real” (de 1994), que lhe oportunizou  assumir  a Presidência da República , por  dois mandatos consecutivos (1985 a 2003),e que, por sua vez ,“construiu” (às escondidas)  Lula da Silva, ”colega” de esquerda, que por seu turno , “pariu” Dilma Rousseff, prosseguindo  com Michel Temer, até 2018, ciclo maldito  esse só interrompido com a eleição e posse de Jair Bolsonaro, em 1º de janeiro de 2019,mas que está “comendo o pão que o diabo amassou” com a oposição  desleal  do  PT e seus “comparsas”. [batalhas são perdidas, o que importar é ganhar a guerra.]

Mas observando a realidade do Brasil, e do mundo, hoje, abandonei  totalmente a  relativa  vocação “esquerdista” que eu tinha, não querendo nem mais  sentir o  “cheiro” dessa opção ideológica nojenta, de tantos estragos que ela   causou, e está  causando, no Brasil, e no  resto do mundo. A “gota d’água” da minha decepção  com a  esquerda se deu na sua  péssima governança do Brasil, somado à roubalheira que fez  de 10 trilhões de reais do erário.                                                                                                                                                        
Mas nem por isso me entrego de “corpo-e-alma” à chamada “direita”, com  a qual tenho imensas restrições, mas que ainda  seria, no mínimo, ”menos pior” que a sua antagônica, a  esquerda. Por isso , enquanto não surgir nada melhor, ainda prefiro a direita.  E o tal “centro” também não me serve. É pior que os outros dois,”somados”. Quem já ouviu falar no  “Centrão” lá do Congresso Nacional?  Existe “escória” pior que essa?

Trocando tudo em miúdos, a esquerda, sob todas as suas variantes e formas - comunismo,socialismo,marxismo cultural, social-democracia, gramscismo,progressismo,e  todos os  outros “ismos”-  jamais conseguiu construir um país  próspero e justo por onde passou. Só negou  bem estar e felicidade ao povo. As grandes potências socialistas, como Rússia e China, produziram  sim, muita riqueza, mas nada foi repartido com os  seus povos, que vivem na mais absoluta miséria, transformados que foram em “escravos” a serviço do Estado. Nesses países esquerdistas, só o Estado, e a “Nomenklatura  (elite dirigente ou “estamento burocrático”) , ficaram ricos. O povo continuou   pobre, muito pobre, mais pobre que os trabalhadores “explorados” no mundo capitalista.

Mas certamente  conscientes da sua incapacidade absoluta de   construír  países desenvolvidos, as esquerdas resolveram “investir” no mundo  livre, próspero ,“ já prontinho”, construído por “outros”, que não eles, esquerdistas, que jamais tiveram capacitação para construir coisa alguma, fora da  destruição , pobreza, e matança de mais de cem milhões de pessoas por onde passaram, superando o “holocausto”, onde os nazistas mataram seis milhões de judeus.

Nessa empreitada de tomar conta do mundo “rico”,dos “outros” - já que não teve capacitação  de fazer nada igual - a esquerda conta com o apoio indisfarçado das grandes organizações internacionais, como a ONU e a UNIÃO EUROPEIA, além de organizações privadas  que concentram os interesses das grandes fortunas mundiais ,como a NOVA ORDEM MUNDIAL ,e o CLUBE DE BILDERBERG, que fizeram uma aliança “secreta” com a esquerda, a quem prometem a entrega do  PODER POLÍTICO, em troca  da reserva para si mesmos do PODER ECONÔMICO.

E esse “consórcio”, da esquerda,com o Grande Capital, e  as maiores  organizações políticas internacionais, é que está patrocinando o enorme fluxo migratório  em todo o mundo, com multidões de gente humilde ,de países pobres, INVADINDO clandestinamente  os países mais  ricos, forçando-os a repartir  uma riqueza construída por eles,  da qual não participaram.

A Europa ,em grande parte, já foi vítima desse fluxo migratório predatório, mais acentuadamente, França e a Alemanha. Em pouco tempo, os migrantes ilegais acabam recebendo  título eleitoral, e se igualando em direitos e privilégios  aos  nacionais. E quando formam maioria, passam a mandar “politicamente” no respectivo país, dentro da regras democráticas vigentes.  Ou seja,  tomam o comando  do  país  para si mesmos.                                                                                              
Os Estados Unidos são  o “país da vez”. Já iniciaram, moderamente,  com Bill Clinton e Barack Obama, e  esse último, segundo  alguns  , “cria” do Clube de Bilderberg, que  teria patrocinado  a série de filmes americanos que tinha sempre  um negromocinho”, como Presidente dos Estados Unidos. Preparação do “terreno” eleitoral  para Obama?    E agora “ameaçam”, mais seriamente, com o candidato que for escolhido pelo PARTIDO DEMOCRATA, para concorrer com Donald Trump, do PARTIDO REPUBLICANO,   que inclusive  conta com um concorrente  “vermelhinho”  para ninguém “botar defeito” , Bernie Sanders.

Sérgio Alves de Oliveira -  Advogado e Sociólogo


segunda-feira, 4 de março de 2019

Maduro só sairá “Muerto”

Tanto o Presidente interino autodeclarado da Venezuela, Juan  Guaidó, quanto o Grupo de Lima, formado por 14 países, inclusive o Brasil, ”viajam na maionese” com suas ridículas estratégias para eventualmente derrubar  o tirano venezuelano Nicolás Maduro do seu trono, mediante novas eleições livres devidamente fiscalizadas por organismos internacionais. Com absoluta certeza não darão nenhum resultado positivo as pressões “diplomáticas” e “econômicas” para fazê-lo ceder ao uso dessa alternativa, democraticamente limpa, conforme decidiram. Sentado no ”colo” da ONU, e com as “costas quentes” com os “colegas” Rússia e China, Maduro sente-se absolutamente confortável para não ceder a qualquer  tipo de pressão, seja diplomática, seja  econômica.

O “Grupo de Lima” descartou, por completo, na reunião que teve na Colômbia, durante a semana em curso, qualquer “intervenção” ou  medida  militar de força contra o governo venezuelano, plenamente consciente, com certeza, do perigoso estopim que estaria  acendendo, se assim decidisse, no sentido de um possível e incontrolável conflito bélico envolvendo as Grandes Potências Mundiais, uma contra, outras a favor de Maduro. 

O Grupo de Lima “borrou-se” de medo, resumindo. E com inteira razão. [não é só por medo do conflito entre as Grandes Potências;
o Grupo de Lima não tem nenhum dos seus integrantes, começando pelo Brasil, com capacidade militar para invadir qualquer país. O Brasil o maior deles e com FF AA mais numerosas, no tocante a efetivo, tem capacidade para se defender e oferecer grandes dificuldades ao invasor, mas, em termos de invadir a Venezuela, só a Força Aérea faria grandes estragos nas tropas invasoras.
Sem contar que a tão necessária recuperação econômica do Brasil ganharia um atraso extra de uns dez anos. ]

Mas é evidente que nenhum bloqueio econômico à Venezuela dará  qualquer  resultado, mesmo porque mais “quebrada” que a Venezuela já  está ,certamente não poderá ficar. E qualquer bloqueio econômico porventura decretado contra esse país traria como única vítima o próprio povo venezuelano. As suas elites políticas, militares e econômicas nada sofreriam, uma vez que possuem o poder de escolher e selecionar  quem seriam os prejudicados  com essas medidas, reservando para si próprios o “bom”, e repassando para o povo o “mau”. Mas  não há mais o que tirar do povo venezuelano.                           

Além das “garantias” que possui para manter o seu mandato, “roubado” em eleições fraudadas, Maduro conta com um “exército” de generais dentro do seu  próprio Exército, que  alguns garantem que seria em torno de 2 mil generais, todos comprados com as suas “estrelas”, os quais estariam incluídos entre os poucos privilegiados desse país, militarmente sustentando  Maduro, muitos dos quais participando  ativamente  dos  negócios ilícitos dentro do país, inclusive relacionados à cocaína e outras drogas. Maduro também controla a Justiça venezuelana, através dos juízes que nomeou para os tribunais superiores. [a justiça venezuelana, em minúsculas mesmo, além de ser formada por juízes devedores do ditador, além de não ter interesse em proferir nenhuma sentença contra Maduro, se o fizesse não teria como impor o cumprimento da decisão;]


Resumidamente, não há como se  ter alguma expectativa de eventual  rebelião militar exitosa. Maduro tem absoluto controle sobre as suas Forças Armadas, tanto quanto Kim-Jong-un o tem na Coreia do Norte, os   quais inclusive   têm muitas semelhanças. Por seu turno o povo venezuelano não tem forças nem armas para se opor a  Maduro.  E as eleições, quando feitas, são fraudadas. A própria “fome” decretada por Maduro para controlar o seu povo se encarrega de inutilizar esse povo para qualquer reação.

Parece então que a única chance de derrubar Maduro do poder seria algum “acidente”, ou iniciativa interna de algum “herói”, que o  “eliminasse” definitivamente do mundo  dos vivos. A história está cheia de exemplos desse tipo de acontecimento , os quais infelizmente não beneficiaram os respectivos povos, ao contrário do que poderia acontecer na Venezuela.
Talvez excepcionalmente valesse  a expressão tão censurada que “os fins justificam os meios”.
Sérgio Alves de Oliveira é Advogado e Sociólogo

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

A eleição para o comando da Câmara dos Deputados e do Senado foi igual, o governo confirmou sua maioria potencial. Mas foi diferente num aspecto importante de acompanhar no tempo: os deputados preservaram a liderança do establishment parlamentar, os senadores não.    Em consequência, o cenário da Câmara dos Deputados emerge mais organizado. Nada que no Senado não possa ser resolvido conforme os solavancos da estrada vão acomodando as melancias na carroceria do caminhão. Mas vai exigir algum trabalho do Palácio do Planalto.

No Senado, a liderança tradicional foi varrida, e o novo presidente, Davi Alcolumbre (DEM-AP), terá uma ampla base de apoio, mas não é um líder político automático. Foi mais um candidato “anti”. Mas um bom líder e um bom diálogo com Alcolumbre são caminhos ao alcance do governo.   Na oposição, a vida anda um pouco mais complicada, mas ela sobreviveu. Na Câmara, PT, PSB, PSOL e Rede entregaram a seus candidatos 80% de seus votos. Marcelo Freixo (PSOL-RJ) foi prejudicado pela luta interna do PT, mas mesmo aqui a ampla maioria seguiu a direção partidária.

O governismo na Câmara está distribuído em dois blocos. Um duro, com três centenas de deputados, e um mais dito centrista, com pouco mais de cem integrantes. Neste segundo, há uma minoria, PDT e PCdoB, que está ali por razões táticas. Mas a ampla maioria é governista na agenda. Na Câmara, os votos que eventualmente faltarem ao governo na sua base dura poderão ser pescados no varejo da sublegenda light. Já no Senado, o “anti-Renan” mostrou-se esmagador ao final, mas é impossível saber agora quantos desses votos estão comprometidos com a agenda do Planalto.  De todo modo, o governo ultrapassou a primeira barreira. Na Câmara, uma situação relativamente pacificada. Já no Senado, além de tudo, será preciso observar como a “nova política” impactará o caso de Flávio Bolsonaro. Será, no curto prazo, um bom termômetro do grau de controle.

A tragédia de Brumadinho é um problema para a agenda produtivista do governo Bolsonaro. Mas o avanço das investigações parece indicar que a causa está mais na esfera criminal que na conceitual, ou ideológica. Resta monitorar como o acontecimento vai refletir no Congresso.   Mais provável é os efeitos não serem sistêmicos. Um caminho possível é a caça aos culpados dominar a pauta. O que permitiria aos parlamentares da esfera bolsonarista dar uma satisfação à opinião pública sem abrir mão de políticas de desenvolvimento de forças produtivas.

O realismo fantástico da política brasileira, com sua abundância de notícias atraentes todos os dias, impede que se preste mais atenção no cenário internacional. As tensões entre de um lado Estados Unidos e União Europeia e de outro Rússia e China escalam de maneira consistente.   Estados Unidos e Europa têm um problema. Não produzem quase nada que algum outro não produza, ou não possa produzir, melhor e mais barato. Em consequência, precisam apertar o torniquete, inclusive militar. Um cenário que tem semelhanças com um século atrás. Não significa que vai haver guerra, mas uma pradaria seca pode pegar fogo num acidente.

Alon Feuerwerker
jornalista e analista político/FSB Comunicação




domingo, 21 de janeiro de 2018

Alarmes falsos de mísseis evocam clima da Guerra Fria

Desde a chegada de Trump à Casa Branca, relações entre potências aprofundaram tom beligerante e trouxeram de volta temor de ataque nuclear
Dois erros de comunicação levaram o mundo à beira de um ataque de nervos nos últimos dias. No sábado retrasado, um alarme falso, fruto de uma trapalhada que seria cômica não fosse a gravidade do episódio, espalhou o pânico ao alertar que um míssil balístico fora disparado contra o Havaí. A mensagem, divulgada nos visores dos celulares dos residentes do estado americano, e confirmada por meio de rádio, TV e alto-falantes, recomendava: “Procure abrigo imediatamente. Isto não é uma simulação”.

Segundo especialistas, um míssil lançado pela Coreia do Norte levaria entre 15 e 20 minutos para atingir o Havaí. Foi com este prazo na cabeça que os havaianos buscaram abrigo. Enquanto o pânico se disseminava, a população corria pelas ruas sem saber ao certo para onde ir, escondendo-se em banheiros, garagens e hotéis. A notícia falsa só foi corrigida 38 minutos depois. Estado americano mais próximo de Pyongyang, o Havaí reinstalou alertas e sirenes da época da Guerra Fria, além de realizar testes com a população. Mas, ao que parece, um funcionário, que acabou afastado, apertou um botão errado, causando a confusão. Isto gerou dúvidas sobre a eficiência do sistema de alerta.

Alguns dias mais tarde, na última terça-feira, foi a vez da emissora pública japonesa NHK emitir um alarme falso sobre lançamento de míssil pela Coreia do Norte. O aviso foi desmentido alguns minutos mais tarde, com um pedido formal de desculpas da emissora, mas sem uma explicação sobre como ocorreu o erro.  O pânico foi certamente amplificado pela crescente troca de ameaças entre o regime norte-coreano e os EUA. Mais do que isso, ele é um exemplo de como a política externa de Trump trouxe de volta o clima beligerante da Guerra Fria.

De fato, a chegada de Donald Trump à Casa Branca, há um ano, marcou uma guinada importante não apenas na diplomacia americana, mas igualmente nas relações internacionais entre as principais potências do planeta. Ao mover uma guerra contra o legado do seu antecessor, Barack Obama, o atual presidente americano ajudou a empurrar os EUA — e o mundo — de volta ao clima de temor de uma hecatombe nuclear.

Trump também tenta minar o acordo nuclear entre Irã e o bloco de países composto por EUA, Alemanha, Reino Unido, França, Rússia e China. O tratado prevê a limitação do programa nuclear iraniano à produção de energia, sujeito à inspeção internacional, em troca da suspensão do embargo econômico contra o país persa. Os EUA querem rever o acordo e voltar a impor sanções, mas enfrentam a oposição dos aliados europeus.Trump de fato enterrou a política de soft power de Obama e colocou o país pronto para usar a força. O Pentágono, por exemplo, apresentou a Trump nos últimos dias um plano de estratégia militar que prevê o uso de armas nucleares contra ataques cibernéticos de hackers. Um retrocesso perigoso.

Editorial - O Globo


quinta-feira, 6 de julho de 2017

Coreia do Norte: um país desconhecido e excêntrico

Kim Jong-un controla país com mão de ferro e ameaça grandes potências com seu programa nuclear. Cidadãos do país têm que obedecer normas até para cortar o cabelo

A Coreia do Norte é um lugar misterioso e, portanto, curioso. Pouco se sabe sobre o que acontece de fato no país que surgiu em 1948, após a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, fruto da divisão da península coreana nas partes norte e sul. O que se sabe é que ainda hoje sua população vive em condições de extrema repressão, lideradas por um sistema político ditatorial e sem liberdade de expressão. Quem mora no país tem que conviver com regras bizarras, como a limitação dos tipos de cortes de cabelo que podem ser usados.

 Ainda assim, o governo de Kim Jong-Un se esforça para divulgar ao mundo a imagem de que ali é que mora a verdadeira felicidade. Imagens distribuídas exclusivamente pela agência de comunicação oficial do governo passam a ideia de líder amado, sempre cercado de cidadãos sorridentes.

Quem tenta entrar no país com o objetivo de saber mais sobre a nação corre sérios riscos de morrer na prisão. Recentemente, um jovem cidadão americano se tornou o mais novo símbolo dessa opressão. De passagem pela terra de Kim-Jong-Un, o rapaz foi preso por brincar com um cartaz que fazia propaganda do governo. Sua soltura ocorreu em junho de 2017, quando ele foi mandado de volta aos EUA – em coma. Poucas semanas depois, já nos EUA, o rapaz morreu.

As provocações aos EUA continuaram nas semanas subsequentes ao fato, levando a Coreia do Norte a comparar o presidente americano, Donald Trump, ao líder nazista Adolf Hitler em um editorial da agência estatal coreana KCNA. Por outro lado, os Estados Unidos seguem conversando com os líderes do mundo todo para se unirem contra os abusos coreanos.

A ameaça nuclear da Coreia do Norte

Míssil disparado pela Coreia do Norte no mês de julho de 2017 (Crédito:AFP)
A cobrança americana ocorre, sobretudo, pela ameaça constante que faz a Coreia do Norte com seus testes com mísseis, realizados periodicamente no Mar do Japão. Somente até maio de 2017 o país concluiu nove testes. Em resposta às preocupações diante do avanço do programa de armas nucleares norte-coreano, os americanos testaram, com sucesso, também em maio, um sistema para interceptar mísseis balísticos intercontinentais. “Os EUA estão preocupados em mostrar que estão preparados para responder a ameaça norte-coreana e proteger seu aliados na região, principalmente o Japão e a Coreia do Sul. A ideia é mostrar que os Estados Unidos estão atentos”, diz a professora de Relações Internacionais da Unifesp, Cristina Pecequilo. “Já a Coreia do Norte tem como objetivo, principalmente após a posse do americano Donald Trump, conseguir colocar uma postura de força e sinalizar que existe sim, no país, uma disposição para manter a soberania e essa disposição é baseada em fatos concretos e não apenas no discurso”.

A exibição de força para a manutenção no poder é estratégia antiga dos norte-coreanos. Essa é uma das explicações para justificar e espetáculo midiático que Kim-Jong-Un faz a cada novo teste nuclear. Para o professor de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), Rodrigo da Silva, os testes reforçam o status quo, que é de equilíbrio e estabilidade, apesar da aparência, e garantem a narrativa de um Estado rebelde e beligerante, o que é bom para China e Rússia, que se beneficiam ao ficarem protegidos em uma espécie de “tampão”.

Além disso, preservam a Coreia do Sul e o Japão como parte de um esforço de contenção, o que justifica a presença militar americana nos dois locais — Coreia do Sul e na ilha japonesa de Okinawa. “Há uma questão de coesão interna nesse processo. O governo utiliza esse permanente estado de mobilização nacional como uma necessidade de defesa por que os norte-coreanos eventualmente assistem TV e ouvem rádio com informações sobre o sul e é preciso algo que justifique essa situação dramaticamente distinta, especialmente porque o capitalismo do sul é de um tipo particularmente igualitário, sem grande concentração de renda, nem miséria”, diz. “O inimigo externo é algo que ajuda a justificar as privações pelas quais passa o povo do norte”.

A formação da Coreia do Norte
Para compreender como a Coreia do Norte se tornou esse país excêntrico e os meandros geopolíticos que até hoje determinam suas relações diplomáticas é necessário recorrer à história da formação do país. A Coreia do Norte surge no momento e que chega ao fim a Segunda Guerra Mundial, em 1945, quando os japoneses foram expulsos da península coreana pela guerrilha comandada por Kim II Sung — que se tornaria o fundador do país e cuja terceira geração segue até os dias de hoje no poder — juntamente com as forças soviéticas e norte-americanas, que ocuparam a área.

Os primeiros se estabeleceram ao norte, os segundos, ao sul. Eis a origem do conflito: os dois lados reclamavam o direito sobre toda a península e, cinco anos mais tarde, em 1950, a Coreia do Norte tentou a unificação do país avançando em direção à Coreia do Sul. Teve início assim um grande conflito que colocou União Soviética e China de um lado e Estados Unidos do outro.

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