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sexta-feira, 20 de maio de 2022

Investigado no STF, Bolsonaro diz que Fachin, Barroso e Moraes 'infernizam o Brasil'

O Globo

Em pré-campanha, presidente pediu para que a Procuradoria-Geral da República investigue ministro do Supremo Tribunal Federal pelos mesmos fatos arquivados pela Corte

 O presidente Jair Bolsonaro, alvo de inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que os ministros da Corte Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes "infernizam o Brasil". A declaração, em tom de campanha, foi dada em entrevista divulgada pelo Correio da Manhã. — Temos três ministros que infernizam, não é o presidente, mas o Brasil: Fachin, Barroso e Alexandre de Moraes. Esse último é o mais ativo — afirmou Bolsonaro em trecho da entrevista.

Na terça-feira, Bolsonaro apresentou uma ação no STF contra Moraes. O ministro conduz inquéritos no Supremo que investigam, entre outras pessoas, o presidente por suspeita de espalhar fake news e atacar as instituições. A investida de Bolsonaro contra Moraes foi arquivada pelo ministro Dias Toffoli, do STF, que negou o prosseguimento da notícia-crime com o argumento de que os fatos descritos na ação não trazem indícios de possíveis delitos cometidos por Moraes. [o ministro Dias Toffoli não cumpriu o DEVER de  se declarar suspeito na ação apresentada presidente Bolsonaro contra o ministro Moraes - afinal, o 'inquérito do fim do mundo', o que mais tem causado atritos entre o presidente e o ministro Moraes foi criado por determinação do ministro Toffoli.]

No mesmo dia, Bolsonaro entrou com um pedido na Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar Moraes pelos mesmos fatos arquivados pelo Supremo.  Nessa quinta-feira, Moraes e Bolsonaro ficaram frente a frente durante evento no Tribunal Superior do Trabalho. Os dois trocaram apertos de mão durante a cerimônia. Pouco depois, Moraes foi longamente aplaudido pelo público e convidados, exceto por Bolsonaro.

Antes de cumprimentar Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral tem "vontade de democracia e coragem" para combater quem é contrário aos ideais constitucionais e republicanos. Em segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos, o presidente tenta, com os ataques ao STF, mobilizar os seus apoiadores mais fiéis. A última grande aposta do chefe do Executivo foi o perdão concedido ao deputado federal Daniel Silveira, condenado pelo STF por ameaças e incitação à violência contra ministros da Corte.

Bolsonaro também tem apostado em lançar suspeitas, sem provas, sobre as urnas eletrônicas. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, tem rebatido os ataques do presidente. O magistrado disse recentemente que “quem duvida do processo eleitoral é porque não confia na democracia” e que “quem defende ou incita a intervenção militar está praticando ato de afronta à Constituição e à democracia''.

Na mesma entrevista, o presidente afirmou que "não esperava" que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, "fosse ser tão parcial" e disse que o senador protege o Supremo. Bolsonaro foi questionado se havia se arrependido de apoiar a candidatura de Pacheco para a presidência da Casa, mas não respondeu.— Eu não vou negar que apoiei (Pacheco para presidente do Senado). Eu não esperava que ele fosse ser tão parcial como ele está sendo ultimamente. Não quero atrito com ele, mas uma parcialidade enorme. Eu vejo na mídia e ele diz que está protegendo o Supremo. Não é atribuição nossa proteger o outro Poder, é tratar com dignidade e isenção, como propriamente diz a nossa Constituição. E o Poder mais forte no momento da República é o Supremo — afirmou Bolsonaro.[Presidente, a Constituição Federal estabelece que os 3 Poderes são harmônicos e independentes.]

Política - O Globo


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