Vozes - Alexandre Garcia
PSDB
João Doria durante pronunciamento em que anunciou retirada de sua pré-candidatura - Foto: Divulgação
Doria deixa a corrida
Pré-candidato
a presidente da República, o ex-governador João Doria acabou se
curvando às evidências. Ele não saía de 1% nas pesquisas de intenção de
voto e não era bem visto pelo próprio partido, e, por isso, desistiu de
concorrer.
ELE CHOROU… TADINHO…
Só que o PSDB ainda não se resolveu, ele continua
indeciso. Um lado quer Eduardo Leite – e aí ficará bem claro que foi um
golpe para tirar Doria – e outro lado quer adotar a candidata do MDB, a
senadora Simone Tebet.[a 'descompensada', codinome que ganhou desde que descompensou na CPI Covidão.]
Só que, tal qual os tucanos, o MDB está
dividido também: tem o do Nordeste, que quer Lula, e o do centro-sul,
que quer Bolsonaro. Parece que terceira via firme mesmo é a de Ciro
Gomes (PDT) e tem muita gente, até no PT, achando que se Lula não tiver
futuro, Ciro pode ser o futuro, já que tem menos rejeição do que Lula.
O mundo necessita ter uma oferta maior de alimentos para que os preços não subam e para que haja segurança alimentar de todos. E, por esse motivo, o mundo faz um apelo para o Brasil.
Os produtores brasileiros, nesse momento, podem responder a isso. Mas eles estão mais preocupados com a alta nos custos de produção, do diesel, dos fertilizantes, dos defensivos e dos insumos em geral. Se os preços caírem, aí a produção fica inviável.
Se cair o valor das commodities na Bolsa de Chicago, por exemplo, se houver uma oferta excessiva dessas commodities, o preço cai e aí não compensa mais produzir. É preciso que haja muita atenção a essas questões, não basta apenas aumentar a oferta.
Crédito da Caixa
Interessante como a Caixa Econômica Federal consegue entregar resultados sem a ingerência política que havia em anos anteriores, quando cargos de direção eram todos ocupados por políticos. Teve representante de partido que enchia mala com dinheiro e guardava em um apartamento em Salvador para citar apenas um exemplo.
Hoje, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, não para. Ele é um atleta nadador, mas não sei se tem tempo de continuar nadando. No último fim de semana, primeiro ele esteve em Macaé e Rio das Ostras, visitando pequenos produtores que a Caixa está apoiando com microcrédito. Depois, apareceu na grande exposição Agro Brasília, que é a vitrine de um Distrito Federal que despertou para o agronegócio.
O Distrito Federal acompanha Mato Grosso, Goiás, Matopiba, Paraná, Rio Grande do Sul, entre outros, na produção agropecuária. E ele estava lá, oferecendo crédito. Estou falando isso porque não basta ter crédito se o preço dos insumos estiver muito alto.
Supremo agiu bem
Estará o Supremo Tribunal Federal mudando de rumo? Há algumas indicações. Na semana passada, o STF unanimemente não aceitou o pedido do ex-presidente do PT Rui Falcão e do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad para mandar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se manifestar sobre os pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro.
Agora, nesta segunda-feira (23), o ministro Alexandre de Moraes voltou atrás e cancelou a liminar que proibia o presidente da Câmara de tirar o deputado Marcelo Ramos (AM), que trocou de partido, da vice-presidência da Câmara. Essa liminar era uma clara intromissão do Supremo na Câmara dos Deputados. Lira, quando viu que a liminar foi revogada, imediatamente convocou para a próxima quarta-feira (25) uma eleição interna para renovar a mesa diretora.
Vamos esperar agora as próximas decisões, porque talvez o Supremo tenha finalmente lido o segundo artigo da Constituição que diz que os poderes são harmônicos e independentes.
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
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