Alexandre Garcia
Operação no Rio
Supremo Tribunal Federal questiona a polícia do Rio de Janeiro pela morte de mais bandidos em operação policial - Foto: Nelson Jr./STF
Inversão de valores
Eu
fico boquiaberto. Já foi por causa do Supremo que a bandidagem do país
inteiro foi para o Rio de Janeiro, as lideranças, para se abrigarem lá,
no santuário criado pelo ministro Edson Fachin e endossado pelo Supremo
como um todo.
Por
razões sanitárias, a polícia não pode entrar, salvo em situações
excepcionais, nos morros, nas favelas e nas comunidades. E aí concentrou
a liderança do crime do país inteiro no Rio de Janeiro para se proteger
no santuário.
Aí
a Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar, Bope, Polícia Federal ,
numa operação bem planejada, pegou os caras e apreendeu 24 fuzis
potentes dos bandidos, além de granadas e pistolas.
Resistiram e
morreram.
Agora o presidente do STF, Luiz Fux, quer saber o que foi que
aconteceu, como é que os bandidos morreram.
Eu fico curioso para saber
se fosse o inverso. Se morressem policiais e não os bandidos. É incrível
a inversão.
Eu
acho que o Estado é responsável sim por esse motorista que foi preso
pela Polícia Rodoviária Federal no Sergipe, posto no porta-mala de uma
viatura e morreu. Talvez asfixiado, talvez por respirar dióxido de
carbono que saía do escapamento estragado e entrou na cabine do veículo,
sei lá. Aí o Estado é responsável.
Agora,
a polícia vai prender bandido e o bandido resiste, e aí tem gente que
fica do lado do bandido? Eu fico boquiaberto pelo caráter de quem faz
isso. Eu não consigo entender.
Talvez animado com aquela argentina dona de restaurante, Ciro Gomes disse que os seguidores do presidente Jair Bolsonaro são "nazistas e fascistas". Disse em entrevista a uma rádio de Campinas.
Engraçado, porque fico vendo as imagens de Bolsonaro sendo recebido em Coronel Fabriciano, na região do aço em Minas Gerais. Ele desceu no aeroporto de Ipatinga.
Havia muita gente na rua, era bonito de ver o entusiasmo das pessoas. Ele foi entregar 500 domicílios para famílias de baixa renda. O interessante é que, a maior parte das chefes de família, eram mulheres, mais de 400 mulheres em 500 entregas. Tinha também idosos e cadeirantes beneficiados, mas a recepção a Bolsonaro... a gente olha para a aquelas pessoas, o rosto delas, e pensa como Ciro Gomes pode achar aquelas pessoas nazistas e fascistas.
Bolsonaro esteve também na Federação das Indústrias de Minas Gerais, na posse da nova diretoria, e lá se encontrou com o governador Romeu Zema, que é candidato à reeleição. Bolsonaro disse que está quase "casado" com Zema. Vai apoiar nas eleições, certamente. Minas é o segundo colégio eleitoral do país, só perde para São Paulo em número de eleitores.
E essa visita aconteceu no mesmo dia em que Alexandre Kalil, que foi prefeito de Belo Horizonte, foi a São Paulo para tirar uma foto com Lula e selar um acordo em que os dois se apoiam. Kalil quer ser governador também. Ele foi lá, inclusive levando o nome do vice. Quem ganhar em Minas Gerais e São Paulo certamente já estará com meio caminho andado. É a eleição sendo tocada.
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
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