Em quem devo crer, se os números e curvas exibidos pelos veículos de mídia me dizem algo diferente daquilo que eu sinto e vejo? Numa opção assim, eu fico com minha intuição. Fico com o “relatório” dos meus sentimentos. E sei que conto para isso com apoio de um bom filósofo alemão chamado Shopenhauer que estudou minuciosamente essa forma de conhecimento, identificando-a como a que mais frequentemente usamos para orientar nossas ações.
[Inserção efetuada Blog Prontidão Total]
Vamos aos exemplos.
A intuição sempre me disse que o STF de base petista iria abusar do poder que lhe está concedido pela Constituição porque é isso que o petismo sempre faz quando está no poder. Não deu outra. O STF quase bucólico dos anos petistas, que praticamente só condenou o publicitário Marcos Valério no mensalão, morreu em outubro de 2018, dando origem a esse cuja conduta observamos.
A intuição
sempre me disse que o PSDB não fez sua prévia por não ter excesso de
candidatos, mas por falta deles. É o que acabamos de assistir no apoio
dos tucanos à candidata do MDB, que tampouco preparou alguém para
carregar a legenda no futuro pleito. Aliás, a intuição sempre me disse
que a senadora pelo Mato Grosso do Sul suicidou-se politicamente ao crer
que as câmeras das TVs fixadas na CPI da Covid a tornariam
nacionalmente conhecida. Sim, fizeram isso. Mostraram-na como alguém que
anda em muito más companhias. [também mostraram ser a candidata uma descompensada, descontrolada.]
A intuição sempre me disse que, por motivo diverso, João Dória morria politicamente a cada aparição na TV. Ele cometia o erro que os críticos de teatro chamam de overacting, erro do mau ator que exagera na representação. Estaria perfeito se fosse para representar um mau personagem dissimulando suas intenções. A intuição, aliás, sempre me disse que a Rede Globo, desde 2018, vem fazendo exatamente isso e só os tolos não veem. Não se pode confiar na intuição dos tolos.
A intuição sempre me disse que a candidatura de Sérgio Moro, apesar de empurrada pela “mídia tradicional”, para ficar com a expressão elitista do gentleman Alexandre de Moraes, não tinha espaço no mundo dos fatos. E não teve.
A intuição,
por fim, sempre me disse e continua repetindo que o eleitor brasileiro
não vai chamar de volta ao poder a organização criminosa apátrida, que
saqueou o país, que o humilhou internacionalmente, que combate
conservadores e liberais e está por trás de quase todas as ações
destrutivas em curso na sociedade brasileira. [o POVO BRASILEIRO não deixará os ladrões voltarem à cena do crime.]
Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto,
empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de
dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o
totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do
Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
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