O Globo
Aglomerações - Trazer a Copa América para o Brasil, uma jogada política diabólica de Bolsonaro
Aparentemente, não foi preciso subornar
ninguém para trazer a Copa América para o Brasil, depois que países
vizinhos, todos envolvidos em crises sanitárias e políticas, ficaram
inviabilizados como sede de um torneio de futebol que pode não ter
importância maior, mas que, na hora do vamos ver, fará com que os
torcedores esqueçam a irresponsabilidade que é organizá-la num país às
vésperas de uma terceira onda da Covid-19, com 463 mil mortes nas costas
e 14 milhões de desempregados.
[para não perder o hábito, intercalamos alguns comentários - mas o desmonte total incluindo informações importantes e que devem ser divulgadas, pode, e até deve, ser lido no artigo A hipocrisia sobre a Copa América no Brasil, publicado no Alerta Total, Jorge Serrão, link ao final.]
Uma jogada diabólica de
Bolsonaro, em sentido político, mas também quase literal, dado o perigo
de disseminação do vírus. A camisa verde e amarela da seleção
brasileira, apropriada indevidamente pelos bolsonaristas, estará
espalhada pelo país, dando a ilusão de que os adeptos do presidente são
mais numerosos do que na realidade. Desde a Roma Antiga, pão e circo são
fatores políticos fundamentais, aqui no Brasil temos hoje mais circo do
que pão na mesa do cidadão comum, com a inflação e o desemprego em
alta.
[a cada dia que passa e a certeza da reeleição do presidente Bolsonaro - apesar de pesquisas fajutas, tentarem mostrar o contrário (saibam mais, lendo: Por que as pesquisas erram tanto, publicação da Revista Oeste) o desespero dos inimigos do Brasil e dos brasileiros aumenta e vale acusar Bolsonaro de tudo. Até praticar o suicídio já foi sugerido ao presidente. Por falar em sugestões estúpidas e descabidas, os que não aceitam o capitão reeleito em 2022, poderiam começar a acusá-lo de ter se auto esfaqueado.
O Brasil ganhou [ganhou?
ou comprou? neste caso utilizando uma fração dos milhões e milhões
roubados pelo governo do criminoso condenado e que agora virou ídolo dos inimigos do Brasil] o direito de sediar a Copa do Mundo de
Futebol de 2014 sete anos antes, no governo Lula, e teve um longo e
tortuoso caminho até o momento decisivo. Dilma, que fora eleita com
tranquilidade em 2010, chegou à Copa já capengando graças aos escândalos
de corrupção que voltavam a atingir o PT com o petrolão e a Operação
Lava-Jato. A vaia que a presidente petista recebeu na abertura da Copa
do Mundo, a crise econômica e os desvios de dinheiro público nas obras
de construções de estádios pelo Brasil afora — hoje, muitos elefantes
brancos sem utilidade prática que poderão ser aproveitados agora na Copa
América — levou-a fragilizada à campanha presidencial, vencida por uma
vantagem mínima que já previa o desastre que encerraria prematuramente
seu segundo mandato.
Perderam o rumo de tal forma que apesar da defesa cega feita ao isolamento e distanciamento sociais - como soluções para o fim da pandemia - já apontam que se na final for proibida a presença de público no Maracanã, o objetivo será evitar vaias ao presidente Bolsonaro.]
. [qualquer que seja o número de mortes, é e sempre será para motivos de lamentações;
só que pior, muito pior, é veicular como certeza o que está sendo cogitado e desejado pelos (inimigos do Brasil e dos brasileiros = adeptos do 'quanto pior,melhor'+ inimigos do presidente Bolsonaro + arautos do pessimismo + traidores da Pátria + cultores das desgraças) de, ou seja, uma terceira onda = graças a DEUS, enquanto os arautos do pessimismo expelem seus augúrios negativos, os números caem.]
Bolsonaro, como na campanha em que não
precisou participar dos debates devido ao atentado que sofreu, não
passará pelo teste de popularidade do Maracanã devido à pandemia. Duvido
que seja autorizada a presença do público na final. Aglomeração, seja
de esquerda ou de direita, não pode ser considerada uma atitude correta,
por melhores que sejam os objetivos. O direito à vida deve superar as
disputas políticas. Não compro a ideia de que “ir ao espaço público
sempre comporta riscos, mas deixar as ruas — grande motor das
transformações sociais ao longo da nossa História — como monopólio da
extrema-direita, de viés neofascista, é risco maior”, como me mandou
dizer numa mensagem o vereador Chico Alencar, criticando minha coluna de
domingo, em que lamentava as manifestações da esquerda, por considerar
que tiravam da oposição o peso moral de condenar as atitudes do
presidente Bolsonaro e de seus seguidores na pandemia. Pelo jeito, Lula
também concorda. Segundo Bela Megale, ele não compareceu às
manifestações para preservar sua capacidade de criticar as aglomerações
bolsonaristas.
Com relação ao futebol, as infecções de jogadores
pela Covid-19 falam por si contra a normalização dos jogos, mesmo com
protocolos de segurança rígidos e sem a presença de público. Copa
América no Brasil, a esta altura do campeonato ( perdão pelo
trocadilho), é uma maluquice total, um absurdo que confirma o descaso do
governo Bolsonaro com a pandemia.
O Brasil está na iminência de
uma terceira onda, [será que teremos uma terceira onda? se houver, Bolsonaro será o acusado; caso não haja o herói será relator Calheiros, pelo discurso em cangacês castiço proferido pelo no picadeiro da Covidão, ameaçando levar o coronavírus ao Tribunal de Nuremberg.] quando começar a Copa América devemos estar com cerca
de 500 mil mortos. É um desrespeito completo marcar um evento esportivo
desse tamanho no Brasil agora, neste momento. O Japão está com
dificuldade de confirmar as Olimpíadas em julho, e nós agora vamos fazer
um evento dessa magnitude no Brasil... É mais uma tentativa de fingir
que está tudo bem entre nós. Foi uma decisão claramente política, que a
CBF ajudou a montar.
Um populismo irresponsável, quase suicida.
Não há nenhum sentido, o Brasil é atualmente um pária mundial. Os
brasileiros estão impedidos de viajar ao exterior, porque somos
considerados uma fonte de grande disseminação do coronavírus, e vamos
trazer gente de fora para fazer uma grande manifestação esportiva. Com
direito a espalhar novas cepas. Acredito até que algumas seleções não
venham porque a imagem sanitária do Brasil não favorece a realização de
nada internacional por aqui.
NÃO DEIXE DE LER: A hipocrisia sobre a Copa América no Brasil,
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